Doutor em História pela Universidade Federal de Minas Gerais. Suas pesquisas são dentro da área de História da África e suas diásporas, com concentração no tema História Social do Comércio na Senegâmbia. É autor do livro "O Gâmbia no Mundo Atlântico: Fulas, Jalofos e Mandingas Mandingas no Comércio Global Moderno" e de artigos como "Novas aproximações sobre o comércio, produção e o uso de marfim Guiné do Cabo Verde (1448-1699)", "Entre Senegâmbia e Angola: Comércio Atlântico, Protagonismo Africano e Dinâmicas Regionais (Século XVII e XIX)" e "O Comércio Atlântico de Couro na Senegâmbia 1580-1700". Atualmente é professor efetivo no ensino básico da rede estadual de Minas Gerais e professor substituto na Universidade Federal de Minas Gerais. Possui interesse em pesquisas relacionadas a história social do comércio na África; história atlântica; epistemologias pós-coloniais; e independências africanas. Supervisors: Vanicleia Silva Santos
Marfins Africanos como Insígnias de Poder: Contexto de Produção e Usos Dentro e Fora da África, 2023
Este trabalho tem o intuito de discutir dois aspectos sobre os usos dos
marfins na Senegâmbia: an... more Este trabalho tem o intuito de discutir dois aspectos sobre os usos dos marfins na Senegâmbia: analisar as trocas rituais que precediam o comércio atlântico entre europeus e africanos na região da Senegâmbia, bem como as utilizações internas de marfim in natura e de produtos de marfim em contextos diplomáticos, rituais e militares. As fontes escritas por europeus e cabo-verdianos são unânimes ao descrever que em todos os portos, fosse fluvial ou marítimo, os europeus tinham o hábito de conceder alguns produtos como “presentes” ou tributos aos soberanos e comerciantes senegambianos. Em troca, os governantes africanos dessa macrorregião, em geral, ofereciam alguns produtos aos europeus. Era costume que os “presentes” ofertados pelos governantes senegambianos aos comerciantes e soberanos europeus derivassem da caça ao elefante: presas de marfim, couro e carne. Enquanto as presas configuravam-se como presentes, a carne desse mamífero era habitualmente consumida nos encontros. Além dos usos de parte do elefante in natura, notamos que havia usos de instrumentos de marfim em contextos cerimoniais locais. Demonstrarei que esses objetos não eram concebidos e confeccionados apenas para atender à demanda europeia.
Marfins Africanos no Mundo Atlântico, 1400-1900, 2021
Este trabalho tem por objetivo analisar o comércio de marfim na Senegâmbia entre os séculos XV e ... more Este trabalho tem por objetivo analisar o comércio de marfim na Senegâmbia entre os séculos XV e XVII. 2 Buscaremos discutir as formas de extrativismo dessa mercadoria, pontuando as dificuldades da caça ao elefante e as formas que os europeus possuíam de a adquirir. Analisaremos também o marfim enquanto produto proveniente não apenas do comércio com os povos que habitavam a costa da Senegâmbia, mas que também provinha de rotas interioranas de comércio, buscando, por fim, entender o destino final desta mercadoria.
Este artigo tem por intenção discutir o funcionamento do comércio de longa distância no interior ... more Este artigo tem por intenção discutir o funcionamento do comércio de longa distância no interior de duas regiões que foram profundamente integradas às malhas do comércio atlântico, a Senegâmbia e a Angola Central, em dois momentos de reconfiguração econômica dessas macrorregiões: a intensificação do contato dos povos da Senegâmbia com o comércio atlântico nos séculos XVI e XVII e as novas demandas por gêneros coloniais de Angola em meados do XIX, após a proibição legal do tráfico de escravizados. Para isso, analisamos as dinâmicas sociais e econômicas preexistentes nas regiões, os agentes comerciais envolvidos neste comércio, bem como a circulação de mercadorias atlânticas, debatendo por fim sobre as transformações políticas, sociais e econômicas causadas por esses processos históricos.
O presente trabalho tem por intenção discutir o que era o espaço conhecido por Senegâmbia entre o... more O presente trabalho tem por intenção discutir o que era o espaço conhecido por Senegâmbia entre os séculos XV e XVII. Para isso, faz uma análise histórica, embasada em fontes produzidas neste período, produtos das interações econômicas, políticas, sociais e culturais entre europeus e senegambianos, bem como na historiografia especializada sobre o tema. O principal referencial teórico metodológico para a análise é a História Atlântica, conceptualização que leva em consideração que os contatos por vias atlânticas entre três continentes, África, América e Europa, geraram diferentes mudanças, à depender do tempo e do espaço em que foram realizadas. Recente historiografia, que parte dessa premissa teórica, passou a procurar entender a agência dos povos africanos na conformação do mundo atlântico, não sendo apenas personagens passivos no contato com europeus e americanos, premissa compartilhada por este trabalho. Os sujeitos em análise são os diferentes povos que habitavam a Senegâmbia, os comerciantes europeus com que se conectavam pelo comércio atlântico, bem como os europeus que, dentro da prática social senegambiana, Landlord and Strangers Reciprocities, se instalavam em terra na região. O resultado da discussão foi um entendimento, por nossa parte, de quais seriam os “cimentos” que dariam unidade à Senegâmbia, bem como a percepção da premente agência dos senegambianos na conformação do mundo atlântico.
AbeÁfrica: Revista da Associação Brasileira de Estudos Africanos, 2019
Este artigo tem por intenção analisar a produção, uso interno e comércio de couro na Senegâmbia e... more Este artigo tem por intenção analisar a produção, uso interno e comércio de couro na Senegâmbia entre 1580 e 1700 com base em relatos de viagem produzidos à época, além de tradições orais recolhidas no século XX. Fizemos uma análise contextual da Senegâmbia neste período, explicitando o que caracterizamos por este espaço e quais eram os principais povos que habitavam a região nos séculos XVI e XVII. Buscamos entender o comércio atlântico que ali se desenrolava em geral e fizemos a análise específica do comércio do couro, que inferimos ser uma das três principais mercadorias de exportação da Senegâmbia neste período, no sentido da oferta, demanda e volume comercial. A intenção é perceber a diversidade e a complexidade das relações mercantis entre os europeus e os povos senegambianos durante o período moderno.
O Comércio de Marfim no Mundo Atlântico Circulação e Produção Séculos XV-XIX, 2018
Este capítulo tem a intenção de analisar o comércio e a
circulação atlântica de marfim a partir d... more Este capítulo tem a intenção de analisar o comércio e a circulação atlântica de marfim a partir do escopo espacial da região que é chamada “Guiné do Cabo-Verde”, sobretudo a partir da análise da coletânea documental chamada Monumenta Missionária Africana.
Cultura, história intelectual e patrimônio na África Ocidental, 2019
Estaria Cipriano Barata retomando os eventos do século XV? Seria uma referência à traição do capi... more Estaria Cipriano Barata retomando os eventos do século XV? Seria uma referência à traição do capitão Pero Vaz da Cunha a Bemoy? Ou seria à crise sucessória do trono Jalofo? A partir desse indício, iremos discutir a hipótese de que os impressos do Brasil no século XIX evidenciam as permanências e a circulação da experiência histórica africana no mundo atlântico, atravessando diferentes temporalidades e espaços geográficos.
Esta dissertação consiste na análise das mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas ocor... more Esta dissertação consiste na análise das mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas ocorrida entre os habitantes das margens do rio Gâmbia – fulas, mandingas e jalofos – diante do impacto provocado pelo comércio atlântico no período entre 1580 e 1630. Para isso, foram utilizados três tipos de documentação - os relatos de viagem de André Álvares Almada, escrito em 1594, Richard Jobson, escrito em 1623, André Donelha, escrito em 1625, e Pieter Van den Broecke escrito em 1630, as cartas de missionários e a documentação administrativa referente ao arquipélago de Cabo Verde, referentes ao período entre 1580 e 1630, (as duas últimas publicadas na obra Monumenta Missionária Africana, coligida pelo padre Antônio Brásio). Além disso, esta pesquisa procura demonstrar quais eram os produtos de circulação atlântica no rio Gâmbia, bem como os portos onde ocorria o comércio nesse rio. Analisando os agentes que participaram deste comércio, procurou-se também discutir o protagonismo comercial dos fulas, mandingas e jalofos em relação aos comerciantes europeus.
O objetivo deste artigo é fazer uma análise imanente da obra, discursos políticos e produção teór... more O objetivo deste artigo é fazer uma análise imanente da obra, discursos políticos e produção teórica de Amílcar Cabral, líder independentista de Guiné-Bissau e Cabo Verde, e Kwame Nkrumah, líder da independência de Gana e notório pan-africanista, sobretudo no que diz respeito ao conceito de unidade política. Buscaremos entender quais são as condições necessárias para a construção e a explicação, por parte dos autores, do porque seria necessária a criação desta unidade política, seja em âmbito nacional, seja em âmbito continental. Para isso, nos debruçaremos na análise de obras de ambos os autores, explicitando as semelhanças e diferenças de análise, no que diz respeito à necessidade de uma unidade nacional, continental ou mesmo terceiro-mundista, que levasse adiante os processos independentistas. Além disso, buscaremos o entendimento da análise de ambos os autores no que diz respeito a qual sistema político deveria ser adotado nos países e/ou no continente recém-independentes.
O marfim no mundo moderno: comércio, circulação, fé e status social (séculos XV-XIX), 2017
Este artigo tem a intenção de discutir a caça de elefantes no rio Gâmbia entre 1580 e 1630, muito... more Este artigo tem a intenção de discutir a caça de elefantes no rio Gâmbia entre 1580 e 1630, muito praticada na região. Argumenta-se que havia grande demanda europeia pela mercadoria, o que fazia com que o Marfim possuísse um alto valor agregado e se tornasse uma das principais mercadorias de circulação atlântica no rio Gâmbia entre 1580 e 1630.
Actas de Las I Jornadas Internacionales de Historia del Mundo Atlantico en la Modernidad Temprana, 2018
Este trabajo tiene como objetivo pensar las sociedades – fulani, mandinga y jólof – que vivían en... more Este trabajo tiene como objetivo pensar las sociedades – fulani, mandinga y jólof – que vivían en las orillas del río Gambia, entre 1580 y 1630, y sus relaciones con el comercio en el mundo Atlántico. Se propone pensar el espacio como definió John Thornton, según el cual "el Atlántico también se conectaba a rutas fluviales tanto en África como en las Américas, que constituían un complemento vital para el Océano, reuniendo sociedades y Estados que, con frecuencia, se situaban a kilómetros de la costa en contacto con el mar y, por consiguiente, con otras sociedades y Estados". En este sentido, pensamos que el río Gambia, navegable en parte de su extensión, permitió que el comercio euro-africano interiorizase en esta región del África Occidental conectándose con rutas comerciales existentes en regiones interiores. La existencia del comercio Atlántico generó varias transformaciones en el territorio, característico con la composición y ampliación de una nueva red comercial, que confería poder económico, político y social para el pueblo costero que vivía a orilla del río Gambia: región antes periférica en relación a los grandes centros políticos que tenían las rutas saharianas como su principal medio de comercio de larga distancia. Resaltamos la impresión de que los fulani, mandinga y jólof - y los africanos en general - fueron agentes fundamentales en la formación de este Mundo Atlántico. Frente a esta coyuntura, presentaremos los cambios en el territorio, derivados de las interacciones atlánticas, resaltando el papel activo desempeñado por esos pueblos en la conformación del comercio atlántico.
Cadernos ensinar: saberes de fazeres da docência, 2015
Este artigo tem como objetivo socializar uma experiência desenvolvida nas aulas de História, com ... more Este artigo tem como objetivo socializar uma experiência desenvolvida nas aulas de História, com alunos do 5º ano do Ensino Fundamental do Centro Pedagógico da UFMG, em 2012. O continente africano era a temática em questão. A intenção é refletir sobre as possibilidades de abordagem deste tema tendo em vista o processo de (re)elaboração de ideias e opiniões.
Marfins Africanos como Insígnias de Poder: Contexto de Produção e Usos Dentro e Fora da África, 2023
Este trabalho tem o intuito de discutir dois aspectos sobre os usos dos
marfins na Senegâmbia: an... more Este trabalho tem o intuito de discutir dois aspectos sobre os usos dos marfins na Senegâmbia: analisar as trocas rituais que precediam o comércio atlântico entre europeus e africanos na região da Senegâmbia, bem como as utilizações internas de marfim in natura e de produtos de marfim em contextos diplomáticos, rituais e militares. As fontes escritas por europeus e cabo-verdianos são unânimes ao descrever que em todos os portos, fosse fluvial ou marítimo, os europeus tinham o hábito de conceder alguns produtos como “presentes” ou tributos aos soberanos e comerciantes senegambianos. Em troca, os governantes africanos dessa macrorregião, em geral, ofereciam alguns produtos aos europeus. Era costume que os “presentes” ofertados pelos governantes senegambianos aos comerciantes e soberanos europeus derivassem da caça ao elefante: presas de marfim, couro e carne. Enquanto as presas configuravam-se como presentes, a carne desse mamífero era habitualmente consumida nos encontros. Além dos usos de parte do elefante in natura, notamos que havia usos de instrumentos de marfim em contextos cerimoniais locais. Demonstrarei que esses objetos não eram concebidos e confeccionados apenas para atender à demanda europeia.
Marfins Africanos no Mundo Atlântico, 1400-1900, 2021
Este trabalho tem por objetivo analisar o comércio de marfim na Senegâmbia entre os séculos XV e ... more Este trabalho tem por objetivo analisar o comércio de marfim na Senegâmbia entre os séculos XV e XVII. 2 Buscaremos discutir as formas de extrativismo dessa mercadoria, pontuando as dificuldades da caça ao elefante e as formas que os europeus possuíam de a adquirir. Analisaremos também o marfim enquanto produto proveniente não apenas do comércio com os povos que habitavam a costa da Senegâmbia, mas que também provinha de rotas interioranas de comércio, buscando, por fim, entender o destino final desta mercadoria.
Este artigo tem por intenção discutir o funcionamento do comércio de longa distância no interior ... more Este artigo tem por intenção discutir o funcionamento do comércio de longa distância no interior de duas regiões que foram profundamente integradas às malhas do comércio atlântico, a Senegâmbia e a Angola Central, em dois momentos de reconfiguração econômica dessas macrorregiões: a intensificação do contato dos povos da Senegâmbia com o comércio atlântico nos séculos XVI e XVII e as novas demandas por gêneros coloniais de Angola em meados do XIX, após a proibição legal do tráfico de escravizados. Para isso, analisamos as dinâmicas sociais e econômicas preexistentes nas regiões, os agentes comerciais envolvidos neste comércio, bem como a circulação de mercadorias atlânticas, debatendo por fim sobre as transformações políticas, sociais e econômicas causadas por esses processos históricos.
O presente trabalho tem por intenção discutir o que era o espaço conhecido por Senegâmbia entre o... more O presente trabalho tem por intenção discutir o que era o espaço conhecido por Senegâmbia entre os séculos XV e XVII. Para isso, faz uma análise histórica, embasada em fontes produzidas neste período, produtos das interações econômicas, políticas, sociais e culturais entre europeus e senegambianos, bem como na historiografia especializada sobre o tema. O principal referencial teórico metodológico para a análise é a História Atlântica, conceptualização que leva em consideração que os contatos por vias atlânticas entre três continentes, África, América e Europa, geraram diferentes mudanças, à depender do tempo e do espaço em que foram realizadas. Recente historiografia, que parte dessa premissa teórica, passou a procurar entender a agência dos povos africanos na conformação do mundo atlântico, não sendo apenas personagens passivos no contato com europeus e americanos, premissa compartilhada por este trabalho. Os sujeitos em análise são os diferentes povos que habitavam a Senegâmbia, os comerciantes europeus com que se conectavam pelo comércio atlântico, bem como os europeus que, dentro da prática social senegambiana, Landlord and Strangers Reciprocities, se instalavam em terra na região. O resultado da discussão foi um entendimento, por nossa parte, de quais seriam os “cimentos” que dariam unidade à Senegâmbia, bem como a percepção da premente agência dos senegambianos na conformação do mundo atlântico.
AbeÁfrica: Revista da Associação Brasileira de Estudos Africanos, 2019
Este artigo tem por intenção analisar a produção, uso interno e comércio de couro na Senegâmbia e... more Este artigo tem por intenção analisar a produção, uso interno e comércio de couro na Senegâmbia entre 1580 e 1700 com base em relatos de viagem produzidos à época, além de tradições orais recolhidas no século XX. Fizemos uma análise contextual da Senegâmbia neste período, explicitando o que caracterizamos por este espaço e quais eram os principais povos que habitavam a região nos séculos XVI e XVII. Buscamos entender o comércio atlântico que ali se desenrolava em geral e fizemos a análise específica do comércio do couro, que inferimos ser uma das três principais mercadorias de exportação da Senegâmbia neste período, no sentido da oferta, demanda e volume comercial. A intenção é perceber a diversidade e a complexidade das relações mercantis entre os europeus e os povos senegambianos durante o período moderno.
O Comércio de Marfim no Mundo Atlântico Circulação e Produção Séculos XV-XIX, 2018
Este capítulo tem a intenção de analisar o comércio e a
circulação atlântica de marfim a partir d... more Este capítulo tem a intenção de analisar o comércio e a circulação atlântica de marfim a partir do escopo espacial da região que é chamada “Guiné do Cabo-Verde”, sobretudo a partir da análise da coletânea documental chamada Monumenta Missionária Africana.
Cultura, história intelectual e patrimônio na África Ocidental, 2019
Estaria Cipriano Barata retomando os eventos do século XV? Seria uma referência à traição do capi... more Estaria Cipriano Barata retomando os eventos do século XV? Seria uma referência à traição do capitão Pero Vaz da Cunha a Bemoy? Ou seria à crise sucessória do trono Jalofo? A partir desse indício, iremos discutir a hipótese de que os impressos do Brasil no século XIX evidenciam as permanências e a circulação da experiência histórica africana no mundo atlântico, atravessando diferentes temporalidades e espaços geográficos.
Esta dissertação consiste na análise das mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas ocor... more Esta dissertação consiste na análise das mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas ocorrida entre os habitantes das margens do rio Gâmbia – fulas, mandingas e jalofos – diante do impacto provocado pelo comércio atlântico no período entre 1580 e 1630. Para isso, foram utilizados três tipos de documentação - os relatos de viagem de André Álvares Almada, escrito em 1594, Richard Jobson, escrito em 1623, André Donelha, escrito em 1625, e Pieter Van den Broecke escrito em 1630, as cartas de missionários e a documentação administrativa referente ao arquipélago de Cabo Verde, referentes ao período entre 1580 e 1630, (as duas últimas publicadas na obra Monumenta Missionária Africana, coligida pelo padre Antônio Brásio). Além disso, esta pesquisa procura demonstrar quais eram os produtos de circulação atlântica no rio Gâmbia, bem como os portos onde ocorria o comércio nesse rio. Analisando os agentes que participaram deste comércio, procurou-se também discutir o protagonismo comercial dos fulas, mandingas e jalofos em relação aos comerciantes europeus.
O objetivo deste artigo é fazer uma análise imanente da obra, discursos políticos e produção teór... more O objetivo deste artigo é fazer uma análise imanente da obra, discursos políticos e produção teórica de Amílcar Cabral, líder independentista de Guiné-Bissau e Cabo Verde, e Kwame Nkrumah, líder da independência de Gana e notório pan-africanista, sobretudo no que diz respeito ao conceito de unidade política. Buscaremos entender quais são as condições necessárias para a construção e a explicação, por parte dos autores, do porque seria necessária a criação desta unidade política, seja em âmbito nacional, seja em âmbito continental. Para isso, nos debruçaremos na análise de obras de ambos os autores, explicitando as semelhanças e diferenças de análise, no que diz respeito à necessidade de uma unidade nacional, continental ou mesmo terceiro-mundista, que levasse adiante os processos independentistas. Além disso, buscaremos o entendimento da análise de ambos os autores no que diz respeito a qual sistema político deveria ser adotado nos países e/ou no continente recém-independentes.
O marfim no mundo moderno: comércio, circulação, fé e status social (séculos XV-XIX), 2017
Este artigo tem a intenção de discutir a caça de elefantes no rio Gâmbia entre 1580 e 1630, muito... more Este artigo tem a intenção de discutir a caça de elefantes no rio Gâmbia entre 1580 e 1630, muito praticada na região. Argumenta-se que havia grande demanda europeia pela mercadoria, o que fazia com que o Marfim possuísse um alto valor agregado e se tornasse uma das principais mercadorias de circulação atlântica no rio Gâmbia entre 1580 e 1630.
Actas de Las I Jornadas Internacionales de Historia del Mundo Atlantico en la Modernidad Temprana, 2018
Este trabajo tiene como objetivo pensar las sociedades – fulani, mandinga y jólof – que vivían en... more Este trabajo tiene como objetivo pensar las sociedades – fulani, mandinga y jólof – que vivían en las orillas del río Gambia, entre 1580 y 1630, y sus relaciones con el comercio en el mundo Atlántico. Se propone pensar el espacio como definió John Thornton, según el cual "el Atlántico también se conectaba a rutas fluviales tanto en África como en las Américas, que constituían un complemento vital para el Océano, reuniendo sociedades y Estados que, con frecuencia, se situaban a kilómetros de la costa en contacto con el mar y, por consiguiente, con otras sociedades y Estados". En este sentido, pensamos que el río Gambia, navegable en parte de su extensión, permitió que el comercio euro-africano interiorizase en esta región del África Occidental conectándose con rutas comerciales existentes en regiones interiores. La existencia del comercio Atlántico generó varias transformaciones en el territorio, característico con la composición y ampliación de una nueva red comercial, que confería poder económico, político y social para el pueblo costero que vivía a orilla del río Gambia: región antes periférica en relación a los grandes centros políticos que tenían las rutas saharianas como su principal medio de comercio de larga distancia. Resaltamos la impresión de que los fulani, mandinga y jólof - y los africanos en general - fueron agentes fundamentales en la formación de este Mundo Atlántico. Frente a esta coyuntura, presentaremos los cambios en el territorio, derivados de las interacciones atlánticas, resaltando el papel activo desempeñado por esos pueblos en la conformación del comercio atlántico.
Cadernos ensinar: saberes de fazeres da docência, 2015
Este artigo tem como objetivo socializar uma experiência desenvolvida nas aulas de História, com ... more Este artigo tem como objetivo socializar uma experiência desenvolvida nas aulas de História, com alunos do 5º ano do Ensino Fundamental do Centro Pedagógico da UFMG, em 2012. O continente africano era a temática em questão. A intenção é refletir sobre as possibilidades de abordagem deste tema tendo em vista o processo de (re)elaboração de ideias e opiniões.
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marfins na Senegâmbia: analisar as trocas rituais que precediam o comércio atlântico entre europeus e africanos na região da Senegâmbia, bem como as utilizações internas de marfim in natura e de produtos de marfim em contextos diplomáticos, rituais e militares. As fontes escritas por europeus e cabo-verdianos são unânimes ao descrever que em todos os portos, fosse fluvial ou marítimo, os europeus tinham o hábito de conceder alguns produtos como “presentes” ou tributos aos soberanos e comerciantes senegambianos. Em troca, os governantes africanos dessa macrorregião, em geral, ofereciam alguns produtos aos europeus. Era costume que os “presentes” ofertados pelos governantes senegambianos aos comerciantes e soberanos europeus derivassem da caça ao elefante: presas de marfim, couro e carne. Enquanto as presas configuravam-se como presentes, a carne desse mamífero era habitualmente consumida nos encontros. Além dos usos de parte do elefante in natura, notamos que havia usos de instrumentos de marfim em contextos cerimoniais locais. Demonstrarei que esses objetos não eram concebidos e confeccionados apenas para atender à demanda europeia.
Analisaremos também o marfim enquanto produto proveniente não apenas do comércio com os povos que habitavam a costa da Senegâmbia, mas que também provinha de rotas interioranas de comércio, buscando, por fim, entender o destino final desta mercadoria.
legal do tráfico de escravizados. Para isso, analisamos as dinâmicas sociais e econômicas preexistentes nas regiões, os agentes comerciais envolvidos neste comércio, bem como a circulação de mercadorias atlânticas, debatendo por fim sobre as transformações políticas, sociais e econômicas causadas por esses processos históricos.
como os europeus que, dentro da prática social senegambiana, Landlord and Strangers Reciprocities, se instalavam em terra na região. O resultado da discussão foi um entendimento, por nossa parte, de quais seriam os “cimentos” que dariam unidade à Senegâmbia, bem como a percepção da premente agência dos senegambianos na conformação do mundo atlântico.
circulação atlântica de marfim a partir do escopo espacial da região que
é chamada “Guiné do Cabo-Verde”, sobretudo a partir da análise da
coletânea documental chamada Monumenta Missionária Africana.
marfins na Senegâmbia: analisar as trocas rituais que precediam o comércio atlântico entre europeus e africanos na região da Senegâmbia, bem como as utilizações internas de marfim in natura e de produtos de marfim em contextos diplomáticos, rituais e militares. As fontes escritas por europeus e cabo-verdianos são unânimes ao descrever que em todos os portos, fosse fluvial ou marítimo, os europeus tinham o hábito de conceder alguns produtos como “presentes” ou tributos aos soberanos e comerciantes senegambianos. Em troca, os governantes africanos dessa macrorregião, em geral, ofereciam alguns produtos aos europeus. Era costume que os “presentes” ofertados pelos governantes senegambianos aos comerciantes e soberanos europeus derivassem da caça ao elefante: presas de marfim, couro e carne. Enquanto as presas configuravam-se como presentes, a carne desse mamífero era habitualmente consumida nos encontros. Além dos usos de parte do elefante in natura, notamos que havia usos de instrumentos de marfim em contextos cerimoniais locais. Demonstrarei que esses objetos não eram concebidos e confeccionados apenas para atender à demanda europeia.
Analisaremos também o marfim enquanto produto proveniente não apenas do comércio com os povos que habitavam a costa da Senegâmbia, mas que também provinha de rotas interioranas de comércio, buscando, por fim, entender o destino final desta mercadoria.
legal do tráfico de escravizados. Para isso, analisamos as dinâmicas sociais e econômicas preexistentes nas regiões, os agentes comerciais envolvidos neste comércio, bem como a circulação de mercadorias atlânticas, debatendo por fim sobre as transformações políticas, sociais e econômicas causadas por esses processos históricos.
como os europeus que, dentro da prática social senegambiana, Landlord and Strangers Reciprocities, se instalavam em terra na região. O resultado da discussão foi um entendimento, por nossa parte, de quais seriam os “cimentos” que dariam unidade à Senegâmbia, bem como a percepção da premente agência dos senegambianos na conformação do mundo atlântico.
circulação atlântica de marfim a partir do escopo espacial da região que
é chamada “Guiné do Cabo-Verde”, sobretudo a partir da análise da
coletânea documental chamada Monumenta Missionária Africana.