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Togo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Política do Togo)

República Togolesa
République togolaise
Lema: "Travail, Liberté, Patrie"
("Trabalho, Liberdade, Pátria")
Hino: Salut à toi, pays de nos aïeux
"Te saudamos, terra dos nossos antepassados"
Localização de República do Togo
Capital
e maior cidade
Lomé
6° 07′ N, 1° 13′ L
Língua oficial Francês
Gentílico togolês(a)[1]
Governo República presidencialista
 • Presidente Faure Gnassingbé
 • Primeira-ministra Victoire Tomegah Dogbé
Independência da França
 • Data 27 de abril de 1960
Área
 • Total 56 785 km² (122.º)
 • Água (%) 4,2
Fronteira Burquina Fasso (N), Benim (E), e Gana (W)
População
 • Estimativa para 2017 7 965 055 hab. (99.º)
 • Densidade 100 hab./km² (75.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2019
 • Total US$ 14,919 bilhões(154.º)
 • Per capita US$ 1,821 (166.º)
IDH (2021) 0,539 (162.º) – baixo[2]
Moeda Franco CFA (XOF)
Fuso horário (UTC+0)
 • Verão (DST) não observado (UTC+0)
Cód. ISO TGO
Cód. Internet .tg
Cód. telef. +228
Website governamental http://www.republicoftogo.com/

O Togo, oficialmente República Togolesa, é um país africano, limitado a norte por Burquina Fasso, a leste pelo Benim, a sul pelo oceano Atlântico e a oeste por Gana. Localizado no oeste da África, Togo é constituído por um estreito território que reúne povos de diferentes origens. O grupo étnico euê, o mais numeroso (45,4% da população), concentra-se no sul, perto do litoral, a região mais desenvolvida. A maioria dos habitantes vive da agricultura, cujos principais produtos são o algodão e a cana-de-açúcar. O país é um importante centro de comércio regional graças ao porto de sua capital, Lomé. Assim como muitos de seus vizinhos, é um dos países mais pobres do mundo. Cerca de 38,7% da população vive abaixo da linha de pobreza internacional, vivendo com menos de US$ 1,25 por dia. Outros 69,3% dos habitantes do país vivem com menos de US$ 2 por dia.[3] O Togo é habitado por 7,965 milhões de habitantes, de acordo com dados de 2017 da CIA.[carece de fontes?]

Do século XI ao XVI, várias tribos entraram na região vindas de todas as direções. Do século XVI ao século XVIII, a região costeira foi um importante centro comercial para os europeus para procurar escravos, com Togo e a região circundante passando a ser chamada pelo nome "Costa dos Escravos". Em 1884, a Alemanha declarou a região que inclui o atual Togo como um protetorado chamado Togolândia. Após a Primeira Guerra Mundial, o domínio sobre o Togo foi transferido para a França. Togo alcançou sua independência da França em 1960. Em 1967, Gnassingbé Eyadéma liderou um bem-sucedido golpe militar, tornando-se presidente de um estado declaradamente anticomunista e de partido único. Eventualmente, em 1993, Eyadéma enfrentou eleições multipartidárias, que foram marcadas por irregularidades, e conquistou a presidência por três vezes. No momento da sua morte, Eyadéma era o líder mais antigo na história da África moderna, tendo sido presidente por 38 anos.[4] Em 2005, seu filho, Faure Gnassingbé, foi eleito presidente.

O Togo é uma nação subsaariana tropical cuja economia depende muito da agricultura, com um clima que proporciona boas estações de crescimento. Ao passo que a língua oficial é o francês, muitas outras línguas são faladas no país, particularmente as de origem bê. O maior grupo religioso no Togo consiste naqueles com crenças nativas, e há significativas minorias cristãs e muçulmanas. O Togo é membro das Nações Unidas (ONU), da União Africana, da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZPCAS), da Francofonia e da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental.

Ver artigo principal: História do Togo

Entre os séculos XI e XVI, povos de língua eué, provenientes da Nigéria, colonizaram o atual território do Togo. Outras tribos de língua ane (ou mina) emigraram de regiões hoje ocupadas por Gana e Costa do Marfim, depois do século XVII. Durante o século XVIII, os dinamarqueses praticaram na costa de Togo um lucrativo comércio de entulho. Até o século XIX, o país constituiu uma linha divisória entre os estados indígenas do Axante e Daomé.

Em 1847, chegaram alguns missionários alemães e, em 1884, vários chefes da região costeira aceitaram a proteção da Alemanha.[5] A administração alemã, ainda que eficiente, impôs trabalhos forçados aos nativos.

Os alemães foram desalojados durante a Primeira Guerra Mundial e, em 1922, a Liga das Nações dividiu o Togo entre o Reino Unido e a França.[6] Em 1946, esses dois países colocaram seus territórios sob a custódia das Nações Unidas. Em 1960 a porção britânica foi incorporada ao território da Costa do Ouro (atual Gana), enquanto os territórios franceses se transformaram na República Autônoma de Togo em 1956. O país conquistou a independência completa em 1960,[7] embora tenha continuado a manter estreitas relações econômicas com a França.

As relações do Togo com Gana foram difíceis enquanto Kwame Nkrumah presidiu o país vizinho, mas melhoraram após sua deposição. Durante a década de 1960, assassínios políticos e golpes de estado culminaram em 1967 com a ascensão do general Étienne Gnassingbe Eyadema ao poder. Uma nova constituição foi adotada em 1979 e Eyadema proclamou a terceira república togolesa. Em 1982, o fechamento de fronteiras decretado por Gana para conter o contrabando resultou em conflitos entre os dois países. Em 1985, o regime de Eyadema começou a se liberalizar. O general convocou em 1991 uma Conferência Nacional que suspendeu a constituição e elegeu Joseph Koffigoh, um civil, para o cargo de primeiro-ministro.

Em 2006 o governo e a oposição concordam em formar um governo de transição.[8]

Monte Agu.

O Togo possui uma área de 56 785 km², sendo o centésimo vigésimo terceiro maior país do mundo em termos de território e um dos menores países da África Ocidental. Faz fronteira com a Baía de Benin ao sul; Gana a oeste; Benin ao leste; e ao norte com o Burquina Fasso. O país fica principalmente entre as latitudes 6° e 11° N e as longitudes 0° e 2° E.[9]

A costa do Togo, no Golfo da Guiné, detém 56 km de extensão e consiste em lagoas com praias de areia. No norte, a terra é caracterizada por uma savana suavemente ondulada, em contraste com o centro do país, caracterizado por colinas. O sul do Togo é caracterizado por um planalto de savana e bosques que chegam a uma planície costeira com extensas lagoas e pântanos.[9]

A montanha mais alta do país é o Monte Agou, situado a 986 m acima do nível do mar. O rio mais longo é o rio Mono, com 400 km de extensão, correndo de norte a sul do país.[9]

O clima é geralmente tropical, com temperaturas médias variando de 23° C na costa a cerca de 30° C nas regiões mais ao norte, com clima seco e características de uma savana tropical. Para o sul, há duas estações de chuva predominantes: a primeira entre abril e julho e a segunda entre setembro e novembro. A precipitação média não é muito alta.[10]

Flora e fauna

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A costa do Togo é caracterizada por pântanos e manguezais. O alto crescimento da população humana está levando ao desmatamento rápido, colocando em risco muitas espécies que habitam o país. Pelo menos cinco parques e reservas foram estabelecidos: Reserva da Fauna Abdoulaye, Parque Nacional Fazao Malfakassa, Parque Nacional Fosse aux Lions, Koutammouko e Parque Nacional Kéran. Os animais mais frequentemente observados são girafas, búfalos, hienas e leões. Restam poucos elefantes. Aves comuns são cegonhas, gruidaes e marabu.[11][12]

Ver artigo principal: Demografia do Togo

De acordo com o censo de 2010, divulgado em novembro do referido ano, Togo tem uma população de 6 191 155 habitantes, mais que o dobro do total contabilizado no último censo, em 1981, onde o país registrou uma população de 2 719 567 habitantes. A capital e maior cidade, Lomé, cresceu de 375 499 habitantes em 1981 para 837 437 habitantes em 2010. A aglomeração urbana em torno de Lomé possuía 1 477 660 habitantes no mesmo ano.[13]

Outras grandes cidades em Togo, de acordo com o novo censo, são Sokodé (95 070 habitantes), Kara (94 878 habitantes), Kpalimé (75 084 habitantes), Atakpamé (69 261 habitantes) e Dapaong e Tsévié, com 58 071 e 54 474 habitantes, respectivamente. O Togo é o 107º país mais populoso do mundo, sendo que a maioria da população (65%) vivem em aldeias rurais dedicadas à agricultura ou pastagens. A população de Togo mostra um forte crescimento: Entre 1961 (um ano após a independência) e 2003, quintuplicou.[13]

Cidades mais populosas

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Pela constituição aprovada por referendo em 1992, o Togo tornou-se república multipartidarista, com um presidente como chefe de estado e um primeiro-ministro como chefe de governo. O poder legislativo é exercido pela Assembleia Internacional.

A forma de governo de Togo é a República Parlamentarista.

Com a morte de Gnassingbe Eyadema a 5 de Fevereiro de 2005 foi imediatamente seguida pela suspensão da Constituição pelo Exército e pela nomeação do filho do falecido presidente. Este antigo coronel tinha aplicado um golpe de estado em 1967 e banido todos os partidos políticos. Em 1981, ele voltou a legalizá-los e, à frente do seu partido, o “Rally do Povo Togolês” (RPT), ganhou as eleições, que foram contestadas pela comunidade internacional.

Foi um dos poucos países a reconhecer Jerusalém como capital de Israel.[14]

Regiões do Togo.

O Togo está dividido em 8 regiões administrativas e a comuna de Lomé, as regiões são:

Regiões do Togo
Código ISO Região Área (km²) Capital
TG-M Maritime 6 395 Lomé
TG-P Plateaux 16 974 Atakpamé
TG-C Centrale 13 182 Sokodé
TG-K Kara 11 631 Kara
TG-S Savanes 8 603 Dapaong
Total 56 785



O Togo se subdivide, ainda, em prefeituras (préfectures, em francês) e são as seguintes:

Ver artigo principal: Economia do Togo
Lomé, capital do país.
Principais produtos de exportação de Togo em 2019 (em inglês).

As atividades estão fundamentadas na agricultura de subsistência e de exportação, destacando-se a mandioca, milho, algodão e frutas, como produtos de subsistência, e café, cacau, algodão cru, cocos e frutas tropicais, como produtos exportáveis.

Importam-se da França, Reino Unido e Benelux produtos têxteis, tabaco, maquinarias.

Entre os produtos da indústria extrativa mineral destaca-se o fosfato, com ricas reservas exploradas por investidores franceses. Entre as atividades industriais destaca-se a têxtil salientando-se como a primeira em produção em 1966.

A rede de comunicação é precária, com 742 km de rodovias de primeira classe, 560 km de segunda, 440 km de estradas de ferro e um aeroporto.

  • Agricultura: pluma de algodão (52 mil t), caroço de algodão (68 mil t), café (12,1 mil t), cacau (5 mil t), mandioca (570,9 mil t), milho (452 mil t) (1997)
  • Pecuária: bovinos (263,9 mil), ovinos (1,4 milhão), suínos (850 mil), caprinos (1,7 milhão), equinos (4,9 mil), aves (6,4 milhões) (1997)
  • Pesca: 17,1 mil t (1998)
  • Mineração: fosfato de cálcio (2,7 milhões de t) (1996), cádmio, calcário, mármore.
  • Indústria: alimentícia, materiais de construção (cimento), produtos minerais não metálicos (fosfato), siderúrgica (aço). *Exportações: US$ 240 milhões (1998).
  • Importações: US$ 380 milhões (1998).
  • Parceiros comerciais: Gana, China, Nigéria.
Dança tradicional.

No Togo, a música tradicional está intrinsecamente ligada às danças tradicionais, que refletem os valores, experiências e práticas dos diferentes grupos étnicos que compõem o país. Assim, a música tem na sua base nas mensagens veiculadas nas diferentes canções tradicionais, instrumentos musicais usados ​​ou danças executadas. O grupo musical oriundo do país mais conhecido internacionalmente é o Toofan.[15]

A arte togolesa possui influência de pelo menos 40 grupos étnicos que habitam o país. Destacam-se, sobretudo, os Eués, que praticam uma arte simbólica em que predomina a policromia e as figuras geométricas. Esta arte é notadamente influenciada pelo culto à Lebá, que eles praticam com grande fervor. Outras demonstrações de arte tradicional têm como expressão os tecidos feitos à mão.[16]

A culinária togolesa é bem expressiva na África Ocidental. A maioria das especialidades são pratos com molho à base de arroz e milho ou fufu. Os molhos são preparados com amendoim, peixes, tomate, berinjela ou espinafre. Os pratos mais populares são o "koliko", feijão plátanos, o "abobo" (espetos de caracóis), o "egbo pinon" (cabra fumado), e o "koklo meme" (frango com molho picante). Akoumé, uma pasta de milho geralmente acompanhada de um molho com folhas (adémè, gboma, fétri, kodoro, dentro outras) também é um prato popular no país. A bebida tradicional togolesa é o "sodabi", um licor obtido após a destilação do vinho de palma. "Chukerkou" é também uma bebida fermentada feita a partir de painço.[17]

Referências

  1. Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos do Togo
  2. «Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022» 🔗 (PDF). Programa de Desenvolvimento das Nações Unida. Consultado em 8 de setembro de 2022 
  3. «Human Development Indices, Table 3: Human and income poverty, p. 35.» (PDF) (em inglês). Consultado em 8 de dezembro de 2018 
  4. "Obituary: Gnassingbe Eyadema". (5 de fevereiro e 2005). BBC News. Acessado em 8 de dezembro de 2018.
  5. Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 554 | referencia apenas última informação
  6. Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 554 | referencia apenas última informação
  7. Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 554 | não referencia os nomes antigos e completos e o que se passou em 1956
  8. Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 554
  9. a b c Mawuli Komi Amegadje, Profil environnemental du Togo, 2007, p. 204
  10. World Meteorological Organization. «Togo» (em inglês). World Weather Information Service. Consultado em 16 de dezembro de 2016 
  11. «National Parks of Togo» (em inglês). Nationalparks-worldwide.info. 16 de dezembro de 2016 
  12. «National Parks in Togo» (em inglês). Africa Tour Operators. 16 de dezembro de 2016 
  13. a b «Données de Recensement - Recensement 1961 1970 1981» (em francês). Direction Générale de la Statistique et de la Comptabilité Nationale. Consultado em 30 de agosto de 2014 
  14. Sanz, Juan Carlos (26 de dezembro de 2017). «Israel espera que outros 10 países sigam EUA e Guatemala e transfiram embaixadas para Jerusalém». EL PAÍS 
  15. «La musique traditionnelle au Togo» (em francês). Music In Africa. 29 de agosto de 2016. Consultado em 8 de dezembro de 2018 
  16. «Arte de Togo en Aragonesesviajes» (em espanhol). Consultado em 6 de dezembro de 2018 
  17. «easyviajar.com Cocina de Togo» (em espanhol). Consultado em 6 de dezembro de 2018 

Leitura adicional

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  • Bullock, A L C, Germany's Colonial Demands (Oxford University Press, 1939).
  • Gründer, Horst, Geschichte der deutschen Kolonien, 3. Aufl. (Paderborn, 1995).
  • Mwakikagile, Godfrey, Military Coups in West Africa Since The Sixties (Nova Science Publishers, Inc., 2001).
  • Packer, George, The Village of Waiting (Farrar, Straus and Giroux, 1988).
  • Piot, Charles, Nostalgia for the Future: West Africa After the Cold War (University of Chicago Press, 2010).
  • Schnee, Dr. Heinrich, German Colonization, Past and Future – the Truth about the German Colonies (George Allen & Unwin, 1926).
  • Sebald, Peter, Togo 1884 bis 1914. Eine Geschichte der deutschen "Musterkolonie" auf der Grundlage amtlicher Quellen (Berlin, 1987).
  • Seely, Jennifer, The Legacies of Transition Governments in Africa: The Cases of Benin and Togo (Palgrave Macmillan, 2009).
  • Zurstrassen, Bettina, "Ein Stück deutscher Erde schaffen". Koloniale Beamte in Togo 1884–1914 (Frankfurt/M., Campus, 2008) (Campus Forschung, 931).

Ligações externas

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