Papers by Raquel Wachtler
EDUEPB, 2024
Pequenos ensaios sobre grandes filósofas [recurso eletrônico] / organização e apresentação de Car... more Pequenos ensaios sobre grandes filósofas [recurso eletrônico] / organização e apresentação de Carolina Araújo, Luciana Deplagne e Maria Simone Marinho Nogueira ; ilustrações de Matheus Dantas de Medeiros. – Campina Grande : EDUEPB, 2024.
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Editora Dialética, 2024
The sophists presence is controversial because it is too much Asiatic for the Attics, because it ... more The sophists presence is controversial because it is too much Asiatic for the Attics, because it is, in its image of a wild horse, too barbarian for the tamed, and also because of its heavy make-up, that is, because of its trinkets, adornments and ornaments, it performs in a very feminine and exaggerated way for a world that is a fine “flower of male rhetoric”. (CASSIN, 2017, p.206). The rhetoric is only respected if it is veiled, demure, concerned with the rules of decorum and cannot be flashy, ostensive, so adorned and vulgar as a whore! For the rhetoric to be more of a wife than a whore, more Attic than Asiatic, there is a need to raise a rhetoric that is capable of veiling, taming, protecting the rhetoric from the rhetoric. Philosophy takes care of producing these veils, these (cells)saddles. About this matter, the article “The Taming of Polos/Polis: Rhetoric as an Achievement Without Woman”, by Jane Sutton, is indispensable for the research as it indicates the relations between the image of the woman, the image of the rhetoric and the image of the horse. Sutton approaches taming tactics imposed on this triad and shows how said taming has divided rhetoric between a good rhetoric (wife, demure, rational, Attic) and a bad rhetoric (whore, ornamented, wild, asian-barbarian). The research proposes to investigate the notion of taming from three authors. We explicit, together with the work from the philosopher Silvia Federici, in what sense the witch hunt was a “war against women” that forged, in the same bonfires that had incinerated the witches, “the bourgeois ideals of femininity and domesticity.” (FEDERICI, 2017, p.334). In the field of sophistry, we show how the concept of taming of sophistic persuasion in rhetoric appears in the works of Barbara Cassin. However, the main thing is to show how Jane Sutton works with the taming of the triad (woman-horse-rhetoric) in her critique of the history of rhetoric as an achievement without women, showing that said taming divides women (the rhetoric) in two: rational-demure-wife (Attic rhetoric) and wild-ornamented-whore (Asiatic rhetoric).
https://books.google.com.br/books?id=8bnvEAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false
Ensaios sobre filosofia antiga e estoicismo. Instituto Quero Saber. Coleção do XIX Encontro Nacional de Filosofia da ANPOF, 2024
No decorrer deste ensaio esboço sumariamente a leitura necromântica do mago leontino que defendi ... more No decorrer deste ensaio esboço sumariamente a leitura necromântica do mago leontino que defendi em minha dissertação de mestrado intitulada Espectros de Górgias: efeitos póstumos da feitiçaria sofística (2022). O texto divide-se em três partes: na primeira parte trato de Górgias enquanto aprendiz de feiticeiro do mestre acragantino Empédocles. Na segunda parte analiso a presença dos vocábulos feiticeiros no Elogio de Helena, principalmente as aparições de mageías e de goēteía enquanto artes duplas do lógos encantado, apresentando a leitura necromântica de Górgias e detalhando no que ela se diferencia da “leitura mágica.” Na terceira e última parte, explico como tal leitura necromântica transa as heranças do saber-fazer feminino da nekromancia com a arte mágico-oratória masculina da psykhagōgía.
ENUNCIAÇÃO: Revista do Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFRR, 2023
Resumo: No presente estudo, aproximo a feitiçaria sofística de Górgias de Leontinos e a magia per... more Resumo: No presente estudo, aproximo a feitiçaria sofística de Górgias de Leontinos e a magia persuasiva de Aspásia de Mileto, perspicaz hetaira que educou o estadista ateniense Péricles. Segundo relevantes fontes doxográficas, Aspásia floresceu o estilo oratório de suas alunas e alunos, enfeitando seus discursos com tons gorgianos. Esta foi uma impressão deixada, em especial, naqueles que leram o diálogo Aspásia de Ésquines. Sem a materialidade do diálogo, resta investigar por que a doxografia, especulando sobre este Aspásia perdido, atribui ao ensino da sofista jônia marcas estilísticas caracteristicamente gorgianas. Pretendo mostrar a relevância política do poder sofístico e a influência que as técnicas oratórias do leontino, ressoando nos ensinamentos proporcionados pela m ilésia, desfrutaram nos debates clássicos. Comparando os epitáphioi que possuem autoria aspasiana e o único fragmento sobrevivente da oração fúnebre escrita por Górgias, destaco o fato de que essa produção sofística de orações fúnebres demonstra que, sendo estrangeiros, quando os sofistas desejavam influenciar o campo da política, precisavam performar as mais variadas estratégias persuasivas, exercitando a condução psicagógica. Enfatizar que a educação proporcionada pela escola aspasiana foi poderosa, a ponto de florescer um estilo gorgianizado na oratória de Péricles, não somente contribui para uma percepção mais justa da milésia, mas também para modificar a imagem de Péricles. Suponho que o diferencial entre o Péricles antes e depois de Aspásia seja exatamente a sofisticação que a força da sua palavra adquiriu por meio do aperfeiçoamento técnico-persuasivo e o refinamento com a introdução dos discursos de aparato redigidos por sua parceira e logógrafa de confiança. Por fim, a hipótese adicional é afirmar (levando a sério o testemunho de Filóstrato) que “aguçar a língua à maneira de Górgias” foi o diferencial que a educação aspasiana implantou e floresceu na oratória de Péricles. Sofisticando a sobriedade ática do orador ateniense com um estilo gorgianizado, cosmético, ornamental, enfeitado, aparatado, asiático, feminino e efeminado.
Prometheus Filosofia, 2023
Resumo: Anacrônicos espectros aspasianos condensam-se na figura incerta da estrangeira jônia que ... more Resumo: Anacrônicos espectros aspasianos condensam-se na figura incerta da estrangeira jônia que enfeitiçou e conduziu, inclusive e, sobretudo, politicamente, o primeiro dos cidadãos atenienses, de longe o mais influente estadista de sua época. Quem realmente foi Aspásia de Mileto? É possível esculpir uma imagem desta mestra da persuasão que não se reduza ao engessado rótulo de concubina de Péricles? É possível escapar deste lugar de coadjuvante estabelecido pela doxografia aspasiana clássica? O presente artigo apresenta Aspásia como sofista ao resgatar a lembrança de sua estrangeira força persuasiva, a memória de seu indomesticável poder oratório e de sua sedutora perspicácia intelectual. Uma mulher que possuía enorme desempenho em produzir orações fúnebres, aconselhar sobre matrimônio e outros assuntos do οἶκος, além de discutir importantes questões políticas no círculo intelectual mais famoso da época. Aspásia ousou ser professora e até mesmo educar outras mulheres. Por vezes servindo também como casamenteira destas que educou. O local de educação promovido por Aspásia, espaço que provavelmente privilegiava o ensino de artes oratórias e eróticas, é lembrado de forma completamente heterodoxa. A memória do lugar como polêmico bordel confunde-se e mistura-se com aquela que o rememora como ambiente de discussões político-filosóficas. No intuito de redesenhar o legado de Aspásia, evidenciando a presença revolucionária desta mulher que se infiltrou criativamente na história da oratória e reivindicou seu lugar enquanto livre pensadora, revisito várias imagens femininas da Antiguidade que foram associadas ao poder político aspasiano. Localizar Aspásia de Mileto entre Omphale, Hera e Helena, entre Rodogine, Telesilla, Tômiris e Targélia. Todas elas, leoas políticas. Sejam míticas ou reais, sejam gregas ou estrangeiras. Influenciaram direta e indiretamente a história política, oratória, artística e filosófica do que convencionalmente entende-se por mundo antigo.
Prometheus - Journal of Philosophy, v.14 n.40, 2022
Na presente investigação, contrapondo o Sócrates de Platão com a figura de Sócrates que emerge a ... more Na presente investigação, contrapondo o Sócrates de Platão com a figura de Sócrates que emerge a partir dos textos e da doxografia referente aos socráticos, apresento duas hipóteses sobre quem foi a mestra erótica de Sócrates. De um lado, a hipótese doxográfica geral dos socráticos que apontam Aspásia como sua mestra erótica, uma vez que Ésquines e Xenofonte, discípulos de Sócrates, bem como outros filósofos e doxógrafos posteriores à época clássica (Alciphron, Ateneu, Cícero, Filóstrato, Luciano, Máximo de Tiro, Plutarco, Sinésio, Victorino), retratam Aspásia como a mestra de Sócrates nas artes eróticas. De outro lado, a inovação platônica que apresenta Diotima como a verdadeira guia erótica de Sócrates. Busco demonstrar a importância da sacerdotisa de Mantineia no Banquete, já que Diotima está associada diretamente a novidade platônica do éros filosófico. Na sequência, indico os possíveis motivos desse deslocamento (substituir Aspásia por Diotima como figura central do éros filosófico e guia erótica de Sócrates) realizado por Platão, com enfoque em como estes motivos vinculam-se a aspectos essenciais das novidades eróticas propostas por Platão. Por fim, questiono se esta estratégia platônica, que limita a sabedoria de Aspásia a só um dos assuntos pelos quais era conhecida (retórica), não seria mais uma das camuflagens que a filosofia fez com as heranças sofísticas, em especial, das feitiçarias retórico-eróticas aspasianas que influenciaram profundamente o socratismo.
FAPEMIG (PIVIC), 2020
Relatório Final da Iniciação Científica Supressão Corpórea e Dissolução do Caráter Individual em ... more Relatório Final da Iniciação Científica Supressão Corpórea e Dissolução do Caráter Individual em Schopenhauer, referente ao período 01/03/2019 a 29/02/2020 apresentado à Universidade Federal de Ouro Preto, como parte das exigências do Programa de Iniciação Cientifica da FAPEMIG (PIVIC)
INCONΦIDENTIA: Revista Eletrônica de Filosofia, 2021
Ainda hoje, morar em Ouro Preto é viver cotidianamente arrebatamentos barrocos. Mas será que faze... more Ainda hoje, morar em Ouro Preto é viver cotidianamente arrebatamentos barrocos. Mas será que fazer triunfar esta estética barroca não é ainda cultuar a colonialidade, mantendo assim a cidade presa ao seu passado colonial? Para trabalhar com estas questões, sempre considerando a relevância política da música nas dinâmicas socioculturais, o estudo retrocede até a Villa Rica setecentista e traça relações entre barroco e colonialidade na análise de uma fonte histórica que narra performances eucarísticas realizadas na procissão que comemorou a transladação do Santíssimo Sacramento da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos para a Igreja Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto na Villa Rica setecentista. Ocorrida em 1733, esta procissão é amplamente considerada como uma das maiores festas barrocas das Américas. Assim, a análise das manifestações musicais descritas no “Triumpho Eucarístico” (1734) de Simão Ferreira Machado surge no texto com o objetivo de trazer os processos de hibridização cultural na Villa Rica, especialmente as relações entre música e colonialidade.
Escrito por: Raquel Wachtler
Será que o tempo dura em nós ou também fora de nós? Será que tudo é ... more Escrito por: Raquel Wachtler
Será que o tempo dura em nós ou também fora de nós? Será que tudo é tempo ou será que o tempo enquanto fluxo não tem qualquer estatuto ontológico e tudo que existe sempre existiu eternamente? Para refletirmos sobre este mistério delicado que é o tempo, o presente artigo resgata dois filósofos importantíssimos ao pensamento ocidental. Ambos dedicaram-se em pensar a liberdade nas suas obras, em vista disso, irei trazer suas noções sobre essa questão tipicamente moderna, relacionando as elaborações da liberdade com a maneira que o tempo foi abordado em cada filosofia, embora a preocupação com a temporalidade esteja presente numa maior medida em Bergson do que em Spinoza. Procederei contrapondo as duas estratégias conceituais usadas para pensar o tempo: eternidade e duração. Farei o mesmo movimento de contraposição com suas propostas ontológicas, sempre frisando a maneira ambivalente que compreendem a duração e trazendo as críticas que fez Bergson à necessidade inflexível do Deus spinozano. Tentarei também aproximá-los à medida que exaltaram a intuição, seja como método filosófico, seja como um gênero específico do conhecimento. Quando supomos uma amizade filosófica, é muito potente e produtivo, ainda mais entre dois grandes mestres da intuição, amigos da multiplicidade e do movimento.
Master Thesis by Raquel Wachtler
Instituto de Filosofia, Arte e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto, 2022
A eloquência característica e os efeitos da prosa poética de Górgias de Leontinos foram tais que,... more A eloquência característica e os efeitos da prosa poética de Górgias de Leontinos foram tais que, entre os gregos, gorgianizar tornou-se sinônimo de ser orador, de embelezar discurso. Especular sobre os espectros de Górgias é uma tentativa de desconstruir a visão monótona que a filosofia tem deste mago do discurso: imagem do leontino cristalizada na história da filosofia pela personagem platônica que contracena com Sócrates no diálogo Górgias. Sofisticar o fantasma filosófico de Górgias é, ao mesmo tempo, gorgianizar a história da filosofia. O resgate da feitiçaria sofística em nossa dissertação ocorre através do diálogo com a bruxaria discursiva gorgiana, focando em goēteía (feitiçaria) e peithṓ (persuasão) – relacionadas à mageía e aos epōidaí (encantamentos) – no lógos-phármakon e na psykhagōgía. Rastreando espectros da feitiçaria gorgiana, buscamos mostrar que sofistas e filósofos, ao concorrem politicamente pelo espaço do psykhagōgos, são herdeiros dos feiticeiros necromantes (góētes). A ênfase é na caracterização de sofistas e filósofos como condutores de almas, feiticeiros dos discursos, macumbeiros das palavras. O fantasma de Górgias é rastreado através de suas heranças em Aspásia e em Platão. Concluímos propondo que Górgias segue assombrando a filosofia, fazendo herdeiros entre filósofos-feiticeiros contemporâneos, como podemos observar mediante o resgate da ambiguidade do phármakon (endossada feiticeiramente pelo Elogio de Helena) na filosofia de Derrida e de Preciado.
Caderno de resumos by Raquel Wachtler
IV CMFIL - Caderno de Resumos, 2023
Palestra disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=z8EHwyL3-ow
Books by Raquel Wachtler
Caravana Grupo Editorial, 2024
Para adquirir a obra, acessar o site da editora:
https://caravanagrupoeditorial.com.br/produto/p... more Para adquirir a obra, acessar o site da editora:
https://caravanagrupoeditorial.com.br/produto/poesias-pocoes-prazeres/
Apresentação, por João Marcos Caliman Pezzin
Em Poesias, Poções, Prazeres encontramos uma alquimia mágica de temas que temperam poesias líricas e monstruosidades terrenas. Como num caldeirão, os versos cozidos são ingredientes estranhos, variedades que produzem receitas instigantes. Mesmo que a criativa organização dos inscritos reunidos sugira um certo caminho a se seguir, a imprevisibilidade da leitura é contagiante. O ritmo joga com a honra e a vileza. Afinal, é o que se espera de uma orgia prazerosamente celebrada entre arquétipos ancestrais, cultos e ritos. O charme da bruxa-autora – que sem parar questiona a própria linguagem, uma arte mágico-feiticeira por meio da qual palavras criam mundos – está em se divertir com a periculosidade farmacêutica da escrita, fantasiando absurdos e experimentando prazeres perversos. As paisagens, sempre oníricas, variam entre jardins floridos, profundezas submundanas e rituais antropofágicos.
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Papers by Raquel Wachtler
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https://books.google.com.br/books?id=8bnvEAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false
Será que o tempo dura em nós ou também fora de nós? Será que tudo é tempo ou será que o tempo enquanto fluxo não tem qualquer estatuto ontológico e tudo que existe sempre existiu eternamente? Para refletirmos sobre este mistério delicado que é o tempo, o presente artigo resgata dois filósofos importantíssimos ao pensamento ocidental. Ambos dedicaram-se em pensar a liberdade nas suas obras, em vista disso, irei trazer suas noções sobre essa questão tipicamente moderna, relacionando as elaborações da liberdade com a maneira que o tempo foi abordado em cada filosofia, embora a preocupação com a temporalidade esteja presente numa maior medida em Bergson do que em Spinoza. Procederei contrapondo as duas estratégias conceituais usadas para pensar o tempo: eternidade e duração. Farei o mesmo movimento de contraposição com suas propostas ontológicas, sempre frisando a maneira ambivalente que compreendem a duração e trazendo as críticas que fez Bergson à necessidade inflexível do Deus spinozano. Tentarei também aproximá-los à medida que exaltaram a intuição, seja como método filosófico, seja como um gênero específico do conhecimento. Quando supomos uma amizade filosófica, é muito potente e produtivo, ainda mais entre dois grandes mestres da intuição, amigos da multiplicidade e do movimento.
Master Thesis by Raquel Wachtler
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https://caravanagrupoeditorial.com.br/produto/poesias-pocoes-prazeres/
Apresentação, por João Marcos Caliman Pezzin
Em Poesias, Poções, Prazeres encontramos uma alquimia mágica de temas que temperam poesias líricas e monstruosidades terrenas. Como num caldeirão, os versos cozidos são ingredientes estranhos, variedades que produzem receitas instigantes. Mesmo que a criativa organização dos inscritos reunidos sugira um certo caminho a se seguir, a imprevisibilidade da leitura é contagiante. O ritmo joga com a honra e a vileza. Afinal, é o que se espera de uma orgia prazerosamente celebrada entre arquétipos ancestrais, cultos e ritos. O charme da bruxa-autora – que sem parar questiona a própria linguagem, uma arte mágico-feiticeira por meio da qual palavras criam mundos – está em se divertir com a periculosidade farmacêutica da escrita, fantasiando absurdos e experimentando prazeres perversos. As paisagens, sempre oníricas, variam entre jardins floridos, profundezas submundanas e rituais antropofágicos.
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https://books.google.com.br/books?id=8bnvEAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false
Será que o tempo dura em nós ou também fora de nós? Será que tudo é tempo ou será que o tempo enquanto fluxo não tem qualquer estatuto ontológico e tudo que existe sempre existiu eternamente? Para refletirmos sobre este mistério delicado que é o tempo, o presente artigo resgata dois filósofos importantíssimos ao pensamento ocidental. Ambos dedicaram-se em pensar a liberdade nas suas obras, em vista disso, irei trazer suas noções sobre essa questão tipicamente moderna, relacionando as elaborações da liberdade com a maneira que o tempo foi abordado em cada filosofia, embora a preocupação com a temporalidade esteja presente numa maior medida em Bergson do que em Spinoza. Procederei contrapondo as duas estratégias conceituais usadas para pensar o tempo: eternidade e duração. Farei o mesmo movimento de contraposição com suas propostas ontológicas, sempre frisando a maneira ambivalente que compreendem a duração e trazendo as críticas que fez Bergson à necessidade inflexível do Deus spinozano. Tentarei também aproximá-los à medida que exaltaram a intuição, seja como método filosófico, seja como um gênero específico do conhecimento. Quando supomos uma amizade filosófica, é muito potente e produtivo, ainda mais entre dois grandes mestres da intuição, amigos da multiplicidade e do movimento.
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Apresentação, por João Marcos Caliman Pezzin
Em Poesias, Poções, Prazeres encontramos uma alquimia mágica de temas que temperam poesias líricas e monstruosidades terrenas. Como num caldeirão, os versos cozidos são ingredientes estranhos, variedades que produzem receitas instigantes. Mesmo que a criativa organização dos inscritos reunidos sugira um certo caminho a se seguir, a imprevisibilidade da leitura é contagiante. O ritmo joga com a honra e a vileza. Afinal, é o que se espera de uma orgia prazerosamente celebrada entre arquétipos ancestrais, cultos e ritos. O charme da bruxa-autora – que sem parar questiona a própria linguagem, uma arte mágico-feiticeira por meio da qual palavras criam mundos – está em se divertir com a periculosidade farmacêutica da escrita, fantasiando absurdos e experimentando prazeres perversos. As paisagens, sempre oníricas, variam entre jardins floridos, profundezas submundanas e rituais antropofágicos.