Paulo Costa
Independent research on XIX and XX Century shipwrecks in Portuguese waters: Age of Steam and World Wars.
Master in History, Contemporary History
Universidade Nova, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 2021
Graduated in History, minor in Art and Heritage
Universidade Aberta, 2015
Curso Livre de Arqueologia do Navio e Artilharia Antiga
CEMar/Universidade Autónoma de Lisboa - November 2006 to June 2007
Curso Livre de História da Náutica e Cartografia Antiga
CEMar/Universidade Autónoma de Lisboa - November 2006 to June 2007
NAS (Nautical Archaeological Society) Level 1
CNANS (Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, Instituto Português de Arqueologia), June 2006
Master in History, Contemporary History
Universidade Nova, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 2021
Graduated in History, minor in Art and Heritage
Universidade Aberta, 2015
Curso Livre de Arqueologia do Navio e Artilharia Antiga
CEMar/Universidade Autónoma de Lisboa - November 2006 to June 2007
Curso Livre de História da Náutica e Cartografia Antiga
CEMar/Universidade Autónoma de Lisboa - November 2006 to June 2007
NAS (Nautical Archaeological Society) Level 1
CNANS (Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, Instituto Português de Arqueologia), June 2006
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Thesis Chapters by Paulo Costa
O caça-minas Roberto Ivens foi um de onze navios de pesca de arrasto requisitados pela Divisão Naval com o objectivo de criar um serviço de rocega de minas. A criação deste serviço de rocega, em Abril de 1916, esteve dependente de equipamento fornecido pela Inglaterra, bem como da formação para o operar, o que se traduziu numa transferência de tecnologia e conhecimentos de que a Marinha Portuguesa veio a beneficiar, o que é abordado numa perspectiva historiográfica.
Apesar da consternação que a perda do caça-minas Roberto Ivens causou a nível nacional, as circunstâncias do seu afundamento nunca terão suscitado qualquer tipo de dúvidas ou questões. Eventualmente relegado para segundo plano pelo combate do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139, o episódio nunca mereceu a atenção de historiadores navais ou outros investigadores, dentro e fora da Academia.
O presente estudo demonstra que o caça-minas Roberto Ivens não se perdeu ao largo da barra do rio Tejo, na área mencionada pela imprensa da época supostamente sustentada numa nota oficiosa difundida pelo Ministério da Marinha, mas sim numa posição distinta, junto à entrada do porto de Lisboa, reveladora da proximidade das acções de guerra levadas a cabo pelos submarinos alemães. Apresentando à discussão a improbabilidade de a Marinha Portuguesa cometer um erro tão grosseiro no posicionamento do naufrágio, propomos também uma breve reflexão sobre este episódio à luz da conjuntura política e social do momento.
Antes de apresentar as nossas conclusões, abordamos também a relevância do destroço enquanto Património Cultural Subaquático da Grande Guerra relacionando-o com as recomendações da UNESCO e propondo acções para o futuro.
PAPERS AND CONFERENCE PROCEEDINGS by Paulo Costa
Apesar de em ambos os casos terem perecido marinheiros portugueses, o facto de o Augusto de Castilho se ter afundado após uma batalha naval onde foi evidente a desproporção de forças entre beligerantes, contribuiu para que a sua perda se revestisse de uma dimensão de bravura e patriotismo, tornando-a um momento iconográfico da participação portuguesa na Grande Guerra.
Comparativamente, a perda do Roberto Ivens por colisão com uma mina, episódio aparentemente inglório e desprovido da mesma carga épica de combate heroico, foi relegada para um plano secundário.
A sua história não despertou o mesmo interesse, não tendo sido até hoje questionadas as circunstâncias do seu afundamento.
Com o presente trabalho pretendemos apresentar a problemática que se equacionou perante os indícios coligidos, o levantamento efectuado de fontes históricas e a hipótese que se formulou para a localização e identificação do destroço do caça-minas Roberto Ivens.
A presente comunicação propõe realizar um enquadramento histórico e descrever os equipamentos e técnicas utilizadas na detecção, localização e inspecção dos destroços do caça-minas "Roberto Ivens".
O mês de Março de 1916 assinala o início da participação oficial da recém-criada República Portuguesa na Grande Guerra. Na sequência da requisição dos navios mercantes Alemães surtos em portos Portugueses, a Alemanha declara formalmente guerra a Portugal no dia 9, a que se segue a declaração de guerra da Áustria dois dias depois.
Com a entrada no conflito a frota mercante portuguesa passa a constituir um alvo legal para os submarinos alemães, e entre 1916 e 1918 vários navios arvorando pavilhão Português são afundados em acções de guerra. De cargueiros a vapor de grande tonelagem a simples caíques de pesca, do Mar do Norte aos Açores, da Terra Nova ao Mediterrâneo, a frota mercante Portuguesa acumula perdas que se estimam, grosso modo, em quase um terço do seu efectivo.
A indemnização pelas perdas da frota mercante constitui precisamente um dos pontos que Portugal pretende apresentar na Conferência de Paz de 1919, em Paris, pela mão dos delegados Portugueses Egas Moniz, Freire de Andrade e Conde de Penha Garcia.
No entanto, talvez fruto dos tempos conturbados da Iª República, o rigor da listagem de navios perdidos é hoje em dia questionável. Diferentes fontes apresentam nomes, quantidades e causas de afundamento diferentes para os navios perdidos.
São essas fontes que nos propomos analisar, comparando-as, numa tentativa de elencar que navios constituíram as perdas reais da frota mercante.
Ao mesmo tempo, e porque são volvidos quase 100 anos sobre o seu afundamento, procuraremos apontar, tanto quanto possível, as áreas dos naufrágios, com especial enfoque naqueles que ocorreram na costa Portuguesa, na expectativa de contribuir para a eventual identificação e valorização do Património Cultural Subaquático, bem como para a sua historiografia.
Testemunhos claros disto são as ocupações romanas de Peniche e das Berlengas, a primeira então ilha. A diacronia do fundeadouro da Berlenga isso atesta.
Um simples olhar para a geografia da área faz-nos compreender de imediato porque embarcações teimam em ali se perder, desde a Antiguidade até ontem.
Na Convenção sobre a proteção e gestão do Património Cultural Subaquático da UNESCO, que Portugal ratificou, podemos ler que a sua preservação in situ deve ser uma prioridade, que deve ser encorajado o acesso público aos sítios, e que, entre outras medidas, uma adequada divulgação deve ser implementada. Neste quadro, pretende-se implementar um projecto de inventariação, identificação, estudo e salvaguarda de património cultural submerso, com a criação de roteiros e reservas arqueológicas, nas áreas de Peniche e arquipélago das Berlengas, aposta clara no conceito de que para se gerir é necessário conhecer. Os SS Primavera, SS Andrios e SS Dago, são exemplos paradigmáticos do potencial e do que se pretende implementar com este projecto.
PAPERS by Paulo Costa
de Arqueologia e Paleociências of the Universidade Nova de Lisboa (IAP-NOVA)
conducted a multi-disciplinary partial reconnaissance survey of
three marine areas in the Sharjah Emirate, UAE - Kalba, Khor-Fakkan and
Dibba Al Hisn.
In what was to be the first time ever that the Nautical component of the
Portuguese Archaeological mission to Sharjah was deployed on the Emirate,
this survey was conducted between the 21st and the 29th November 2018.
During that period, a team of Portuguese archaeologists, engineers from
Porto University and a SAA archaeologist used two Autonomous Underwater
Vehicles (AUV) and two Unmanned Aerial Vehicles (UAV) to investigate the
seabed and the underwater cultural heritage (UCH) potential of those areas,
with data being gathered by a combination of geophysical and dive surveys.
In this preliminary report we describe the technologies as well as the
operational procedures and results from this survey.
This project was carried out by nautical archaeologists Alexandre
Monteiro and Filipe Castro; the maritime biologist and master diver Gonçalo
Calado, nautical historian and technical diver Paulo Costa, underwater
robotic engineers José Pinto and Manuel Ribeiro; expedition leader and
historian Rui Carita, Sharjah’s archaeologist Eisa Yousif, Kamyar Kamyab
and officers from the Sharjah Police Rescue Team.
We are forever grateful to the professionalism of the Sharjah Police team
led by Major Faisal Jassim Al Doukhi: sargeants Saeed Awad, Anas Mahrous
Zaidan and Mohammed Khamis Al Tiniji, the cooperant Shazad Sohail and
policeman Abdul Majid Mohammed.
Pesquisas em arquivo e junto da comunidade piscatória, combinadas com dados adquiridos por sistema sondador multifeixe e sonar de varrimento lateral, conduziram à localização e definição genérica de um destroço afundado ao largo de Cascais, a 70 metros de profundidade.
As dimensões, os danos estruturais percetíveis, a morfologia do navio, a sua localização e profundidade, levam os autores a crer estarem perante o "Terje Viken".
Conjugando linhas de investigação que integram a prospecção geofísica com a análise documental de cartografia e outras fontes primárias, os autores enfatizam a complementaridade entre a Arqueologia Subaquática e a História na redacção da narrativa historiográfica.
Este sargento da Armada desejava que a acção de guerra que provocou o afundamento do Roberto Ivens, e a consequente morte dos seus camaradas, obtivesse um reconhecimento público idêntico ao que tinha sido alcançado pelo combate do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139.
A situação era semelhante: um navio da Marinha portuguesa, afundado durante a Grande Guerra no cumprimento de uma missão e onde pereceu parte da guarnição.
Após a guerra são conhecidas duas intervenções do Sargento Tiago Gil que nos ajudam a conhecer as memórias que conservou do naufrágio do caça-minas Roberto Ivens, bem como aquilo que acreditava dever ser feito para honrar o sacrifício dos seus camaradas que, nas suas palavras, “tombaram combatendo um inimigo invisível”. Dessas intervenções relevam algumas pistas que não podemos ignorar e sobre as quais propomos reflectir no presente capítulo.
Apesar de em ambos os casos terem perecido marinheiros portugueses, o facto de o Augusto de Castilho se ter afundado após uma batalha naval onde foi evidente a desproporção de forças entre beligerantes, contribuiu para que a sua perda se revestisse de uma dimensão de bravura e patriotismo, tornando-a um momento iconográfico da participação portuguesa na Grande Guerra.
Comparativamente, a perda do Roberto Ivens por colisão com uma mina, episódio aparentemente inglório e desprovido da mesma carga épica de combate heroico, foi relegada para um plano secundário.
A sua história não despertou o mesmo interesse, não tendo sido até hoje questionadas as circunstâncias do seu afundamento. Com o presente trabalho pretendemos apresentar a problemática que se equacionou perante os indícios coligidos, o levantamento efectuado de fontes históricas e a hipótese que se formulou para a localização e identificação do destroço do caça-minas Roberto Ivens.
POSTERS by Paulo Costa
BOOKS by Paulo Costa
Talvez relegado para segundo plano pelo encontro do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139, combate desigual que se viria a tornar o grande momento iconográfico da participação da Armada Portuguesa na Grande Guerra, o episódio do afundamento do caça-minas Roberto Ivens nunca mereceu mais do que duas ou três linhas na bibliografia portuguesa sobre “a guerra que iria acabar com todas as guerras”.
Neste livro aprofunda-se o estudo do episódio do afundamento do caça-minas Roberto Ivens e propõe-se uma abordagem multidisciplinar que permita apresentar várias reflexões sobre aspectos tão diversos como as pensões de sangue e a conquista dos direitos sociais durante a Iª República, o reconhecimento público dos ex-combatentes através da falerística, memória e história oral, arqueologia e património cultural subaquático, e ainda a moderna tecnologia usada na prospecção geofísica e na exploração dos fundos marinhos aplicada à arqueologia subaquática e à história.
Alguns desses periódicos publicaram também uma nota oficiosa, emitida pelo Ministério da Marinha, que explicava as circunstâncias do afundamento e divulgava uma relação de nomes dos marinheiros, listando tanto os sobreviventes, como os desaparecidos na explosão.
Essa nota oficiosa, um comunicado lacónico que poucas linhas teria se não incluísse uma listagem com os 21 nomes e postos dos elementos da guarnição, é a única descrição oficial do naufrágio tornada pública. Mais tarde, em Abril de 1919, através de uma cópia do Diário Náutico do rebocador Bérrio, reencontramos um dado que terá passado despercebido.
Este sargento da Armada desejava que a acção de guerra que provocou o afundamento do Roberto Ivens, e a consequente morte dos seus camaradas, obtivesse um reconhecimento público idêntico ao que tinha sido alcançado pelo combate do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139.
A situação era semelhante: um navio da Marinha portuguesa, afundado durante a Grande Guerra no cumprimento de uma missão e onde pereceu parte da guarnição.
Após a guerra são conhecidas duas intervenções do Sargento Tiago Gil que nos ajudam a conhecer as memórias que conservou do naufrágio do caça-minas Roberto Ivens, bem como aquilo que acreditava dever ser feito para honrar o sacrifício dos seus camaradas que, nas suas palavras, “tombaram combatendo um inimigo invisível”. Dessas intervenções relevam algumas pistas que não podemos ignorar e sobre as quais propomos reflectir no presente capítulo.
ARTICLES IN SCIENTIFIC MAGAZINES by Paulo Costa
Foi o primeiro navio afundado em águas portuguesas após a declaração de guerra que a Alemanha apresentara a Portugal no mês anterior. Pesquisas em arquivo e junto da comunidade piscatória, combinadas com dados adquiridos por sistema sondador multifeixe e sonar de varrimento lateral, conduziram à localização e definição genérica de um destroço afundado ao largo de Cascais, a 70 metros de profundidade.
As dimensões, os danos estruturais perceptíveis, a morfologia do navio, a sua localização e profundidade, levam os autores a crer estarem perante o Terje Viken.
O caça-minas Roberto Ivens foi um de onze navios de pesca de arrasto requisitados pela Divisão Naval com o objectivo de criar um serviço de rocega de minas. A criação deste serviço de rocega, em Abril de 1916, esteve dependente de equipamento fornecido pela Inglaterra, bem como da formação para o operar, o que se traduziu numa transferência de tecnologia e conhecimentos de que a Marinha Portuguesa veio a beneficiar, o que é abordado numa perspectiva historiográfica.
Apesar da consternação que a perda do caça-minas Roberto Ivens causou a nível nacional, as circunstâncias do seu afundamento nunca terão suscitado qualquer tipo de dúvidas ou questões. Eventualmente relegado para segundo plano pelo combate do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139, o episódio nunca mereceu a atenção de historiadores navais ou outros investigadores, dentro e fora da Academia.
O presente estudo demonstra que o caça-minas Roberto Ivens não se perdeu ao largo da barra do rio Tejo, na área mencionada pela imprensa da época supostamente sustentada numa nota oficiosa difundida pelo Ministério da Marinha, mas sim numa posição distinta, junto à entrada do porto de Lisboa, reveladora da proximidade das acções de guerra levadas a cabo pelos submarinos alemães. Apresentando à discussão a improbabilidade de a Marinha Portuguesa cometer um erro tão grosseiro no posicionamento do naufrágio, propomos também uma breve reflexão sobre este episódio à luz da conjuntura política e social do momento.
Antes de apresentar as nossas conclusões, abordamos também a relevância do destroço enquanto Património Cultural Subaquático da Grande Guerra relacionando-o com as recomendações da UNESCO e propondo acções para o futuro.
Apesar de em ambos os casos terem perecido marinheiros portugueses, o facto de o Augusto de Castilho se ter afundado após uma batalha naval onde foi evidente a desproporção de forças entre beligerantes, contribuiu para que a sua perda se revestisse de uma dimensão de bravura e patriotismo, tornando-a um momento iconográfico da participação portuguesa na Grande Guerra.
Comparativamente, a perda do Roberto Ivens por colisão com uma mina, episódio aparentemente inglório e desprovido da mesma carga épica de combate heroico, foi relegada para um plano secundário.
A sua história não despertou o mesmo interesse, não tendo sido até hoje questionadas as circunstâncias do seu afundamento.
Com o presente trabalho pretendemos apresentar a problemática que se equacionou perante os indícios coligidos, o levantamento efectuado de fontes históricas e a hipótese que se formulou para a localização e identificação do destroço do caça-minas Roberto Ivens.
A presente comunicação propõe realizar um enquadramento histórico e descrever os equipamentos e técnicas utilizadas na detecção, localização e inspecção dos destroços do caça-minas "Roberto Ivens".
O mês de Março de 1916 assinala o início da participação oficial da recém-criada República Portuguesa na Grande Guerra. Na sequência da requisição dos navios mercantes Alemães surtos em portos Portugueses, a Alemanha declara formalmente guerra a Portugal no dia 9, a que se segue a declaração de guerra da Áustria dois dias depois.
Com a entrada no conflito a frota mercante portuguesa passa a constituir um alvo legal para os submarinos alemães, e entre 1916 e 1918 vários navios arvorando pavilhão Português são afundados em acções de guerra. De cargueiros a vapor de grande tonelagem a simples caíques de pesca, do Mar do Norte aos Açores, da Terra Nova ao Mediterrâneo, a frota mercante Portuguesa acumula perdas que se estimam, grosso modo, em quase um terço do seu efectivo.
A indemnização pelas perdas da frota mercante constitui precisamente um dos pontos que Portugal pretende apresentar na Conferência de Paz de 1919, em Paris, pela mão dos delegados Portugueses Egas Moniz, Freire de Andrade e Conde de Penha Garcia.
No entanto, talvez fruto dos tempos conturbados da Iª República, o rigor da listagem de navios perdidos é hoje em dia questionável. Diferentes fontes apresentam nomes, quantidades e causas de afundamento diferentes para os navios perdidos.
São essas fontes que nos propomos analisar, comparando-as, numa tentativa de elencar que navios constituíram as perdas reais da frota mercante.
Ao mesmo tempo, e porque são volvidos quase 100 anos sobre o seu afundamento, procuraremos apontar, tanto quanto possível, as áreas dos naufrágios, com especial enfoque naqueles que ocorreram na costa Portuguesa, na expectativa de contribuir para a eventual identificação e valorização do Património Cultural Subaquático, bem como para a sua historiografia.
Testemunhos claros disto são as ocupações romanas de Peniche e das Berlengas, a primeira então ilha. A diacronia do fundeadouro da Berlenga isso atesta.
Um simples olhar para a geografia da área faz-nos compreender de imediato porque embarcações teimam em ali se perder, desde a Antiguidade até ontem.
Na Convenção sobre a proteção e gestão do Património Cultural Subaquático da UNESCO, que Portugal ratificou, podemos ler que a sua preservação in situ deve ser uma prioridade, que deve ser encorajado o acesso público aos sítios, e que, entre outras medidas, uma adequada divulgação deve ser implementada. Neste quadro, pretende-se implementar um projecto de inventariação, identificação, estudo e salvaguarda de património cultural submerso, com a criação de roteiros e reservas arqueológicas, nas áreas de Peniche e arquipélago das Berlengas, aposta clara no conceito de que para se gerir é necessário conhecer. Os SS Primavera, SS Andrios e SS Dago, são exemplos paradigmáticos do potencial e do que se pretende implementar com este projecto.
de Arqueologia e Paleociências of the Universidade Nova de Lisboa (IAP-NOVA)
conducted a multi-disciplinary partial reconnaissance survey of
three marine areas in the Sharjah Emirate, UAE - Kalba, Khor-Fakkan and
Dibba Al Hisn.
In what was to be the first time ever that the Nautical component of the
Portuguese Archaeological mission to Sharjah was deployed on the Emirate,
this survey was conducted between the 21st and the 29th November 2018.
During that period, a team of Portuguese archaeologists, engineers from
Porto University and a SAA archaeologist used two Autonomous Underwater
Vehicles (AUV) and two Unmanned Aerial Vehicles (UAV) to investigate the
seabed and the underwater cultural heritage (UCH) potential of those areas,
with data being gathered by a combination of geophysical and dive surveys.
In this preliminary report we describe the technologies as well as the
operational procedures and results from this survey.
This project was carried out by nautical archaeologists Alexandre
Monteiro and Filipe Castro; the maritime biologist and master diver Gonçalo
Calado, nautical historian and technical diver Paulo Costa, underwater
robotic engineers José Pinto and Manuel Ribeiro; expedition leader and
historian Rui Carita, Sharjah’s archaeologist Eisa Yousif, Kamyar Kamyab
and officers from the Sharjah Police Rescue Team.
We are forever grateful to the professionalism of the Sharjah Police team
led by Major Faisal Jassim Al Doukhi: sargeants Saeed Awad, Anas Mahrous
Zaidan and Mohammed Khamis Al Tiniji, the cooperant Shazad Sohail and
policeman Abdul Majid Mohammed.
Pesquisas em arquivo e junto da comunidade piscatória, combinadas com dados adquiridos por sistema sondador multifeixe e sonar de varrimento lateral, conduziram à localização e definição genérica de um destroço afundado ao largo de Cascais, a 70 metros de profundidade.
As dimensões, os danos estruturais percetíveis, a morfologia do navio, a sua localização e profundidade, levam os autores a crer estarem perante o "Terje Viken".
Conjugando linhas de investigação que integram a prospecção geofísica com a análise documental de cartografia e outras fontes primárias, os autores enfatizam a complementaridade entre a Arqueologia Subaquática e a História na redacção da narrativa historiográfica.
Este sargento da Armada desejava que a acção de guerra que provocou o afundamento do Roberto Ivens, e a consequente morte dos seus camaradas, obtivesse um reconhecimento público idêntico ao que tinha sido alcançado pelo combate do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139.
A situação era semelhante: um navio da Marinha portuguesa, afundado durante a Grande Guerra no cumprimento de uma missão e onde pereceu parte da guarnição.
Após a guerra são conhecidas duas intervenções do Sargento Tiago Gil que nos ajudam a conhecer as memórias que conservou do naufrágio do caça-minas Roberto Ivens, bem como aquilo que acreditava dever ser feito para honrar o sacrifício dos seus camaradas que, nas suas palavras, “tombaram combatendo um inimigo invisível”. Dessas intervenções relevam algumas pistas que não podemos ignorar e sobre as quais propomos reflectir no presente capítulo.
Apesar de em ambos os casos terem perecido marinheiros portugueses, o facto de o Augusto de Castilho se ter afundado após uma batalha naval onde foi evidente a desproporção de forças entre beligerantes, contribuiu para que a sua perda se revestisse de uma dimensão de bravura e patriotismo, tornando-a um momento iconográfico da participação portuguesa na Grande Guerra.
Comparativamente, a perda do Roberto Ivens por colisão com uma mina, episódio aparentemente inglório e desprovido da mesma carga épica de combate heroico, foi relegada para um plano secundário.
A sua história não despertou o mesmo interesse, não tendo sido até hoje questionadas as circunstâncias do seu afundamento. Com o presente trabalho pretendemos apresentar a problemática que se equacionou perante os indícios coligidos, o levantamento efectuado de fontes históricas e a hipótese que se formulou para a localização e identificação do destroço do caça-minas Roberto Ivens.
Talvez relegado para segundo plano pelo encontro do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139, combate desigual que se viria a tornar o grande momento iconográfico da participação da Armada Portuguesa na Grande Guerra, o episódio do afundamento do caça-minas Roberto Ivens nunca mereceu mais do que duas ou três linhas na bibliografia portuguesa sobre “a guerra que iria acabar com todas as guerras”.
Neste livro aprofunda-se o estudo do episódio do afundamento do caça-minas Roberto Ivens e propõe-se uma abordagem multidisciplinar que permita apresentar várias reflexões sobre aspectos tão diversos como as pensões de sangue e a conquista dos direitos sociais durante a Iª República, o reconhecimento público dos ex-combatentes através da falerística, memória e história oral, arqueologia e património cultural subaquático, e ainda a moderna tecnologia usada na prospecção geofísica e na exploração dos fundos marinhos aplicada à arqueologia subaquática e à história.
Alguns desses periódicos publicaram também uma nota oficiosa, emitida pelo Ministério da Marinha, que explicava as circunstâncias do afundamento e divulgava uma relação de nomes dos marinheiros, listando tanto os sobreviventes, como os desaparecidos na explosão.
Essa nota oficiosa, um comunicado lacónico que poucas linhas teria se não incluísse uma listagem com os 21 nomes e postos dos elementos da guarnição, é a única descrição oficial do naufrágio tornada pública. Mais tarde, em Abril de 1919, através de uma cópia do Diário Náutico do rebocador Bérrio, reencontramos um dado que terá passado despercebido.
Este sargento da Armada desejava que a acção de guerra que provocou o afundamento do Roberto Ivens, e a consequente morte dos seus camaradas, obtivesse um reconhecimento público idêntico ao que tinha sido alcançado pelo combate do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139.
A situação era semelhante: um navio da Marinha portuguesa, afundado durante a Grande Guerra no cumprimento de uma missão e onde pereceu parte da guarnição.
Após a guerra são conhecidas duas intervenções do Sargento Tiago Gil que nos ajudam a conhecer as memórias que conservou do naufrágio do caça-minas Roberto Ivens, bem como aquilo que acreditava dever ser feito para honrar o sacrifício dos seus camaradas que, nas suas palavras, “tombaram combatendo um inimigo invisível”. Dessas intervenções relevam algumas pistas que não podemos ignorar e sobre as quais propomos reflectir no presente capítulo.
Foi o primeiro navio afundado em águas portuguesas após a declaração de guerra que a Alemanha apresentara a Portugal no mês anterior. Pesquisas em arquivo e junto da comunidade piscatória, combinadas com dados adquiridos por sistema sondador multifeixe e sonar de varrimento lateral, conduziram à localização e definição genérica de um destroço afundado ao largo de Cascais, a 70 metros de profundidade.
As dimensões, os danos estruturais perceptíveis, a morfologia do navio, a sua localização e profundidade, levam os autores a crer estarem perante o Terje Viken.
Em Julho de 2021 cumprindo-se o 104º aniversárìo do naufrágio, o momento é oportuno para evocar o episódio e lembrar duas intervenções do Sargento da Armada Tiago Gil, um dos sobreviventes e membro da Liga dos Combatentes.
Cumprindo-se o 101º aniversário da sua perda no mesmo ano em que se assinala o centenário do término da Grande Guerra, o momento é oportuno para evocar este episódio da História da Armada Portuguesa e, com base em documentos oficiais, questionar se realmente se tratou de uma acção de sabotagem.
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Tragedy in Alcântara. Near the promenade in the sea front remais the wreck of the steamer that 130 years ago sunk in the river Tejo, carrying 32 persons to their death.
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Deeper and longer. With more specialized equipment technical diving allows, among other things, to explore and study shipwrecks.
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Com a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, a 9 de Março de 1916, as águas territoriais portuguesas passaram a ser terreno de caça para os submarinos alemães. Em missão no Atlântico ou em trânsito entre os teatros de operações do Mar do Norte e do Mediterrâneo, os submarinos imperiais alemães passaram a navegar junto ao litoral português atacando navios mercantes e colocando minas em pontos estratégicos.
Foi o que aconteceu na madrugada do dia 17 de Abril de 1917, quando o U73, em rota para o Mediterrâneo, colocou várias minas na barra do rio Tejo. Poucas horas depois, o vapor norueguês Terje Viken, de 100 metros de comprimento e 3580 toneladas, com um carregamento de trigo para Lisboa, colide com as minas, tornando-se o primeiro navio a afundar-se em águas portuguesas devido a estes mortais engenhos. Há muito conhecido da comunidade piscatória, o «Trigo» espera ainda pelos primeiros mergulhadores
Dos grandes cargueiros a vapor a simples caíques de pesca, de escunas e lugres a traineiras e rebocadores, a frota mercante portuguesa perdeu quase 100 embarcações cujos naufrágios, por vezes, arrastaram consigo membros das tripulações. Esses marinheiros, que tombaram no seu posto, foram as baixas civis de Portugal durante a Grande Guerra, e escreveram algumas páginas menos conhecidas da nossa História Trágico-Marítima.
Nesta comunicação pretendemos, recorrendo a várias fontes primárias, apresentar alguns exemplos da actividade submarina alemã em águas continentais e apontar naufrágios onde sucumbiram marinheiros portugueses.
Chegou também a Portugal. Em Julho de 2017 completam-se 100 anos sobre o afundamento do caça-minas Roberto Ivens, que tirou a vida a 15 marinheiros portugueses.
Num registo informal, apresentamos histórias pouco conhecidas do nosso passado, algumas delas nunca contadas em televisão.
Para perceber como ocorreram e como foram vividas, vamos desmontá-las peça por peça. Utilizaremos imagens de arquivo, entrevistas a peritos das mais diversas áreas, análises científicas e animações 2D para que nenhum detalhe passe incompreendido.
Acompanhe o arqueólogo José Luís Neto neste programa de 12 episódios de estórias esquecidas e de 5 séculos de vivência no arquipélago dos Açores.
Visita oficial de Bernardino Machado. Golpe de Sidónio Pais e mudanças subsequentes. Guerra civil intermitente? Os portugueses nas trincheiras da Flandres: alimentação, ocupação de tempos livres e outros aspetos do seu quotidiano.
Prenúncio da batalha que La Lys.
Documentário que assinala o centenário do fim da Primeira Grande Guerra. A narração dos eventos e contextualização das dinâmicas sociais, económicas e culturais da participação portuguesa na Grande Guerra. Depoimentos de investigadores e de descendentes de militares e civis envolvidos no conflito ilustrarão teses e controvérsias. Através de documentos e objetos de espólios privados, empresariais e institucionais procurar-se-à mostrar eventos e situações do ponto de vista de participantes na Grande Guerra e contrastá-los com interpretações contemporâneas.