Professora substituta na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT - Tangará da Serra) no departamento de Letras. Docente colaboradora do PPEn/IFMT. Pós-doutora em Ensino de Literatura no PPGEn/IFMT, bolsista no Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação na Amazônia Legal (PDPG/CAPES). Doutora em Estudos Literários no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (PPGEL/UFMT), com participação no Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), financiada pela CAPES, na Sorbonne Université, Faculté des Lettres. Mestra em Estudos Literários pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (PPGEL/UFMT). Mestra em Langues et Cultures Etrangères parcours Littérature Lusophone pela Université Stendhal (GRENOBLE III). Atuou como docente substituta no Departamento de Letras da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O presente artigo apresenta uma leitura dos textos que compõem a série “Começo” na obra homônima ... more O presente artigo apresenta uma leitura dos textos que compõem a série “Começo” na obra homônima de Nathalie Quintane, a qual se situa a meio do caminho entre a autobiografia e a poesia. Pretende-se aqui compreender como a composição, decomposição e recomposição do corpo humano é estruturada no livro como proposta de uma anatomia poética do eu. Nesse processo, delineiam-se como linhas de força o erótico e o abjeto como instâncias em que o eu se reconhece – e se desafia – como corpo e linguagem. Como balizas teóricas que respaldem tal leitura, elegem-se aqui as noções de pacto autobiográfico, de Lejeune (2014); de erotismo e escritura, de Barthes (1987); e de abjeção e significação, de Kristeva (1982). Destaque-se, por fim, que, como autobiografia e poesia, Começo propõe simultaneamente um percurso de formação e de deformação da primeira pessoa discursiva, como vias contrárias que se encontram no texto de Quintane.
http://dx.doi.org/10.5007/2176-8552.2016n21p239A poesia vinculada a elementos imagéticos compõe ... more http://dx.doi.org/10.5007/2176-8552.2016n21p239A poesia vinculada a elementos imagéticos compõe uma estética híbridacara à boa parte da produção literária contemporânea, em que a visualidade,como elemento semiótico constitutivo do poema, suscita aos leitores novoscaminhos interpretativos. Diante desse contexto, visa-se verificar na obra literáriaOLHLO2: Poesia Visual, de Luis Augusto Knop de Mendonça (de heterônimoKnorr), como a visualidade é implementada. Chamam atenção asrupturas estruturais no livro (em forma de baralho) que apontam a presençade um jogo entre o verbal e o não verbal. Para as análises aqui empreendidas,consideram-se cinco poemas visuais, nos quais se indaga como o grafemaengendra a imagem nos processos de significação. De acordo com as teoriasde Jacques Derrida e Roland Barthes, mediante a différance e os “regimes antropológicosde sentido”, buscam-se entender os jogos de múltiplos ou vaziossentidos na fulguração da letra à imagem.
RESUMO: A obra Provenientes do azul, de Regina Pouchain, diálogo entre a poesia e as artes visuai... more RESUMO: A obra Provenientes do azul, de Regina Pouchain, diálogo entre a poesia e as artes visuais, carrega um hibridismo caro às produções contemporâneas, em que palavra e imagem se conjugam para tentar significar o mundo e/ou estar no mundo em sua complexidade. Como leitores, colocamo-nos, pois, as seguintes questões: Até que ponto uma imagem pode suscitar sentidos? Em quais instâncias aproximam-se linguagem verbal e não verbal no construir de sentidos? Para estabelecermos repostas pontuais, elencaremos como corpus de análise sete aforismos e sete fotografias publicados em Provenientes do Azul. A partir do aporte teórico das teorias semióticas, observaremos como os procedimentos de fragmentação da escritura podem nos ajudar a traçar um percurso de leitura para o vasto mundo apresentado na poética de Regina Pouchain. PALAVRAS-CHAVE: aforismos; fotografias; Regina Pouchain. Introdução Regina Pouchain, artista multimídia, publica desde a década de 90 nas interseções de poesia e tecno...
Este artigo apresenta subsídios teórico-metodológicos para leitura da poesia visual levando em co... more Este artigo apresenta subsídios teórico-metodológicos para leitura da poesia visual levando em conta o fenômeno da serialidade. A proposta está baseada nas relações de repetição e diferença que realçam os processos seriados nos poemas visuais selecionados para análise. Propomos os conceitos de série de poemas e poemas seriais. Identificamos uma série de poemas quando, em uma cadeia poética reiterativa, as unidades são autônomas do conjunto. No poema serial toda unidade da cadeia poética reiterativa é dependente do conjunto. Dado o suporte das teorias pós-estruturalistas francesas, notamos como os poemas visuais contemporâneos permeiam as noções de serialidade e podem ser lidos de maneira a ressaltar a estrutura de composição seriada.
O presente artigo discute como a secao “cartoes postais” do livro de poesia n. d. a (2010), de Ar... more O presente artigo discute como a secao “cartoes postais” do livro de poesia n. d. a (2010), de Arnaldo Antunes, pode ser conjugada com a nocao de descolecao, de Canclini (1997). Para isso, serao analisados tres poemas dessa secao, tomando como ponto de partida as questoes sobre os signos verbais e nao verbais nos espacos da cidade fotografados pelo poeta, bem como o efeito estetico operado pelos processos de escolha e enquadramento do poeta-fotografo. Tais poemas subvertem o genero cartao postal, seja pelas insuspeitas relacoes entre palavra e imagem na cidade flagradas pela lente da câmera, seja pela falta de nitidez ou de enquadramento dos objetos fotografados, ou mesmo pela publicacao no suporte livro. A proposicao de uma poesia no limite da fotografia e do cartao postal postula uma arte hibrida, sugerindo questionamentos sobre o cruzamento interartistico.
Este artigo propoe uma leitura da obra Calendrier (1963), do escritor frances Pierre Garnier, a p... more Este artigo propoe uma leitura da obra Calendrier (1963), do escritor frances Pierre Garnier, a partir da metafora das areas na esfera celeste da pagina. Os poemas visuais de Pierre Garnier demonstram a tradicao da poesia visual experimental nos anos sessenta, na Franca. Em sua obra, a instância da palavra e caracterizada como uma area reverberada em intensidade visual e sonora. Buscamos, assim, demonstrar como as constelacoes sao criadas como rotas de leituras nos poemas referentes aos meses ‘Janvier”, ‘Fevrier”, ‘Mars” e ‘Avril” em Calendrier (1963). Como base teorica, perpassamos os manifestos e producoes teorico-criticas de Pierre Garnier, bem como algumas questoes postuladas pelo pos-estruturalista frances Blanchot (2005), para alem do trabalho com a nocao de leitura enquanto partilha do sensivel, em Ranciere (2010). Desse modo, observamos como a poesia visual de Pierre Garnier trabalha as dinâmicas de movimento espacial que compoem deslocamentos visuais na pagina, objetivo max...
Resume :Cet article se propose d’appliquer des notions de peinture a la lecture du poeme fenis, d... more Resume :Cet article se propose d’appliquer des notions de peinture a la lecture du poeme fenis, de Arnaldo Antunes, afin d’analyser ses versions imprimee et digitale comme des tableaux. Pour cela, nous utilisons la methodologie developpee par Liliane Louvel (2002/2010) afin de comprendre comment les passages du texte a l’image et aussi les passages entre differents supports sont reveles dans une description picturale du visible et du lisible. De cette facon, des concepts cles de cette theorie – l’effet-tableau, l’effet decoratif, l’effet cadrage et l’effet marge – sont operes comme degres de saturation de l’image poetique dans notre lecture de fenis.Mots-cle : Poesie, Peinture, Description picturale Resumo: Neste artigo propoe-se aplicar nocoes do campo da pintura a leitura do poema “fenis”, de Arnaldo Antunes, a fim de analisar suas versoes impressa e digital como telas. Para tanto, emprega-se aqui a metodologia desenvolvida por Liliane Louvel (2002/2010) para entender como as pass...
A lirica de Maria Teresa Horta desempenha um papel importante nos estudos contemporâneos de liter... more A lirica de Maria Teresa Horta desempenha um papel importante nos estudos contemporâneos de literatura portuguesa, nao so pelo seu valor literario, mas tambem por sua importância cultural e politica no quadro dos estudos feministas. Maria Teresa Horta da voz a uma eu lirica [1] que se constroi em uma escrita feminina (CIXOUS, 2007) a partir do corpo, dando aos seus poemas um teor erotico em que nao ha silenciamento da imanencia da mulher. Diante de tal contexto, no presente trabalho analisaremos dois poemas eroticos de Maria Teresa Horta – “Canto o teu corpo” (1971) e “Proposito” (2012) – a luz da teoria da diferenca sexual da critica feminista, a fim de indagar os modos libertarios de gozar e dizer o gozo em duas fases distintas da carreira da autora. [1] Eu lirica e o termo utilizado para nao realizar o apagamento de uma voz literaria feminina. O uso do termo eu lirico em nossos estudos representaria uma violencia linguistica e simbolica no processo de autorrepresentacao na escrit...
Este artigo pretende perceber as relacoes entre poesia visual e alguns conceitos da psicanalise. ... more Este artigo pretende perceber as relacoes entre poesia visual e alguns conceitos da psicanalise. Tomaremos como base teorica os conceitos elaborados por Freud e Lacan, em especial aqueles tratados nas releituras de Garcia-Roza (2009) e Quinet (2004). O foco, portanto, sera a obra OLHLO 2 Poesia Visual , de Luiz Augusto Knop de Mendonca- Knorr. Objetiva-se estudar como aparecem, nas lâminas escolhidas para analise, a perspectiva do “espelho” e o “olhar” como objeto de desejo.
Este artigo apresenta subsídios teórico-metodológicos para leitura da poesia visual levando em co... more Este artigo apresenta subsídios teórico-metodológicos para leitura da poesia visual levando em conta o fenômeno da serialidade. A proposta está baseada nas relações de repetição e diferença que realçam os processos seriados nos poemas visuais selecionados para análise. Propomos os conceitos de série de poemas e poemas seriais. Identificamos uma série de poemas quando, em uma cadeia poética reiterativa, as unidades são autônomas do conjunto. No poema serial toda unidade da cadeia poética reiterativa é dependente do conjunto. Dado o suporte das teorias pós-estruturalistas francesas, notamos como os poemas visuais contemporâneos permeiam as noções de serialidade e podem ser lidos de maneira a ressaltar a estrutura de composição seriada.
O suporte, como integrante e mesmo determinante de novas experiencias esteticas, fomenta distinta... more O suporte, como integrante e mesmo determinante de novas experiencias esteticas, fomenta distintas formas de interacao e leituras de textualidades poeticas. No contexto dos novos suportes advindos da revolucao digital, o formato GIF, popular em ambientes virtuais, tem sido usado em processos de reelaboracao de poemas originalmente publicados em meio impresso. Nesse contexto, o presente artigo analisa duas transposicoes das series poeticas “Asas” (1991) e “Volve” (1997), de Arnaldo Antunes, para o genero poema em GIF animado. Tais poemas estabelecem e potencializam fenomenos de movencia, velocidade e repeticao, dinâmicas inerentes a esse novo genero de poesia digital. Para tanto, discutimos questoes espaciotemporais caras a poesia visual, no que tange a transposicao de “Asas” e “Volve” para o formato GIF, a luz das metaforas do caleidoscopio e da luneta, instrumentos opticos que medeiam a relacao entre aquele que ve e aquilo que e visto, desnaturalizando poeticamente a percepcao.
Medium, by integrating and determi- ning new aesthetical experiences, fos- ters different ways of... more Medium, by integrating and determi- ning new aesthetical experiences, fos- ters different ways of interacting and reading poetic textualities. In the con- text of the new media from the digi- tal revolution, the GIF format, popu- lar in virtual environments, has been used in the re-elaboration of poems originally published in print media. In that context, this paper analyzes two transpositions of the poetic series “Asas” and “Volve”, by Arnaldo An- tunes, into the genre animated GIF poem. We herein analyze the verbi- visual dynamics established by those poems and how they are enhanced by motility, speed and repetition, which are inherent to this new digital poe- try genre. To do so, we discuss spa- tiotemporal issues of visual poetry within the transposition of “Asas” 506 and “Volve” into the GIF format, in the light of the metaphors of the kaleidoscope and the telescope, opti- cal instruments that mediate the re- lation between the one who observes and the thing that is observed, thus poetically denaturalizing perception. Keywords: Arnaldo Antunes. GIF poems. Motility. Repetition.
This paper discusses how the section “cartões postais”, from the poetry book n.d.a (2010), by Arn... more This paper discusses how the section “cartões postais”, from the poetry book n.d.a (2010), by Arnaldo Antunes, can be related to the concept of discollection, by Canclini (1997). To do so, we herein analyze three poems from that section, considering issues such as verbal and non-verbal signs in the urban spaces photographed by the poet, as well as the aesthetic effects from the choices and framings in those photos. Such poems subvert the genre postcard as they build surprising relations between words and images captured by the camera, depict objects with a blurry or misframed focus and are published in a print book. The proposition of overlapping poetry, photography and postcards creates hybrid art, which makes us reflect about inter-artistic crossovers. KEYWORDS: poetry; post cards; discollection; hybridization; Arnaldo Antunes
O presente artigo apresenta uma leitura dos textos que compõem a série “Começo” na obra homônima ... more O presente artigo apresenta uma leitura dos textos que compõem a série “Começo” na obra homônima de Nathalie Quintane, a qual se situa a meio do caminho entre a autobiografia e a poesia. Pretende-se aqui compreender como a composição, decomposição e recomposição do corpo humano é estruturada no livro como proposta de uma anatomia poética do eu. Nesse processo, delineiam-se como linhas de força o erótico e o abjeto como instâncias em que o eu se reconhece – e se desafia – como corpo e linguagem. Como balizas teóricas que respaldem tal leitura, elegem-se aqui as noções de pacto autobiográfico, de Lejeune (2014); de erotismo e escritura, de Barthes (1987); e de abjeção e significação, de Kristeva (1982). Destaque-se, por fim, que, como autobiografia e poesia, Começo propõe simultaneamente um percurso de formação e de deformação da primeira pessoa discursiva, como vias contrárias que se encontram no texto de Quintane.
http://dx.doi.org/10.5007/2176-8552.2016n21p239A poesia vinculada a elementos imagéticos compõe ... more http://dx.doi.org/10.5007/2176-8552.2016n21p239A poesia vinculada a elementos imagéticos compõe uma estética híbridacara à boa parte da produção literária contemporânea, em que a visualidade,como elemento semiótico constitutivo do poema, suscita aos leitores novoscaminhos interpretativos. Diante desse contexto, visa-se verificar na obra literáriaOLHLO2: Poesia Visual, de Luis Augusto Knop de Mendonça (de heterônimoKnorr), como a visualidade é implementada. Chamam atenção asrupturas estruturais no livro (em forma de baralho) que apontam a presençade um jogo entre o verbal e o não verbal. Para as análises aqui empreendidas,consideram-se cinco poemas visuais, nos quais se indaga como o grafemaengendra a imagem nos processos de significação. De acordo com as teoriasde Jacques Derrida e Roland Barthes, mediante a différance e os “regimes antropológicosde sentido”, buscam-se entender os jogos de múltiplos ou vaziossentidos na fulguração da letra à imagem.
RESUMO: A obra Provenientes do azul, de Regina Pouchain, diálogo entre a poesia e as artes visuai... more RESUMO: A obra Provenientes do azul, de Regina Pouchain, diálogo entre a poesia e as artes visuais, carrega um hibridismo caro às produções contemporâneas, em que palavra e imagem se conjugam para tentar significar o mundo e/ou estar no mundo em sua complexidade. Como leitores, colocamo-nos, pois, as seguintes questões: Até que ponto uma imagem pode suscitar sentidos? Em quais instâncias aproximam-se linguagem verbal e não verbal no construir de sentidos? Para estabelecermos repostas pontuais, elencaremos como corpus de análise sete aforismos e sete fotografias publicados em Provenientes do Azul. A partir do aporte teórico das teorias semióticas, observaremos como os procedimentos de fragmentação da escritura podem nos ajudar a traçar um percurso de leitura para o vasto mundo apresentado na poética de Regina Pouchain. PALAVRAS-CHAVE: aforismos; fotografias; Regina Pouchain. Introdução Regina Pouchain, artista multimídia, publica desde a década de 90 nas interseções de poesia e tecno...
Este artigo apresenta subsídios teórico-metodológicos para leitura da poesia visual levando em co... more Este artigo apresenta subsídios teórico-metodológicos para leitura da poesia visual levando em conta o fenômeno da serialidade. A proposta está baseada nas relações de repetição e diferença que realçam os processos seriados nos poemas visuais selecionados para análise. Propomos os conceitos de série de poemas e poemas seriais. Identificamos uma série de poemas quando, em uma cadeia poética reiterativa, as unidades são autônomas do conjunto. No poema serial toda unidade da cadeia poética reiterativa é dependente do conjunto. Dado o suporte das teorias pós-estruturalistas francesas, notamos como os poemas visuais contemporâneos permeiam as noções de serialidade e podem ser lidos de maneira a ressaltar a estrutura de composição seriada.
O presente artigo discute como a secao “cartoes postais” do livro de poesia n. d. a (2010), de Ar... more O presente artigo discute como a secao “cartoes postais” do livro de poesia n. d. a (2010), de Arnaldo Antunes, pode ser conjugada com a nocao de descolecao, de Canclini (1997). Para isso, serao analisados tres poemas dessa secao, tomando como ponto de partida as questoes sobre os signos verbais e nao verbais nos espacos da cidade fotografados pelo poeta, bem como o efeito estetico operado pelos processos de escolha e enquadramento do poeta-fotografo. Tais poemas subvertem o genero cartao postal, seja pelas insuspeitas relacoes entre palavra e imagem na cidade flagradas pela lente da câmera, seja pela falta de nitidez ou de enquadramento dos objetos fotografados, ou mesmo pela publicacao no suporte livro. A proposicao de uma poesia no limite da fotografia e do cartao postal postula uma arte hibrida, sugerindo questionamentos sobre o cruzamento interartistico.
Este artigo propoe uma leitura da obra Calendrier (1963), do escritor frances Pierre Garnier, a p... more Este artigo propoe uma leitura da obra Calendrier (1963), do escritor frances Pierre Garnier, a partir da metafora das areas na esfera celeste da pagina. Os poemas visuais de Pierre Garnier demonstram a tradicao da poesia visual experimental nos anos sessenta, na Franca. Em sua obra, a instância da palavra e caracterizada como uma area reverberada em intensidade visual e sonora. Buscamos, assim, demonstrar como as constelacoes sao criadas como rotas de leituras nos poemas referentes aos meses ‘Janvier”, ‘Fevrier”, ‘Mars” e ‘Avril” em Calendrier (1963). Como base teorica, perpassamos os manifestos e producoes teorico-criticas de Pierre Garnier, bem como algumas questoes postuladas pelo pos-estruturalista frances Blanchot (2005), para alem do trabalho com a nocao de leitura enquanto partilha do sensivel, em Ranciere (2010). Desse modo, observamos como a poesia visual de Pierre Garnier trabalha as dinâmicas de movimento espacial que compoem deslocamentos visuais na pagina, objetivo max...
Resume :Cet article se propose d’appliquer des notions de peinture a la lecture du poeme fenis, d... more Resume :Cet article se propose d’appliquer des notions de peinture a la lecture du poeme fenis, de Arnaldo Antunes, afin d’analyser ses versions imprimee et digitale comme des tableaux. Pour cela, nous utilisons la methodologie developpee par Liliane Louvel (2002/2010) afin de comprendre comment les passages du texte a l’image et aussi les passages entre differents supports sont reveles dans une description picturale du visible et du lisible. De cette facon, des concepts cles de cette theorie – l’effet-tableau, l’effet decoratif, l’effet cadrage et l’effet marge – sont operes comme degres de saturation de l’image poetique dans notre lecture de fenis.Mots-cle : Poesie, Peinture, Description picturale Resumo: Neste artigo propoe-se aplicar nocoes do campo da pintura a leitura do poema “fenis”, de Arnaldo Antunes, a fim de analisar suas versoes impressa e digital como telas. Para tanto, emprega-se aqui a metodologia desenvolvida por Liliane Louvel (2002/2010) para entender como as pass...
A lirica de Maria Teresa Horta desempenha um papel importante nos estudos contemporâneos de liter... more A lirica de Maria Teresa Horta desempenha um papel importante nos estudos contemporâneos de literatura portuguesa, nao so pelo seu valor literario, mas tambem por sua importância cultural e politica no quadro dos estudos feministas. Maria Teresa Horta da voz a uma eu lirica [1] que se constroi em uma escrita feminina (CIXOUS, 2007) a partir do corpo, dando aos seus poemas um teor erotico em que nao ha silenciamento da imanencia da mulher. Diante de tal contexto, no presente trabalho analisaremos dois poemas eroticos de Maria Teresa Horta – “Canto o teu corpo” (1971) e “Proposito” (2012) – a luz da teoria da diferenca sexual da critica feminista, a fim de indagar os modos libertarios de gozar e dizer o gozo em duas fases distintas da carreira da autora. [1] Eu lirica e o termo utilizado para nao realizar o apagamento de uma voz literaria feminina. O uso do termo eu lirico em nossos estudos representaria uma violencia linguistica e simbolica no processo de autorrepresentacao na escrit...
Este artigo pretende perceber as relacoes entre poesia visual e alguns conceitos da psicanalise. ... more Este artigo pretende perceber as relacoes entre poesia visual e alguns conceitos da psicanalise. Tomaremos como base teorica os conceitos elaborados por Freud e Lacan, em especial aqueles tratados nas releituras de Garcia-Roza (2009) e Quinet (2004). O foco, portanto, sera a obra OLHLO 2 Poesia Visual , de Luiz Augusto Knop de Mendonca- Knorr. Objetiva-se estudar como aparecem, nas lâminas escolhidas para analise, a perspectiva do “espelho” e o “olhar” como objeto de desejo.
Este artigo apresenta subsídios teórico-metodológicos para leitura da poesia visual levando em co... more Este artigo apresenta subsídios teórico-metodológicos para leitura da poesia visual levando em conta o fenômeno da serialidade. A proposta está baseada nas relações de repetição e diferença que realçam os processos seriados nos poemas visuais selecionados para análise. Propomos os conceitos de série de poemas e poemas seriais. Identificamos uma série de poemas quando, em uma cadeia poética reiterativa, as unidades são autônomas do conjunto. No poema serial toda unidade da cadeia poética reiterativa é dependente do conjunto. Dado o suporte das teorias pós-estruturalistas francesas, notamos como os poemas visuais contemporâneos permeiam as noções de serialidade e podem ser lidos de maneira a ressaltar a estrutura de composição seriada.
O suporte, como integrante e mesmo determinante de novas experiencias esteticas, fomenta distinta... more O suporte, como integrante e mesmo determinante de novas experiencias esteticas, fomenta distintas formas de interacao e leituras de textualidades poeticas. No contexto dos novos suportes advindos da revolucao digital, o formato GIF, popular em ambientes virtuais, tem sido usado em processos de reelaboracao de poemas originalmente publicados em meio impresso. Nesse contexto, o presente artigo analisa duas transposicoes das series poeticas “Asas” (1991) e “Volve” (1997), de Arnaldo Antunes, para o genero poema em GIF animado. Tais poemas estabelecem e potencializam fenomenos de movencia, velocidade e repeticao, dinâmicas inerentes a esse novo genero de poesia digital. Para tanto, discutimos questoes espaciotemporais caras a poesia visual, no que tange a transposicao de “Asas” e “Volve” para o formato GIF, a luz das metaforas do caleidoscopio e da luneta, instrumentos opticos que medeiam a relacao entre aquele que ve e aquilo que e visto, desnaturalizando poeticamente a percepcao.
Medium, by integrating and determi- ning new aesthetical experiences, fos- ters different ways of... more Medium, by integrating and determi- ning new aesthetical experiences, fos- ters different ways of interacting and reading poetic textualities. In the con- text of the new media from the digi- tal revolution, the GIF format, popu- lar in virtual environments, has been used in the re-elaboration of poems originally published in print media. In that context, this paper analyzes two transpositions of the poetic series “Asas” and “Volve”, by Arnaldo An- tunes, into the genre animated GIF poem. We herein analyze the verbi- visual dynamics established by those poems and how they are enhanced by motility, speed and repetition, which are inherent to this new digital poe- try genre. To do so, we discuss spa- tiotemporal issues of visual poetry within the transposition of “Asas” 506 and “Volve” into the GIF format, in the light of the metaphors of the kaleidoscope and the telescope, opti- cal instruments that mediate the re- lation between the one who observes and the thing that is observed, thus poetically denaturalizing perception. Keywords: Arnaldo Antunes. GIF poems. Motility. Repetition.
This paper discusses how the section “cartões postais”, from the poetry book n.d.a (2010), by Arn... more This paper discusses how the section “cartões postais”, from the poetry book n.d.a (2010), by Arnaldo Antunes, can be related to the concept of discollection, by Canclini (1997). To do so, we herein analyze three poems from that section, considering issues such as verbal and non-verbal signs in the urban spaces photographed by the poet, as well as the aesthetic effects from the choices and framings in those photos. Such poems subvert the genre postcard as they build surprising relations between words and images captured by the camera, depict objects with a blurry or misframed focus and are published in a print book. The proposition of overlapping poetry, photography and postcards creates hybrid art, which makes us reflect about inter-artistic crossovers. KEYWORDS: poetry; post cards; discollection; hybridization; Arnaldo Antunes
A poesia vinculada a elementos imagéticos compõe uma estética híbrida cara à boa parte da produçã... more A poesia vinculada a elementos imagéticos compõe uma estética híbrida cara à boa parte da produção literária contemporânea, em que a visualidade, como elemento semiótico constitutivo do poema, suscita aos leitores novos caminhos interpretativos. Diante desse contexto, visa-se verificar na obra li-terária OLHLO2: Poesia Visual, de Luis Augusto Knop de Mendonça (de he-terônimo Knorr), como a visualidade é implementada. Chamam atenção as rupturas estruturais no livro (em forma de baralho) que apontam a presença de um jogo entre o verbal e o não verbal. Para as análises aqui empreendidas, consideram-se cinco poemas visuais, nos quais se indaga como o grafema engendra a imagem nos processos de significação. De acordo com as teorias de Jacques Derrida e Roland Barthes, mediante a différance e os "regimes an-tropológicos de sentido", buscam-se entender os jogos de múltiplos ou vazios sentidos na fulguração da letra à imagem. Palavras-chave: poesia visual; letra; imagem. Abstract The poetry related to visual elements proposes hybrid aesthetics, peculiar to contemporary literature, where visuality, as a constitutive semiotic element of the poem, guides the reader through new interpretative paths. In this context, this paper is aimed to verify, in the literary work OLHLO2: Poesia Visual, by Luis Augusto Knop de Mendonça (also known as Knorr), how visuality is implemented. The structural breaks in the book (designed like a card deck) are worth of attention, as they point towards an interplay between the verbal and the nonverbal. The analyses herein proposed address five visual poems, and we inquire how the grapheme engenders imagery in meaning processes. According to Jacques Derrida and Roland Barthes theories, regarding the différance and the "anthropological regimes of meaning", we try to understand the games of multiple or empty meanings within the fulguration from letter to image.
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Papers by Livia Bertges
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and “Volve” into the GIF format, in the light of the metaphors of the kaleidoscope and the telescope, opti- cal instruments that mediate the re- lation between the one who observes and the thing that is observed, thus poetically denaturalizing perception.
Keywords: Arnaldo Antunes. GIF poems. Motility. Repetition.
KEYWORDS: poetry; post cards; discollection; hybridization; Arnaldo Antunes
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and “Volve” into the GIF format, in the light of the metaphors of the kaleidoscope and the telescope, opti- cal instruments that mediate the re- lation between the one who observes and the thing that is observed, thus poetically denaturalizing perception.
Keywords: Arnaldo Antunes. GIF poems. Motility. Repetition.
KEYWORDS: poetry; post cards; discollection; hybridization; Arnaldo Antunes