Orgulho branco
Orgulho branco é um slogan que indica orgulho em ser branco. O slogan é usado principalmente por separatistas brancos, organizações neonazistas e supremacistas brancos. [1]
Defensores do orgulho branco afirmam que há um duplo padrão cultural em que são permitidos apenas determinados grupos étnicos de expressar abertamente o orgulho de sua herança, e que o orgulho branco não é inerentemente racista, sendo mais ou menos análogo a posições raciais como orgulho asiático, orgulho negro, ou formas não-raciais como o orgulho gay.[2][3]
Estados Unidos
[editar | editar código-fonte]Carol M. Swain e Russell Nieli declaram que o movimento de orgulho branco (em inglês: white pride) é um fenômeno relativamente novo nos Estados Unidos, argumentando que, ao longo da década de 1990, "um novo movimento de orgulho branco, protesto branco, e de consciência branca desenvolveu-se nos Estados Unidos". Eles identificam três fatores contribuintes: um influxo de imigrantes durante os anos 1980 e 1990, o ressentimento em relação às políticas de ação afirmativa e o crescimento da Internet como uma ferramenta para a expressão e mobilização das reclamações. [6]
O slogan "White Pride, World Wide" aparece no logotipo do Stormfront, um site pertencente e operado por Don Black, que foi anteriormente um Grand Wizard da Ku Klux Klan. [7] Os Cavaleiros Brancos do Norte da Georgia da Ku Klux Klan descrevem-se como "um movimento patriótico branco de avivamento cristão dedicado a preservar a manutenção do orgulho branco e os direitos da raça branca". [8]
No Brasil
[editar | editar código-fonte]As bandeiras do grupo são as seguintes: defesa da pureza racial, ataque ao multiculturalismo perverso e antinatural, retorno dos brancos à Europa para unificar a raça e defesa da superioridade dos países nórdicos. Os apologistas dessa ideologia não se relacionam com pessoas de outras raças, defendem o conceito biológico de raça, rechaçam a miscigenação racial, negam serem racistas, afirmam que existem brancos puros e mestiços de pele branca, não aceitam o rótulo de nazistas e sugerem que a África é subdesenvolvida devido à sua população negra.[9]
Embora o racismo e o preconceito sejam proibidos pela legislação brasileira, os apologistas do orgulho branco mantêm páginas no Facebook, que têm causado indignação entre os internautas, com diversas denúncias à rede social e às autoridades. Em uma dessas páginas, que possui mais de 2.800 curtidas, advoga uma luta contra a extinção da raça. Entretanto, Maurício Santoro, assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional no Brasil, assegura: “A própria ideia de que a humanidade se divide em raças definidas, e é possível identificá-las, é completamente absurda do ponto de vista biológico. Essa é uma concepção do século XIX que não se sustenta mais”. E o promotor de justiça do Ministério Público de Minas Gerais esclarece que “qualquer tipo de conduta que traga algum traço de discriminação racial pode ser considerado crime”.[10]
Críticas
[editar | editar código-fonte]O filósofo David Ingram argumenta que "afirmar orgulho negro" não é equivalente a "afirmar orgulho branco, uma vez que o anterior - ao contrário deste último - seria uma estratégia defensiva destinada a retificar um estereótipo negativo". [11] Por outro lado, então, "afirmações de orgulho branco - todavia mal disfarçadas como afirmações de orgulho étnico - servem para mascarar e perpetuar o privilégio branco". [11]
Os críticos argumentam que ideias tais como orgulho branco existem apenas para fornecer uma imagem pública limpa para a supremacia branca. Afirmam que o objetivo não declarado do movimento nacionalista branco é apelar para um público maior, e que a maioria dos grupos nacionalistas brancos promovem separatismo branco e violência racial. [12]
Referências
- ↑ Van McVey, Sarah (2008). Race, Gender, and the Contemporary White Supremacy Movement: The Intersection of "isms" and Organized Racist Groups. [S.l.]: ProQuest
- ↑ «Speech by National Rifle Association First Vice President Charlton Heston Delivered at the Free Congress Foundation's 20th Anniversary Gala». National Rifle Association Information. Violence Policy Center. 7 de dezembro de 1997. Arquivado do original em 8 de agosto de 2014
- ↑ Moritz, Justin J. (3 de agosto de 2005), «Feds Rule "White Pride" is "Offensive" and "Immoral"», American Renaissance.
- ↑ «Neo-Nazi group and anti-racism protesters clash in Calgary». The Star. Toronto. 21 de março de 2009
- ↑ Violence erupts at 'White Power' march Arquivado em 29 de novembro de 2014, no Wayback Machine. - Canoe
- ↑ *Swain, Carol M.; Nieli, Russell (2003), Contemporary Voices of White Nationalism in America, ISBN 0-521-01693-2, Cambridge: Cambridge University Press, p. 5.
- ↑ Faulk 1997
- ↑ Hilliard & Keith 1999, p. 63
- ↑ Entrevista com defensores do orgulho branco. Yahoo, página acessada em 15 de novembro de 2013.
- ↑ Site prega orgulho de ser branco. O Tempo Brasil, página acessada em 15 de novembro de 2013.
- ↑ a b Ingram, David (2004), Rights, Democracy, and Fulfillment in the Era of Identity Politics: Principled Compromises in a Compromised World, ISBN 0-7425-3348-4, Lanham, MD: Rowman & Littlefield, p. 55.
- ↑ Swain, Carol M. (2002), The New White Nationalism in America: Its Challenge to Integration, ISBN 0-521-80886-3, Cambridge: Cambridge University Press, p. 16 This may perhaps be the goal of the "white separatist" movement, but the term white pride must only be accepted to acknowledge the pride a white person is rarely allowed to feel based on their culture and upbringing because of the oppression now legally allowed by most minority groups.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Dobratz, Betty A.; Shanks-Meile, Stephanie L. (2001), The White Separatist Movement in the United States: White Power, White Pride, ISBN 0-8018-6537-9, Baltimore: Johns Hopkins University Press.
- Faulk, Kent (19 de outubro de 1997), «White Supremacist Spreads Views over the Internet», The Birmingham News.
- Hilliard, Robert L.; Keith, Michael C. (1999), Waves of Rancor: Tuning in the Radical Right, ISBN 978-0-7656-0131-5, Amonk, NY: M.E. Sharpe.
- Ingram, David (2004), Rights, Democracy, and Fulfillment in the Era of Identity Politics: Principled Compromises in a Compromised World, ISBN 0-7425-3348-4, Lanham, MD: Rowman & Littlefield.
- Swain, Carol M.; Nieli, Russell (2003), Contemporary Voices of White Nationalism in America, ISBN 0-521-01693-2, Cambridge: Cambridge University Press.