Revista Brasileira de Política Internacional, 2022
This paper analyzes credit rating agencies’ actions in Brazilian presidential transitions in the ... more This paper analyzes credit rating agencies’ actions in Brazilian presidential transitions in the light of what is understood as financialization. It argues that the agencies, from their position in the international financial system, express and promote the financialization process during presidential transitions. To that end, they resort to forms of political activism in favor of the orthodox agenda defended by financial markets enthusiasts. The methodology draws on the case study of Brazil, with reference to the five presidential transitions that took place there between 2002 and 2018. The analysis is based mainly on the Brazilian sovereign ratings issued by S&P Global, Moody’s and Fitch Ratings, and on the country reports published by these agencies.
Resumo O artigo analisa o comportamento das agências de rating durante os governos de Dilma Rouss... more Resumo O artigo analisa o comportamento das agências de rating durante os governos de Dilma Rousseff (2011-2016). A hipótese subjacente é que Standard & Poor' s, Moody' s e Fitch Ratings usam de suas prerrogativas como avaliadoras de risco para atuar politicamente em favor da implementação de uma agenda econômica ortodoxa, o que repercute na dinâmica partidária e no jogo democrático nacional. A metodologia consiste no estudo do caso brasileiro à luz de observações teóricas que sustentam o argumento em questão. Com esta finalidade, confronta-se alguns dos desdobramentos políticos e econômicos do país, ao longo dos anos mencionados, com os ratings e relatórios emitidos pelas referidas agências, assim como algumas de suas manifestações em canais de mídia. Espera-se, desse modo, contribuir com uma melhor compreensão acerca do modus operandi desses atores, ainda pouco explorados academicamente, e dos eventos políticos e econômicos que perpassam o período analisado.
Palavras-Chave agências de rating; governo Dilma; política econômica; Consenso de Washington.
Abstract The article analyzes credit rating agencies' behavior during Dilma Rousseff' s governments (2011-2016). The working hypothesis is that Standard & Poor' s, Moody' s, and Fitch Ratings use their prerogatives as risk assessors to act politically in favor of an orthodox economic agenda, which has repercussions on political-parties' dynamics and national democracy. The methodology draws on the case study of Brazil in the light of theoretical developments that support the argument. With this aim, some of the country' s political and economic developments over the considered years are confronted with the ratings and reports issued by the agencies, as well as with some of their manifestations on media channels. It is hoped, thus, to contribute to a better understanding about the modus operandi of these actors, still little explored academically, and the political and economic events that permeate the analyzed period.
Na segunda metade do século XX, um grupo de países apresentou um processo de rápido desenvolvimen... more Na segunda metade do século XX, um grupo de países apresentou um processo de rápido desenvolvimento industrial no qual se verificou uma série de pontos em comum. O "resto", conforme analisado por Amsden (2009), obteve esse resultado a partir do estabelecimento de instituições desenvolvimentistas baseadas na ação do Estado, que fomentaram sua atividade manufatureira interna de diversas maneiras. Não obstante, ainda que tal processo tenha inicialmente ocorrido de forma similar, observa-se, a partir de determinado momento, uma bifurcação no trajeto e destino deste grupo. Diante desse panorama, este artigo visa a examinar tais eventos à luz da perspectiva da complexidade econômica, trabalhando com a hipótese de que a ascensão e a bifurcação do "resto" é também a ascensão e bifurcação do nível de complexidade de suas economias. A metodologia adotada se pauta, assim, na imersão da experiência histórica desse grupo de países na lógica proposta pela ferramenta da complexidade econômica.
O artigo analisa a relação entre os governos PT e as agências de rating. Uma vez que agendas d... more O artigo analisa a relação entre os governos PT e as agências de rating. Uma vez que agendas de esquerda são vistas como de maior risco pelo mercado financeiro, argumenta-se de que as agências exerceram pressão, atuando como agentes disciplinadores em prol dos interesses do mercado financeiro, nos dois momentos em que vislumbraram o abandono dos preceitos neoliberais macroeconômicos por parte dos governos petistas. Essa hipótese é trabalhada pela análise dos movimentos do rating brasileiro, e de declarações das agências e do governo, que são confrontadas com a literatura especializada acerca da política econômica implementada pelos governos do PT. Este artigo contribui para uma maior compreensão acerca da viabilidade de governos de esquerda em meio às pressões exercidas pelo mundo financeiro.
Este artigo analisa os Princípios de Santiago nos termos de um regime internacional em formação. ... more Este artigo analisa os Princípios de Santiago nos termos de um regime internacional em formação. Frente à ameaça de protecionismo financeiro por países apreensivos quanto à atuação de Fundos Soberanos de Investimento, estes princípios despontam como proposta de regulamentação neste âmbito. Não obstante, seu caráter estritamente voluntário suscita dúvidas e incredulidade quanto à sua real eficácia (PARK; ESTRADA, 2011). Diante de tais incertezas, o presente artigo verifica a hipótese de que os Princípios de Santiago representam, na realidade, um regime internacional em formação, que pode levar à ascensão de uma identidade coletiva entre seus participantes. Esta hipótese é sustentada pelas teorias de Krasner (1982) e de Keohane (1984), que proporcionam a base teórica acerca de regimes internacionais, e de Wendt (1999), que fundamenta a construção dessa possível identidade coletiva. Por meio das lentes teóricas desses autores, associadas aos estudos realizados pelo Fórum Internacional dos Fundos Soberanos de investimento, chega-se à confirmação da hipótese proposta.
Monções - Revista de Relações Internacionais da UFGD, 2018
Este artigo argumenta que as agências de classificação de risco atuam como um canal de pressão po... more Este artigo argumenta que as agências de classificação de risco atuam como um canal de pressão por meio do qual as preferências políticas do mercado financeiro se impõem aos Estados nacionais. No contexto de globalização financeira, os governos se veem em meio ao conflito entre as demandas democráticas de seus eleitores e as pressões provenientes do sistema internacional de finanças. Um dos instrumentos que materializam essas pressões são as agências de classificação de risco, que confrontam o sistema político vigente nos Estados e, por consequência, a governança democrática. O argumento se desenvolve a partir do caso do Brasil, desde o processo de impeachmentde Dilma Rousseff até a suspensão da votação da reforma da previdência pelo governo Temer, e se confirma a partir da análise de relatórios e dos ratingsemitidos pelas agências, assim como de suas declarações nos canais de mídia.
Este artigo tem como objetivo verificar se o relacionamento do Brasil com o grupamento Brics - co... more Este artigo tem como objetivo verificar se o relacionamento do Brasil com o grupamento Brics - composto também por Rússia, Índia, China e África do Sul - pode ser entendido nos termos de uma parceria estratégica entre 2009 e 2014. No contexto que se configurou após a Guerra Fria, o estabelecimento de parcerias estratégicas desponta como prática recorrente na diplomacia brasileira. Entretanto, o conceito ainda é tema de debates na literatura especializada. Paralelamente, verifica-se um progressivo ganho de importância do Brics na política externa brasileira, o que se reflete na realização de cúpulas anuais, que promove o estreitamento da relação entre esses países em uma ampla variedade áreas. Desse modo, a metodologia adotada nessa pesquisa consiste na análise das declarações oficiais das cinco primeiras cúpulas dos Brics (2009-2014), que são posteriormente inseridas em meio ao debate conceitual sobre parcerias estratégicas. Essa estratégia permite concluir que o Brics despontou, no período analisado, como um parceiro estratégico na política externa brasileira.
Por que as agências de rating permanecem como atores chave na dinâmica financeira global, mesmo a... more Por que as agências de rating permanecem como atores chave na dinâmica financeira global, mesmo após seus sucessivos fracassos enquanto avaliadoras de risco? Este artigo analisa a resiliência destas empresas a partir de reflexões teóricas, que permitem confrontar suas trajetórias históricas com uma perspectiva da globalização financeira que leva em conta tanto suas motivações políticas quanto seus desdobramentos econômicos. A hipótese trabalhada considera que o papel desempenhado pelas agências no sistema financeiro internacional excede a função de classificação de risco, consistindo também na manutenção da coerência interna do regime financeiro que se constituiu sobre a projeção do poder estrutural dos Estados Unidos e que se traduz no Consenso de Washington. Com esta finalidade, conjuga-se a teoria de Panitch e Gindin (2012) e de Konings (2011), que compreendem a globalização financeira como uma expansão do sistema financeiro dos Estados Unidos para o restante do globo, com reflexões teóricas e recentes observações empíricas de marcos regulatórios e sobre o modus operandi de Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch Ratings. Busca-se, assim, contribuir para melhor compreensão acerca dos objetivos dessas empresas e conferir solidez teórica a possíveis pesquisas empíricas em torno de suas ações.
Revista Brasileira de Política Internacional, 2022
This paper analyzes credit rating agencies’ actions in Brazilian presidential transitions in the ... more This paper analyzes credit rating agencies’ actions in Brazilian presidential transitions in the light of what is understood as financialization. It argues that the agencies, from their position in the international financial system, express and promote the financialization process during presidential transitions. To that end, they resort to forms of political activism in favor of the orthodox agenda defended by financial markets enthusiasts. The methodology draws on the case study of Brazil, with reference to the five presidential transitions that took place there between 2002 and 2018. The analysis is based mainly on the Brazilian sovereign ratings issued by S&P Global, Moody’s and Fitch Ratings, and on the country reports published by these agencies.
Resumo O artigo analisa o comportamento das agências de rating durante os governos de Dilma Rouss... more Resumo O artigo analisa o comportamento das agências de rating durante os governos de Dilma Rousseff (2011-2016). A hipótese subjacente é que Standard & Poor' s, Moody' s e Fitch Ratings usam de suas prerrogativas como avaliadoras de risco para atuar politicamente em favor da implementação de uma agenda econômica ortodoxa, o que repercute na dinâmica partidária e no jogo democrático nacional. A metodologia consiste no estudo do caso brasileiro à luz de observações teóricas que sustentam o argumento em questão. Com esta finalidade, confronta-se alguns dos desdobramentos políticos e econômicos do país, ao longo dos anos mencionados, com os ratings e relatórios emitidos pelas referidas agências, assim como algumas de suas manifestações em canais de mídia. Espera-se, desse modo, contribuir com uma melhor compreensão acerca do modus operandi desses atores, ainda pouco explorados academicamente, e dos eventos políticos e econômicos que perpassam o período analisado.
Palavras-Chave agências de rating; governo Dilma; política econômica; Consenso de Washington.
Abstract The article analyzes credit rating agencies' behavior during Dilma Rousseff' s governments (2011-2016). The working hypothesis is that Standard & Poor' s, Moody' s, and Fitch Ratings use their prerogatives as risk assessors to act politically in favor of an orthodox economic agenda, which has repercussions on political-parties' dynamics and national democracy. The methodology draws on the case study of Brazil in the light of theoretical developments that support the argument. With this aim, some of the country' s political and economic developments over the considered years are confronted with the ratings and reports issued by the agencies, as well as with some of their manifestations on media channels. It is hoped, thus, to contribute to a better understanding about the modus operandi of these actors, still little explored academically, and the political and economic events that permeate the analyzed period.
Na segunda metade do século XX, um grupo de países apresentou um processo de rápido desenvolvimen... more Na segunda metade do século XX, um grupo de países apresentou um processo de rápido desenvolvimento industrial no qual se verificou uma série de pontos em comum. O "resto", conforme analisado por Amsden (2009), obteve esse resultado a partir do estabelecimento de instituições desenvolvimentistas baseadas na ação do Estado, que fomentaram sua atividade manufatureira interna de diversas maneiras. Não obstante, ainda que tal processo tenha inicialmente ocorrido de forma similar, observa-se, a partir de determinado momento, uma bifurcação no trajeto e destino deste grupo. Diante desse panorama, este artigo visa a examinar tais eventos à luz da perspectiva da complexidade econômica, trabalhando com a hipótese de que a ascensão e a bifurcação do "resto" é também a ascensão e bifurcação do nível de complexidade de suas economias. A metodologia adotada se pauta, assim, na imersão da experiência histórica desse grupo de países na lógica proposta pela ferramenta da complexidade econômica.
O artigo analisa a relação entre os governos PT e as agências de rating. Uma vez que agendas d... more O artigo analisa a relação entre os governos PT e as agências de rating. Uma vez que agendas de esquerda são vistas como de maior risco pelo mercado financeiro, argumenta-se de que as agências exerceram pressão, atuando como agentes disciplinadores em prol dos interesses do mercado financeiro, nos dois momentos em que vislumbraram o abandono dos preceitos neoliberais macroeconômicos por parte dos governos petistas. Essa hipótese é trabalhada pela análise dos movimentos do rating brasileiro, e de declarações das agências e do governo, que são confrontadas com a literatura especializada acerca da política econômica implementada pelos governos do PT. Este artigo contribui para uma maior compreensão acerca da viabilidade de governos de esquerda em meio às pressões exercidas pelo mundo financeiro.
Este artigo analisa os Princípios de Santiago nos termos de um regime internacional em formação. ... more Este artigo analisa os Princípios de Santiago nos termos de um regime internacional em formação. Frente à ameaça de protecionismo financeiro por países apreensivos quanto à atuação de Fundos Soberanos de Investimento, estes princípios despontam como proposta de regulamentação neste âmbito. Não obstante, seu caráter estritamente voluntário suscita dúvidas e incredulidade quanto à sua real eficácia (PARK; ESTRADA, 2011). Diante de tais incertezas, o presente artigo verifica a hipótese de que os Princípios de Santiago representam, na realidade, um regime internacional em formação, que pode levar à ascensão de uma identidade coletiva entre seus participantes. Esta hipótese é sustentada pelas teorias de Krasner (1982) e de Keohane (1984), que proporcionam a base teórica acerca de regimes internacionais, e de Wendt (1999), que fundamenta a construção dessa possível identidade coletiva. Por meio das lentes teóricas desses autores, associadas aos estudos realizados pelo Fórum Internacional dos Fundos Soberanos de investimento, chega-se à confirmação da hipótese proposta.
Monções - Revista de Relações Internacionais da UFGD, 2018
Este artigo argumenta que as agências de classificação de risco atuam como um canal de pressão po... more Este artigo argumenta que as agências de classificação de risco atuam como um canal de pressão por meio do qual as preferências políticas do mercado financeiro se impõem aos Estados nacionais. No contexto de globalização financeira, os governos se veem em meio ao conflito entre as demandas democráticas de seus eleitores e as pressões provenientes do sistema internacional de finanças. Um dos instrumentos que materializam essas pressões são as agências de classificação de risco, que confrontam o sistema político vigente nos Estados e, por consequência, a governança democrática. O argumento se desenvolve a partir do caso do Brasil, desde o processo de impeachmentde Dilma Rousseff até a suspensão da votação da reforma da previdência pelo governo Temer, e se confirma a partir da análise de relatórios e dos ratingsemitidos pelas agências, assim como de suas declarações nos canais de mídia.
Este artigo tem como objetivo verificar se o relacionamento do Brasil com o grupamento Brics - co... more Este artigo tem como objetivo verificar se o relacionamento do Brasil com o grupamento Brics - composto também por Rússia, Índia, China e África do Sul - pode ser entendido nos termos de uma parceria estratégica entre 2009 e 2014. No contexto que se configurou após a Guerra Fria, o estabelecimento de parcerias estratégicas desponta como prática recorrente na diplomacia brasileira. Entretanto, o conceito ainda é tema de debates na literatura especializada. Paralelamente, verifica-se um progressivo ganho de importância do Brics na política externa brasileira, o que se reflete na realização de cúpulas anuais, que promove o estreitamento da relação entre esses países em uma ampla variedade áreas. Desse modo, a metodologia adotada nessa pesquisa consiste na análise das declarações oficiais das cinco primeiras cúpulas dos Brics (2009-2014), que são posteriormente inseridas em meio ao debate conceitual sobre parcerias estratégicas. Essa estratégia permite concluir que o Brics despontou, no período analisado, como um parceiro estratégico na política externa brasileira.
Por que as agências de rating permanecem como atores chave na dinâmica financeira global, mesmo a... more Por que as agências de rating permanecem como atores chave na dinâmica financeira global, mesmo após seus sucessivos fracassos enquanto avaliadoras de risco? Este artigo analisa a resiliência destas empresas a partir de reflexões teóricas, que permitem confrontar suas trajetórias históricas com uma perspectiva da globalização financeira que leva em conta tanto suas motivações políticas quanto seus desdobramentos econômicos. A hipótese trabalhada considera que o papel desempenhado pelas agências no sistema financeiro internacional excede a função de classificação de risco, consistindo também na manutenção da coerência interna do regime financeiro que se constituiu sobre a projeção do poder estrutural dos Estados Unidos e que se traduz no Consenso de Washington. Com esta finalidade, conjuga-se a teoria de Panitch e Gindin (2012) e de Konings (2011), que compreendem a globalização financeira como uma expansão do sistema financeiro dos Estados Unidos para o restante do globo, com reflexões teóricas e recentes observações empíricas de marcos regulatórios e sobre o modus operandi de Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch Ratings. Busca-se, assim, contribuir para melhor compreensão acerca dos objetivos dessas empresas e conferir solidez teórica a possíveis pesquisas empíricas em torno de suas ações.
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Papers by Pedro L . N . Machado
Palavras-Chave agências de rating; governo Dilma; política econômica; Consenso de Washington.
Abstract The article analyzes credit rating agencies' behavior during Dilma Rousseff' s governments (2011-2016). The working hypothesis is that Standard & Poor' s, Moody' s, and Fitch Ratings use their prerogatives as risk assessors to act politically in favor of an orthodox economic agenda, which has repercussions on political-parties' dynamics and national democracy. The methodology draws on the case study of Brazil in the light of theoretical developments that support the argument. With this aim, some of the country' s political and economic developments over the considered years are confronted with the ratings and reports issued by the agencies, as well as with some of their manifestations on media channels. It is hoped, thus, to contribute to a better understanding about the modus operandi of these actors, still little explored academically, and the political and economic events that permeate the analyzed period.
Palavras-Chave agências de rating; governo Dilma; política econômica; Consenso de Washington.
Abstract The article analyzes credit rating agencies' behavior during Dilma Rousseff' s governments (2011-2016). The working hypothesis is that Standard & Poor' s, Moody' s, and Fitch Ratings use their prerogatives as risk assessors to act politically in favor of an orthodox economic agenda, which has repercussions on political-parties' dynamics and national democracy. The methodology draws on the case study of Brazil in the light of theoretical developments that support the argument. With this aim, some of the country' s political and economic developments over the considered years are confronted with the ratings and reports issued by the agencies, as well as with some of their manifestations on media channels. It is hoped, thus, to contribute to a better understanding about the modus operandi of these actors, still little explored academically, and the political and economic events that permeate the analyzed period.