Webpage: bit.ly/rafaelazize. Ph.D., Philosophy, Unicamp (State U. of Campinas, São Paulo), 2008. M.A., Literary Theory, UFSC (Federal University of Santa Catarina), 2000. B.A., English and French (Language and Literature), The University of Lisbon, 1996. I am an associate professor of Philosophy (Aesthetics) at the Federal University of Bahia (Brazil). I also lead the research group 'Aesthetics, Subjectivity, Culture, Education' (CNPq), and am a member of the Brazilian Association of Aesthetics (ABRE). Supervisors: Arley Ramos Moreno and Richard Eldridge
Estética e Filosofia da Arte: Coletânea de Artigos e Ensaios, 2023
O contraste entre filosofia e literatura é ponto de parada frequente de quantas pensem o próprio ... more O contraste entre filosofia e literatura é ponto de parada frequente de quantas pensem o próprio de cada um desses discursos. É tentador fixar atributos necessários e suficientes que sirvam a uma espécie de operação popperiana de demarcação entre eles. O ensaio vai numa direção diferente: ele traça um desenho possível dessa polarização entre literatura e filosofia, de modo a indicar a tentação de um uso dogmático dessa polarização, tanto em filosofia como em estudos literários. O objetivo é o de propor razões para um acautelamento contra o gesto de levar essa polarização longe demais.
Como caracterizar a especificidade estética do nosso engajamento, atenção, ou valor associado a o... more Como caracterizar a especificidade estética do nosso engajamento, atenção, ou valor associado a objetos? Podemos visar certos processos de imitação, ou representação da realidade. Podemos nos concentrar em reações a disposições formais de propriedades desses objetos. Mas podemos também ressaltar continuidades entre o engajamento de tipo estético com objetos e a ação em geral no mundo da vida. Obras de arte, desse ponto de vista, para além de asserções que possam ser feitas por meio delas, comunicariam, ou melhor, exprimiriam coisas como atitudes e emoções. Alguns filósofos contemporâneos da estética julgam ser o aspecto expressivo uma parte fundamental do exame filosófico dos processos artísticos. Este ensaio percorre algumas razões para isso, por meio do exemplo de R. G. Collingwood, e aplica-as a duas obras de arte contemporâneas.
Abstract: If we are to escape reification—a sort of cogni- tive neutrality of basic, gnosic appre... more Abstract: If we are to escape reification—a sort of cogni- tive neutrality of basic, gnosic apprehension of the world plus a fundamental disrespect of the other as free agent—we should recognize our mode of existence as always already one of existential engagement with and within experience, aiming at articulating and expressing this engagement. One way of fully inhabiting this, let’s call it the proper human stance, is through recognizing a pendular space between the basic attitudes of acknowledging lived, shared interests and values and avoiding being bound to and dependent on the values of others. Both philosophy as radical critical re- flection, and art, or artistic processes of production and re- ception, can be seen as invitations to inhabit this pendular space of human experience, by way of continually opening up our habits of sensibility to new engagements in thought and life, and successfully articulating and expressing these engagements in public forms. I take Cavell’s reading of Wittgenstein’s mature philosophy as an attuning to an apt attitude towards this invitation. Is this attitude one possible, non-procedural meaning of “liberalism”?
Este artigo investiga alguns usos da metáfora da linguagem como cálculo emWittgenstein. A metáfor... more Este artigo investiga alguns usos da metáfora da linguagem como cálculo emWittgenstein. A metáfora do cálculo emerge, nos anos 30, numa interlocução com o referencialista,e é ali instrumental na recondução do olhar filosófico para os usos efetivos dosimbolismo linguístico. Contudo, foi levada longe demais, ao sugerir uma imagem dalinguagem composta apenas de inferências à maneira dos sistemas de regras fechados. Istoembargaria certa expansão pragmática do contexto criterial da análise conceitual. Mas aaplicabilidade do símile do cálculo não é invalidada. A metáfora será reativada em manuscritosposteriores, sempre e quando puder servir aos mesmos propósitos do período intermediário,à medida que o ambiente dialógico convoque novas vozes dogmaticamente referencialistas.Ainda assim, é nos manuscritos intermediários que melhor se esclarece o seufuncionamento. Tal movimento exemplifica, por fim, um método filosófico que não procedepor meio da superação de problemas à maneira científica.
Há um percurso que podemos visualizar no interior dos movimentos de pensamento do Wittgenstein ma... more Há um percurso que podemos visualizar no interior dos movimentos de pensamento do Wittgenstein maduro cujo horizonte é o de se pensar cada um dos lados do paradoxismo, ou oximoro do nosso título - espírito e objetividade -, como essencial ao outro. Acompanhemos alguns traços desse percurso, para então aludirmos, ao final, a um tal horizonte – que é ainda, para nós, uma questão aberta e que apenas começamos a explorar. (Moreno, A. R. (org.). Compreensão: Adestramento, Treinamento, Definição. Col CLE, v. 68, pp. 197-218, 2014.)
Do rigorosamente vago e seu papel na tradução Of the rigorously vague and its role in translation... more Do rigorosamente vago e seu papel na tradução Of the rigorously vague and its role in translation Uma fotografia pouco nítida é realmente a imagem de uma pessoa? Sim, pode-se sempre substituir com vantagem uma imagem pouco nítida por uma nítida? Não é a imagem pouco nítida justamente aquela de que, com frequência, precisamos? (Wittgenstein, IF § 71) Sentido e significação são conceitos vagos. (Wittgenstein, Fichas § 54
A noção de ligações intermediárias de sentido, que se revelam através de comparações entre jogos ... more A noção de ligações intermediárias de sentido, que se revelam através de comparações entre jogos de linguagem, indica os objetos excelsos de incidência de uma investigação conceitual – cujo contexto de elementos pertinentes é progressivamente ampliado por Wittgenstein. Na sua operação negativa, tal noção é profilática contra a atitude filosófica de se buscar um solo último e definitivo para o problema da forma de apresentação. Na sua operação positiva, é a ferramenta conceitual que permitirá o passo crucial de se relativizar os sistemas proposicionais fechados. Mas talvez o pleno alcance do uso de 'ligações intermediárias' se revele ao nos perguntarmos se diversidade de cenas panorâmicas da forma perspícua de representação de conceitos -cerne do “novo método” filosófico proposto por Wittgenstein- não apenas inclui casos intermediários, de forma acessória, mas, mais do que isso, é constituída por esses.
Resumo: A filosofia madura de Wittgenstein oferece uma saída terapêutica a certas perplexidades o... more Resumo: A filosofia madura de Wittgenstein oferece uma saída terapêutica a certas perplexidades oriundas de expectativas taxonômicas geradas pela descrição filosófica da experiência em geral. Trata-se, aqui, de saber em que termos isso também valeria para os fatos da experiência estética. Essa possibilidade é sugerida pelo exame da aplicação da noção de certeza à experiência estética. Por fim, esboçam-se aspectos de possíveis usos de conceitos centrais do Wittgenstein maduro a uma estética filosófica que se inspiraria no seu "novo método". Palavras-chave: Experiência estética; Experiência do significado; Espírito; Linguagem; Wittgenstein. Abstract: Wittgenstein's mature philosophy offers a therapeutic way out of some conundrums stemming from taxonomic expectations regarding philosophical description of experience in general. The paper asks if this is also true of the facts of aesthetic experience. This possibility is hinted at by examining an application of the notion of certainty to aesthetic experience. Some traits of possible uses of central concepts of the mature Wittgenstein to a philosophical aesthetics inspired by the "new method" are also canvassed.
Aesthetics Today - Contemporary Approaches to the Aesthetics of Nature and Art, 2016
Wittgenstein's mature philosophy offers a therapeutic way out of some conundrums stemming from ta... more Wittgenstein's mature philosophy offers a therapeutic way out of some conundrums stemming from taxonomic expectations regarding the philosophical description of experience in general. The paper asks if this is also true of the facts of aesthetic experience. This possibility is hinted at by examining an application of the notion of certainty to aesthetic experience. Some traits of possible uses of central concepts of the mature Wittgenstein to a philosophical aesthetics inspired by the "new method" are also canvassed.
Artistic and argumentative discourses are usually placed opposite to each other, in such a way th... more Artistic and argumentative discourses are usually placed opposite to each other, in such a way that to maximize the one is to minimize the other. Even more so if we restrict the relevant concepts to those of poetry and logic. A background of dogmatism surrounds the habit of this contrast, overdetermining the extension of these concepts - an exaggeration that might fail to do justice to the uses we make of them. We''d have to go deeper within what Wittgenstein liked to call rituals of a form of life, in which the practices of poetry and logic are to be found. Only by describing these uses more perspicuously and subtly might we do justice to the suggested contrast, if prudence should preside over our polarity. This paper, being no such description, is, however, a plea to this prudence: a methodological virtue.
Resumo: conforme se estrutura, em Wittgenstein, o conceito de jogo de linguagem, certo automatism... more Resumo: conforme se estrutura, em Wittgenstein, o conceito de jogo de linguagem, certo automatismo dos sistemas de regras fechados (como eram articulados no período do cálculo) vai sendo abandonado. As gradações internas às formas múltiplas dos fenômenos, que haviam caracterizado a introdução das regras (em substituição à forma lógica do Tractatus), migram para os próprios critérios-agrupados, agora, em famílias, em sistemas abertos. As transições entre sistemas de regras abertos ganham uma uniformidade menos regular, e a aplicabilidade da metáfora do cálculo se enfraquece, em prol da metáfora da visão. Ver sem pensar, i.e., visar os objetos já articulados no simbolismo (e não hipostasiados pelo pensamento), prepara, nos anos 30, a atitude do homem razoável de finais dos 40, abandonando-se a interlocução intensiva com o cético. Neste contexto, poder-se-á falar ainda em análise completa? Sim, mas com algumas qualificações-entre as quais a de que se abandona o princípio metodológico do estabelecimento de uma fronteira, previamente ao trabalho filosófico, entre o sentido e o não-sentido (como na Gramática filosófica). É dessas qualificações que trata o presente trabalho, com uma finalidade específica, que é a de responder à seguinte pergunta: o que explica o fato de que uma certa concepção de completude analítica é uma peça fundamental para uma teoria do conhecimento que se inspire no "novo método" de Wittgenstein, e que enseje um controle dos seus resultados através da profilaxia da terapia filosófica? Se esse controle aponta numa direção antidogmática, tal pareceria paradoxal. O nosso objetivo final é então o de buscar desfazer essa aparência de paradoxo. A pergunta de que gostaríamos de partir é a seguinte: o que explica o fato de que uma certa concepção de completude analítica é uma peça fundamental para uma teoria do conhecimento que se inspire no "novo método" de Wittgenstein, e que enseje um controle dos seus resultados através da profilaxia da terapia filosófica? Se esse controle aponta numa direção antidogmática, tal pareceria paradoxal. O nosso objetivo é desfazer essa aparência de paradoxo. Operação talvez de alguma importância, uma vez que nessa aparente inconsistência incorreria o próprio filósofo, se considerarmos que, de
Abstract: Literature, Art and Argumentative Discourse: Notes Towards a Contrast. Literature and a... more Abstract: Literature, Art and Argumentative Discourse: Notes Towards a Contrast. Literature and art, on the one hand, and argumentative discourse on the other are usually placed opposite to each other, in such a way that to maximize the one is to minimize the other. Even more so if we restrict the relevant concepts to those of poetry and logic. When we try to contrast these fields of discourse, lists of distinctive, necessary and sufficient attributes-or even the notion of function-seem to be poor instruments to describe the role played by those concepts. We think here of what Wittgenstein liked to call rituals of a form of life-which one should describe more perspicuously in order to do justice to the suggested contrast, if prudence should preside over such opposition. This paper is a plea to this prudence.
Resumo: Literatura e arte, por um lado, e discurso argumentativo, por outro, soem situar-se em campos opostos, de tal maneira que maximizar um é minimizar o outro. Mais ainda se restringimos os conceitos a poesia e lógica. Quando ensaiamos contrastar esses campos do discurso, listas de atributos distintivos necessários e suficientes, ou mesmo a noção de função, parecem recursos pobres para dar conta do papel que esses conceitos desempenham. Pensamos, com isso, no que Wittgenstein gostava de chamar de rituais de uma forma de vida-os quais haveria que descrever com mais perspicuidade para fazer justiça ao contraste sugerido, se quisermos ser mais prudentes com tal oposição. O texto é um chamado a essa prudência.
Cadernos de Hisória e Filosofia da Ciência, Campinas, Série 3, v. 14, n. 2, p. 255-274, jul.-dez. 2004., 2004
A mudança da concepção do critério geral da significação que tinha Wittgenstein no seu período in... more A mudança da concepção do critério geral da significação que tinha Wittgenstein no seu período intermediário (i.e., os sistemas de regras) para a concepção dos critérios de significação do seu período posterior (i.e., os jogos de linguagem) justifica que se fale numa correlativa mudança na aplicabilidade do conceito de ‘uso’. Acompanhar esta mudança é importante para se caracterizar o âmbito do pragmático tal como Wittgenstein o concebe, e bem assim o tipo de investigação sobre os fundamentos do simbolismo linguístico e sobre a ligação entre linguagem e mundo que esse filósofo advoga como adequada. Este artigo pretende circunscrever algumas das novas questões que, no período intermediário de Wittgenstein (29-31), conduziriam a tal mudança conceptual. Palavras-chave: Linguagem. Pragmática. Aplicação. Uso. Wittgenstein.
Ebook: <https://www.cle.unicamp.br/ebooks/index.php/publicacoes/catalog/download/3/2/10-1?inline=... more Ebook: <https://www.cle.unicamp.br/ebooks/index.php/publicacoes/catalog/download/3/2/10-1?inline=1>.
To Wittgenstein, Frazer's search for the expression of beliefs in ritual gestures is a case of aspect- blindness. I claim that it is also an attitude which is disruptive of the conditions for understanding the native’s trivial gestures. This is a methodological attitude that has an arresting effect on experience – in particular, the experience of speaking. This interruption is to be examined by means of a thought experiment. Then, through the interplay of the concepts of Spirit and Aspect, a philosophical tool is described to assess the problem that can also serve as practical guide back to ordinary experience. The next step is to examine this way out in a particularly sensitive kind of experience of meaning: the aesthetic experience, also seen as a ritual. I conclude by alluding to a possibly mutual illumination between aesthetic experience, translation studies and a Cavellian take on ordinary language.
Moreno, A. R. (org.). Wittgenstein – Como ler o álbum? Coleção CLE/ Ed. da Unicamp, 2009
O nosso ponto de partida * é uma peculiaridade do diálogo wittgensteiniano relativamente à tradiç... more O nosso ponto de partida * é uma peculiaridade do diálogo wittgensteiniano relativamente à tradição da disputa filosófica: o encenar ele outra coisa que não uma “confrontação de pontos de vista” (Baker 1999, p. 139). Que gênero de trocas de razões haveria aí? A resposta a esta pergunta ensejará a entrada no nosso tema: a maneira pela qual a composição do Wittgenstein tardio favorece certos objetivos do método, relativamente ao trabalho com os conceitos – do ponto de vista da margem de liberdade que temos nesse trabalho, e também da responsabilidade que assumimos por ele.
Moreno, A. R. (org.). Wittgenstein – Certeza? . Coleção CLE, v. 58, 2010., 2010
O objetivo deste nosso trabalho é explorar certa aspectualidade do conceito de certeza – uma cert... more O objetivo deste nosso trabalho é explorar certa aspectualidade do conceito de certeza – uma certeza como. Objetivo certamente modesto, mas que encerra um possível percurso coadjuvante à entrada num dos temas, aí sim, centrais de Da certeza, a saber, uma ligação interna entre certeza e sentido.
The notion of intermediate links, which reveal themselves through comparisons between language ga... more The notion of intermediate links, which reveal themselves through comparisons between language games, indicates the very objects of incidence of conceptual investigation – whose context of pertinent elements is continuously expanded by Wittgenstein. In its negative operation, such notion is prophylactic against the philosophical attitude of searching for an ultimate and definitive ground for the problem of the form of presentation. In its negative operation, it is the conceptual tool that will allow for the crucial step of relativising the closed propositional systems. But perhaps the full reach of the use of 'intermediate links' is shown when we inquire whether the diversity of panoramic scenes of the perspicuous mode of presentation of concepts – whose outline makes up the bulk of the philosophical “new method” proposed by Wittgenstein – more than including intermediary cases, in an adventitious fashion, is constituted by these.
Estética e Filosofia da Arte: Coletânea de Artigos e Ensaios, 2023
O contraste entre filosofia e literatura é ponto de parada frequente de quantas pensem o próprio ... more O contraste entre filosofia e literatura é ponto de parada frequente de quantas pensem o próprio de cada um desses discursos. É tentador fixar atributos necessários e suficientes que sirvam a uma espécie de operação popperiana de demarcação entre eles. O ensaio vai numa direção diferente: ele traça um desenho possível dessa polarização entre literatura e filosofia, de modo a indicar a tentação de um uso dogmático dessa polarização, tanto em filosofia como em estudos literários. O objetivo é o de propor razões para um acautelamento contra o gesto de levar essa polarização longe demais.
Como caracterizar a especificidade estética do nosso engajamento, atenção, ou valor associado a o... more Como caracterizar a especificidade estética do nosso engajamento, atenção, ou valor associado a objetos? Podemos visar certos processos de imitação, ou representação da realidade. Podemos nos concentrar em reações a disposições formais de propriedades desses objetos. Mas podemos também ressaltar continuidades entre o engajamento de tipo estético com objetos e a ação em geral no mundo da vida. Obras de arte, desse ponto de vista, para além de asserções que possam ser feitas por meio delas, comunicariam, ou melhor, exprimiriam coisas como atitudes e emoções. Alguns filósofos contemporâneos da estética julgam ser o aspecto expressivo uma parte fundamental do exame filosófico dos processos artísticos. Este ensaio percorre algumas razões para isso, por meio do exemplo de R. G. Collingwood, e aplica-as a duas obras de arte contemporâneas.
Abstract: If we are to escape reification—a sort of cogni- tive neutrality of basic, gnosic appre... more Abstract: If we are to escape reification—a sort of cogni- tive neutrality of basic, gnosic apprehension of the world plus a fundamental disrespect of the other as free agent—we should recognize our mode of existence as always already one of existential engagement with and within experience, aiming at articulating and expressing this engagement. One way of fully inhabiting this, let’s call it the proper human stance, is through recognizing a pendular space between the basic attitudes of acknowledging lived, shared interests and values and avoiding being bound to and dependent on the values of others. Both philosophy as radical critical re- flection, and art, or artistic processes of production and re- ception, can be seen as invitations to inhabit this pendular space of human experience, by way of continually opening up our habits of sensibility to new engagements in thought and life, and successfully articulating and expressing these engagements in public forms. I take Cavell’s reading of Wittgenstein’s mature philosophy as an attuning to an apt attitude towards this invitation. Is this attitude one possible, non-procedural meaning of “liberalism”?
Este artigo investiga alguns usos da metáfora da linguagem como cálculo emWittgenstein. A metáfor... more Este artigo investiga alguns usos da metáfora da linguagem como cálculo emWittgenstein. A metáfora do cálculo emerge, nos anos 30, numa interlocução com o referencialista,e é ali instrumental na recondução do olhar filosófico para os usos efetivos dosimbolismo linguístico. Contudo, foi levada longe demais, ao sugerir uma imagem dalinguagem composta apenas de inferências à maneira dos sistemas de regras fechados. Istoembargaria certa expansão pragmática do contexto criterial da análise conceitual. Mas aaplicabilidade do símile do cálculo não é invalidada. A metáfora será reativada em manuscritosposteriores, sempre e quando puder servir aos mesmos propósitos do período intermediário,à medida que o ambiente dialógico convoque novas vozes dogmaticamente referencialistas.Ainda assim, é nos manuscritos intermediários que melhor se esclarece o seufuncionamento. Tal movimento exemplifica, por fim, um método filosófico que não procedepor meio da superação de problemas à maneira científica.
Há um percurso que podemos visualizar no interior dos movimentos de pensamento do Wittgenstein ma... more Há um percurso que podemos visualizar no interior dos movimentos de pensamento do Wittgenstein maduro cujo horizonte é o de se pensar cada um dos lados do paradoxismo, ou oximoro do nosso título - espírito e objetividade -, como essencial ao outro. Acompanhemos alguns traços desse percurso, para então aludirmos, ao final, a um tal horizonte – que é ainda, para nós, uma questão aberta e que apenas começamos a explorar. (Moreno, A. R. (org.). Compreensão: Adestramento, Treinamento, Definição. Col CLE, v. 68, pp. 197-218, 2014.)
Do rigorosamente vago e seu papel na tradução Of the rigorously vague and its role in translation... more Do rigorosamente vago e seu papel na tradução Of the rigorously vague and its role in translation Uma fotografia pouco nítida é realmente a imagem de uma pessoa? Sim, pode-se sempre substituir com vantagem uma imagem pouco nítida por uma nítida? Não é a imagem pouco nítida justamente aquela de que, com frequência, precisamos? (Wittgenstein, IF § 71) Sentido e significação são conceitos vagos. (Wittgenstein, Fichas § 54
A noção de ligações intermediárias de sentido, que se revelam através de comparações entre jogos ... more A noção de ligações intermediárias de sentido, que se revelam através de comparações entre jogos de linguagem, indica os objetos excelsos de incidência de uma investigação conceitual – cujo contexto de elementos pertinentes é progressivamente ampliado por Wittgenstein. Na sua operação negativa, tal noção é profilática contra a atitude filosófica de se buscar um solo último e definitivo para o problema da forma de apresentação. Na sua operação positiva, é a ferramenta conceitual que permitirá o passo crucial de se relativizar os sistemas proposicionais fechados. Mas talvez o pleno alcance do uso de 'ligações intermediárias' se revele ao nos perguntarmos se diversidade de cenas panorâmicas da forma perspícua de representação de conceitos -cerne do “novo método” filosófico proposto por Wittgenstein- não apenas inclui casos intermediários, de forma acessória, mas, mais do que isso, é constituída por esses.
Resumo: A filosofia madura de Wittgenstein oferece uma saída terapêutica a certas perplexidades o... more Resumo: A filosofia madura de Wittgenstein oferece uma saída terapêutica a certas perplexidades oriundas de expectativas taxonômicas geradas pela descrição filosófica da experiência em geral. Trata-se, aqui, de saber em que termos isso também valeria para os fatos da experiência estética. Essa possibilidade é sugerida pelo exame da aplicação da noção de certeza à experiência estética. Por fim, esboçam-se aspectos de possíveis usos de conceitos centrais do Wittgenstein maduro a uma estética filosófica que se inspiraria no seu "novo método". Palavras-chave: Experiência estética; Experiência do significado; Espírito; Linguagem; Wittgenstein. Abstract: Wittgenstein's mature philosophy offers a therapeutic way out of some conundrums stemming from taxonomic expectations regarding philosophical description of experience in general. The paper asks if this is also true of the facts of aesthetic experience. This possibility is hinted at by examining an application of the notion of certainty to aesthetic experience. Some traits of possible uses of central concepts of the mature Wittgenstein to a philosophical aesthetics inspired by the "new method" are also canvassed.
Aesthetics Today - Contemporary Approaches to the Aesthetics of Nature and Art, 2016
Wittgenstein's mature philosophy offers a therapeutic way out of some conundrums stemming from ta... more Wittgenstein's mature philosophy offers a therapeutic way out of some conundrums stemming from taxonomic expectations regarding the philosophical description of experience in general. The paper asks if this is also true of the facts of aesthetic experience. This possibility is hinted at by examining an application of the notion of certainty to aesthetic experience. Some traits of possible uses of central concepts of the mature Wittgenstein to a philosophical aesthetics inspired by the "new method" are also canvassed.
Artistic and argumentative discourses are usually placed opposite to each other, in such a way th... more Artistic and argumentative discourses are usually placed opposite to each other, in such a way that to maximize the one is to minimize the other. Even more so if we restrict the relevant concepts to those of poetry and logic. A background of dogmatism surrounds the habit of this contrast, overdetermining the extension of these concepts - an exaggeration that might fail to do justice to the uses we make of them. We''d have to go deeper within what Wittgenstein liked to call rituals of a form of life, in which the practices of poetry and logic are to be found. Only by describing these uses more perspicuously and subtly might we do justice to the suggested contrast, if prudence should preside over our polarity. This paper, being no such description, is, however, a plea to this prudence: a methodological virtue.
Resumo: conforme se estrutura, em Wittgenstein, o conceito de jogo de linguagem, certo automatism... more Resumo: conforme se estrutura, em Wittgenstein, o conceito de jogo de linguagem, certo automatismo dos sistemas de regras fechados (como eram articulados no período do cálculo) vai sendo abandonado. As gradações internas às formas múltiplas dos fenômenos, que haviam caracterizado a introdução das regras (em substituição à forma lógica do Tractatus), migram para os próprios critérios-agrupados, agora, em famílias, em sistemas abertos. As transições entre sistemas de regras abertos ganham uma uniformidade menos regular, e a aplicabilidade da metáfora do cálculo se enfraquece, em prol da metáfora da visão. Ver sem pensar, i.e., visar os objetos já articulados no simbolismo (e não hipostasiados pelo pensamento), prepara, nos anos 30, a atitude do homem razoável de finais dos 40, abandonando-se a interlocução intensiva com o cético. Neste contexto, poder-se-á falar ainda em análise completa? Sim, mas com algumas qualificações-entre as quais a de que se abandona o princípio metodológico do estabelecimento de uma fronteira, previamente ao trabalho filosófico, entre o sentido e o não-sentido (como na Gramática filosófica). É dessas qualificações que trata o presente trabalho, com uma finalidade específica, que é a de responder à seguinte pergunta: o que explica o fato de que uma certa concepção de completude analítica é uma peça fundamental para uma teoria do conhecimento que se inspire no "novo método" de Wittgenstein, e que enseje um controle dos seus resultados através da profilaxia da terapia filosófica? Se esse controle aponta numa direção antidogmática, tal pareceria paradoxal. O nosso objetivo final é então o de buscar desfazer essa aparência de paradoxo. A pergunta de que gostaríamos de partir é a seguinte: o que explica o fato de que uma certa concepção de completude analítica é uma peça fundamental para uma teoria do conhecimento que se inspire no "novo método" de Wittgenstein, e que enseje um controle dos seus resultados através da profilaxia da terapia filosófica? Se esse controle aponta numa direção antidogmática, tal pareceria paradoxal. O nosso objetivo é desfazer essa aparência de paradoxo. Operação talvez de alguma importância, uma vez que nessa aparente inconsistência incorreria o próprio filósofo, se considerarmos que, de
Abstract: Literature, Art and Argumentative Discourse: Notes Towards a Contrast. Literature and a... more Abstract: Literature, Art and Argumentative Discourse: Notes Towards a Contrast. Literature and art, on the one hand, and argumentative discourse on the other are usually placed opposite to each other, in such a way that to maximize the one is to minimize the other. Even more so if we restrict the relevant concepts to those of poetry and logic. When we try to contrast these fields of discourse, lists of distinctive, necessary and sufficient attributes-or even the notion of function-seem to be poor instruments to describe the role played by those concepts. We think here of what Wittgenstein liked to call rituals of a form of life-which one should describe more perspicuously in order to do justice to the suggested contrast, if prudence should preside over such opposition. This paper is a plea to this prudence.
Resumo: Literatura e arte, por um lado, e discurso argumentativo, por outro, soem situar-se em campos opostos, de tal maneira que maximizar um é minimizar o outro. Mais ainda se restringimos os conceitos a poesia e lógica. Quando ensaiamos contrastar esses campos do discurso, listas de atributos distintivos necessários e suficientes, ou mesmo a noção de função, parecem recursos pobres para dar conta do papel que esses conceitos desempenham. Pensamos, com isso, no que Wittgenstein gostava de chamar de rituais de uma forma de vida-os quais haveria que descrever com mais perspicuidade para fazer justiça ao contraste sugerido, se quisermos ser mais prudentes com tal oposição. O texto é um chamado a essa prudência.
Cadernos de Hisória e Filosofia da Ciência, Campinas, Série 3, v. 14, n. 2, p. 255-274, jul.-dez. 2004., 2004
A mudança da concepção do critério geral da significação que tinha Wittgenstein no seu período in... more A mudança da concepção do critério geral da significação que tinha Wittgenstein no seu período intermediário (i.e., os sistemas de regras) para a concepção dos critérios de significação do seu período posterior (i.e., os jogos de linguagem) justifica que se fale numa correlativa mudança na aplicabilidade do conceito de ‘uso’. Acompanhar esta mudança é importante para se caracterizar o âmbito do pragmático tal como Wittgenstein o concebe, e bem assim o tipo de investigação sobre os fundamentos do simbolismo linguístico e sobre a ligação entre linguagem e mundo que esse filósofo advoga como adequada. Este artigo pretende circunscrever algumas das novas questões que, no período intermediário de Wittgenstein (29-31), conduziriam a tal mudança conceptual. Palavras-chave: Linguagem. Pragmática. Aplicação. Uso. Wittgenstein.
Ebook: <https://www.cle.unicamp.br/ebooks/index.php/publicacoes/catalog/download/3/2/10-1?inline=... more Ebook: <https://www.cle.unicamp.br/ebooks/index.php/publicacoes/catalog/download/3/2/10-1?inline=1>.
To Wittgenstein, Frazer's search for the expression of beliefs in ritual gestures is a case of aspect- blindness. I claim that it is also an attitude which is disruptive of the conditions for understanding the native’s trivial gestures. This is a methodological attitude that has an arresting effect on experience – in particular, the experience of speaking. This interruption is to be examined by means of a thought experiment. Then, through the interplay of the concepts of Spirit and Aspect, a philosophical tool is described to assess the problem that can also serve as practical guide back to ordinary experience. The next step is to examine this way out in a particularly sensitive kind of experience of meaning: the aesthetic experience, also seen as a ritual. I conclude by alluding to a possibly mutual illumination between aesthetic experience, translation studies and a Cavellian take on ordinary language.
Moreno, A. R. (org.). Wittgenstein – Como ler o álbum? Coleção CLE/ Ed. da Unicamp, 2009
O nosso ponto de partida * é uma peculiaridade do diálogo wittgensteiniano relativamente à tradiç... more O nosso ponto de partida * é uma peculiaridade do diálogo wittgensteiniano relativamente à tradição da disputa filosófica: o encenar ele outra coisa que não uma “confrontação de pontos de vista” (Baker 1999, p. 139). Que gênero de trocas de razões haveria aí? A resposta a esta pergunta ensejará a entrada no nosso tema: a maneira pela qual a composição do Wittgenstein tardio favorece certos objetivos do método, relativamente ao trabalho com os conceitos – do ponto de vista da margem de liberdade que temos nesse trabalho, e também da responsabilidade que assumimos por ele.
Moreno, A. R. (org.). Wittgenstein – Certeza? . Coleção CLE, v. 58, 2010., 2010
O objetivo deste nosso trabalho é explorar certa aspectualidade do conceito de certeza – uma cert... more O objetivo deste nosso trabalho é explorar certa aspectualidade do conceito de certeza – uma certeza como. Objetivo certamente modesto, mas que encerra um possível percurso coadjuvante à entrada num dos temas, aí sim, centrais de Da certeza, a saber, uma ligação interna entre certeza e sentido.
The notion of intermediate links, which reveal themselves through comparisons between language ga... more The notion of intermediate links, which reveal themselves through comparisons between language games, indicates the very objects of incidence of conceptual investigation – whose context of pertinent elements is continuously expanded by Wittgenstein. In its negative operation, such notion is prophylactic against the philosophical attitude of searching for an ultimate and definitive ground for the problem of the form of presentation. In its negative operation, it is the conceptual tool that will allow for the crucial step of relativising the closed propositional systems. But perhaps the full reach of the use of 'intermediate links' is shown when we inquire whether the diversity of panoramic scenes of the perspicuous mode of presentation of concepts – whose outline makes up the bulk of the philosophical “new method” proposed by Wittgenstein – more than including intermediary cases, in an adventitious fashion, is constituted by these.
Wittgenstein in/on translation
Autores
Paulo Oliveira
Alois Pichler
Arley Moreno
Sinopse
ISBN 978... more Wittgenstein in/on translation Autores Paulo Oliveira Alois Pichler Arley Moreno Sinopse ISBN 978-85-86497-40-7 / 978-85-86497-42-1 (e-book), CLE/Unicamp, 1a. Edição (2019)
One of the main sources of contemporary analytic philosophy, the work of Austrian-British philosopher Ludwig Wittgenstein impacted neighboring fields not only in philosophy but also in areas like semiotics, linguistics, education and translation studies, even though such influence is not always clearly visible or explicitly recognized – especially where this happened indirectly. Coming from these different areas, the contributors to this volume share a large experience of reading Wittgenstein – through their own research interests – and, to a great extent, also in dealing with translational questions. The topic translation serves them here as a common theme to be addressed from their particular perspectives, with sometimes complementary, sometimes conflicting results.
The Wittgenstein in translation variant involves analyzing translations of the Wittgensteinian body of work now available in several languages, by the criteria that guided the process. It also involves taking up the texts translated or revised by the author himself, which are of a signicant number in his Nachlass, whose electronic version is available online from the Wittgenstein Archives of the University of Bergen/Norway, host of the 2017 meeting that gave rise to this volume. Also guiding the Wittgenstein on translation variant is the philosopher’s perspective(s) on what translation is and how language works. What does ‘translating’ mean? Does it depend on how we conceive language itself? What Wittgensteinian concepts can be mobilized for a better understanding of the notion and practice of translating in different fields of application? These are some of the questions tackled here.
This book is an effort not only in international cooperation, but also in intercultural communication. It is written in English, which – as lingua franca – is the mother tongue of none of the contributors. It is also a result of long-term exchanges between Brazilian researchers and their European (and Latin-American) fellows, spread over many countries, but gathered around the common interest in Wittgenstein’s philosophy. Arley Ramos Moreno, one of the guest editors, left us before the book was finished – an additional reason for us to remember the Wittgenstein Colloquia he organized for many years at Unicamp, gathering many of the leading voices in the field in both sides of the Atlantic, their results being usually published by Coleção CLE. This book, which we in a way dedicate to him, is certainly in line with that tradition.
Paulo Oliveira - CEL/Unicamp, member of the CNPq research group Philosophy of Language and Knowledge
[Para adquirir o livro em papel: coedufba@ufba.br, whatsapp 71-99732-6726]
Ebook: <http://reposi... more [Para adquirir o livro em papel: coedufba@ufba.br, whatsapp 71-99732-6726]
Ebook: <http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33450>.
O lugar e o sentido da reflexão peculiar às humanidades têm sido deturpados. O aumento do alcance de discursos que promovem essa deturpação acompanha a degradação recente do debate público, promovendo atitudes obscurantistas sobre as ciências e as artes e ideias incompatíveis com uma sociedade democrática e plural. Os ensaios presentes no livro discutem aspectos da construção desses discursos. Merecem leitura atenta por quem se interessa pela defesa do pensamento crítico, da imaginação democrática e da ciência livre e rigorosa, em particular as humanidades. O livro reúne vozes de diferentes países, disciplinas e pontos de vista, dedicadas a articular uma defesa das humanidades que leve em conta a complexidade das suas funções, de críticas a epistêmicas e mesmo econômicas.
ISBN: 978-65-5630-147-1
Organizador: Rafael Lopes Azize
Ano: 2020
Formato: 16 x 23 cm
Número de páginas: 251p
<http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33304>.
Uma das contribuições da filosofia para a democ... more <http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33304>.
Uma das contribuições da filosofia para a democracia pode ser pensada como um certo tipo de engajamento intelectual, a saber: articulações do pensamento crítico no âmbito do debate público. Parte-se, assim, do pressuposto de que há uma relação intrínseca, de um lado, entre filosofia e pensamento crítico e, de outro, entre democracia e debate público. Essa relação possibilita entender a democracia como uma conversação aberta, que tem na abertura um valor e que viabiliza esse valor através da articulação entre uma dimensão universal e dimensões particulares da vida. Outra maneira de dizer isso é que a democracia é o nome da emergência do político em termos de expressão dinâmica da pluralidade, o que vai muito além do que chamamos de representação, uma condição talvez necessária, mas não suficiente para a democracia. Entender a democracia nesses termos implica não dispormos de uma fórmula pela qual nos orientarmos na vida democrática. Encontraria aí a democracia uma inviabilidade sua, ao extraviar-se no particular? É o que buscaremos examinar, através de um olhar histórico, analítico e voltado para a nossa situação presente, em particular no Brasil. Concluímos o capítulo aplicando os resultados desse exame a um tema específico, a saber, a fala cujo acesso é marcado por uma identidade de gênero.
https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31895
Este livro busca aplicações do espírito da filoso... more https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31895 Este livro busca aplicações do espírito da filosofia wittgensteiniana, mas também o seu sistema, sua rede de conceitos cooperantes, a temas e aproximações a que o filósofo concedeu menor atenção. Exemplos desse tipo de aplicação que aqui se vão ler servem, ademais, de testemunho do vigor da recepção de Wittgenstein no continente americano, em particular na América Latina – onde trabalha a maioria dos autores. Parte desse vigor se mostra, finalmente, nas aproximações com outros sistemas, tradições e modos do pensamento – como, por exemplo, as pontes aqui lançadas com a hermenêutica, a fenomenologia, a psicanálise e a dialética antiga, mas também com regiões pouco visitadas pela literatura wittgensteiniana, como a filosofia da estética, da literatura, da antropologia e da educação, e mesmo a filosofia prática, por vezes desafiando posições do próprio filósofo vienense (é o caso de aspectos das suas leituras de Freud e Platão).
Wittgenstein nas Américas: Legado e Convergências, 2018
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31895
Apresentação do volume "Wittgenstein nas Américas:... more http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31895 Apresentação do volume "Wittgenstein nas Américas: Legado e Convergências" (EDUFBA, 2018).
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Papers by Rafael L Azize
(Moreno, A. R. (org.). Compreensão: Adestramento, Treinamento, Definição. Col CLE, v. 68, pp. 197-218, 2014.)
Resumo: Literatura e arte, por um lado, e discurso argumentativo, por outro, soem situar-se em campos opostos, de tal maneira que maximizar um é minimizar o outro. Mais ainda se restringimos os conceitos a poesia e lógica. Quando ensaiamos contrastar esses campos do discurso, listas de atributos distintivos necessários e suficientes, ou mesmo a noção de função, parecem recursos pobres para dar conta do papel que esses conceitos desempenham. Pensamos, com isso, no que Wittgenstein gostava de chamar de rituais de uma forma de vida-os quais haveria que descrever com mais perspicuidade para fazer justiça ao contraste sugerido, se quisermos ser mais prudentes com tal oposição. O texto é um chamado a essa prudência.
Palavras-chave: Linguagem. Pragmática. Aplicação. Uso. Wittgenstein.
To Wittgenstein, Frazer's search for the expression of beliefs in ritual gestures is a case of aspect- blindness. I claim that it is also an attitude which is disruptive of the conditions for understanding the native’s trivial gestures. This is a methodological attitude that has an arresting effect on experience – in particular, the experience of speaking. This interruption is to be examined by means of a thought experiment. Then, through the interplay of the concepts of Spirit and Aspect, a philosophical tool is described to assess the problem that can also serve as practical guide back to ordinary experience. The next step is to examine this way out in a particularly sensitive kind of experience of meaning: the aesthetic experience, also seen as a ritual. I conclude by alluding to a possibly mutual illumination between aesthetic experience, translation studies and a Cavellian take on ordinary language.
(Moreno, A. R. (org.). Compreensão: Adestramento, Treinamento, Definição. Col CLE, v. 68, pp. 197-218, 2014.)
Resumo: Literatura e arte, por um lado, e discurso argumentativo, por outro, soem situar-se em campos opostos, de tal maneira que maximizar um é minimizar o outro. Mais ainda se restringimos os conceitos a poesia e lógica. Quando ensaiamos contrastar esses campos do discurso, listas de atributos distintivos necessários e suficientes, ou mesmo a noção de função, parecem recursos pobres para dar conta do papel que esses conceitos desempenham. Pensamos, com isso, no que Wittgenstein gostava de chamar de rituais de uma forma de vida-os quais haveria que descrever com mais perspicuidade para fazer justiça ao contraste sugerido, se quisermos ser mais prudentes com tal oposição. O texto é um chamado a essa prudência.
Palavras-chave: Linguagem. Pragmática. Aplicação. Uso. Wittgenstein.
To Wittgenstein, Frazer's search for the expression of beliefs in ritual gestures is a case of aspect- blindness. I claim that it is also an attitude which is disruptive of the conditions for understanding the native’s trivial gestures. This is a methodological attitude that has an arresting effect on experience – in particular, the experience of speaking. This interruption is to be examined by means of a thought experiment. Then, through the interplay of the concepts of Spirit and Aspect, a philosophical tool is described to assess the problem that can also serve as practical guide back to ordinary experience. The next step is to examine this way out in a particularly sensitive kind of experience of meaning: the aesthetic experience, also seen as a ritual. I conclude by alluding to a possibly mutual illumination between aesthetic experience, translation studies and a Cavellian take on ordinary language.
Autores
Paulo Oliveira
Alois Pichler
Arley Moreno
Sinopse
ISBN 978-85-86497-40-7 / 978-85-86497-42-1 (e-book), CLE/Unicamp, 1a. Edição (2019)
One of the main sources of contemporary analytic philosophy, the work of Austrian-British philosopher Ludwig Wittgenstein impacted neighboring fields not only in philosophy but also in areas like semiotics, linguistics, education and translation studies, even though such influence is not always clearly visible or explicitly recognized – especially where this happened indirectly. Coming from these different areas, the contributors to this volume share a large experience of reading Wittgenstein – through their own research interests – and, to a great extent, also in dealing with translational questions. The topic translation serves them here as a common theme to be addressed from their particular perspectives, with sometimes complementary, sometimes conflicting results.
The Wittgenstein in translation variant involves analyzing translations of the Wittgensteinian body of work now available in several languages, by the criteria that guided the process. It also involves taking up the texts translated or revised by the author himself, which are of a signicant number in his Nachlass, whose electronic version is available online from the Wittgenstein Archives of the University of Bergen/Norway, host of the 2017 meeting that gave rise to this volume. Also guiding the Wittgenstein on translation variant is the philosopher’s perspective(s) on what translation is and how language works. What does ‘translating’ mean? Does it depend on how we conceive language itself? What Wittgensteinian concepts can be mobilized for a better understanding of the notion and practice of translating in different fields of application? These are some of the questions tackled here.
This book is an effort not only in international cooperation, but also in intercultural communication. It is written in English, which – as lingua franca – is the mother tongue of none of the contributors. It is also a result of long-term exchanges between Brazilian researchers and their European (and Latin-American) fellows, spread over many countries, but gathered around the common interest in Wittgenstein’s philosophy. Arley Ramos Moreno, one of the guest editors, left us before the book was finished – an additional reason for us to remember the Wittgenstein Colloquia he organized for many years at Unicamp, gathering many of the leading voices in the field in both sides of the Atlantic, their results being usually published by Coleção CLE. This book, which we in a way dedicate to him, is certainly in line with that tradition.
Paulo Oliveira - CEL/Unicamp, member of the CNPq research group Philosophy of Language and Knowledge
Capítulos
Wittgenstein in/on translation
Ebook: <http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33450>.
O lugar e o sentido da reflexão peculiar às humanidades têm sido deturpados. O aumento do alcance de discursos que promovem essa deturpação acompanha a degradação recente do debate público, promovendo atitudes obscurantistas sobre as ciências e as artes e ideias incompatíveis com uma sociedade democrática e plural. Os ensaios presentes no livro discutem aspectos da construção desses discursos. Merecem leitura atenta por quem se interessa pela defesa do pensamento crítico, da imaginação democrática e da ciência livre e rigorosa, em particular as humanidades. O livro reúne vozes de diferentes países, disciplinas e pontos de vista, dedicadas a articular uma defesa das humanidades que leve em conta a complexidade das suas funções, de críticas a epistêmicas e mesmo econômicas.
ISBN: 978-65-5630-147-1
Organizador: Rafael Lopes Azize
Ano: 2020
Formato: 16 x 23 cm
Número de páginas: 251p
Uma das contribuições da filosofia para a democracia pode ser pensada como um certo tipo de engajamento intelectual, a saber: articulações do pensamento crítico no âmbito do debate público. Parte-se, assim, do pressuposto de que há uma relação intrínseca, de um lado, entre filosofia e pensamento crítico e, de outro, entre democracia e debate público. Essa relação possibilita entender a democracia como uma conversação aberta, que tem na abertura um valor e que viabiliza esse valor através da articulação entre uma dimensão universal e dimensões particulares da vida. Outra maneira de dizer isso é que a democracia é o nome da emergência do político em termos de expressão dinâmica da pluralidade, o que vai muito além do que chamamos de representação, uma condição talvez necessária, mas não suficiente para a democracia. Entender a democracia nesses termos implica não dispormos de uma fórmula pela qual nos orientarmos na vida democrática. Encontraria aí a democracia uma inviabilidade sua, ao extraviar-se no particular? É o que buscaremos examinar, através de um olhar histórico, analítico e voltado para a nossa situação presente, em particular no Brasil. Concluímos o capítulo aplicando os resultados desse exame a um tema específico, a saber, a fala cujo acesso é marcado por uma identidade de gênero.
Este livro busca aplicações do espírito da filosofia wittgensteiniana, mas também o seu sistema, sua rede de conceitos cooperantes, a temas e aproximações a que o filósofo concedeu menor atenção. Exemplos desse tipo de aplicação que aqui se vão ler servem, ademais, de testemunho do vigor da recepção de Wittgenstein no continente americano, em particular na América Latina – onde trabalha a maioria dos autores. Parte desse vigor se mostra, finalmente, nas aproximações com outros sistemas, tradições e modos do pensamento – como, por exemplo, as pontes aqui lançadas com a hermenêutica, a fenomenologia, a psicanálise e a dialética antiga, mas também com regiões pouco visitadas pela literatura wittgensteiniana, como a filosofia da estética, da literatura, da antropologia e da educação, e mesmo a filosofia prática, por vezes desafiando posições do próprio filósofo vienense (é o caso de aspectos das suas leituras de Freud e Platão).
Apresentação do volume "Wittgenstein nas Américas: Legado e Convergências" (EDUFBA, 2018).