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Penso que o problema é: qual a ideia que se tem de Deus? Um indivíduo de meia-idade com longas barbas brancas sentado num trono? Que deita um ouvido às insistentes preces de todas as confissões cristãs (e são muitíssimas)? Sim, porque este Deus é obrigatoriamente cristão! Desenganem-se todas as outras religiões que este Deus é exclusivo! Os outros são falsos, pronto! E mais: este Deus pode ser persuadido numa ou noutra direção dependendo do fervor dos pedidos! Não tem mais nada que fazer senão verificar se o pessoal se porta bem ou não! Só é preciso seguir quase ao pé da letra os escritos que se convencionou serem inspirados pelo divino e ser bonzinho! E se formos bonzinhos, temos um lugar assegurado no Céu sentados numa nuvem com umas asinhas e uma auréola a tocar harpa para todo o sempre! Se não formos bonzinhos, pois caímos para o Inferno onde um tipo chifrudo nos vai espetar o traseiro com uma forquilha em direção a um caldeirão com azeite a ferver, parece que também para todo o sempre! (visões medievais do Céu e do Inferno) Na verdade: «Todas as teologias ocidentais, toda a sua mitologia, são baseadas no conceito de Deus como um delinquente senil.» Tenessee Williams, dramaturgo americano (1911-1983) Bom, talvez não seja bem assim. Comecemos por nós próprios. Já há muito que a ciência comprovou que os metabolismos do corpo humano geram bioeletricidade (algo que os chineses sabem há milhares de anos e usam na acupuntura) na ordem dos microvolts; podemos então dizer que o ser humano tem um campo elétrico, o que se pode experimentar em dias de muita humidade em que recebemos um choque ao tocar em metal ou quando tocamos noutras pessoas e sentimos a descarga elétrica. Esse campo elétrico pode até ser medido num eletroencefalograma (que regista a atividade elétrica do cérebro) ou num eletrocardiograma (que regista os sinais elétricos do coração, o tempo e a força dos seus impulsos elétricos). Podemos concluir que tudo se resume à frequência da vibração elétrica (um movimento que se repete, regular ou irregularmente, dentro de um intervalo de tempo). Na verdade, todos os objetos possuem a sua frequência (chamada de ressonância ou frequência natural) determinada pelo tamanho, forma e composição destes, utilizada na área de eletrónica com a finalidade de excitar circuitos elétricos e eletrónicos. Uma carga elétrica vibrante produz constantemente uma perturbação no espaço. Essa perturbação constante cria no espaço campos elétricos e magnéticos que oscilam com a mesma frequência de vibração da carga: são perturbações autossustentáveis do campo elétrico e do campo magnético que variam no tempo e no espaço. Sendo assim, definimos uma onda eletromagnética como sendo uma combinação de um campo elétrico e de um campo magnético que se propagam através do espaço, transportando energia. Desta forma, podemos dizer que ondas eletromagnéticas são geradas inicialmente pelo movimento de cargas elétricas. Sabemos que cargas elétricas criam um campo elétrico à sua volta, ou seja, criam uma região de perturbação nas propriedades do espaço. Da mesma maneira, uma corrente elétrica gera uma perturbação no espaço em forma de campo magnético. Se aumentar a frequência desse campo eletromagnético que rodeia o ser humano, pode aceder-se a outro nível de experiências. Os iogues mais evoluídos conseguem fazê-lo através da meditação (uma prática na qual o indivíduo utiliza técnicas para focar sua mente num objeto, pensamento ou atividade em particular, visando alcançar um estado de clareza mental e emocional). Desde 1970, a psicologia e a psiquiatria desenvolveram técnicas de meditação para diversos distúrbios psicológicos; práticas de "monitorização aberta" são utilizadas na psicologia para reduzir problemas mentais e físicos, assim como dependência química. A evidência é ainda insuficiente sobre o efeito da meditação no humor, atenção, alimentação, sono ou peso corporal. Os xamãs usavam drogas alucinogénias obtidas a partir de plantas para elevar o nível energético. Então afinal tudo se resume à eletricidade! Se considerarmos uma forma de energia com uma altíssima vibração, completamente além da compreensão humana ainda que perfeitamente em conformidade com as leis da Física, podemos ter uma noção mais aproximada daquilo a que se chama Deus. E, para confirmar este raciocínio, em 1991 cientistas americanos ficaram siderados quando detetaram um jorro de energia ultra-alta sob a forma de raio cósmico proveniente do exterior da galáxia; deram-lhe o apropriado nome de OMG (Oh My God) e tinha uma energia de 320 exa-eletrões-volt (eletrão-volt (eV) é uma unidade de medida de energia equivalente a 1,602 176 634 x 10⁻¹⁹ joules e ‘exa’ significa 21 zeros depois de 320). Para referência, 1 exa-eletrão-volt equivale a 1 bilião de gigaeletrão-volt e 1 gigaelectrão-volt equivale a 1 bilião de eletrões-volt. Mais recentemente, em 2021, foi detetada outra partícula de ultra-alta energia, a Amaterasu com 244 exa-eletrões-volt. Em comparação, a energia típica de um eletrão na aurora polar é de 40.000 eletrões-volt, segundo a NASA. De facto, precisamos de nos abstrair das figurações humanas de Deus! São apenas uma forma simples de explicar coisas complicadas e de assegurar o poder que advém de se autointitular interlocutor do divino. Fontes consultadas: Geração de ondas eletromagnéticas. Gerando ondas eletromagnéticas - Alunos Online; Vibração – Wikipédia, a enciclopédia livre; Zumbido elétrico – Wikipédia, a enciclopédia livre; Droga alucinógena – Wikipédia, a enciclopédia livre; Meditação – Wikipédia, a enciclopédia livre; ECG – Eletrocardiograma: para que serve e como se preparar; Eletroencefalografia – Wikipédia, a enciclopédia livre; https://aeroengenharia.com/glossario/o-que-e-eletron-volt/; https://tinyurl.com/5h95ycvm; https://observador.pt/2023/11/23/detetado-nos-estados-unidos-o-segundo-raio-cosmico-com-maior-energia; https://tinyurl.com/2s9542sb