Osmundo Pinho, is a social anthropologist and holds a PhD in Social Sciences (UNICAMP). He serves as Professor at the Graduate Program in Social Sciences at the Federal University of Recôncavo da Bahia in Cachoeira and in the Graduate Program in Ethnic and African Studies at the Federal University of Bahia in Salvador. He was a visiting scholar at the Department of Africa and African Diaspora Studies at the University of Texas at Austin (2014) and a Richard E. Greenleaf Fellow at the Latin American Library at the University of Tulane in New Orleans (2020). He is the author of “Cativeiro: Antinegritude e Ancestralidade” (Segundo Selo, 2021) and co-editor with Joao H. C. Vargas of “Antinegritude: O Impossível Sujeito Negro na Formação Social Brasileira” (Fino Traço, 2016) in addition to other books, academic articles and critical essays.
Objetificación y Subjetividad: Masculinidades Negras.
Osmundo Pinho propone un debate en torno... more Objetificación y Subjetividad: Masculinidades Negras.
Osmundo Pinho propone un debate en torno de la dialéctica entre la subjetividad y objetificación en el contexto del Recóncavo de Bahía (Brasil) abordando el proyecto de investigación en la Escola Estadual Rômulo Galvão, en el municipio de São Félix. Discute las implicaciones prácticas y las tensiones políticas involucradas en el reconocimiento de las incomodidades estructurales, históricas y políticas que determinan la práctica de investigación.
Cativeiro: antinegritude e ancestralidade, novo livro de Osmundo Pinho , vem contribuir de forma ... more Cativeiro: antinegritude e ancestralidade, novo livro de Osmundo Pinho , vem contribuir de forma decisiva com debates urgentes na sociedade brasileira, mostrando porque seu autor é um importante intelectual, no Brasil, de agora agora. O livro integra a coleção "Na encruza" dedicada a publicação da produção teórica negra, da editora Segundo Selo. E conta com as luxuosas participações de Paulo Ramos, na orelha; Jaime Amparo Alves no prefácio e Maria Dolores Sosin Rodriguez, no posfácio. E capa de Matheus Carvalho Melo.
Decolonising the University: a conversation on the stakes, problematics and possibilities of deco... more Decolonising the University: a conversation on the stakes, problematics and possibilities of decolonising universities in the 2020s, with Osmundo Pinho, Associate Professor of Social Anthropology and Cultural Studies at Recôncavo da Bahia Federal University, Brazil, and Rahul Rao, Senior Lecturer in Politics at SOAS, University of London. The coversation and Q&A will be chaired by Yaiza Hernández Velázquez, Lecturer in Visual Cultures at Goldsmiths, University of London.
Part of the online symposium series, Decolonisation in the 2020s, hosted by Afterall, The UAL Decolonising Arts Institute, the Museu de Arte de São Paulo and Goldsmiths Department of Visual Cultures
Aulas Abiertas: Sesión 4
Racismo estructural, criminalización de minorías y reforma (¿abolición?)... more Aulas Abiertas: Sesión 4 Racismo estructural, criminalización de minorías y reforma (¿abolición?) de la policía.
- Osmundo Pinho. Universidad Federal del Recóncavo de Bahía (UFRB). - Colectivo antirracista Contextos.
- Camila Esguerra Muelle, ASAB - Universidad Distrital y Escuela de Estudios de Género / UN.
- Ángela Facundo, Departamento de Antropología, Universidad Federal de Río Grande del Norte (UFRN).
- Mara Viveros Vigoya. Escuela de Estudios de Género, Facultad de Ciencias Humanas, Universidad Nacional de Colombia.
- Franklin Gil Hernández. Escuela de Estudios de Género, Facultad de Ciencias Humanas, Universidad Nacional de Colombia.
Entrevista e diálogo sobre o "Brau" como performance incorporada da masculinidade negra. Como dis... more Entrevista e diálogo sobre o "Brau" como performance incorporada da masculinidade negra. Como discutido o "brau" desafia tanto as regras de bom comportamento, de boa apresentação, de beleza, de boa educação, quanto também desafia os padrões tradicionais de identidade negra, muito pautados pela lógica da integração racial. O brau não quer integração, o brau não quer ser aceito pela classe média branca, pelos intelectuais, pela opinião pública. O brau quer desafiar. O brau quer, ou quis no passado, provocar uma cisão, uma ruptura, causar escândalo. Então o escândalo que o brau causa é o escândalo da autonomia estética e subjetiva de jovens negros”.
120 dias de reconstrução : democracia, políticas sociais e territoriais no Brasil, 2024
No conjunto das discussões propostas pela Diretoria da Associação Brasileira de Antropologia (biê... more No conjunto das discussões propostas pela Diretoria da Associação Brasileira de Antropologia (biênio 2023-2024) para promover uma reconstrução crítica dos primeiros 120 dias do novo Governo Federal, eleito em outubro de 2022, e em consonância com a pauta especifica proposta pela Diretoria e sintetizada como Corpos, Territórios e Meio Ambiente: a Antropologia em defesa dos direitos, da pluralidade e da vida, o debate sobre a violência como fator estruturante da própria sociedade brasileira e como política tácita de Estado se torna claramente imperativo, assim como o reconhecimento de nosso compromisso com a luta para ampliar direitos e garantir a vida daqueles que têm a própria humanidade negada. Sob esse espírito, propôs-se a mesa 5 do Seminário 120 dias de Reconstrução — Fazendo Face à Violência —, que ocorreu no dia 04 de maio, entre as 13h45 e 15h45, no auditório da Fiocruz, na UnB, em Brasília.
DESAFIOS E RESISTÊNCIAS EM GÊNERO E SEXUALIDADE NO BRASIL CONTEMPORÂNEO, 2024
Neste capítulo, proponho uma leitura para a constituição
do campo das masculinidades negras no Br... more Neste capítulo, proponho uma leitura para a constituição do campo das masculinidades negras no Brasil, considerado como efetivamente transdisciplinar. Na verdade, mais do que isso, o campo tem se definido como uma práxis e como uma clínica e, eventualmente, também como um campo de atuação crítica. Como instância dessa potencialidade crítica, exploro as possibilidades interpretativas associadas a determinada contradição, estrutura de sentimento, que se apresenta como duplamente vinculada à produção da heterossexualidade negra normatizada e à performação da própria negritude como uma condição especular vivida ou fabulada no mundo antinegro.
Nesse ensaio discutimos a poética da masculinidade negra, a partir da leitura parcial da obra de ... more Nesse ensaio discutimos a poética da masculinidade negra, a partir da leitura parcial da obra de quatros autores em particular, Solano Trindade, Lande Onawale (Ori), Davi Nunes e Fábio Mandingo, para problematizar a invenção do sujeito negro moderno e as aporias da subjetividade negra, em articulação conflituosa com as práticas de representação literárias antinegras, e mais que isso, com as próprias formas de textualização de si, confrontadas pela materialidade histórica da antinegritude, determinante das formações sociais, das subjetividades e das formas expressivas ou estéticas. Argumentamos em síntese pela configuração de um duplo vínculo (double bind) de raça e gênero na configuração de uma subjetividade marcada pela tensão entre morte social e ancestralidade.
The centrality of the ontological debate for radical thought in the anglophone context has domin... more The centrality of the ontological debate for radical thought in the anglophone context has dominated Black studies’ critical agenda in recent years, establishing social death, the afterlife of slavery, the fungibility of the Black body, and structural antagonism as founding categories. The post-Fanonian ontology of Blackness insists on the incompatibility between Black people and the world and on identifying Black positionality with the position of slave. However, in Latin America, or Amefrica Ladina, Blackness sustains itself every day ancestral cosmological and political traditions. It is to Africa and to ancestry – materialized in institutions, practices, and subjectivities – that Afro-Brazilians turn in search of their true identity . Between social death and ancestry, political categories and structures of feeling are produced and experienced. What dialogue could be established between these distinct but obviously connected fields in order to define transnational categories to conceive Blackness and anti-Blackness at the global level?
Por conseguir expor diferentes correntes do pensamento afrodiaspórico
através de suas diferenças ... more Por conseguir expor diferentes correntes do pensamento afrodiaspórico através de suas diferenças e aproximações, avançando também em discussões importantes para os estudos da performance no Brasil, Cativeiro se torna uma referência importante para pesquisadores desses campos. Mais especificamente, também ressalto o importante esforço que a obra de Osmundo Pinho leva a cabo em termos de oferecer ao leitor instrumentos metodológicos e boa fundamentação teórica interdisciplinar para que uma formalização e historicização das diferentes vertentes do pensamento negro radical seja cada vez mais possível entre nós.
Nesse artigo proponho uma abordagem sobre a antropologia colonial portuguesa que leve em conta o ... more Nesse artigo proponho uma abordagem sobre a antropologia colonial portuguesa que leve em conta o debate sobre a mentalidade africana, como um capítulo do debate mais amplo sobre a “mentalidade primitiva”, central nas primeiras décadas do século XX para a antropologia social, inclusive para a antropologia do negro no Brasil. A pretensão, definida, a partir da leitura de fragmentos da produção antropológica da fase final do colonialismo português é interrogar essa determinação recíproca na fábrica ideológica colonial e no tecido da teoria antropológica para a ideia de uma mentalidade africana. Dito de outra forma, interroga-se como a prática antropológica no contexto colonial dos anos 1950 e 1960 articula-se com a teoria antropológica sobre a diferença cultural africana, entendida como possível de ser descrita como “primitiva”. Discuto, nesse sentido, material encontrado em fontes coloniais dos anos 50 e 60 do século XX, para discutir a própria ideia de “mentalidade africana” e o modo como está presente na teoria antropológica, nas políticas coloniais na África, e também na formação do interesse antropológico sobre o negro no Brasil.
ODEERE: Revista do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade, 2023
Fred Moten distingue na discussão do legado crítico fanoniano a experiência vivida da negritude d... more Fred Moten distingue na discussão do legado crítico fanoniano a experiência vivida da negritude do mero fato da negritude. O que vale dizer que o caráter agudo dos antagonismos estruturais que opõe o negro ao humano, não obliteram a produção da “cultura” negra como uma sociabilidade negra. A morte social não impede a vida social negra, apesar de condicioná-la. Creio que sob essa chave pode ser interpretada a produção cultural (no sentido antropológico e no sentido restrito), negra como desenvolvendo estruturas de mediação, transformação ou metamorfose, como eu argumento em “Cativeiro”. Mediações entre os fundamentos ontológicos, metafísicos, da antinegritude e a fenomenologia histórica; entre o fato objetivo da negritude e a experiencia vivida do negro, que pressupõe ou prefigura uma sujeição-subjetivação; entre e morte social, condição ontogênica, digamos, e a ancestralidade como uma torção epistemológica que reposiciona a experiência transhistórica da passagem do meio em veículo para reconfiguração de uma subjetividade fugitiva. Blackness is fantasy in the hold.
Na quebra — A estética da tradição radical preta, 2023
Em seu livro Na quebra — A estética da tradição radical
preta, Fred Moten oferece uma meditação r... more Em seu livro Na quebra — A estética da tradição radical preta, Fred Moten oferece uma meditação radical sobre a ontologia preta em sua (im)possibilidade, definida na oscilação ruidosa entre o aprisionamento imanente na materialidade e a possibilidade a priori de uma anterioridade metafísica, em que reinaria a universalidade possível para a pretitude. Questão central para a filosofia, essa localização excruciante radica na distância interposta entre a coisa e o que a representa, fundamento logocêntrico que faz repousar sobre o preto e sobre a preta a convergência fobogênica entre seu ser e sua carne [flesh]. Antipretitude e pré-simbolização.xi Assim, nenhuma ontologia possível para a pretitude; assim, a irrepresentabilidade essencial, uma coisa entre as coisas, na “profundeza sólida de minha pele”.xii Assim, ainda, o grito, o gemido, o lancinante ruído inarticulado, pré- ou in-significado em sua indistinção entre matéria sônica e vida perdida. Como o grito de Hester, no umbral sangrento da escravidão. Por isso, pretitude é performance, a perturbação interposta entre pessoalidade [personhood] e subjetividade. Entre tempo e presença. Entre a carne arrancada e a palavra roubada.
Escrito como um fascinante, pessoal e reflexivo diário de viagem, o volume de muitasentradas e fo... more Escrito como um fascinante, pessoal e reflexivo diário de viagem, o volume de muitasentradas e formato híbrido de Manthia Diawara nos arrebata a uma consideraçãopermeada de humor e densidade sobre o novo cinema africano, a partir da memória eda experiência criticamente recontada.
A contribuição intelectual trazida por Cativeiro assenta-se na experiência vivida por negros e ne... more A contribuição intelectual trazida por Cativeiro assenta-se na experiência vivida por negros e negras no Brasil e propõe a ancestralidade – tão central na experiência espiritual do candomblé e tão celebrada no imaginário afro-brasileiro – como uma alternativa à impossibilidade da humanidade plena do ser negro no mundo configurado pelo advento da Modernidade Ocidental. Ao longo dos cinco capítulos de Cativeiro, o antropólogo Osmundo Pinho, baseado em sua consolidada experiência de pesquisa etnográfica, nos oferece cenários e universos onde a agência negra contradiz o lugar da “morte social”, mesmo quando, através da transfiguração da performance, reafirme esse lugar de desonra destinada ao negro. Como assim, contradizer a morte reafirmando a morte?
A escravidão, definida pela despossessão total, alienação radical de si ou supressão da autonomia... more A escravidão, definida pela despossessão total, alienação radical de si ou supressão da autonomia e dignidade em suas formas extremas,foi caracterizada pelo sociólogo jamaicano Orlando Patterson (1940-), professor de Sociologia da cátedra John Cowles na Universidadede Harvard, como uma forma de "parasitismo social" ou de "dominação social total". Mais precisamente, do ponto de vista da condiçãodo escravo, poderia ser caracterizada como uma forma de "morte social", derivada de um ato original de violência que reduziu umhomem ou mulher à escravidão. Este ato, fruto da guerra, mas também da trapaça e da rapina, entre outros fatores, afirma-se ainda emtermos ideais como uma alternativa histórica à morte individual. Tal ato não significaria perdão ou remissão, mas "uma permutacondicional", que cobra um preço: o da dignidade pessoal e da existência social do escravo como uma "pessoa", reconhecida fora dodomínio de seu senhor.
A cotidianidade da morte, da violência, da exposição do cadáver, a devastação imposta ao corpo ne... more A cotidianidade da morte, da violência, da exposição do cadáver, a devastação imposta ao corpo negro, a pobreza, a despossessão, a desassistência configuram um panoramaondeaviolênciagratuitacontra o negro e contra o corpo negro é constitutivo de nossa experiência social. Isso quer dizer que a violência antinegra não é casual nem fortuita, mas é parte da máquina de funcionamento do Estado, da Nação,da própria constituição subjetiva e mesmo ontológica da branquitude.
Brincadeira de Negão: Masculinidades Negras no Recôncavo da Bahia, 2022
O projeto Brincadeira de Negão: Subjetividade e Identidade de Jovens Homens Negros no Recôncavo d... more O projeto Brincadeira de Negão: Subjetividade e Identidade de Jovens Homens Negros no Recôncavo da Bahia/2013, é uma iniciativa de pesquisa e extensão em torno de perguntas: de que forma é produzida a masculinidade negra no contexto do Recôncavo; quais as principais categorias e formas subjetivas que emergem nesse processo; qual a relação entre produção social das masculinidades e a vivência na escola pública e o lugar da violência de Estado nesses processos; qual o lugar da arte e da cultura; da sexualidade e tradições culturais. Após oito anos o Projeto se converteu em um Coletivo, trabalhos de conclusão de graduação, dissertações e teses de doutorado foram defendidos com base nessa experiência. Nessa coletânea multidisciplinar refletimos em diversas vozes sobre as faces dessa trajetória rica e complexa, e as contribuições que eventualmente podemos oferecer para o aprofundamento da pesquisa crítica como as práticas afirmativas.
A ação corajosa e consciente de homens e mulheres ao longo do
século XX foi capaz de reinventar a... more A ação corajosa e consciente de homens e mulheres ao longo do século XX foi capaz de reinventar a política, e as práticas políticas, como forma de tornar o impossível realidade. Perseguindo com os meios possíveis a utopia de reinventar-se a vida, os sonhos e as condições de existência. Como profeticamente anunciou W. E. DuBois, a “linha de cor” atravessou toda a história da modernidade recente como a principal e mais persistente forma de opressão e injustiça. Mas essa linha cortou a nossa pele e nossos corpos de formas diferentes, separando territórios e sensibilidades de acordo a outras tantas combinações, como nós, Lésbicas, Gays e Transgêneros afrodescendentes sabemos muito bem.
Segundo número do Boletim Crítica da Masculinidade, publicado em 2003 no Rio de Janeiro, no âmbit... more Segundo número do Boletim Crítica da Masculinidade, publicado em 2003 no Rio de Janeiro, no âmbito do Projeto Homem com H e com apoio do Programa GRAL (Gênero, Reprodução, Ação e Liderança) da Fundação Carlos Chagas/John D. & Catherine T. MacArthur Foundation. O Projeto Homem com h pretendeu estabelecer, em um formato experimental e exploratório, bases para a articulação crítica, informada e reflexiva de experiências ou identidades masculinas tradicionalmente excluídas das representações e posições hegemônicas ou dominantes de masculinidade, quer seja por razões de classe, raça ou orientação sexual.
Objetificación y Subjetividad: Masculinidades Negras.
Osmundo Pinho propone un debate en torno... more Objetificación y Subjetividad: Masculinidades Negras.
Osmundo Pinho propone un debate en torno de la dialéctica entre la subjetividad y objetificación en el contexto del Recóncavo de Bahía (Brasil) abordando el proyecto de investigación en la Escola Estadual Rômulo Galvão, en el municipio de São Félix. Discute las implicaciones prácticas y las tensiones políticas involucradas en el reconocimiento de las incomodidades estructurales, históricas y políticas que determinan la práctica de investigación.
Cativeiro: antinegritude e ancestralidade, novo livro de Osmundo Pinho , vem contribuir de forma ... more Cativeiro: antinegritude e ancestralidade, novo livro de Osmundo Pinho , vem contribuir de forma decisiva com debates urgentes na sociedade brasileira, mostrando porque seu autor é um importante intelectual, no Brasil, de agora agora. O livro integra a coleção "Na encruza" dedicada a publicação da produção teórica negra, da editora Segundo Selo. E conta com as luxuosas participações de Paulo Ramos, na orelha; Jaime Amparo Alves no prefácio e Maria Dolores Sosin Rodriguez, no posfácio. E capa de Matheus Carvalho Melo.
Decolonising the University: a conversation on the stakes, problematics and possibilities of deco... more Decolonising the University: a conversation on the stakes, problematics and possibilities of decolonising universities in the 2020s, with Osmundo Pinho, Associate Professor of Social Anthropology and Cultural Studies at Recôncavo da Bahia Federal University, Brazil, and Rahul Rao, Senior Lecturer in Politics at SOAS, University of London. The coversation and Q&A will be chaired by Yaiza Hernández Velázquez, Lecturer in Visual Cultures at Goldsmiths, University of London.
Part of the online symposium series, Decolonisation in the 2020s, hosted by Afterall, The UAL Decolonising Arts Institute, the Museu de Arte de São Paulo and Goldsmiths Department of Visual Cultures
Aulas Abiertas: Sesión 4
Racismo estructural, criminalización de minorías y reforma (¿abolición?)... more Aulas Abiertas: Sesión 4 Racismo estructural, criminalización de minorías y reforma (¿abolición?) de la policía.
- Osmundo Pinho. Universidad Federal del Recóncavo de Bahía (UFRB). - Colectivo antirracista Contextos.
- Camila Esguerra Muelle, ASAB - Universidad Distrital y Escuela de Estudios de Género / UN.
- Ángela Facundo, Departamento de Antropología, Universidad Federal de Río Grande del Norte (UFRN).
- Mara Viveros Vigoya. Escuela de Estudios de Género, Facultad de Ciencias Humanas, Universidad Nacional de Colombia.
- Franklin Gil Hernández. Escuela de Estudios de Género, Facultad de Ciencias Humanas, Universidad Nacional de Colombia.
Entrevista e diálogo sobre o "Brau" como performance incorporada da masculinidade negra. Como dis... more Entrevista e diálogo sobre o "Brau" como performance incorporada da masculinidade negra. Como discutido o "brau" desafia tanto as regras de bom comportamento, de boa apresentação, de beleza, de boa educação, quanto também desafia os padrões tradicionais de identidade negra, muito pautados pela lógica da integração racial. O brau não quer integração, o brau não quer ser aceito pela classe média branca, pelos intelectuais, pela opinião pública. O brau quer desafiar. O brau quer, ou quis no passado, provocar uma cisão, uma ruptura, causar escândalo. Então o escândalo que o brau causa é o escândalo da autonomia estética e subjetiva de jovens negros”.
120 dias de reconstrução : democracia, políticas sociais e territoriais no Brasil, 2024
No conjunto das discussões propostas pela Diretoria da Associação Brasileira de Antropologia (biê... more No conjunto das discussões propostas pela Diretoria da Associação Brasileira de Antropologia (biênio 2023-2024) para promover uma reconstrução crítica dos primeiros 120 dias do novo Governo Federal, eleito em outubro de 2022, e em consonância com a pauta especifica proposta pela Diretoria e sintetizada como Corpos, Territórios e Meio Ambiente: a Antropologia em defesa dos direitos, da pluralidade e da vida, o debate sobre a violência como fator estruturante da própria sociedade brasileira e como política tácita de Estado se torna claramente imperativo, assim como o reconhecimento de nosso compromisso com a luta para ampliar direitos e garantir a vida daqueles que têm a própria humanidade negada. Sob esse espírito, propôs-se a mesa 5 do Seminário 120 dias de Reconstrução — Fazendo Face à Violência —, que ocorreu no dia 04 de maio, entre as 13h45 e 15h45, no auditório da Fiocruz, na UnB, em Brasília.
DESAFIOS E RESISTÊNCIAS EM GÊNERO E SEXUALIDADE NO BRASIL CONTEMPORÂNEO, 2024
Neste capítulo, proponho uma leitura para a constituição
do campo das masculinidades negras no Br... more Neste capítulo, proponho uma leitura para a constituição do campo das masculinidades negras no Brasil, considerado como efetivamente transdisciplinar. Na verdade, mais do que isso, o campo tem se definido como uma práxis e como uma clínica e, eventualmente, também como um campo de atuação crítica. Como instância dessa potencialidade crítica, exploro as possibilidades interpretativas associadas a determinada contradição, estrutura de sentimento, que se apresenta como duplamente vinculada à produção da heterossexualidade negra normatizada e à performação da própria negritude como uma condição especular vivida ou fabulada no mundo antinegro.
Nesse ensaio discutimos a poética da masculinidade negra, a partir da leitura parcial da obra de ... more Nesse ensaio discutimos a poética da masculinidade negra, a partir da leitura parcial da obra de quatros autores em particular, Solano Trindade, Lande Onawale (Ori), Davi Nunes e Fábio Mandingo, para problematizar a invenção do sujeito negro moderno e as aporias da subjetividade negra, em articulação conflituosa com as práticas de representação literárias antinegras, e mais que isso, com as próprias formas de textualização de si, confrontadas pela materialidade histórica da antinegritude, determinante das formações sociais, das subjetividades e das formas expressivas ou estéticas. Argumentamos em síntese pela configuração de um duplo vínculo (double bind) de raça e gênero na configuração de uma subjetividade marcada pela tensão entre morte social e ancestralidade.
The centrality of the ontological debate for radical thought in the anglophone context has domin... more The centrality of the ontological debate for radical thought in the anglophone context has dominated Black studies’ critical agenda in recent years, establishing social death, the afterlife of slavery, the fungibility of the Black body, and structural antagonism as founding categories. The post-Fanonian ontology of Blackness insists on the incompatibility between Black people and the world and on identifying Black positionality with the position of slave. However, in Latin America, or Amefrica Ladina, Blackness sustains itself every day ancestral cosmological and political traditions. It is to Africa and to ancestry – materialized in institutions, practices, and subjectivities – that Afro-Brazilians turn in search of their true identity . Between social death and ancestry, political categories and structures of feeling are produced and experienced. What dialogue could be established between these distinct but obviously connected fields in order to define transnational categories to conceive Blackness and anti-Blackness at the global level?
Por conseguir expor diferentes correntes do pensamento afrodiaspórico
através de suas diferenças ... more Por conseguir expor diferentes correntes do pensamento afrodiaspórico através de suas diferenças e aproximações, avançando também em discussões importantes para os estudos da performance no Brasil, Cativeiro se torna uma referência importante para pesquisadores desses campos. Mais especificamente, também ressalto o importante esforço que a obra de Osmundo Pinho leva a cabo em termos de oferecer ao leitor instrumentos metodológicos e boa fundamentação teórica interdisciplinar para que uma formalização e historicização das diferentes vertentes do pensamento negro radical seja cada vez mais possível entre nós.
Nesse artigo proponho uma abordagem sobre a antropologia colonial portuguesa que leve em conta o ... more Nesse artigo proponho uma abordagem sobre a antropologia colonial portuguesa que leve em conta o debate sobre a mentalidade africana, como um capítulo do debate mais amplo sobre a “mentalidade primitiva”, central nas primeiras décadas do século XX para a antropologia social, inclusive para a antropologia do negro no Brasil. A pretensão, definida, a partir da leitura de fragmentos da produção antropológica da fase final do colonialismo português é interrogar essa determinação recíproca na fábrica ideológica colonial e no tecido da teoria antropológica para a ideia de uma mentalidade africana. Dito de outra forma, interroga-se como a prática antropológica no contexto colonial dos anos 1950 e 1960 articula-se com a teoria antropológica sobre a diferença cultural africana, entendida como possível de ser descrita como “primitiva”. Discuto, nesse sentido, material encontrado em fontes coloniais dos anos 50 e 60 do século XX, para discutir a própria ideia de “mentalidade africana” e o modo como está presente na teoria antropológica, nas políticas coloniais na África, e também na formação do interesse antropológico sobre o negro no Brasil.
ODEERE: Revista do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade, 2023
Fred Moten distingue na discussão do legado crítico fanoniano a experiência vivida da negritude d... more Fred Moten distingue na discussão do legado crítico fanoniano a experiência vivida da negritude do mero fato da negritude. O que vale dizer que o caráter agudo dos antagonismos estruturais que opõe o negro ao humano, não obliteram a produção da “cultura” negra como uma sociabilidade negra. A morte social não impede a vida social negra, apesar de condicioná-la. Creio que sob essa chave pode ser interpretada a produção cultural (no sentido antropológico e no sentido restrito), negra como desenvolvendo estruturas de mediação, transformação ou metamorfose, como eu argumento em “Cativeiro”. Mediações entre os fundamentos ontológicos, metafísicos, da antinegritude e a fenomenologia histórica; entre o fato objetivo da negritude e a experiencia vivida do negro, que pressupõe ou prefigura uma sujeição-subjetivação; entre e morte social, condição ontogênica, digamos, e a ancestralidade como uma torção epistemológica que reposiciona a experiência transhistórica da passagem do meio em veículo para reconfiguração de uma subjetividade fugitiva. Blackness is fantasy in the hold.
Na quebra — A estética da tradição radical preta, 2023
Em seu livro Na quebra — A estética da tradição radical
preta, Fred Moten oferece uma meditação r... more Em seu livro Na quebra — A estética da tradição radical preta, Fred Moten oferece uma meditação radical sobre a ontologia preta em sua (im)possibilidade, definida na oscilação ruidosa entre o aprisionamento imanente na materialidade e a possibilidade a priori de uma anterioridade metafísica, em que reinaria a universalidade possível para a pretitude. Questão central para a filosofia, essa localização excruciante radica na distância interposta entre a coisa e o que a representa, fundamento logocêntrico que faz repousar sobre o preto e sobre a preta a convergência fobogênica entre seu ser e sua carne [flesh]. Antipretitude e pré-simbolização.xi Assim, nenhuma ontologia possível para a pretitude; assim, a irrepresentabilidade essencial, uma coisa entre as coisas, na “profundeza sólida de minha pele”.xii Assim, ainda, o grito, o gemido, o lancinante ruído inarticulado, pré- ou in-significado em sua indistinção entre matéria sônica e vida perdida. Como o grito de Hester, no umbral sangrento da escravidão. Por isso, pretitude é performance, a perturbação interposta entre pessoalidade [personhood] e subjetividade. Entre tempo e presença. Entre a carne arrancada e a palavra roubada.
Escrito como um fascinante, pessoal e reflexivo diário de viagem, o volume de muitasentradas e fo... more Escrito como um fascinante, pessoal e reflexivo diário de viagem, o volume de muitasentradas e formato híbrido de Manthia Diawara nos arrebata a uma consideraçãopermeada de humor e densidade sobre o novo cinema africano, a partir da memória eda experiência criticamente recontada.
A contribuição intelectual trazida por Cativeiro assenta-se na experiência vivida por negros e ne... more A contribuição intelectual trazida por Cativeiro assenta-se na experiência vivida por negros e negras no Brasil e propõe a ancestralidade – tão central na experiência espiritual do candomblé e tão celebrada no imaginário afro-brasileiro – como uma alternativa à impossibilidade da humanidade plena do ser negro no mundo configurado pelo advento da Modernidade Ocidental. Ao longo dos cinco capítulos de Cativeiro, o antropólogo Osmundo Pinho, baseado em sua consolidada experiência de pesquisa etnográfica, nos oferece cenários e universos onde a agência negra contradiz o lugar da “morte social”, mesmo quando, através da transfiguração da performance, reafirme esse lugar de desonra destinada ao negro. Como assim, contradizer a morte reafirmando a morte?
A escravidão, definida pela despossessão total, alienação radical de si ou supressão da autonomia... more A escravidão, definida pela despossessão total, alienação radical de si ou supressão da autonomia e dignidade em suas formas extremas,foi caracterizada pelo sociólogo jamaicano Orlando Patterson (1940-), professor de Sociologia da cátedra John Cowles na Universidadede Harvard, como uma forma de "parasitismo social" ou de "dominação social total". Mais precisamente, do ponto de vista da condiçãodo escravo, poderia ser caracterizada como uma forma de "morte social", derivada de um ato original de violência que reduziu umhomem ou mulher à escravidão. Este ato, fruto da guerra, mas também da trapaça e da rapina, entre outros fatores, afirma-se ainda emtermos ideais como uma alternativa histórica à morte individual. Tal ato não significaria perdão ou remissão, mas "uma permutacondicional", que cobra um preço: o da dignidade pessoal e da existência social do escravo como uma "pessoa", reconhecida fora dodomínio de seu senhor.
A cotidianidade da morte, da violência, da exposição do cadáver, a devastação imposta ao corpo ne... more A cotidianidade da morte, da violência, da exposição do cadáver, a devastação imposta ao corpo negro, a pobreza, a despossessão, a desassistência configuram um panoramaondeaviolênciagratuitacontra o negro e contra o corpo negro é constitutivo de nossa experiência social. Isso quer dizer que a violência antinegra não é casual nem fortuita, mas é parte da máquina de funcionamento do Estado, da Nação,da própria constituição subjetiva e mesmo ontológica da branquitude.
Brincadeira de Negão: Masculinidades Negras no Recôncavo da Bahia, 2022
O projeto Brincadeira de Negão: Subjetividade e Identidade de Jovens Homens Negros no Recôncavo d... more O projeto Brincadeira de Negão: Subjetividade e Identidade de Jovens Homens Negros no Recôncavo da Bahia/2013, é uma iniciativa de pesquisa e extensão em torno de perguntas: de que forma é produzida a masculinidade negra no contexto do Recôncavo; quais as principais categorias e formas subjetivas que emergem nesse processo; qual a relação entre produção social das masculinidades e a vivência na escola pública e o lugar da violência de Estado nesses processos; qual o lugar da arte e da cultura; da sexualidade e tradições culturais. Após oito anos o Projeto se converteu em um Coletivo, trabalhos de conclusão de graduação, dissertações e teses de doutorado foram defendidos com base nessa experiência. Nessa coletânea multidisciplinar refletimos em diversas vozes sobre as faces dessa trajetória rica e complexa, e as contribuições que eventualmente podemos oferecer para o aprofundamento da pesquisa crítica como as práticas afirmativas.
A ação corajosa e consciente de homens e mulheres ao longo do
século XX foi capaz de reinventar a... more A ação corajosa e consciente de homens e mulheres ao longo do século XX foi capaz de reinventar a política, e as práticas políticas, como forma de tornar o impossível realidade. Perseguindo com os meios possíveis a utopia de reinventar-se a vida, os sonhos e as condições de existência. Como profeticamente anunciou W. E. DuBois, a “linha de cor” atravessou toda a história da modernidade recente como a principal e mais persistente forma de opressão e injustiça. Mas essa linha cortou a nossa pele e nossos corpos de formas diferentes, separando territórios e sensibilidades de acordo a outras tantas combinações, como nós, Lésbicas, Gays e Transgêneros afrodescendentes sabemos muito bem.
Segundo número do Boletim Crítica da Masculinidade, publicado em 2003 no Rio de Janeiro, no âmbit... more Segundo número do Boletim Crítica da Masculinidade, publicado em 2003 no Rio de Janeiro, no âmbito do Projeto Homem com H e com apoio do Programa GRAL (Gênero, Reprodução, Ação e Liderança) da Fundação Carlos Chagas/John D. & Catherine T. MacArthur Foundation. O Projeto Homem com h pretendeu estabelecer, em um formato experimental e exploratório, bases para a articulação crítica, informada e reflexiva de experiências ou identidades masculinas tradicionalmente excluídas das representações e posições hegemônicas ou dominantes de masculinidade, quer seja por razões de classe, raça ou orientação sexual.
Primeiro número do Boletim Crítica da Masculinidade, publicado em 2003 no Rio de Janeiro, no âmbi... more Primeiro número do Boletim Crítica da Masculinidade, publicado em 2003 no Rio de Janeiro, no âmbito do Projeto Homem com H e com apoio do Programa GRAL (Gênero, Reprodução, Ação e Liderança) da Fundação Carlos Chagas/John D. & Catherine T. MacArthur Foundation. O Projeto Homem com h pretendeu estabelecer, em um formato experimental e exploratório, bases para a articulação crítica, informada e reflexiva de experiências ou identidades masculinas tradicionalmente excluídas das representações e posições hegemônicas ou dominantes de masculinidade, quer seja por razões de classe, raça ou orientação sexual.
No cerne dos debates sobre a chamada política de cotas, encontramos um ponto de sustentação que p... more No cerne dos debates sobre a chamada política de cotas, encontramos um ponto de sustentação que parece girar em falso, flutuando no vórtice das ambigüidades tipicamente brasileiras: a identificação racial. Tal ambigüidade, ou dificuldade interpretativa, tem sido saudada por alguns como uma vantagem relativa do Brasil. A propriedade supostamente específica dos usos raciais em nossa sociedade, marcados pelo pragmatismo ou contextualidade (a “retórica das raças”), tem sido considerada por atores mais ou menos ilustrados, distribuídos num espectro que vai do chofer do táxi ao professor livre-docente, como algo que nos eleva moralmente e distingue radicalmente de outras sociedades “realmente” racializadas, como os Estados Unidos. Daí que seja impossível dissociar-se o debate sobre a superação do racismo, da discussão sobre o que somos como país e o que nos confere nossa identidade como nação.
El actor baiano Mario Gusmão, ahora brillantemente biografiado por Jéferson Bacelar, reposa indud... more El actor baiano Mario Gusmão, ahora brillantemente biografiado por Jéferson Bacelar, reposa indudablemente en la galería de los héroes culturales negros brasileros. Mário nació en 1928, en la ciudad de Cachoeira, en el Recôncavo Baiano, hijo de una familia "matrinucleada". Su abuela vendía comida en la calle y su madre lavaba para los blancos locales. A través de mucho esfuerzo pudo estudiar. Desplazándose para Salvador en 1948, trabaja como sirviente diarista en el antiguo penitenciario de la ciudad. Aprende ingles por si mismo y, como otro héroe cultural afro-baiano, Martiniano Eliseu do Bonfim, da clases particulares. Entonces, algo sucede que lo "desvía" del camino esperado de asenso social usualmente reservado a los negros: un empleo modesto, pero digno, conseguido a través de relaciones personales, marcadamente de sumisión. Al revés de eso, Mario hace una elección un tanto sorprendente, decide ser actor.
Cativeiro: Antinegritude e Ancestralidade é uma intervenção oportuna
(...). Com maestria e rigor,... more Cativeiro: Antinegritude e Ancestralidade é uma intervenção oportuna (...). Com maestria e rigor, Osmundo Pinho põem em diálogo o projeto de desestabilização do Humano – proposto por intelectuais negras como Hortense Spillers (1984) e Sylvia Wynter (2003) – e a polarização teórica entre afropessimistas/afro-otimistas que tem dominado parte dos estudos negros nas últimas décadas. Pinho produz um texto que reconhece o recente giro ontológico nos estudos negros em uma parte do mundo, sem perder de vista a longa tradição intelectual feminista negra que tem denunciado a violência original da escravidão como o nascimento do mundo e o corpo sexualizado/generalizado das mulheres negras como o “interstício” entre o humano e o não-humano, o corpo e a carne, a liberdade e a escravidão.
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Osmundo Pinho propone un debate en torno de la dialéctica entre la subjetividad y objetificación en el contexto del Recóncavo de Bahía (Brasil) abordando el proyecto de investigación en la Escola Estadual Rômulo Galvão, en el municipio de São Félix. Discute las implicaciones prácticas y las tensiones políticas involucradas en el reconocimiento de las incomodidades estructurales, históricas y políticas que determinan la práctica de investigación.
O livro integra a coleção "Na encruza" dedicada a publicação da produção teórica negra, da editora Segundo Selo.
E conta com as luxuosas participações de Paulo Ramos, na orelha; Jaime Amparo Alves no prefácio e Maria Dolores Sosin Rodriguez, no posfácio. E capa de Matheus Carvalho Melo.
Part of the online symposium series, Decolonisation in the 2020s, hosted by Afterall, The UAL Decolonising Arts Institute, the Museu de Arte de São Paulo and Goldsmiths Department of Visual Cultures
Racismo estructural, criminalización de minorías y reforma (¿abolición?) de la policía.
- Osmundo Pinho. Universidad Federal del Recóncavo de Bahía (UFRB).
- Colectivo antirracista Contextos.
- Camila Esguerra Muelle, ASAB - Universidad Distrital y Escuela de Estudios de Género / UN.
- Ángela Facundo, Departamento de Antropología, Universidad Federal de Río Grande del Norte (UFRN).
- Mara Viveros Vigoya. Escuela de Estudios de Género, Facultad de Ciencias Humanas, Universidad Nacional de Colombia.
- Franklin Gil Hernández. Escuela de Estudios de Género, Facultad de Ciencias Humanas, Universidad Nacional de Colombia.
do campo das masculinidades negras no Brasil, considerado
como efetivamente transdisciplinar. Na verdade, mais do que
isso, o campo tem se definido como uma práxis e como uma
clínica e, eventualmente, também como um campo de atuação
crítica. Como instância dessa potencialidade crítica, exploro
as possibilidades interpretativas associadas a determinada
contradição, estrutura de sentimento, que se apresenta como
duplamente vinculada à produção da heterossexualidade negra normatizada e à performação da própria negritude como
uma condição especular vivida ou fabulada no mundo antinegro.
in recent years, establishing social death, the afterlife of slavery, the fungibility of the Black body, and structural antagonism as founding categories. The post-Fanonian ontology of Blackness insists on the incompatibility between Black people and the world and on identifying Black positionality with the position of slave. However, in Latin America, or Amefrica Ladina, Blackness sustains itself every day ancestral
cosmological and political traditions. It is to Africa and to ancestry – materialized in institutions, practices, and subjectivities – that Afro-Brazilians turn in search of their true identity . Between social death
and ancestry, political categories and structures of feeling are produced and experienced. What dialogue could be established between these distinct but obviously connected fields in order to define transnational
categories to conceive Blackness and anti-Blackness at the global level?
através de suas diferenças e aproximações, avançando também em discussões importantes para os estudos da performance no Brasil, Cativeiro se torna uma referência importante para pesquisadores desses campos. Mais especificamente, também ressalto o importante esforço que a obra de Osmundo Pinho leva a cabo em termos de oferecer ao leitor instrumentos metodológicos e boa fundamentação teórica interdisciplinar para que uma formalização e historicização das diferentes vertentes do pensamento negro radical seja cada vez mais possível entre nós.
preta, Fred Moten oferece uma meditação radical sobre
a ontologia preta em sua (im)possibilidade, definida na
oscilação ruidosa entre o aprisionamento imanente na
materialidade e a possibilidade a priori de uma anterioridade
metafísica, em que reinaria a universalidade possível para a
pretitude. Questão central para a filosofia, essa localização
excruciante radica na distância interposta entre a coisa e o
que a representa, fundamento logocêntrico que faz repousar
sobre o preto e sobre a preta a convergência fobogênica entre
seu ser e sua carne [flesh]. Antipretitude e pré-simbolização.xi
Assim, nenhuma ontologia possível para a pretitude; assim, a
irrepresentabilidade essencial, uma coisa entre as coisas, na
“profundeza sólida de minha pele”.xii Assim, ainda, o grito, o
gemido, o lancinante ruído inarticulado, pré- ou in-significado
em sua indistinção entre matéria sônica e vida perdida.
Como o grito de Hester, no umbral sangrento da escravidão.
Por isso, pretitude é performance, a perturbação interposta
entre pessoalidade [personhood] e subjetividade. Entre tempo
e presença. Entre a carne arrancada e a palavra roubada.
o negro e contra o corpo negro é constitutivo de nossa experiência
social. Isso quer dizer que a violência antinegra não é casual nem
fortuita, mas é parte da máquina de funcionamento do Estado, da Nação,da própria constituição subjetiva
e mesmo ontológica da branquitude.
século XX foi capaz de reinventar a política, e as práticas políticas, como
forma de tornar o impossível realidade. Perseguindo com os meios
possíveis a utopia de reinventar-se a vida, os sonhos e as condições de
existência. Como profeticamente anunciou W. E. DuBois, a “linha de cor”
atravessou toda a história da modernidade recente como a principal e mais persistente forma de opressão e injustiça. Mas essa linha cortou a nossa pele e nossos corpos de formas diferentes, separando territórios e
sensibilidades de acordo a outras tantas combinações, como nós,
Lésbicas, Gays e Transgêneros afrodescendentes sabemos muito bem.
Osmundo Pinho propone un debate en torno de la dialéctica entre la subjetividad y objetificación en el contexto del Recóncavo de Bahía (Brasil) abordando el proyecto de investigación en la Escola Estadual Rômulo Galvão, en el municipio de São Félix. Discute las implicaciones prácticas y las tensiones políticas involucradas en el reconocimiento de las incomodidades estructurales, históricas y políticas que determinan la práctica de investigación.
O livro integra a coleção "Na encruza" dedicada a publicação da produção teórica negra, da editora Segundo Selo.
E conta com as luxuosas participações de Paulo Ramos, na orelha; Jaime Amparo Alves no prefácio e Maria Dolores Sosin Rodriguez, no posfácio. E capa de Matheus Carvalho Melo.
Part of the online symposium series, Decolonisation in the 2020s, hosted by Afterall, The UAL Decolonising Arts Institute, the Museu de Arte de São Paulo and Goldsmiths Department of Visual Cultures
Racismo estructural, criminalización de minorías y reforma (¿abolición?) de la policía.
- Osmundo Pinho. Universidad Federal del Recóncavo de Bahía (UFRB).
- Colectivo antirracista Contextos.
- Camila Esguerra Muelle, ASAB - Universidad Distrital y Escuela de Estudios de Género / UN.
- Ángela Facundo, Departamento de Antropología, Universidad Federal de Río Grande del Norte (UFRN).
- Mara Viveros Vigoya. Escuela de Estudios de Género, Facultad de Ciencias Humanas, Universidad Nacional de Colombia.
- Franklin Gil Hernández. Escuela de Estudios de Género, Facultad de Ciencias Humanas, Universidad Nacional de Colombia.
do campo das masculinidades negras no Brasil, considerado
como efetivamente transdisciplinar. Na verdade, mais do que
isso, o campo tem se definido como uma práxis e como uma
clínica e, eventualmente, também como um campo de atuação
crítica. Como instância dessa potencialidade crítica, exploro
as possibilidades interpretativas associadas a determinada
contradição, estrutura de sentimento, que se apresenta como
duplamente vinculada à produção da heterossexualidade negra normatizada e à performação da própria negritude como
uma condição especular vivida ou fabulada no mundo antinegro.
in recent years, establishing social death, the afterlife of slavery, the fungibility of the Black body, and structural antagonism as founding categories. The post-Fanonian ontology of Blackness insists on the incompatibility between Black people and the world and on identifying Black positionality with the position of slave. However, in Latin America, or Amefrica Ladina, Blackness sustains itself every day ancestral
cosmological and political traditions. It is to Africa and to ancestry – materialized in institutions, practices, and subjectivities – that Afro-Brazilians turn in search of their true identity . Between social death
and ancestry, political categories and structures of feeling are produced and experienced. What dialogue could be established between these distinct but obviously connected fields in order to define transnational
categories to conceive Blackness and anti-Blackness at the global level?
através de suas diferenças e aproximações, avançando também em discussões importantes para os estudos da performance no Brasil, Cativeiro se torna uma referência importante para pesquisadores desses campos. Mais especificamente, também ressalto o importante esforço que a obra de Osmundo Pinho leva a cabo em termos de oferecer ao leitor instrumentos metodológicos e boa fundamentação teórica interdisciplinar para que uma formalização e historicização das diferentes vertentes do pensamento negro radical seja cada vez mais possível entre nós.
preta, Fred Moten oferece uma meditação radical sobre
a ontologia preta em sua (im)possibilidade, definida na
oscilação ruidosa entre o aprisionamento imanente na
materialidade e a possibilidade a priori de uma anterioridade
metafísica, em que reinaria a universalidade possível para a
pretitude. Questão central para a filosofia, essa localização
excruciante radica na distância interposta entre a coisa e o
que a representa, fundamento logocêntrico que faz repousar
sobre o preto e sobre a preta a convergência fobogênica entre
seu ser e sua carne [flesh]. Antipretitude e pré-simbolização.xi
Assim, nenhuma ontologia possível para a pretitude; assim, a
irrepresentabilidade essencial, uma coisa entre as coisas, na
“profundeza sólida de minha pele”.xii Assim, ainda, o grito, o
gemido, o lancinante ruído inarticulado, pré- ou in-significado
em sua indistinção entre matéria sônica e vida perdida.
Como o grito de Hester, no umbral sangrento da escravidão.
Por isso, pretitude é performance, a perturbação interposta
entre pessoalidade [personhood] e subjetividade. Entre tempo
e presença. Entre a carne arrancada e a palavra roubada.
o negro e contra o corpo negro é constitutivo de nossa experiência
social. Isso quer dizer que a violência antinegra não é casual nem
fortuita, mas é parte da máquina de funcionamento do Estado, da Nação,da própria constituição subjetiva
e mesmo ontológica da branquitude.
século XX foi capaz de reinventar a política, e as práticas políticas, como
forma de tornar o impossível realidade. Perseguindo com os meios
possíveis a utopia de reinventar-se a vida, os sonhos e as condições de
existência. Como profeticamente anunciou W. E. DuBois, a “linha de cor”
atravessou toda a história da modernidade recente como a principal e mais persistente forma de opressão e injustiça. Mas essa linha cortou a nossa pele e nossos corpos de formas diferentes, separando territórios e
sensibilidades de acordo a outras tantas combinações, como nós,
Lésbicas, Gays e Transgêneros afrodescendentes sabemos muito bem.
como algo que nos eleva moralmente e distingue radicalmente de outras sociedades “realmente” racializadas, como os Estados Unidos. Daí que seja impossível dissociar-se o debate sobre a superação do racismo, da discussão sobre o que somos como país e o que nos confere nossa identidade como nação.
(...). Com maestria e rigor, Osmundo Pinho põem em diálogo o projeto de desestabilização do Humano – proposto por intelectuais negras como Hortense Spillers (1984) e Sylvia Wynter (2003) – e a polarização teórica entre afropessimistas/afro-otimistas que tem dominado parte dos estudos negros nas últimas décadas. Pinho produz um texto que reconhece o recente giro ontológico nos estudos negros em uma parte do
mundo, sem perder de vista a longa tradição intelectual feminista negra
que tem denunciado a violência original da escravidão como o nascimento do mundo e o corpo sexualizado/generalizado das mulheres negras como o “interstício” entre o humano e o não-humano, o corpo e a carne, a liberdade e a escravidão.