Daniel Kerry dos Santos
Doutor em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Área de Concentração: Práticas Sociais e Processos de Subjetivação / Linha de Pesquisa: Processos de Subjetivação, gênero e diversidades. Mestre em Psicologia pela mesma universidade. Especialista em Psicologia Clínica pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Psicólogo (CRP-12/11122), Bacharel e Licenciado em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp/Assis). Atualmente integra, como psicólogo especialista, a Comissão de Elaboração do documento Referências técnicas para a atuação de psicólogas(os) em políticas públicas de diversidade sexual, produzido pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Entre 2017 e 2020 foi professor do curso de Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul/Campus Florianópolis e Pedra Branca). Membro do núcleo de pesquisa Margens - Modos de vida, Família e Relações de Gênero (Psicologia/UFSC). Cofundou e integrou o Grupo de Trabalho (GT) "Gênero e Sexualidades", vinculado à Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia (CRP-12) / IX Plenário - Gestão 2016-2019. Integrou o Conselho Municipal de Direitos LGBT de Florianópolis, como membro suplente representante do CRP-12. Entre 2014 e 2015 realizou estágio doutoral no exterior com bolsa CAPES-Sanduíche no Discourse Unit - Centre for Qualitative and Theoretical Research on the Reproduction and Transformation of Language, Subjectivity and Practice, na cidade de Manchester, Inglaterra. Tem experiência nas áreas da Psicologia Social Crítica, Psicologia Escolar e Educacional e Psicologia Clínica. Interessa-se pelos seguintes temas: Psicologia Social Crítica, Educação, Saúde Mental, Estudos da Subjetividade (com enfoque em autores/as como Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Paul Preciado e Judith Butler), Esquizoanálise, políticas do corpo e das sexualidades, estudos de gênero, teorias feministas, estudos queer, teorias pós-estruturalistas, teorias decoloniais, dispositivos clínicos e analíticos, clínica transdisciplinar.. Contato: dakerry@gmail.com. Site pessoal: http://www.danielkerry.com.br/.
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Papers by Daniel Kerry dos Santos
normaliza, exclui e extermina as diferenças. Apresenta-se um debate sobre a produção histórica da norma e seus efeitos na gestão
das populações e nas governamentalidades modernas. Segue-se
uma problematização sobre como a precarização da vida, fundamentada nas normas de sexo, de sexualidade e de gênero, pode ser
tomada como ponto nevrálgico para se repensar a política. A partir
da análise dos dispositivos da sexualidade e do gênero, sugere-se
uma cartografia dos agenciamentos que produzem efeitos concretos
no cotidiano, como a produção da materialidade dos corpos, a (in)
inteligibilidade de gênero e das sexualidades, a patologização das
multiplicidades sexuais e de gênero, a violência, a exclusão e a estigmatização das experiências dissidentes. Sustenta-se, por fim, uma
psicologia crítica que esteja atenta a esses regimes de verdade e de
poder.
vínculos parento-filiais, ou seja, vinculações que
pressupõem o sentimento de pertencimento a
uma família. Apresentam-se as análises de uma
pesquisa qualitativa, da qual participaram quatro
pessoas (um pai e três mães) de diferentes famílias que realizaram adoção tardia e que residem
na região da Grande Florianópolis (SC). Foram
realizadas entrevistas semiestruturadas. As narrativas escutadas foram observadas tendo como
referência teórico-metodológica a “análise de práticas discursivas e de produção de sentidos” de
Spink e Medrado (2013). As análises indicaram
alguns sentidos sobre a construção de vínculos
parento-filiais em casos de adoção tardia, tais
como: necessidade de construir uma adaptação
para a criança que está sendo incluída na relação
familiar; integração do passado da criança na dinâmica e na história da família atual; compreensão
dos mecanismos de defesa da criança; promoção
de sentimentos de pertencimento. Considera-se
que a construção de vínculos parento-filiais é um
indicativo do potencial sucesso da adoção; e que
essa construção perpassa todo o processo, desde o período de decisão em adotar crianças até a
consolidação dos vínculos parento-filiais na nova
dinâmica familiar.
transnacional do sexo. Propomos uma breve contextualização
acerca da questão das migrações de homens motivadas pelo
mercado do sexo e um relato acerca de algumas dificuldades
encontradas durante pesquisa de campo com esses sujeitos. Em
seguida, analisamos as narrativas de alguns homens brasileiros
trabalhadores do sexo residentes no Brasil. Demos destaque
àquelas histórias que enunciavam o afeto do medo no mercado
transnacional do sexo e o imaginário acerca dos fluxos
migratórios. Consideramos que tais problematizações podem
ampliar o debate sobre certas paisagens sociais sobre as quais se
produzem algumas das experiências de homens trabalhadores do
sexo.
Palavras-chave: políticas públicas; direitos humanos; diversidade sexual e de gênero; capacitações de servidores/as públicos/as
experiências de envelhecimento entre homens homossexuais.
Inicialmente, tracei linhas de alguns campos discursivos sobre os quais a velhice e a homossexualidade estariam remetidas, considerando que tais cartografias sinalizam pistas importantes em pesquisas sobre essa temática. Desse modo, procurei demarcar um campo político epistemológico crítico que historicizasse e politizasse as experiências de sujeitos e grupos e os modos de subjetivações. Para acompanhar tais processos, habitei um bar gay na cidade de Florianópolis frequentado principalmente por homens mais velhos. Busquei por expressões e intensidades que reinventassem e recompusessem corporeidades, apontando que a materialidade dos corpos, apesar de estar remetida a um sistema de regulação, pode ganhar novas significações onde a abjeção (ou um fantasma de abjeção) possa ser politizada e transformar-se num instrumento de contestação política, mesmo que em instantes fugazes e de forma provisória. Considerei que os homossexuais mais velhos estariam habitando uma fronteira, um limite de um regime discursivo que estabelece, por um lado, um campo de legitimidade e de inteligibilidade e, por outro, uma zona de ininteligibilidade, um exterior constitutivo. Com esta pesquisa tentei mostrar que habitar essa fronteira discursiva que toma o corpo utópico como prerrogativa e ideal regulatório, não necessariamente constitui uma vida abjeta. Essa zona de tensão incita resistências, cria modos de vida alternativos e ativa subjetivações que reinventam e alargam os campos de inteligibilidade. Olhar mais de perto para essas vidas, para esses corpos que exibem a velhice e, ao mesmo tempo, desejam, gozam, têm tesão e inventam outras formas de experimentar o homoerotismo e a homossexualidade seria uma aposta política que desestabiliza as estratégias de homogeneização, de exclusão e de abjeção. A velhice e a homossexualidade, nesse sentido, podem ser pensadas a partir da perspectiva da diferença e da alteridade e não a partir de critérios identitários totalizantes. As narrativas ouvidas e as afecções experienciadas durante as cartografias realizadas no território habitado apontaram para algumas formas de relação consigo mesmo, para uma territorialidade alternativa e para uma heterotopia de corpos (in)desejáveis. Muitas vezes as experiências de envelhecimento entre homossexuais podem estar remetidas a enunciados de sujeição, mas, por outro lado, pode produzir subjetivações e resistência aos ideais regulatórios contemporâneos. O homoerotismo e a homossexualidade foram pensados aqui como possibilidades de potência na velhice, onde a experiência de envelhecimento possa ser vivida como uma experiência ética e estética e não como mais um modo de assujeitamento.
Palavras-chave: Homossexualidade. Envelhecimento. Corpo. Gênero. Subjetivação.
e ser afetado) no processo de habitar tal território de sociabilidade.
ABSTRACT: This paper problematizes cartography as a methodological possibility on research about sexualities. Bringing together some gender studies and queer perspectives and the cartographic thinking proposed by Gilles Deleuze and Félix Guattari, it attempts to stress common grounds among these approaches. After an introduction that aims to approximate such strands, it presents some fieldwork notes of a research that aimed to cartography ways of stylizations of the homoeroticism in the old age among men in a bar in the city of Florianópolis (SC, Brazil). The text also emphasizes the effects of/on the researcher’s body (of affecting and being affected) during the process of inhabiting such sociability territory.
do homoerotismo na velhice entre homens. Buscou-se enfatizar os processos de resistência
e de subjetivação em face de modelos hegemônicos que dão contornos à velhice e
à homossexualidade. Ao tentar escapar do fatalismo da abjeção muitas vezes atribuída aos
homossexuais mais velhos, sustenta-se que o sujeito velho e homossexual estaria habitando
uma zona limítrofe de um regime discursivo que estabelece, por um lado, um campo de legitimidade
e, por outro, uma zona de ininteligibilidade, um exterior constitutivo. Estar nessa
fronteira discursiva (performatizada pela própria materialidade do corpo) não necessariamente
constitui uma vida abjeta, mas incita a fissuras pelas quais o desejo pode potencialmente
adquirir matérias de expressão. Nesse sentido, as narrativas ouvidas apontaram para uma
possível ética do envelhecimento, a partir da qual os sujeitos podem conduzir e (re)inventar a
vida, o corpo e o desejo.
processos de subjetivação e construções de identidades de gênero e sexual em uma
1 cidade do interior paulista . A pergunta que nos norteou durante o percurso foi: de que
modo a homofobia regula o desejo e o trânsito “entre os armários” de pessoas ditas
homossexuais em uma cidade do interior? Trata-se de uma cartografia realizada a partir
de entrevistas transformadas em narrativas de quatro homens cisgêneros de idades
distintas que se autodenominam homens homossexuais ou experienciam práticas
homoeróticas. Todos os participantes residem na mesma cidade, não se conhecem e
viveram a maior parte de suas vidas nela. Procuramos problematizar o modo como estes
participantes deram sentido às experiências de regulação de suas sexualidades
decorrente da homofobia e do dispositivo do armário. As análises indicaram que o
armário tanto pode regular e vigiar suas vidas, restringindo possibilidades desejantes,
como também pode suscitar resistências, a partir das quais é possível estabelecer uma
outra relação ética com a vida, isto é, produzir outros modos de vida possíveis na cidade.
homossexualidade como uma forma de sexualidade abjeta e que promovem um ideal regulatório
heterossexual por todo campo social. Evidenciam-se enunciados teológicos, jurídicos e científicos
que fizeram proliferar discursos heteronormativos e que contribuíram para a construção da
homofobia. Sustento que não é possível pensar em homofobia sem considerar as tramas discursivas
sobre as quais a homossexualidade foi enunciada. Diante do campo de problemas visibilizado
durante o texto, problematizam-se algumas considerações ético-políticas necessárias à psicologia
brasileira contemporânea.
Homossexualidade. Casamento.
Família", de Miguel Vale de Almeida
Books by Daniel Kerry dos Santos
normaliza, exclui e extermina as diferenças. Apresenta-se um debate sobre a produção histórica da norma e seus efeitos na gestão
das populações e nas governamentalidades modernas. Segue-se
uma problematização sobre como a precarização da vida, fundamentada nas normas de sexo, de sexualidade e de gênero, pode ser
tomada como ponto nevrálgico para se repensar a política. A partir
da análise dos dispositivos da sexualidade e do gênero, sugere-se
uma cartografia dos agenciamentos que produzem efeitos concretos
no cotidiano, como a produção da materialidade dos corpos, a (in)
inteligibilidade de gênero e das sexualidades, a patologização das
multiplicidades sexuais e de gênero, a violência, a exclusão e a estigmatização das experiências dissidentes. Sustenta-se, por fim, uma
psicologia crítica que esteja atenta a esses regimes de verdade e de
poder.
vínculos parento-filiais, ou seja, vinculações que
pressupõem o sentimento de pertencimento a
uma família. Apresentam-se as análises de uma
pesquisa qualitativa, da qual participaram quatro
pessoas (um pai e três mães) de diferentes famílias que realizaram adoção tardia e que residem
na região da Grande Florianópolis (SC). Foram
realizadas entrevistas semiestruturadas. As narrativas escutadas foram observadas tendo como
referência teórico-metodológica a “análise de práticas discursivas e de produção de sentidos” de
Spink e Medrado (2013). As análises indicaram
alguns sentidos sobre a construção de vínculos
parento-filiais em casos de adoção tardia, tais
como: necessidade de construir uma adaptação
para a criança que está sendo incluída na relação
familiar; integração do passado da criança na dinâmica e na história da família atual; compreensão
dos mecanismos de defesa da criança; promoção
de sentimentos de pertencimento. Considera-se
que a construção de vínculos parento-filiais é um
indicativo do potencial sucesso da adoção; e que
essa construção perpassa todo o processo, desde o período de decisão em adotar crianças até a
consolidação dos vínculos parento-filiais na nova
dinâmica familiar.
transnacional do sexo. Propomos uma breve contextualização
acerca da questão das migrações de homens motivadas pelo
mercado do sexo e um relato acerca de algumas dificuldades
encontradas durante pesquisa de campo com esses sujeitos. Em
seguida, analisamos as narrativas de alguns homens brasileiros
trabalhadores do sexo residentes no Brasil. Demos destaque
àquelas histórias que enunciavam o afeto do medo no mercado
transnacional do sexo e o imaginário acerca dos fluxos
migratórios. Consideramos que tais problematizações podem
ampliar o debate sobre certas paisagens sociais sobre as quais se
produzem algumas das experiências de homens trabalhadores do
sexo.
Palavras-chave: políticas públicas; direitos humanos; diversidade sexual e de gênero; capacitações de servidores/as públicos/as
experiências de envelhecimento entre homens homossexuais.
Inicialmente, tracei linhas de alguns campos discursivos sobre os quais a velhice e a homossexualidade estariam remetidas, considerando que tais cartografias sinalizam pistas importantes em pesquisas sobre essa temática. Desse modo, procurei demarcar um campo político epistemológico crítico que historicizasse e politizasse as experiências de sujeitos e grupos e os modos de subjetivações. Para acompanhar tais processos, habitei um bar gay na cidade de Florianópolis frequentado principalmente por homens mais velhos. Busquei por expressões e intensidades que reinventassem e recompusessem corporeidades, apontando que a materialidade dos corpos, apesar de estar remetida a um sistema de regulação, pode ganhar novas significações onde a abjeção (ou um fantasma de abjeção) possa ser politizada e transformar-se num instrumento de contestação política, mesmo que em instantes fugazes e de forma provisória. Considerei que os homossexuais mais velhos estariam habitando uma fronteira, um limite de um regime discursivo que estabelece, por um lado, um campo de legitimidade e de inteligibilidade e, por outro, uma zona de ininteligibilidade, um exterior constitutivo. Com esta pesquisa tentei mostrar que habitar essa fronteira discursiva que toma o corpo utópico como prerrogativa e ideal regulatório, não necessariamente constitui uma vida abjeta. Essa zona de tensão incita resistências, cria modos de vida alternativos e ativa subjetivações que reinventam e alargam os campos de inteligibilidade. Olhar mais de perto para essas vidas, para esses corpos que exibem a velhice e, ao mesmo tempo, desejam, gozam, têm tesão e inventam outras formas de experimentar o homoerotismo e a homossexualidade seria uma aposta política que desestabiliza as estratégias de homogeneização, de exclusão e de abjeção. A velhice e a homossexualidade, nesse sentido, podem ser pensadas a partir da perspectiva da diferença e da alteridade e não a partir de critérios identitários totalizantes. As narrativas ouvidas e as afecções experienciadas durante as cartografias realizadas no território habitado apontaram para algumas formas de relação consigo mesmo, para uma territorialidade alternativa e para uma heterotopia de corpos (in)desejáveis. Muitas vezes as experiências de envelhecimento entre homossexuais podem estar remetidas a enunciados de sujeição, mas, por outro lado, pode produzir subjetivações e resistência aos ideais regulatórios contemporâneos. O homoerotismo e a homossexualidade foram pensados aqui como possibilidades de potência na velhice, onde a experiência de envelhecimento possa ser vivida como uma experiência ética e estética e não como mais um modo de assujeitamento.
Palavras-chave: Homossexualidade. Envelhecimento. Corpo. Gênero. Subjetivação.
e ser afetado) no processo de habitar tal território de sociabilidade.
ABSTRACT: This paper problematizes cartography as a methodological possibility on research about sexualities. Bringing together some gender studies and queer perspectives and the cartographic thinking proposed by Gilles Deleuze and Félix Guattari, it attempts to stress common grounds among these approaches. After an introduction that aims to approximate such strands, it presents some fieldwork notes of a research that aimed to cartography ways of stylizations of the homoeroticism in the old age among men in a bar in the city of Florianópolis (SC, Brazil). The text also emphasizes the effects of/on the researcher’s body (of affecting and being affected) during the process of inhabiting such sociability territory.
do homoerotismo na velhice entre homens. Buscou-se enfatizar os processos de resistência
e de subjetivação em face de modelos hegemônicos que dão contornos à velhice e
à homossexualidade. Ao tentar escapar do fatalismo da abjeção muitas vezes atribuída aos
homossexuais mais velhos, sustenta-se que o sujeito velho e homossexual estaria habitando
uma zona limítrofe de um regime discursivo que estabelece, por um lado, um campo de legitimidade
e, por outro, uma zona de ininteligibilidade, um exterior constitutivo. Estar nessa
fronteira discursiva (performatizada pela própria materialidade do corpo) não necessariamente
constitui uma vida abjeta, mas incita a fissuras pelas quais o desejo pode potencialmente
adquirir matérias de expressão. Nesse sentido, as narrativas ouvidas apontaram para uma
possível ética do envelhecimento, a partir da qual os sujeitos podem conduzir e (re)inventar a
vida, o corpo e o desejo.
processos de subjetivação e construções de identidades de gênero e sexual em uma
1 cidade do interior paulista . A pergunta que nos norteou durante o percurso foi: de que
modo a homofobia regula o desejo e o trânsito “entre os armários” de pessoas ditas
homossexuais em uma cidade do interior? Trata-se de uma cartografia realizada a partir
de entrevistas transformadas em narrativas de quatro homens cisgêneros de idades
distintas que se autodenominam homens homossexuais ou experienciam práticas
homoeróticas. Todos os participantes residem na mesma cidade, não se conhecem e
viveram a maior parte de suas vidas nela. Procuramos problematizar o modo como estes
participantes deram sentido às experiências de regulação de suas sexualidades
decorrente da homofobia e do dispositivo do armário. As análises indicaram que o
armário tanto pode regular e vigiar suas vidas, restringindo possibilidades desejantes,
como também pode suscitar resistências, a partir das quais é possível estabelecer uma
outra relação ética com a vida, isto é, produzir outros modos de vida possíveis na cidade.
homossexualidade como uma forma de sexualidade abjeta e que promovem um ideal regulatório
heterossexual por todo campo social. Evidenciam-se enunciados teológicos, jurídicos e científicos
que fizeram proliferar discursos heteronormativos e que contribuíram para a construção da
homofobia. Sustento que não é possível pensar em homofobia sem considerar as tramas discursivas
sobre as quais a homossexualidade foi enunciada. Diante do campo de problemas visibilizado
durante o texto, problematizam-se algumas considerações ético-políticas necessárias à psicologia
brasileira contemporânea.
Homossexualidade. Casamento.
Família", de Miguel Vale de Almeida