Em 2016, constituiu-se um grupo de estudos dedicado ao tema das Cidades ditas “Inteligentes” (ou ... more Em 2016, constituiu-se um grupo de estudos dedicado ao tema das Cidades ditas “Inteligentes” (ou “Smart Cities”) sediado na FAU-USP, integrado ao Núcleo NaWEB e ao Grupo de Pesquisa CNPq “Representações: Imaginário e Tecnologia” (RITe). O grupo reúne pesquisadores de diversas áreas e níveis acadêmicos com a proposta de abordar de modo crítico e consequente o fenômeno das Smart Cities considerando seus aspectos tanto tecnológicos como também antropológicos e sociopolíticos. Dentre as propostas deste Grupo de Estudos está a construção de indicadores quanto à dita “inteligência” das cidades. Por princípio, os indicadores propostos têm por meta a inserção da complexidade inerente à vida política das cidades contemporâneas nas considerações oficiais e legitimadas, que são tanto uma referência jurídica como certificado homologativo para a sanção pública e privada de linhas de investimento para o desenvolvimento urbano. Até agora, observa-se a tendência a uma interpretação tecnocêntrica quanto à integração da tecnologia digital no ambiente urbano, sendo as dimensões sociopolíticas preteridas tanto temporal como prioritariamente: aparecem como adendo a posteriori, em um segundo plano de prioridades – sendo que, para muitas referências urbanísticas (Jacobs, por exemplo) a cidade é eminentemente um fenômeno sociopolítico. Além disso, a dimensão poético-estética da urbanidade ainda é um aspecto apenas debilmente considerado, quando presente, neste contexto – sendo que, para muitos urbanistas (Argan, por exemplo), a cidade é uma entidade fundamentalmente poético-estética. Quais as implicações da atribuição da inteligência, característica tipicamente humana à cidade? O que torna uma cidade Smart? A medida que existem Smart Cities, existiriam “Stupid” Cities? Em cidades voltadas para a previsibilidade e o controle, o que de City resta à Smart City? Quais vivências seriam possíveis em uma versão brasileira da Smart City? Quando utiliza-se o termo “Smart City”, ao que se refere? Há um conceito guarda-chuva mais preciso e rigoroso para denominar a presença disruptiva da tecnologia digital no meio urbano? A proposta dessa mesa foi a de expor e debater critérios com os quais se possa constituir a ideia de uma urbanidade que dialogue de modo frutífero – mesmo que também de modo problemático e complexo – com a tecnologia de ponta: suas questões antropológicas, a renovação conflituosa dos embates das forças sociais, a alteração das modalidades perceptuais da ambiência urbana e a própria reconfiguração da ideia de “cidade”. Propõe-se, inclusive, questionar a própria denominação “inteligente” ou “smart”, procurando por elucidar outros planos e aproximações quanto a esse campo de entendimento da urbanidade que possa promover um entendimento mais rigoroso, crítico e fecundo. Pretende-se, nesse artigo, expor de maneira sintética o conteúdo apresentado na mesa e no subsequente debate.
Palavras-chave: Imaginário; Tecnologia; Smart City; Cidade Inteligente.
Em 2016, constituiu-se um grupo de estudos dedicado ao tema das Cidades ditas “Inteligentes” (ou ... more Em 2016, constituiu-se um grupo de estudos dedicado ao tema das Cidades ditas “Inteligentes” (ou “Smart Cities”) sediado na FAU-USP, integrado ao Núcleo NaWEB e ao Grupo de Pesquisa CNPq “Representações: Imaginário e Tecnologia” (RITe). O grupo reúne pesquisadores de diversas áreas e níveis acadêmicos com a proposta de abordar de modo crítico e consequente o fenômeno das Smart Cities considerando seus aspectos tanto tecnológicos como também antropológicos e sociopolíticos. Dentre as propostas deste Grupo de Estudos está a construção de indicadores quanto à dita “inteligência” das cidades. Por princípio, os indicadores propostos têm por meta a inserção da complexidade inerente à vida política das cidades contemporâneas nas considerações oficiais e legitimadas, que são tanto uma referência jurídica como certificado homologativo para a sanção pública e privada de linhas de investimento para o desenvolvimento urbano. Até agora, observa-se a tendência a uma interpretação tecnocêntrica quanto à integração da tecnologia digital no ambiente urbano, sendo as dimensões sociopolíticas preteridas tanto temporal como prioritariamente: aparecem como adendo a posteriori, em um segundo plano de prioridades – sendo que, para muitas referências urbanísticas (Jacobs, por exemplo) a cidade é eminentemente um fenômeno sociopolítico. Além disso, a dimensão poético-estética da urbanidade ainda é um aspecto apenas debilmente considerado, quando presente, neste contexto – sendo que, para muitos urbanistas (Argan, por exemplo), a cidade é uma entidade fundamentalmente poético-estética. Quais as implicações da atribuição da inteligência, característica tipicamente humana à cidade? O que torna uma cidade Smart? A medida que existem Smart Cities, existiriam “Stupid” Cities? Em cidades voltadas para a previsibilidade e o controle, o que de City resta à Smart City? Quais vivências seriam possíveis em uma versão brasileira da Smart City? Quando utiliza-se o termo “Smart City”, ao que se refere? Há um conceito guarda-chuva mais preciso e rigoroso para denominar a presença disruptiva da tecnologia digital no meio urbano? A proposta dessa mesa foi a de expor e debater critérios com os quais se possa constituir a ideia de uma urbanidade que dialogue de modo frutífero – mesmo que também de modo problemático e complexo – com a tecnologia de ponta: suas questões antropológicas, a renovação conflituosa dos embates das forças sociais, a alteração das modalidades perceptuais da ambiência urbana e a própria reconfiguração da ideia de “cidade”. Propõe-se, inclusive, questionar a própria denominação “inteligente” ou “smart”, procurando por elucidar outros planos e aproximações quanto a esse campo de entendimento da urbanidade que possa promover um entendimento mais rigoroso, crítico e fecundo. Pretende-se, nesse artigo, expor de maneira sintética o conteúdo apresentado na mesa e no subsequente debate.
Palavras-chave: Imaginário; Tecnologia; Smart City; Cidade Inteligente.
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Até agora, observa-se a tendência a uma interpretação tecnocêntrica quanto à integração da tecnologia digital no ambiente urbano, sendo as dimensões sociopolíticas preteridas tanto temporal como prioritariamente: aparecem como adendo a posteriori, em um segundo plano de prioridades – sendo que, para muitas referências urbanísticas (Jacobs, por exemplo) a cidade é eminentemente um fenômeno sociopolítico. Além disso, a dimensão poético-estética da urbanidade ainda é um aspecto apenas debilmente considerado, quando presente, neste contexto – sendo que, para muitos urbanistas (Argan, por exemplo), a cidade é uma entidade fundamentalmente poético-estética.
Quais as implicações da atribuição da inteligência, característica tipicamente humana à cidade? O que torna uma cidade Smart? A medida que existem Smart Cities, existiriam “Stupid” Cities? Em cidades voltadas para a previsibilidade e o controle, o que de City resta à Smart City? Quais vivências seriam possíveis em uma versão brasileira da Smart City? Quando utiliza-se o termo “Smart City”, ao que se refere? Há um conceito guarda-chuva mais preciso e rigoroso para denominar a presença disruptiva da tecnologia digital no meio urbano?
A proposta dessa mesa foi a de expor e debater critérios com os quais se possa constituir a ideia de uma urbanidade que dialogue de modo frutífero – mesmo que também de modo problemático e complexo – com a tecnologia de ponta: suas questões antropológicas, a renovação conflituosa dos embates das forças sociais, a alteração das modalidades perceptuais da ambiência urbana e a própria reconfiguração da ideia de “cidade”. Propõe-se, inclusive, questionar a própria denominação “inteligente” ou “smart”, procurando por elucidar outros planos e aproximações quanto a esse campo de entendimento da urbanidade que possa promover um entendimento mais rigoroso, crítico e fecundo.
Pretende-se, nesse artigo, expor de maneira sintética o conteúdo apresentado na mesa e no subsequente debate.
Palavras-chave: Imaginário; Tecnologia; Smart City; Cidade Inteligente.
Até agora, observa-se a tendência a uma interpretação tecnocêntrica quanto à integração da tecnologia digital no ambiente urbano, sendo as dimensões sociopolíticas preteridas tanto temporal como prioritariamente: aparecem como adendo a posteriori, em um segundo plano de prioridades – sendo que, para muitas referências urbanísticas (Jacobs, por exemplo) a cidade é eminentemente um fenômeno sociopolítico. Além disso, a dimensão poético-estética da urbanidade ainda é um aspecto apenas debilmente considerado, quando presente, neste contexto – sendo que, para muitos urbanistas (Argan, por exemplo), a cidade é uma entidade fundamentalmente poético-estética.
Quais as implicações da atribuição da inteligência, característica tipicamente humana à cidade? O que torna uma cidade Smart? A medida que existem Smart Cities, existiriam “Stupid” Cities? Em cidades voltadas para a previsibilidade e o controle, o que de City resta à Smart City? Quais vivências seriam possíveis em uma versão brasileira da Smart City? Quando utiliza-se o termo “Smart City”, ao que se refere? Há um conceito guarda-chuva mais preciso e rigoroso para denominar a presença disruptiva da tecnologia digital no meio urbano?
A proposta dessa mesa foi a de expor e debater critérios com os quais se possa constituir a ideia de uma urbanidade que dialogue de modo frutífero – mesmo que também de modo problemático e complexo – com a tecnologia de ponta: suas questões antropológicas, a renovação conflituosa dos embates das forças sociais, a alteração das modalidades perceptuais da ambiência urbana e a própria reconfiguração da ideia de “cidade”. Propõe-se, inclusive, questionar a própria denominação “inteligente” ou “smart”, procurando por elucidar outros planos e aproximações quanto a esse campo de entendimento da urbanidade que possa promover um entendimento mais rigoroso, crítico e fecundo.
Pretende-se, nesse artigo, expor de maneira sintética o conteúdo apresentado na mesa e no subsequente debate.
Palavras-chave: Imaginário; Tecnologia; Smart City; Cidade Inteligente.