Papers by Andreh Santos Francisco
Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 2022
Alcione Bastos Alves é médica, terapeuta e mestre em psicologia. Em sua dissertação de mestrado, ... more Alcione Bastos Alves é médica, terapeuta e mestre em psicologia. Em sua dissertação de mestrado, a autora se propõe a analisar a percepção de homens sobre suas masculinidades a partir de imagens infantis que constituem seu repertório psíquico, buscando possíveis relações de determinados
Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 2021
Revista Brasileira de Sexualidade Humana V. 32 n°2, 2021
Em sua pesquisa, Márcia Mesquita ... more Revista Brasileira de Sexualidade Humana V. 32 n°2, 2021
Em sua pesquisa, Márcia Mesquita se propõe a observar “a construção dos rostos de mulheres consumidoras de maquiagem através do seu uso e suas técnicas”, apresentando não apenas os hábitos, técnicas e saberes de suas interlocutoras, mas também contando suas histórias, gostos, intenções e preocupações, além de nos proporcionar debates interessantes e importantes sobre quem somos e como nos construímos dentro das sociedades em que vivemos. Para isso, ela frequentou feiras e eventos de cosméticos e produtos de beleza, participou de grupos e/ou comunidades virtuais de maquiagem, observou tutoriais on-line e participou de cursos, acompanhou virtual ou pessoalmente diversas pessoas (anônimas ou famosas) e, por fim, entrevistou algumas mulheres que toparam falar sobre sua relação com a maquiagem.
Revista Brasileira de Sexualidade Humana V. 32 n°1, 2021
Resenha da Dissertação de Mestrado em Antropologia, de Thuani Coutinho Gomes de Queiroz, intitula... more Resenha da Dissertação de Mestrado em Antropologia, de Thuani Coutinho Gomes de Queiroz, intitulada "'Homem não fala sobre vida sexual!': Iniciações, violências e outros apontamentos masculinos sobre sexo e sexualidade". (Niterói, 2020). Neste trabalho, a autora apresenta o resultado de sua pesquisa, que envolveu a entrevista de 7 homens de idades, origens e orientações sexuais distintas, acerca da construção de masculinidades, perpassadas pela vida sexual de cada um deles e o papel de assédios e violência sexuais nessa construção. A pesquisa surgiu do interesse da autora em pesquisar sobre abuso sexual masculino, saindo da visão mais comum do homem como abusador e tentando enxergar os homens numa eventual posição de vítima. Aponta as dificuldades em fazer os homens falarem sobre suas experiências negativas e, também, sobre o Próprio entendimento do que seria ou não uma experiência negativa - o quanto isso está marcado por elementos relacionais e situacionais.
De “Lacraia” ao “Negão de tirar o chapéu”: Apontamentos sobre Masculinidades e Negritudes em Aplicativos de Encontros entre Homens, 2019
As sociedades estão em constante transformação. Nada é estanque: ideias, mentalidades, conceitos,... more As sociedades estão em constante transformação. Nada é estanque: ideias, mentalidades, conceitos, moralidades etc. estão sempre sujeitos à mudança. Algumas mudanças nos padrões de comportamento humano se processaram conjuntamente com as transformações de desejos, expressões e – o mais interessante – acompanhando o advento de uma série de inovações tecnológicas. O smartphone trouxe a internet e uma série e aplicativos para a palma da mão de cada um de nós. Se é verdade que a internet encurta distâncias e diminui barreiras, é compreensível a transposição da vida social para ambientes virtuais. Com o advento dos aplicativos de encontros, novos comportamentos se configuram nas relações que se estabelecem entre os indivíduos, ao passo que vários outros se mantém e mesmo se reforçam. O acesso facilitado à internet levou os mais variados indivíduos ao uso dessas redes geossociais, em busca de se relacionar com outras pessoas. Nos aplicativos de encontros entre homens, no que tange às ideias e às representações de identidades, perpassando por gênero/raça, talvez a vida virtual não seja esse espaço privilegiado de exaltação da diversidade e diferença.
DOS SANTOS FRANCISCO, André Henrique. DE “LACRAIA” AO “NEGÃO DE TIRAR O CHAPÉU”: APONTAMENTOS SOBRE MASCULINIDADES E NEGRITUDES EM APLICATIVOS DE ENCONTROS ENTRE HOMENS. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S.l.], v. 11, n. 30, nov. 2019. ISSN 2177-2770. Disponível em: <https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/807>. Acesso em: 16 out. 2020.
Artigo publicado nos anais da XIII Reunião de Antropologia do Mercosul – 22 a 25 de Julho de 201... more Artigo publicado nos anais da XIII Reunião de Antropologia do Mercosul – 22 a 25 de Julho de 2019, Porto Alegre (RS) – Grupo de Trabalho 55 - Etnografias no Ciberespaço
Artigo publicado nos anais da XIII Reunião de Antropologia do Mercosul - 22 a 25 de Julho de 201... more Artigo publicado nos anais da XIII Reunião de Antropologia do Mercosul - 22 a 25 de Julho de 2019, Porto Alegre (RS) – Grupo de Trabalho 66 - Intimidades e intercambios: debates y perspectivas antropológicas.
Os avanços tecnológicos, especialmente os mais recentes, propiciaram uma
maior facilidade de circ... more Os avanços tecnológicos, especialmente os mais recentes, propiciaram uma
maior facilidade de circulação e de acesso a diversos produtos culturais. A pornografia é
uma expressão cultural e, como tal, se apresenta nos diversos elementos da cultura
material e imaterial. Dessa forma, sua difusão e consumo se beneficiaram dessas
facilidades proporcionadas pela tecnologia.
A pornografia imbui-se de um caráter subversivo ao trazer à tona o sexo – um
assunto de ‘bastidores’ - e promover um discurso acerca da sexualidade diferente do
socialmente estabelecido. Além de possibilitar alcance a esse discurso antes ‘indizível’,
as mudanças tecnológicas – num contexto de maior abertura para se tratar de sexo na
sociedade – possibilitaram também a facilidade de produção e circulação de material
pornográfico caseiro, notadamente as sex tapes.
Se partimos do princípio que a sex tape representa uma pornografia de cunho
mais íntimo e pessoal, mais conectada com a realidade do público (posto que é o
espectador que a produz), além de possibilitar um discurso libertário, são produzidas
imagens de corpos, performances e masculinidades diferentes do padrão estabelecido e
socialmente aceito.
Ao entender o comportamento como uma construção social e a pornografia
(tradicional ou caseira) como um produto cultural, podemos entender que as sex tapes
tratam-se de um importante objeto de estudos, especialmente no que tange ao
comportamento sexual humano.
Analisando essa produção caseira, em comparação com os produtos clássicos do
pornô tradicional (produzido sob medida, de acordo com as noções e orientações
estabelecidas pelo mercado), podemos buscar uma maior compreensão das relações que
se estabelecem entre a pornografia e a construção de padrões de comportamento, de
identidades, de imagens e corporalidades, de performances e performatividades.
Dessa forma, ao analisarmos as entrevistas de pessoas que se engajaram em sex
tapes – ou seja, espectadores que se tornaram agentes/produtores – podemos tentar
desvelar aspectos dessa produção dessas imagens, corpos e práticas, buscando entender
as diversas questões e noções de masculinidades, corporalidades e performances que
afloram desse pornô pessoal grafado/desenhado na tela.
Com a devida apropriação do argumento beauvoiriano, não se nasce homem: torna-se homem. E, durant... more Com a devida apropriação do argumento beauvoiriano, não se nasce homem: torna-se homem. E, durante um longo período de tempo, este processo de construção englobava a assimilação e a reprodução de uma série de caracteres, tais como força, virilidade, controle de emoções, competência, entre muitos outros. Partindo dessa base, o ideal de masculinidade socialmente aceito abarcava, então, uma espécie de ideia quase que romantizada acerca de potência e mesmo de dominação.
A fragilidade desse ‘tornar-se homem’, no entanto, reside no fato de que a construção da identidade masculina se baseia fortemente na negação de características componentes do espectro de outras identidades: tornar-se homem significaria negar o feminino, negar o infantil, negar a homossexualidade.
A partir do início do século XX, este ‘frágil ego masculino’ torna-se cada vez mais evidente. Especialmente nos últimos anos, com a redefinição do papel da mulher na sociedade e a luta pela igualdade entre os gêneros, com o avanço da teoria queer e várias outras discussões contemporâneas, os questionamentos em torno da identidade do homem sugerem que há uma espécie crise da masculinidade.
A masculinidade pode estar em crise, mas não está fadada à extinção. Pelo contrário, especialmente nesse início do século XXI, vão se consolidando novas formas de ‘tornar-se homem’, isto é, cada vez mais se apresentam novas masculinidades, formas de exercer/performar o masculino diferentes do padrão.
Se entendemos que a pornografia tem um importante papel na construção da identidade e do comportamento masculino – não apenas no âmbito sexual, mas também na esfera social – e que esta, enquanto produto cultural, também se ‘alimenta’ destes comportamentos, é importante tentar entender as relações que se estabelecem entre as diversas masculinidades e as novas (e diversas) formas de se produzir pornografia.
A proposta deste trabalho, então, é levantar alguns apontamentos sobre essa relação das diferentes pornografias com as diferentes masculinidades nesse âmbito de crise que enfrenta o homem contemporâneo.
O apelo pela exibição do ‘real’ tornou-se uma marca da contemporaneidade no Ocidente. O entreteni... more O apelo pela exibição do ‘real’ tornou-se uma marca da contemporaneidade no Ocidente. O entretenimento é, atualmente, o principal produto fornecido pela mídia, que espetaculariza o cotidiano de modo a seduzir suas audiências e apresenta discursos e imagens muito específicos acerca do prazer. Ao transformar o cotidiano em espetáculo, a televisão - assim como quaisquer outros meios de comunicação de massa - produz novos significados (ou ressignifica os antigos), de acordo com uma lógica de mercado. Assim, o sexo e suas representações se deslocam para um eixo mercadológico.
A pornografia, enquanto discurso do sexo e manifestação cultural, também não escapa dessa tendência à espetacularização. A presença dos elementos pornográficos e eróticos no nosso dia a dia é muito maior que imaginamos. Desde leves insinuações eróticas em anúncios de produtos que usamos cotidianamente até produtos de sex shop, sua presença se faz sentir com cada vez mais força. Alusões ao sexo e seus temas estão presentes em nossa vida cotidiana, podendo ser encontradas praticamente em qualquer lugar.
Ao se desenvolver como indústria e construir um mercado legal, a pornografia ramificou-se de forma rápida alcançando, atualmente, através dos milhares de páginas da internet consideradas pornôs, uma quantidade inimaginável de gêneros e categorias. Se o avanço tecnológico permitiu o crescimento e popularização da pornografia, encontramos também mudanças de mentalidade que permitiram que se falasse mais abertamente sobre sexualidade – discursos, antes ‘indizíveis’ - sobre a intimidade e a privacidade, sobre a experiência pessoal do sexo.
Dessa forma, a pornografia é uma fantasia de desvelamento da intimidade dos comportamentos sexuais, do cotidiano do sexo. A produção dos filmes pornográficos segue a tendência de espetacularização dos produtos culturais da sociedade atual. E é nesse ponto – no exercício da sexualidade como movimento identitário - que se faz sentir a influência da pornografia: a criação de ideias e padrões de comportamentos apresentados pelos filmes pornográficos tem uma agência intensa sobre a construção de identidades.
De fato, a pornografia torna-se um produto industrializado, com tendências à homogeneização da sexualidade. Porém, diferente de outros bens comuns e ordinários, é um produto que estabelece uma relação diferente com seu consumidor: mexe com a imaginação e com a fantasia de cada um, logo, cada consumidor se relacione com a pornografia de modo único, singular.
Essa diferenciação se faz sentir especialmente nas produções caseiras que, essencialmente, surgem como novas formas de representar a realidade: a sex tape é, por excelência, o espaço de representação dos corpos e das práticas que diferem – e mesmo divergem – dos padrões apresentados, difundidos e naturalizados pela pornografia mainstream.
Mas essa mesma produção caseira não está totalmente livre dos padrões estabelecidos pelo circuito mainstream da pornografia. Mesmo com total liberdade de criação de material, há uma preocupação – consciente ou não – em reproduzir padrões, imagens e estéticas relativamente comuns da pornografia tradicional como garantia de produção da excitação.
A pornografia é mais que uma forma de retratamento da vida sexual. Enquanto manifestação cultural... more A pornografia é mais que uma forma de retratamento da vida sexual. Enquanto manifestação cultural, a pornografia também é um elemento de forte caráter pedagógico na construção de comportamentos sociais e sexuais.
Entendendo o comportamento (especialmente, nesse caso, o comportamento sexual masculino) como fruto de construção social, podemos tentar compreender como noções, ideias e imagens das masculinidades - ligadas à corporalidade e à performance - se apropriam dos discursos expressos na pornografia, seja ela mainstream, amadora ou mesmo caseira.
A proposta básica desse artigo é apontar que a pornografia, pelo seu caráter pedagógico e sua inserção na cultura, pode ser um importante objeto de estudos dentro das ciências sociais.
Posto que se trata de manifestação cultural que faz sentir sua influência sobre padrões de comportamento social e sexual, talvez seja esse o momento da pornografia assumir certo protagonismo em estudos que tratem de sexualidade, corporalidade, gênero e outros temas correlatos.
Thesis Chapters by Andreh Santos Francisco
André H. Santos Francisco, 2022
A “vida virtual” se tornou parte integrante da vida social das pessoas, especialmente dentro das ... more A “vida virtual” se tornou parte integrante da vida social das pessoas, especialmente dentro das sociedades com maior acesso a tecnologias digitais. Há vários
exemplos de plataformas utilizadas como espaços virtuais de sociabilidade e socialização, onde conta, para além do detalhamento gráfico e outros quesitos técnicos, a dimensão das regras e normas que regem a vida social neste ambiente virtual.
Se é verdade que a internet encurta distâncias e diminui barreiras, é compreensível a transposição da vida social para ambientes virtuais. Desse modo, pouco antes da virada do milênio, começaram a surgir os sites especializados em serviços de namoro online, onde os usuários podem conhecer pessoas e, por conversas e encontros, desenvolver algum tipo de contato ou mesmo relacionamentos, sejam eles de amizade, românticos ou de cunho sexual. Esse processo é facilitado pela difusão dos smartphones, que trazem a internet para a palma da mão do usuário.
O acesso facilitado à internet levou os mais variados indivíduos ao uso de redes geossociais, em busca de se relacionar com outras pessoas. Mas nem sempre esse “outro”
é bem-visto, especialmente em contraposição ao “eu” que pode visualizá-lo e, também, invisibilizá-lo. Assim, nos tempos atuais é importante falar das relações de gênero e questões de masculinidades como produtos culturais que se estabelecem e se (re)produzem nos ambientes virtuais.
No âmbito dos relacionamentos que se estabelecem entre homens, a busca por um par ideal contempla uma série de exigências que expressam noções específicas de corpos,
características e comportamentos vinculados a um padrão. Basicamente, ao se cadastrar num aplicativo de encontros, a pessoa cria um perfil contendo algumas de suas
informações pessoais, bem como é instada a citar suas expectativas quanto ao tipo de encontros que esperam e pessoas que desejam. Podemos entender que cada perfil é
construído pelo usuário com o propósito de chamar atenção para si, de se fazer atraente para o máximo de pessoas possíveis, dentro das condições que o usuário espera.
É interessante, então, observar textos, imagens e outros elementos dos perfis para entender um pouco mais sobre as estratégias de controle de impressões, especialmente como forma de valorizar o perfil e angariar mais atenção dos outros usuários.
Além disso, como o perfil é uma “isca” para atrair o interesse enquanto se navega por um mar de usuários, faz-se necessário lançar um olhar sobre esses perfis para entender o que motiva as pessoas não apenas a entrar em contato com alguém, mas em manter esse contato e partir para circuitos que possibilitem o encontro presencial. A observação dos perfis dos usuários bem como as análises entrevistas podem proporcionar o entendimento sobre a construção de expectativas, sua satisfação e frustração. Nesse sentido, é possível desvelar uma série de categorias, ideias e noções ligadas às masculinidades, que se
produzem e reproduzem no ambiente virtual.
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Papers by Andreh Santos Francisco
Em sua pesquisa, Márcia Mesquita se propõe a observar “a construção dos rostos de mulheres consumidoras de maquiagem através do seu uso e suas técnicas”, apresentando não apenas os hábitos, técnicas e saberes de suas interlocutoras, mas também contando suas histórias, gostos, intenções e preocupações, além de nos proporcionar debates interessantes e importantes sobre quem somos e como nos construímos dentro das sociedades em que vivemos. Para isso, ela frequentou feiras e eventos de cosméticos e produtos de beleza, participou de grupos e/ou comunidades virtuais de maquiagem, observou tutoriais on-line e participou de cursos, acompanhou virtual ou pessoalmente diversas pessoas (anônimas ou famosas) e, por fim, entrevistou algumas mulheres que toparam falar sobre sua relação com a maquiagem.
DOS SANTOS FRANCISCO, André Henrique. DE “LACRAIA” AO “NEGÃO DE TIRAR O CHAPÉU”: APONTAMENTOS SOBRE MASCULINIDADES E NEGRITUDES EM APLICATIVOS DE ENCONTROS ENTRE HOMENS. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S.l.], v. 11, n. 30, nov. 2019. ISSN 2177-2770. Disponível em: <https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/807>. Acesso em: 16 out. 2020.
maior facilidade de circulação e de acesso a diversos produtos culturais. A pornografia é
uma expressão cultural e, como tal, se apresenta nos diversos elementos da cultura
material e imaterial. Dessa forma, sua difusão e consumo se beneficiaram dessas
facilidades proporcionadas pela tecnologia.
A pornografia imbui-se de um caráter subversivo ao trazer à tona o sexo – um
assunto de ‘bastidores’ - e promover um discurso acerca da sexualidade diferente do
socialmente estabelecido. Além de possibilitar alcance a esse discurso antes ‘indizível’,
as mudanças tecnológicas – num contexto de maior abertura para se tratar de sexo na
sociedade – possibilitaram também a facilidade de produção e circulação de material
pornográfico caseiro, notadamente as sex tapes.
Se partimos do princípio que a sex tape representa uma pornografia de cunho
mais íntimo e pessoal, mais conectada com a realidade do público (posto que é o
espectador que a produz), além de possibilitar um discurso libertário, são produzidas
imagens de corpos, performances e masculinidades diferentes do padrão estabelecido e
socialmente aceito.
Ao entender o comportamento como uma construção social e a pornografia
(tradicional ou caseira) como um produto cultural, podemos entender que as sex tapes
tratam-se de um importante objeto de estudos, especialmente no que tange ao
comportamento sexual humano.
Analisando essa produção caseira, em comparação com os produtos clássicos do
pornô tradicional (produzido sob medida, de acordo com as noções e orientações
estabelecidas pelo mercado), podemos buscar uma maior compreensão das relações que
se estabelecem entre a pornografia e a construção de padrões de comportamento, de
identidades, de imagens e corporalidades, de performances e performatividades.
Dessa forma, ao analisarmos as entrevistas de pessoas que se engajaram em sex
tapes – ou seja, espectadores que se tornaram agentes/produtores – podemos tentar
desvelar aspectos dessa produção dessas imagens, corpos e práticas, buscando entender
as diversas questões e noções de masculinidades, corporalidades e performances que
afloram desse pornô pessoal grafado/desenhado na tela.
A fragilidade desse ‘tornar-se homem’, no entanto, reside no fato de que a construção da identidade masculina se baseia fortemente na negação de características componentes do espectro de outras identidades: tornar-se homem significaria negar o feminino, negar o infantil, negar a homossexualidade.
A partir do início do século XX, este ‘frágil ego masculino’ torna-se cada vez mais evidente. Especialmente nos últimos anos, com a redefinição do papel da mulher na sociedade e a luta pela igualdade entre os gêneros, com o avanço da teoria queer e várias outras discussões contemporâneas, os questionamentos em torno da identidade do homem sugerem que há uma espécie crise da masculinidade.
A masculinidade pode estar em crise, mas não está fadada à extinção. Pelo contrário, especialmente nesse início do século XXI, vão se consolidando novas formas de ‘tornar-se homem’, isto é, cada vez mais se apresentam novas masculinidades, formas de exercer/performar o masculino diferentes do padrão.
Se entendemos que a pornografia tem um importante papel na construção da identidade e do comportamento masculino – não apenas no âmbito sexual, mas também na esfera social – e que esta, enquanto produto cultural, também se ‘alimenta’ destes comportamentos, é importante tentar entender as relações que se estabelecem entre as diversas masculinidades e as novas (e diversas) formas de se produzir pornografia.
A proposta deste trabalho, então, é levantar alguns apontamentos sobre essa relação das diferentes pornografias com as diferentes masculinidades nesse âmbito de crise que enfrenta o homem contemporâneo.
A pornografia, enquanto discurso do sexo e manifestação cultural, também não escapa dessa tendência à espetacularização. A presença dos elementos pornográficos e eróticos no nosso dia a dia é muito maior que imaginamos. Desde leves insinuações eróticas em anúncios de produtos que usamos cotidianamente até produtos de sex shop, sua presença se faz sentir com cada vez mais força. Alusões ao sexo e seus temas estão presentes em nossa vida cotidiana, podendo ser encontradas praticamente em qualquer lugar.
Ao se desenvolver como indústria e construir um mercado legal, a pornografia ramificou-se de forma rápida alcançando, atualmente, através dos milhares de páginas da internet consideradas pornôs, uma quantidade inimaginável de gêneros e categorias. Se o avanço tecnológico permitiu o crescimento e popularização da pornografia, encontramos também mudanças de mentalidade que permitiram que se falasse mais abertamente sobre sexualidade – discursos, antes ‘indizíveis’ - sobre a intimidade e a privacidade, sobre a experiência pessoal do sexo.
Dessa forma, a pornografia é uma fantasia de desvelamento da intimidade dos comportamentos sexuais, do cotidiano do sexo. A produção dos filmes pornográficos segue a tendência de espetacularização dos produtos culturais da sociedade atual. E é nesse ponto – no exercício da sexualidade como movimento identitário - que se faz sentir a influência da pornografia: a criação de ideias e padrões de comportamentos apresentados pelos filmes pornográficos tem uma agência intensa sobre a construção de identidades.
De fato, a pornografia torna-se um produto industrializado, com tendências à homogeneização da sexualidade. Porém, diferente de outros bens comuns e ordinários, é um produto que estabelece uma relação diferente com seu consumidor: mexe com a imaginação e com a fantasia de cada um, logo, cada consumidor se relacione com a pornografia de modo único, singular.
Essa diferenciação se faz sentir especialmente nas produções caseiras que, essencialmente, surgem como novas formas de representar a realidade: a sex tape é, por excelência, o espaço de representação dos corpos e das práticas que diferem – e mesmo divergem – dos padrões apresentados, difundidos e naturalizados pela pornografia mainstream.
Mas essa mesma produção caseira não está totalmente livre dos padrões estabelecidos pelo circuito mainstream da pornografia. Mesmo com total liberdade de criação de material, há uma preocupação – consciente ou não – em reproduzir padrões, imagens e estéticas relativamente comuns da pornografia tradicional como garantia de produção da excitação.
Entendendo o comportamento (especialmente, nesse caso, o comportamento sexual masculino) como fruto de construção social, podemos tentar compreender como noções, ideias e imagens das masculinidades - ligadas à corporalidade e à performance - se apropriam dos discursos expressos na pornografia, seja ela mainstream, amadora ou mesmo caseira.
A proposta básica desse artigo é apontar que a pornografia, pelo seu caráter pedagógico e sua inserção na cultura, pode ser um importante objeto de estudos dentro das ciências sociais.
Posto que se trata de manifestação cultural que faz sentir sua influência sobre padrões de comportamento social e sexual, talvez seja esse o momento da pornografia assumir certo protagonismo em estudos que tratem de sexualidade, corporalidade, gênero e outros temas correlatos.
Thesis Chapters by Andreh Santos Francisco
exemplos de plataformas utilizadas como espaços virtuais de sociabilidade e socialização, onde conta, para além do detalhamento gráfico e outros quesitos técnicos, a dimensão das regras e normas que regem a vida social neste ambiente virtual.
Se é verdade que a internet encurta distâncias e diminui barreiras, é compreensível a transposição da vida social para ambientes virtuais. Desse modo, pouco antes da virada do milênio, começaram a surgir os sites especializados em serviços de namoro online, onde os usuários podem conhecer pessoas e, por conversas e encontros, desenvolver algum tipo de contato ou mesmo relacionamentos, sejam eles de amizade, românticos ou de cunho sexual. Esse processo é facilitado pela difusão dos smartphones, que trazem a internet para a palma da mão do usuário.
O acesso facilitado à internet levou os mais variados indivíduos ao uso de redes geossociais, em busca de se relacionar com outras pessoas. Mas nem sempre esse “outro”
é bem-visto, especialmente em contraposição ao “eu” que pode visualizá-lo e, também, invisibilizá-lo. Assim, nos tempos atuais é importante falar das relações de gênero e questões de masculinidades como produtos culturais que se estabelecem e se (re)produzem nos ambientes virtuais.
No âmbito dos relacionamentos que se estabelecem entre homens, a busca por um par ideal contempla uma série de exigências que expressam noções específicas de corpos,
características e comportamentos vinculados a um padrão. Basicamente, ao se cadastrar num aplicativo de encontros, a pessoa cria um perfil contendo algumas de suas
informações pessoais, bem como é instada a citar suas expectativas quanto ao tipo de encontros que esperam e pessoas que desejam. Podemos entender que cada perfil é
construído pelo usuário com o propósito de chamar atenção para si, de se fazer atraente para o máximo de pessoas possíveis, dentro das condições que o usuário espera.
É interessante, então, observar textos, imagens e outros elementos dos perfis para entender um pouco mais sobre as estratégias de controle de impressões, especialmente como forma de valorizar o perfil e angariar mais atenção dos outros usuários.
Além disso, como o perfil é uma “isca” para atrair o interesse enquanto se navega por um mar de usuários, faz-se necessário lançar um olhar sobre esses perfis para entender o que motiva as pessoas não apenas a entrar em contato com alguém, mas em manter esse contato e partir para circuitos que possibilitem o encontro presencial. A observação dos perfis dos usuários bem como as análises entrevistas podem proporcionar o entendimento sobre a construção de expectativas, sua satisfação e frustração. Nesse sentido, é possível desvelar uma série de categorias, ideias e noções ligadas às masculinidades, que se
produzem e reproduzem no ambiente virtual.
Em sua pesquisa, Márcia Mesquita se propõe a observar “a construção dos rostos de mulheres consumidoras de maquiagem através do seu uso e suas técnicas”, apresentando não apenas os hábitos, técnicas e saberes de suas interlocutoras, mas também contando suas histórias, gostos, intenções e preocupações, além de nos proporcionar debates interessantes e importantes sobre quem somos e como nos construímos dentro das sociedades em que vivemos. Para isso, ela frequentou feiras e eventos de cosméticos e produtos de beleza, participou de grupos e/ou comunidades virtuais de maquiagem, observou tutoriais on-line e participou de cursos, acompanhou virtual ou pessoalmente diversas pessoas (anônimas ou famosas) e, por fim, entrevistou algumas mulheres que toparam falar sobre sua relação com a maquiagem.
DOS SANTOS FRANCISCO, André Henrique. DE “LACRAIA” AO “NEGÃO DE TIRAR O CHAPÉU”: APONTAMENTOS SOBRE MASCULINIDADES E NEGRITUDES EM APLICATIVOS DE ENCONTROS ENTRE HOMENS. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S.l.], v. 11, n. 30, nov. 2019. ISSN 2177-2770. Disponível em: <https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/807>. Acesso em: 16 out. 2020.
maior facilidade de circulação e de acesso a diversos produtos culturais. A pornografia é
uma expressão cultural e, como tal, se apresenta nos diversos elementos da cultura
material e imaterial. Dessa forma, sua difusão e consumo se beneficiaram dessas
facilidades proporcionadas pela tecnologia.
A pornografia imbui-se de um caráter subversivo ao trazer à tona o sexo – um
assunto de ‘bastidores’ - e promover um discurso acerca da sexualidade diferente do
socialmente estabelecido. Além de possibilitar alcance a esse discurso antes ‘indizível’,
as mudanças tecnológicas – num contexto de maior abertura para se tratar de sexo na
sociedade – possibilitaram também a facilidade de produção e circulação de material
pornográfico caseiro, notadamente as sex tapes.
Se partimos do princípio que a sex tape representa uma pornografia de cunho
mais íntimo e pessoal, mais conectada com a realidade do público (posto que é o
espectador que a produz), além de possibilitar um discurso libertário, são produzidas
imagens de corpos, performances e masculinidades diferentes do padrão estabelecido e
socialmente aceito.
Ao entender o comportamento como uma construção social e a pornografia
(tradicional ou caseira) como um produto cultural, podemos entender que as sex tapes
tratam-se de um importante objeto de estudos, especialmente no que tange ao
comportamento sexual humano.
Analisando essa produção caseira, em comparação com os produtos clássicos do
pornô tradicional (produzido sob medida, de acordo com as noções e orientações
estabelecidas pelo mercado), podemos buscar uma maior compreensão das relações que
se estabelecem entre a pornografia e a construção de padrões de comportamento, de
identidades, de imagens e corporalidades, de performances e performatividades.
Dessa forma, ao analisarmos as entrevistas de pessoas que se engajaram em sex
tapes – ou seja, espectadores que se tornaram agentes/produtores – podemos tentar
desvelar aspectos dessa produção dessas imagens, corpos e práticas, buscando entender
as diversas questões e noções de masculinidades, corporalidades e performances que
afloram desse pornô pessoal grafado/desenhado na tela.
A fragilidade desse ‘tornar-se homem’, no entanto, reside no fato de que a construção da identidade masculina se baseia fortemente na negação de características componentes do espectro de outras identidades: tornar-se homem significaria negar o feminino, negar o infantil, negar a homossexualidade.
A partir do início do século XX, este ‘frágil ego masculino’ torna-se cada vez mais evidente. Especialmente nos últimos anos, com a redefinição do papel da mulher na sociedade e a luta pela igualdade entre os gêneros, com o avanço da teoria queer e várias outras discussões contemporâneas, os questionamentos em torno da identidade do homem sugerem que há uma espécie crise da masculinidade.
A masculinidade pode estar em crise, mas não está fadada à extinção. Pelo contrário, especialmente nesse início do século XXI, vão se consolidando novas formas de ‘tornar-se homem’, isto é, cada vez mais se apresentam novas masculinidades, formas de exercer/performar o masculino diferentes do padrão.
Se entendemos que a pornografia tem um importante papel na construção da identidade e do comportamento masculino – não apenas no âmbito sexual, mas também na esfera social – e que esta, enquanto produto cultural, também se ‘alimenta’ destes comportamentos, é importante tentar entender as relações que se estabelecem entre as diversas masculinidades e as novas (e diversas) formas de se produzir pornografia.
A proposta deste trabalho, então, é levantar alguns apontamentos sobre essa relação das diferentes pornografias com as diferentes masculinidades nesse âmbito de crise que enfrenta o homem contemporâneo.
A pornografia, enquanto discurso do sexo e manifestação cultural, também não escapa dessa tendência à espetacularização. A presença dos elementos pornográficos e eróticos no nosso dia a dia é muito maior que imaginamos. Desde leves insinuações eróticas em anúncios de produtos que usamos cotidianamente até produtos de sex shop, sua presença se faz sentir com cada vez mais força. Alusões ao sexo e seus temas estão presentes em nossa vida cotidiana, podendo ser encontradas praticamente em qualquer lugar.
Ao se desenvolver como indústria e construir um mercado legal, a pornografia ramificou-se de forma rápida alcançando, atualmente, através dos milhares de páginas da internet consideradas pornôs, uma quantidade inimaginável de gêneros e categorias. Se o avanço tecnológico permitiu o crescimento e popularização da pornografia, encontramos também mudanças de mentalidade que permitiram que se falasse mais abertamente sobre sexualidade – discursos, antes ‘indizíveis’ - sobre a intimidade e a privacidade, sobre a experiência pessoal do sexo.
Dessa forma, a pornografia é uma fantasia de desvelamento da intimidade dos comportamentos sexuais, do cotidiano do sexo. A produção dos filmes pornográficos segue a tendência de espetacularização dos produtos culturais da sociedade atual. E é nesse ponto – no exercício da sexualidade como movimento identitário - que se faz sentir a influência da pornografia: a criação de ideias e padrões de comportamentos apresentados pelos filmes pornográficos tem uma agência intensa sobre a construção de identidades.
De fato, a pornografia torna-se um produto industrializado, com tendências à homogeneização da sexualidade. Porém, diferente de outros bens comuns e ordinários, é um produto que estabelece uma relação diferente com seu consumidor: mexe com a imaginação e com a fantasia de cada um, logo, cada consumidor se relacione com a pornografia de modo único, singular.
Essa diferenciação se faz sentir especialmente nas produções caseiras que, essencialmente, surgem como novas formas de representar a realidade: a sex tape é, por excelência, o espaço de representação dos corpos e das práticas que diferem – e mesmo divergem – dos padrões apresentados, difundidos e naturalizados pela pornografia mainstream.
Mas essa mesma produção caseira não está totalmente livre dos padrões estabelecidos pelo circuito mainstream da pornografia. Mesmo com total liberdade de criação de material, há uma preocupação – consciente ou não – em reproduzir padrões, imagens e estéticas relativamente comuns da pornografia tradicional como garantia de produção da excitação.
Entendendo o comportamento (especialmente, nesse caso, o comportamento sexual masculino) como fruto de construção social, podemos tentar compreender como noções, ideias e imagens das masculinidades - ligadas à corporalidade e à performance - se apropriam dos discursos expressos na pornografia, seja ela mainstream, amadora ou mesmo caseira.
A proposta básica desse artigo é apontar que a pornografia, pelo seu caráter pedagógico e sua inserção na cultura, pode ser um importante objeto de estudos dentro das ciências sociais.
Posto que se trata de manifestação cultural que faz sentir sua influência sobre padrões de comportamento social e sexual, talvez seja esse o momento da pornografia assumir certo protagonismo em estudos que tratem de sexualidade, corporalidade, gênero e outros temas correlatos.
exemplos de plataformas utilizadas como espaços virtuais de sociabilidade e socialização, onde conta, para além do detalhamento gráfico e outros quesitos técnicos, a dimensão das regras e normas que regem a vida social neste ambiente virtual.
Se é verdade que a internet encurta distâncias e diminui barreiras, é compreensível a transposição da vida social para ambientes virtuais. Desse modo, pouco antes da virada do milênio, começaram a surgir os sites especializados em serviços de namoro online, onde os usuários podem conhecer pessoas e, por conversas e encontros, desenvolver algum tipo de contato ou mesmo relacionamentos, sejam eles de amizade, românticos ou de cunho sexual. Esse processo é facilitado pela difusão dos smartphones, que trazem a internet para a palma da mão do usuário.
O acesso facilitado à internet levou os mais variados indivíduos ao uso de redes geossociais, em busca de se relacionar com outras pessoas. Mas nem sempre esse “outro”
é bem-visto, especialmente em contraposição ao “eu” que pode visualizá-lo e, também, invisibilizá-lo. Assim, nos tempos atuais é importante falar das relações de gênero e questões de masculinidades como produtos culturais que se estabelecem e se (re)produzem nos ambientes virtuais.
No âmbito dos relacionamentos que se estabelecem entre homens, a busca por um par ideal contempla uma série de exigências que expressam noções específicas de corpos,
características e comportamentos vinculados a um padrão. Basicamente, ao se cadastrar num aplicativo de encontros, a pessoa cria um perfil contendo algumas de suas
informações pessoais, bem como é instada a citar suas expectativas quanto ao tipo de encontros que esperam e pessoas que desejam. Podemos entender que cada perfil é
construído pelo usuário com o propósito de chamar atenção para si, de se fazer atraente para o máximo de pessoas possíveis, dentro das condições que o usuário espera.
É interessante, então, observar textos, imagens e outros elementos dos perfis para entender um pouco mais sobre as estratégias de controle de impressões, especialmente como forma de valorizar o perfil e angariar mais atenção dos outros usuários.
Além disso, como o perfil é uma “isca” para atrair o interesse enquanto se navega por um mar de usuários, faz-se necessário lançar um olhar sobre esses perfis para entender o que motiva as pessoas não apenas a entrar em contato com alguém, mas em manter esse contato e partir para circuitos que possibilitem o encontro presencial. A observação dos perfis dos usuários bem como as análises entrevistas podem proporcionar o entendimento sobre a construção de expectativas, sua satisfação e frustração. Nesse sentido, é possível desvelar uma série de categorias, ideias e noções ligadas às masculinidades, que se
produzem e reproduzem no ambiente virtual.