SEPARATA
Mosteiros
Cistercienses
História, Arte, Espiritualidade e Património
TOMO II
DIRECÇÃO
José Albuquerque Carreiras
Actas do Congresso realizado em Alcobaça
nos dias 14 a 17 de Junho de 2012
ALCOBAÇA
2013
INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS
BENEDITINOS PORTUGUESES
EVA SOFIA TRINDADE DIAS*
1. Introdução
Criada por Robert de Molesme (1028-1110), em 1098, aquando da fundação da
abadia de Citêaux, a Ordem de Cister assumiu como princípio retomar aquela que
seria a estrita observância da Regra de São Bento, destacando-se do tipo de observância seguida por Cluny. À opulência dos templos e rituais litúrgicos defendidos
pelo abade Suger, os monges de Cister responderam com a sobriedade dos espaços
sacros e o elevado rigor litúrgico, a que associaram o trabalho manual, sobretudo agrícola, onde desenvolveram técnicas inovadoras e intensivas. O seu principal mentor
espiritual foi Bernardo de Claraval (1090-1153), que conduziu os cistercienses a um
notável desenvolvimento, estendendo-se rapidamente por toda a Europa. Chegaram
a Portugal em 1144, fixaram-se em São João de Tarouca e estabeleceram, mais tarde
(1153), o mosteiro de Alcobaça como casa-mãe da Ordem em território português.
Depressa cativaram a protecção régia e, à semelhança dos congéneres europeus, os
mosteiros cistercienses portugueses revelaram-se importantes centros intelectuais e
artísticos.
Em paralelo com a Ordem de Cister, a Ordem Beneditina deu continuidade ao seu
percurso, a nível europeu e em Portugal, seguindo uma observância distinta da proposta pelos cistercienses, muito mais opulenta e ostensiva. Após um período de
*
Mestre em História da Arte Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Doutoranda em História da Arte Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Bolseira da
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Investigadora do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE) / Grupo de Investigação Arte e Património Cultural no Norte de Portugal.
Mosteiros Cistercienses, Vários Autores, José Albuquerque Carreiras (dir.), Alcobaça, 2013, Tomo II, pp. 157-175.
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EVA SOFIA TRINDADE DIAS
decadência espiritual e temporal, acentuada a partir finais da Idade Média, em 1566
a Bula In eminenti instituiu a Congregação dos Monges Negros de S. Bento dos Reinos de Portugal, da qual o mosteiro de Tibães seria a casa-mãe. Desencadeou-se o
processo de renovação artística, possível graças ao novo sistema de administração
que permitiu a canalização de capital para a estabilidade da economia da Congregação e o início de obras profundas nos mosteiros medievais, assim como a edificação
de novas casas monásticas. Além das intervenções a nível arquitectónico, verificaram-se igualmente importantes alterações no património móvel, nomeadamente na
pintura e imaginária.
Entre as transformações do património móvel verificaram-se alguns fenómenos de
particular interesse, nomeadamente a existência de invocações cistercienses, que despoletaram a realização do presente estudo. Este partiu da abordagem a algumas fontes
primárias, nomeadamente os Estados, Livro de Obras e Livros de Depósito dos mosteiros beneditinos sitos a Norte do rio Vouga, a que se associou a consulta da informação contida nas Memórias Paroquiais de 1758. A análise efectuada permitiu realizar
um levantamento exaustivo das invocações nas diversas unidades monásticas e revelou a existência de invocações de santos e místicos da Ordem de Cister num número
considerável de mosteiros. Esta presença suscitou algumas questões que procuramos
agora responder: quais os mosteiros onde esse facto foi verificado; quais as invocações
cistercienses existentes; qual a tipologia artística escolhida para a sua representação;
quais os espaços monásticos onde estas se encontravam; o que motivou a sua presença
nas igrejas monásticas beneditinas; compreender qual o papel desempenhado pela casamãe da Congregação de São Bento de Portugal na definição da presença de invocações
cistercienses nos restantes mosteiros da Ordem. No sentido do enriquecimento da análise efectuada e para se atingir um melhor entendimento da presença cisterciense nas
igrejas monásticas beneditinas, sempre que necessário são estabelecidas comparações
entre as invocações cistercienses e as invocações beneditinas. De seguida, apresentaremos os resultados obtidos por um estudo pertinente e essencial, que lança uma perspectiva distinta sobre a espiritualidade cisterciense e a sua repercussão nos conjuntos
monásticos beneditinos na Época Moderna.
2. Invocações Cistercienses no espaço monástico beneditino
O estudo efectuado revela o elevado número de invocações beneditinas (Quadro 3,
Gráfico 2) em relação à presença de santos cistercienses (Gráfico 5), facto expectável, uma vez que nos encontramos perante conjuntos monásticos da Ordem de São
Bento. Entre as invocações beneditinas mais representadas encontram-se São Bento e
sua irmã, Santa Escolástica, Santo Amaro, também designado por São Mauro, e Santa
Gertrudes Magna. Embora menos numerosas, encontram-se ainda referências à Vida
de São Bento, a São Plácido, São Gregório Magno e Santa Francisca Romana (Grá158
INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS BENEDITINOS PORTUGUESES
fico 2), cuja única representação surge indicada no mosteiro de São Bento da Vitória1.
As invocações cistercienses (Gráfico 1), apesar de menos numerosas, marcam presença
em nove dos dezoito mosteiros analisados (Quadro 1), apresentando uma dispersão
quantitativa homogénea na área geográfica delineada. São Bernardo, mentor da Ordem
de Cister, constitui a invocação mais representada, sendo a única nos mosteiros de Rendufe2, Palme3, Santo Tirso4, Travanca5, Cabanas6 e Neiva7. Apenas os mosteiros de São
Martinho de Tibães, São Bento da Vitória e São João de Alpendurada alargaram o leque de representações, onde constam São Roberto, fundador da Ordem de Cister, no
mosteiro do Marco de Canaveses8, igualmente presente no mosteiro do Porto9 (Fig. 6),
juntamente com Santa Lutgarda10, e a visão da santa (Fig. 2), no mosteiro de Braga11.
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“Douraram=ce os seis altares, castiçais, cruzes e frontais do corpo da igreja e as imagens que para
este se fizerão que são a da Senhora Santa Anna, São Placido, Santo Amaro, São Semião, a Senhora
da Guia, e Santa Francisca Romana, todas se estufarão com perfeição”. Arquivo Distrital de Braga
(ADB), Congregação de S. Bento de Portugal, Estados do Mosteiro de São Bento da Vitória, 17371738, nº 104 [Disponível no Arquivo Distrital de Braga, Braga, Portugal], f.11vº.
“Fizerão se seis imagens de Sanctos, Santo Andre, São Bento, São Bernardo, Santa Escholastica, São
Mauro, e São Placido que em todas se puzerão resplendores de prata, e em São Bento, e São Bernardo
baculos tambem de prata, e as imagens se estofarão de ouro.” A.D.B. Congregação de S. Bento de
Portugal, Estados do Mosteiro de Santo André de Rendufe, 1719-1722, nº 116 [Disponível no Arquivo
Distrital de Braga, Braga, Portugal], f.11vº.
“Dourou e estofou as sinquo imagens do altar mor a saber o Salvador, Nosso Patriarcha, Nossa Madre Santa Escolastica, Nosso Padre São Gregorio, Nosso Padre São Bernardo.” A.D.B. Congregação
de S. Bento de Portugal, Estados do Mosteiro de São Salvador de Palme, 1629-1632, nº 119 [Disponível no Arquivo Distrital de Braga, Braga, Portugal], f.7vº.
“Fes se huma Capellinha no vam da baranda de abobada com seu retabolo dourado, e hum alampadariosinho de latam. Fes se para a mesma Capellinha huma imagem de Nosso Padre São Bernardo
estofada de branco, e prateada.” A.D.B. Congregação de S. Bento de Portugal, Estados do Mosteiro
de Santo Tirso, 1665-1668, nº 109 [Disponível no Arquivo Distrital de Braga, Braga, Portugal], f.7vº.
Um século mais tarde, a presença cisterciense aumenta:“Fes se hũa imagem de São Bernardo para a
igreja.” Ibidem, 1770-1773, nº 111, f.16vº.
“Fizerãose varias flores, rozas e cravos de cambrai com que se adornarão os resplendores da imagem
do Salvador, São Bento e São Bernardo e o altar da Conceição”. A.D.B. Congregação de S. Bento de
Portugal, Estados do Mosteiro de Salvador de Travanca, 1728-1731, nº 97 [Disponível no Arquivo Distrital de Braga, Braga, Portugal], f.18vº.
“Pintosse o cruzeiro com a imagem de Christo crusificado, São João e Nosso Senhor he com hũa e
outra parte nosso padre São Bento e São Bernardo com outras pinturas.” A.D.B. Congregação de S.
Bento de Portugal, Estados do Mosteiro de São João de Cabanas, 1662-1665, nº 126 [Disponível no
Arquivo Distrital de Braga, Braga, Portugal], f.4vº. Uma referência mais tardia indica: “Na cella dos
prellados se puzerão sinco quadros hum de Nossa Senhora, outro de Nosso Santo Patriarcha, hum de
Nosso Padre São Bernardo, outro de São Pedro, e hum de São Paulo.” Ibidem, 1752-1755, nº 126, f.5.
O primitivo retábulo-mor do mosteiro de São Martinho de Tibães, concebido em 1664 e constituído
pelas imagens de São Bernardo e São Gregório Magno, executadas por Frei Cipriano da Cruz (“Em Tibães fes…no altar-mor São Gregorio e São Bernardo…”. ASCENSÃO, Frei Marceliano da, Chronica do
antigo, Real e Palatino Mosteiro de S. Martinho de Tibães desde a sua 1ª fundação até ao presente
com hum catalogo dos … Abbades perpétuos, commendatarios e Abbades Geraes, Mosteiro de São
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EVA SOFIA TRINDADE DIAS
Fig. 1. Capela de Santa Lutgarda
(1692-1695). Igreja do Mosteiro de São
Martinho de Tibães, Braga
Fotografia da autora
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Fig. 2. Visão de Santa Lutgarda (1692-1695).
Alto-relevo em madeira. Igreja do Mosteiro
de São Matinho de Tibães, Braga
Fotografia da autora
Martinho de Tibães, 1745, f.631vº; SMITH, Robert C., Frei Cipriano da Cruz, escultor de Tibães: elementos para o estudo do Barroco em Portugal, Civilização, Porto, 1968, pp. 21, 169, nota 36), foi transferido para o mosteiro de São Romão do Neiva em 1755-1756 (A.D.B. Congregação de S. Bento de
Portugal, Tibães, nº 463 [Disponível no Arquivo Distrital de Braga, Braga, Portugal], fls.34vº, 38vº,
40; A.D.B. Congregação de S. Bento de Portugal, São Romão do Neiva, nº 158 [Disponível no Arquivo
Distrital de Braga, Braga, Portugal]), fls.21-28, 40; SMITH, Frei Cipriano da Cruz, cit., pp. 21, 168169, nota 34).
“Na banqueta do altar mor se collocarão os quatro Doutores da Virgem sobre pianhas de talha; tudo
pintado a fingir jaspe, com orlas, lavores, baculos, e cruzes douradas; resplendores de prata com suas
pedras; e relicarios de prata dourada no peito; tudo obra do milhor gosto, que o Nosso Reverendíssimo Padre Mestre Doutor Frei Joze Joaquim de Santa Thereza mandou fazer do seu peculio, e importou sessenta mil reis, dando tambem varias reliquias, que se meterão nas ditas capsullas.” A.D.B.
Congregação de S. Bento de Portugal, Estados do Mosteiro de São João de Pendurada, 1801-1804, nº
103 [Disponível no Arquivo Distrital de Braga, Braga, Portugal], f. 19vº.
“Puzeram=ce mais no cruzeiro da igreja dous retabolos de novo erigidos, (…) outro do Desterro com
os quatro Doutores da Virgem e no pavimento com suas grades e dous anjos aos lados como os do
Santíssimo.” A.D.B. Congregação de S. Bento de Portugal, Estados do Mosteiro de São Bento da Vitória, 1737-1738, nº 104 [Disponível no Arquivo Distrital de Braga, Braga, Portugal], f. 10vº.
“Ficãose fazendo dois retablos de talha para duas capellas da igreja dedicadas a Santa Lugarda e a
São Caethano, cujas imagenns se estão fazendo.”A.D.B. Congregação de S. Bento de Portugal, Estados do Mosteiro de São Bento da Vitória, 1716-1719, nº 104 [Disponível no Arquivo Distrital de Braga,
Braga, Portugal], f. 8.
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INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS BENEDITINOS PORTUGUESES
Fig. 3. Retábulo de Nossa Senhora do Desterro
(1737-1738). Transepto. Igreja do Mosteiro de
São Bento da Vitória, Porto
Fotografia da autora
Fig. 4. Segundo registo do retábulo de Nossa Senhora do
Desterro, com as imagens de São Bernardo e São Roberto.
Igreja do Mosteiro de São Bento da Vitória, Porto
Fotografia da autora
Apesar dos Estados, dos Livros de Obras e dos Livros de Depósito constituírem fontes primárias riquíssimas para o estudo das invocações nos mosteiros beneditinos portugueses, não foram descuradas as lacunas, omissões e documentos que se perderam
irremediavelmente na incúria do tempo. As Memórias Paroquiais, de 1758, resultado do
inquérito enviado às paróquias depois do terramoto de 1755, revelaram-se fundamentais
para complementar a informação levantada e consolidar algumas das conclusões retiradas.
Contudo, em alguns casos, as Memórias Paroquiais apresentaram-se muito incompletas,
ou mesmo omissas, na informação necessária para a realização do presente estudo.
Não obstante os entraves, foi possível comprovar a superioridade numérica das invocações beneditinas (Quadro 9) em relação às invocações cistercienses (Quadro 8), cujas
11
“Hum Santo Christo e Santa Ludgardabebendolhe no peito…”. ASCENSÃO, Chronica, cit., f. 491; SMITH,
Frei Cipriano da Cruz, cit., p. 102. Nos Estados do mosteiro de Tibães, a primeira referência à invocação
da monja cisterciense surge apenas em 1728-1731, com a indicação do gasto de quarenta mil reis “Para resplandores dos Santos Christos e de Santa Leodgarda…” (A.D.B. Congregação de S. Bento de Portugal: Estados do Mosteiro de São Martinho de Tibães, 1728-1731, nº 112 [Disponível no Arquivo Distrital de Braga,
Braga, Portugal], f. 21). No entanto, o alto-relevo foi encomendado e executado por Frei Cipriano da Cruz
em 1692-1695. ASCENSÃO, Chronica, cit., fls. 491, 631; SMITH, Frei Cipriano da Cruz, cit., p. 101.
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EVA SOFIA TRINDADE DIAS
referências documentais são significativamente inferiores às levantadas anteriormente (Quadro 1). Este levantamento veio igualmente completar dados recolhidos, uma vez que as
Memórias Paroquiais de Capela de Rendufe, Amares, referem a existência da imagem de
São Bernardo no retábulo-mor do mosteiro de Santo André de Rendufe12, juntamente com
a imagem de São Bento, a que se juntou, mais tarde, uma escultura com a mesma invocação, parte integrante de um conjunto de seis imagens para o corpo da igreja13. Por seu lado,
em Ganfei ficou registada a presença da invocação de São Bernardo no retábulo colateral
de Nossa Senhora do Rosário, na igreja do mosteiro14.
O cruzamento dos dados obtidos com os recolhidos nas Memórias Paroquiais permitemnos constatar que dez dos dezoito mosteiros beneditinos levantados neste estudo apresentam
Fig. 6. São Roberto. Retábulo de Nossa
Fig. 5. São Bernardo. Retábulo de Nossa
Senhora do Desterro. Igreja do Mosteiro de Senhora do Desterro. Igreja do Mosteiro de
São Bento da Vitória, Porto
São Bento da Vitória, Porto
Fotografia da autora
Fotografia da autora
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13
14
“He o orago da igreja, tomada como freguesia a Santisima Trindade, tomada como mosteiro Santo
Andre Apostolo, tem a igreja nove altares, o mor, em que esta colocada a imagem de Santo Andre com
a de S. Bento ao lado direito, e a de S. Bernardo a esquerda …”, Arquivo Nacional Torre do Tombo
(ANTT), Memórias Paroquiais, vol.9, nº 117, p. 790.
Ver nota 2.
“He o orago della o Salvador, tem quatro altares; (…) o colateral da parte direita he da Senhora do
Rosario, tem mais este altar as imagens de Santo Amaro, São Bernardo, e Santa Lusia …”. ANTT,
Memórias Paroquiais, vol. 17, nº 117, pp. 101-102.
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INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS BENEDITINOS PORTUGUESES
invocações cistercienses, isto é, mais de cinquenta por cento das casas beneditinas sitas a
Norte do rio Vouga dispuseram de santos da Ordem de Cister no seu espaço.
3. Tipologia representativa das invocações cistercienses e materiais utilizados
A análise da tipologia utilizada na representação das diferentes invocações revelou
algumas recorrências, fundamentais para a compreensão da globalidade do fenómeno
da presença cisterciense nos conjuntos monásticos beneditinos. As invocações cistercienses foram essencialmente representadas em escultura (Quadro 4, Gráfico 3), embora surjam representações de São Bernardo em pintura, documentadas para o
mosteiro de São João de Cabanas15. Por seu turno, as invocações beneditinas, além
de representadas em escultura e pintura, surgem por vezes figuradas na azulejaria16
(Quadro 5, Gráfico 4). Entre as diferentes tipologias representativas das invocações
cistercienses, assim como nas beneditinas, é notória a preferência pela escultura. No
caso das invocações cistercienses, as representações escultóricas são maioritariamente
elaboradas em vulto perfeito (Quadro 6, Gráfico 6), com excepção do alto-relevo
com a representação da Visão de Santa Lutgarda (Fig. 2), no mosteiro de Tibães. Por
sua vez, as invocações beneditinas estendem-se pelo baixo-relevo, embora mantendo
o vulto perfeito como tipologia escultórica preferencial (Quadro 7, Gráfico 7). Este
facto revela que, para os monges beneditinos, a imaginária seria a mais ‘eficaz’ na
mediação entre o Homem e Deus, possivelmente por transmitir uma presença mais
corpórea e humana, apelando de uma forma mais persuasora à imitação dos exemplos de santidade.
Relativamente aos materiais utilizados nas representações cistercienses, a madeira
foi o material mais adoptado, facto justificável por se tratar de imaginária concebida
para espaços interiores, mas também por a madeira constituir um material mais dúctil,
leve e barato. Somente entre as invocações beneditinas, sobretudo as destinadas aos nichos colocados nas fachadas principais das igrejas, verificamos a presença de materiais
distintos, nomeadamente a pedra17.
15
16
17
Ver nota 6.
Sobre este tema vide ALMEIDA, Patrícia Cristina Teixeira Roque de, O Azulejo do Século XVIII na Arquitectura das Ordens de S. Bento e S. Francisco no Entre Douro e Minho. Dissertação de Mestrado
em História da Arte em Portugal apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 4 Volumes, Edição de Autor, Porto, 2004; DIAS, Eva Sofia Trindade, «A azulejaria nos mosteiros beneditinos do Entre Minho e Vouga», Azulejar 2012. International Congress. Pen Drive, Azulejar, Aveiro,
2012, ISBN: 978-989-98041-1-1, pp. 1-14.
Por exemplo:“ (…) nos lados da fronteira da mesma [igreja] se pozerão duas imagens grandes de pedra de Nosso SantissimoPatriarcha, e de Nossa Madre Santa Escolastica (…)”. A.D.B. Congregação
de S. Bento de Portugal, Estados do Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto, 1786-1789, nº 133
[Disponível no Arquivo Distrital de Braga, Braga, Portugal], f. 12v.
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EVA SOFIA TRINDADE DIAS
4. Localização espacial das invocações cistercienses
A consulta das fontes primárias beneditinas revelou uma grande dispersão de invocações pelo espaço monástico, interior e exterior. Uma vez que a presente abordagem
se debruça sobre as invocações cistercienses e, encontrando-se estas maioritariamente
no espaço da igreja, fizemos incidir a nossa atenção concretamente nessa área. Este
dado não deixa de ser curioso: das dezanove invocações cistercienses levantadas, apenas duas apresentaram uma localização distinta das restantes (Quadros 1 e 8). Houve
uma clara intenção dos monges negros de Rendufe, Tibães, Palme, Santo Tirso, São
Bento da Vitória, Alpendurada, Travanca, Cabanas, São Romão do Neiva e Ganfei, em
tornar presentes, no lugar de oração e celebração comunitárias (a igreja), os exemplos
de vida da Ordem de Cister, num perene diálogo invocativo com outros santos e santas de Deus existentes no mesmo local. Apesar de se situarem num espaço específico
como a igreja, as invocações cistercienses, tal como as beneditinas, encontravam-se distribuídas por diferentes zonas deste espaço.
A representação de São Bernardo encontra-se fundamentalmente localizada nos
retábulos-mor (Quadro 10), o mesmo acontecendo com o padroeiro da congregação
beneditina (Quadro 11). No caso dos retábulos-mor dos mosteiros de Rendufe e Travanca, os dois santos aparecem associados18. Um facto interessante surge nos Estados do mosteiro de Palme, onde o Doutor Melífluo é designado pelo monge estadista
por “Nosso Padre São Bernardo”19, algo único na documentação levantada, revelador de quanto os beneditinos se sentiam unidos aos seus irmãos cistercienses. Aqui,
São Bernardo encontra-se associado não só com São Bento, mas igualmente com
Santa Escolástica e São Gregório20. No primitivo retábulo-mor de Tibães, deslocado
para São Romão do Neiva, São Bernardo marcava a sua presença juntamente com a
representação de São Gregório Magno21. A invocação do mentor da Ordem de Cister
encontra-se ainda localizada na parte superior do retábulo do transepto (lado do Evangelho) do mosteiro de São Bento da Vitória (Fig. 4 e 5), dedicado a Nossa Senhora
do Desterro22 (Fig. 3), assim como na estrutura da janela termal do coro-alto do
mesmo mosteiro, na qualidade Doutor da Virgem, associado a São Roberto, Santo
Anselmo e Santo Ildefonso. São Roberto surge representado apenas nos mosteiros do
Porto e Alpendurada, partilhando a mesma localização espacial que São Bernardo.
Este último surge ainda num retábulo lateral (lado da Epístola) que lhe está dedicado,
no mosteiro de Santo Tirso, assim como numa peanha no corpo da igreja do mos-
18
19
20
21
22
Ver notas 2 e 5.
Ver nota 3.
Idem.
Ver nota7.
Ver nota 9.
164
INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS BENEDITINOS PORTUGUESES
teiro de Rendufe, entre os vãos de iluminação, juntamente com o padroeiro do mosteiro e mais quatro santos beneditinos23.
A localização da invocação de São Bernardo no retábulo-mor reveste-se da máxima
importância, uma vez que era o retábulo-mor que definia o eixo axial da igreja e, como
tal, constituia o ponto de atracção do olhar de monges e fiéis. Aqui deveriam estar dispostos os exemplos de santidade mais importantes da Ordem, no sentido de os incitar
a uma militância mais persistente no caminho da perfeição. Na maioria dos casos, era
no retábulo-mor que se encontrava o sacrário com a reserva do Santíssimo Sacramento
e era na capela-mor que se celebravam as principais cerimónias da Ordem, entre elas
a Eucaristia. Esta proximidade de São Bernardo com Cristo sacramentado torna-o num
exemplo a seguir na reverência e culto devidos ao Filho de Deus. No entanto, São Bernardo era sobretudo admirado por ser um fiel devoto de Nossa Senhora24. De facto, foi
um acérrimo defensor e difusor do culto à Virgem Maria, de quem o próprio se intitulava fiel capelão25. Este aspecto foi tomado em conta pelos monges de São Bento da
Vitória e de Alpendurada, que o representaram enquanto Doutor da Virgem, juntamente
com São Roberto, cuja importância parece ter sido eclipsada entre os beneditinos pela
recorrente presença de São Bernardo. A repetição de invocação na mesma igreja monástica (São Bento da Vitória) vem ressalvar a devoção dos monges do Porto por Nossa
Senhora e reiterar a ideia da importância da oração e devoção pela Mãe de Cristo, coredentora e medianeira na Salvação do Mundo26. São Bernardo e São Roberto, dois santos cistercienses que surgem nestes dois mosteiros, em conjunto com os restantes
Doutores da Virgem, como exemplos dessa devoção e como intermediários preferenciais junto de Nossa Senhora.
Mesmo quando surge isolado no espaço da igreja e arredado dos locais mais importantes pela carga simbólica que encerram, São Bernardo assume uma posição de destaque. Os monges beneditinos de Santo Tirso, reconhecidos da sua santidade,
concedem-lhe um retábulo próprio no corpo da igreja. O santo passa a estar mais próximo da assembleia, a fazer sentir junto dos fiéis o seu exemplo de vida, a apelar constantemente à santidade e à devoção mariana, o mesmo acontecendo no caso do mosteiro
de Santo André de Rendufe. Igualmente no mosteiro de Ganfei, São Bernardo reitera
a mensagem de veneração à Virgem, ao integrar o retábulo dedicado a Nossa Senhora
do Rosário.
23
24
25
26
Ver nota 2.
LEROUX, Gérard, «Introdução», em A.A.V.V., São Bernardo (1090-1990). Catálogo bibliográfico e iconográfico, Biblioteca Nacional, Lisboa, 1991, p. 14.
RÉAU, Louis, Iconografia del Arte Cristiano. Iconografia de los santos. A-F, tomo 2/vol.3, Edicionesdel Serbal, Barcelona, 2000, p. 213.
São Bernardo recomendava aos fiéis a Virgem Maria como a mediadora mais misericordiosa e poderosa. Segundo ele, Nossa Senhora era o aqueduto pelo qual desciam até aos crentes todas as águas do
céu. Ibidem, pp. 213-214.
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EVA SOFIA TRINDADE DIAS
Quanto a Santa Lutgarda, mística belga do século XIII, a sua presença foi verificada unicamente nos mosteiros de Tibães e São Bento da Vitória, como oportunamente
referido. Em ambos os casos, a invocação está disposta numa capela do corpo da igreja,
do lado da Epístola, com retábulo próprio. A mensagem que discorre da sua presença
prende-se com a exaltação da devoção a Cristo. A concessão de um retábulo, inserido
numa capela no corpo da igreja, revela o reconhecimento dos monges das duas comunidades monásticas das experiências místicas vivenciadas por esta serva de Deus e da
sua poderosa intercessão junto do Filho de Deus. Uma vez mais, os monges beneditinos procuraram que o exemplo cisterciense que os inspirava na devoção a Cristo fosse
também exemplo desse mesmo amor para a comunidade de fiéis, reunida em acção de
graças.
Podemos assim inferir que os monges beneditinos procuraram, através do exemplo
dos santos cistercienses e, em união com outras invocações presentes no espaço da
igreja, apelar à imitação dos santos, não só por parte da comunidade monástica, mas
igualmente por parte dos fiéis, propagando desta forma os princípios fundamentais da
Igreja Católica pós-tridentina, através da ascese, do êxtase e do milagre27.
5. Motivações para a presença cisterciense no espaço monástico beneditino
Os mosteiros de Tibães, casa-mãe da Congregação, e São Bento da Vitória, o mais
importante da Ordem situado na diocese do Porto, foram duas casas monásticas de
grande relevância no quadro beneditino português, pela sua dimensão, capacidade económica e consequente influência junto dos restantes mosteiros, constituindo-se como
principais motores da renovação artística beneditina no norte de Portugal, em curso na
Época Moderna. Todavia, pelos dados analisados, nem um nem outro serviram de modelo para as casas monásticas da área geográfica em estudo, no alargamento do leque
de invocações cistercienses. Sobressai apenas a ideia, ainda que implícita, da muda
competição entre estes dois mosteiros no enriquecimento dos seus espaços sacros e no
alargamento do número de invocações veneradas.
O que terá então motivado a presença das invocações cistercienses no espaço monástico beneditino? A consulta das Constituições da Ordem Beneditina, assim como do
Cerimonial Monástico não revelaram a existência de qualquer normativa no sentido de
27
FERREIRA-ALVES, Natália Marinho, A Arte da Talha no Porto na Época Barroca (Artistas e clientela.
Materiais e técnica), vol.I, Arquivo Histórico da Câmara Municipal do Porto, Porto, 1989, p. 43.
A XXV Sessão do Concílio de Trento veio salientar, entre outros aspectos, a importância da intercessão e invocação dos santos, a importância do bom uso das imagens, a veneração e obediência que lhe
são devidas, assim como a sua função didáctica junto dos fiéis. Cf. REYCEND, João Baptista, O sacrossanto, e ecuménico Concilio de Trento em Latim, e Portuguez, Lisboa, na Officina Patriarcal de
Francisco Luiz Ameno, 1781, pp. 349-355.
166
INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS BENEDITINOS PORTUGUESES
estabelecer o tipo de invocações a tomar parte, obrigatória e/ou opcionalmente, nos
mosteiros beneditinos. A mesma conclusão foi tirada para as determinações do Abade
Geral da Congregação, uma vez que nas Actas dos Capítulos e Juntas Gerais não foi
encontrada qualquer informação sobre o assunto em análise. A presença de invocações
cistercienses parece ter sido deliberada de acordo com os abades de cada unidade monástica onde foi constatada a sua presença. Contudo, não é de descartar a hipótese da
proximidade geográfica entre mosteiros beneditinos e mosteiros da Ordem de Cister
ter influído na escolha de santos cistercienses por parte dos monges beneditinos. Tal
parece ter acontecido com os mosteiros de Tibães, Rendufe e Palme, situados na região de Braga, Amares e Barcelos, próximos do mosteiro de Santa Maria de Bouro
(Amares), e com os mosteiros de Ganfei, Cabanas e São Romão do Neiva, mais próximos dos mosteiros de Santa Maria de Fiães (Melgaço) e Santa Maria de Ermelo (Arcos de Valdevez). Apesar de constituir uma hipótese, esta parece-nos pouco verosímil,
uma vez que alguns mosteiros da diocese do Porto apresentam invocações cistercienses e não se encontram na proximidade geográfica de mosteiros da Ordem de Cister.
Abandonadas as hipóteses iniciais e, até prova em contrário, resta-nos apontar como
motivação fundamental a devoção dos monges negros por alguns dos santos mais carismáticos da Ordem de Cister, uma Ordem que estava irmanada com a beneditina por
via de São Bento, tronco comum do qual floresceram dois ramos distintos.
Conclusão
O levantamento das invocações cistercienses existentes nos espaços monásticos beneditinos situados a norte do rio Vouga revelou a presença de santos da Ordem de Cister em mais de metade dos mosteiros abordados. São Bernardo constituiu a invocação
mais representada, ocupando lugar de destaque, sobretudo em retábulos-mor, associado
a santos beneditinos, mormente São Bento. Foi seguido pelas invocações de São Roberto e Santa Lutgarda, intercessores de especial devoção por parte dos monges beneditinos das comunidades monásticas de São Martinho de Tibães, São Bento da Vitória
e São João de Alpendurada. Estes dois exemplos de santidade cisterciense foram remetidos para o espaço do corpo da igreja e, juntamente com São Bernardo, tornaram
presente e visível o apelo à exaltação do culto a Cristo e à Virgem Maria.
A presença cisterciense nas unidades monásticas em estudo não se revelou imposta
por qualquer fonte normativa beneditina, por determinação do abade geral da Congregação, nem mesmo pelo modelo que os mosteiros de Tibães e São Bento da Vitória –
dois dos principais impulsionadores da renovação artística beneditina nos séculos XVII
e XVIII – poderiam constituir para os demais mosteiros. As motivações para esta presença de Cister em espaço beneditino prender-se-ão com a iniciativa e devoção dos abades e monges de cada comunidade, a que a proximidade com mosteiros de monges
brancos poderá não ter sido alheia. Todavia, a reverência dos monges negros por
167
EVA SOFIA TRINDADE DIAS
alguns dos exemplos mais significativos de vivência espiritual e intelectual da Ordem
de Cister parece ter exercido maior peso, sendo essa reverência manifestada essencialmente nas igrejas monásticas, através da escultura de madeira em vulto perfeito. Os beneditinos portugueses demonstraram a sua preocupação em inspirar monges e fiéis no
caminho da perfeição, assumindo desta forma um importante papel na transmissão da
religiosidade pós-tridentina. O fervor religioso sobrepôs-se a questões de observância,
ficando demonstrado quanto os mosteiros beneditinos portugueses estavam irmanados
com os seus congéneres cistercienses.
Para finalizar, a abordagem realizada trouxe a lume dados fundamentais sobre a presença cisterciense nas igrejas monásticas beneditinas nos séculos XVII e XVIII, que
poderão ser aprofundados, contribuindo desta forma para o alargamento da compreensão dos fenómenos devocionais entre os beneditinos portugueses na Época Moderna.
168
INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS BENEDITINOS PORTUGUESES
ANEXO
Quadro 1. Invocações Cistercienses (Fontes: Estados, Livros de Depósito e Livros de Obras)
Distrito
Aveiro
Braga
Mosteiro
São Martinho de Cucujães
Santo André de Rendufe
São João do Ermo de Arnóia
São Martinho de Tibães
Invocação
São Bernardo
São Bernardo
Santa Lutgarda
Porto
São Miguel de Refojos de Basto
Salvador de Palme
Santa Maria de Pombeiro
Santo Tirso
São Bernardo
São Bernardo
São Bernardo
São Bento da Vitória
São João de Alpendurada
São Miguel de Bustelo
Salvador de Paço de Sousa
Salvador de Travanca
Santa Maria de Carvoeiro
Santa Maria de Miranda
São João de Cabanas
Viana do
Castelo
São Romão do Neiva
Salvador de Ganfei
Santa Lutgarda
São Bernardo (Quatro
Doutores da Virgem)
São Roberto (Quatro
Doutores da Virgem)
São Bernardo (Quatro
Doutores da Virgem)
São Roberto (Quatro
Doutores da Virgem)
São Bernardo (Quatro
Doutores da Virgem)
São Roberto (Quatro
Doutores da Virgem)
São Bernardo
São Bernardo
São Bernardo
São Bernardo
169
Localização
Corpo da igreja
Retábulo-mor
(actualmente em
São Romão
do Neiva)
Capela no corpo
da igreja
Retábulo-mor
Capela sob a varanda (do claustro?)
Retábulo no corpo
da igreja
Capela no corpo
da igreja
Retábulo
no transepto
Retábulo
no transepto
Coro-alto
Tipologia
Escultura
Escultura
Coro-alto
Escultura
Retábulo-mor
Escultura
Retábulo-mor
Escultura
Retábulo-mor
Arco cruzeiro
Cela
dos Prelados
Retábulo-mor
-
Escultura
Pintura
Pintura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
-
EVA SOFIA TRINDADE DIAS
Quadro 3. Invocações Beneditinas
Quadro 2. Invocações Cistercienses
Nº de representações
12
3
2
São Bernardo
São Roberto
Santa Lutgarda
São Bento
Vida de São Bento
Santa Escolástica
Santa Gertrudes Magna
Santo Amaro/São Mauro
São Plácido
São Gregório Magno
Santa Francisca Romana
Quadro 5. Tipologia das representações
Beneditinas
Quadro 4. Tipologia das representações
Cistercienses
Tipologia representativa
Escultura
Pintura
Nº de representações
15
2
Tipologia representativa
Escultura
Pintura
Azulejaria
Sem indicação tipológica
Quadro 6. Tipologia escultórica das invocações
cistercienses
Tipologia escultórica
Vulto perfeito
Alto-relevo
Nº de representações
78
8
30
18
22
6
2
1
Nº de representações
16
1
Nº de representações
143
14
2
7
Quadro 7. Tipologia escultórica das invocações
beneditinas
Tipologia representativa
Vulto perfeito
Baixo-relevo
Nº de representações
140
3
Quadro 8. Invocações Cistercienses (Fonte: Memórias Paroquiais)
Distrito
Braga
Viana do
Castelo
Mosteiro
Santo André de Rendufe
São Salvador de Ganfei
Invocação
São Bernardo
São Bernardo
Localização
Retábulo-mor
Retábulo colateral
de Nossa Senhora
do Rosário
Tipologia
Escultura
Escultura
Quadro 9. Invocações Beneditinas (Fonte: Memórias Paroquiais)
Distrito
Braga
Mosteiro
Santo André de Rendufe
Invocação
São Bento
São Plácido
Localização
Retábulo-mor
Retábulo lateral
(lado Evangelho)
Santa Escolástica Retábulo lateral
(lado Epístola)
Santa Gertrudes
Retábulo lateral
(lado Epístola)
Santa Ida
Retábulo lateral
(lado Epístola)
São Mauro
Retábulo lateral
(lado Epístola)
170
Tipologia
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS BENEDITINOS PORTUGUESES
Quadro 9. Invocações Beneditinas (Fonte: Memórias Paroquiais) (Cont.)
Distrito
Mosteiro
São João do Ermo de Arnóia
São João de Alpendurada
São Miguel de Bustelo
Porto
Salvador de Paço de Sousa
Salvador de Travanca
Invocação
São Bento
Santa Gertrudes
Localização
Retábulo-mor
Retábulo do
Santíssimo
Sacramento,
corpo a igreja
Santo Amaro
Retábulo do
Santíssimo
Sacramento,
corpo da igreja
São Bento
Retábulo-mor
São Bento
Retábulo-mor
São Bento
Retábulo de Nossa
Senhora da Saúde,
cruzeiro da igreja
Santa Gertrudes Retábulo de Nossa
Senhora da Saúde,
cruzeiro da igreja
Santa Escolástica Retábulo de Nossa
Senhora da
Piedade, corpo
da igreja
São Bento
Retábulo-mor
Santa Escolástica
Retábulo-mor
Santo Amaro
Retábulo de Nossa
Senhora do
Rosário, cruzeiro
da igreja
São Mauro
Retábulo colateral
São Bento
Oratório no corpo
da igreja
Tipologia
Escultura
Escultura
São Bento
Retábulo-mor
Santa Escolástica
Retábulo-mor
São Bento
Retábulo colateral
Santo Amaro
Retábulo colateral
São Bento
Retábulo-mor
Santa Escolástica
Retábulo-mor
Santo Amaro
Retábulo colateral
de Nossa Senhora
do Rosário
Santa Gertrudes
Retábulo lateral
do Santíssimo
Sacramento
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Escultura
Santa Maria de Carvoeiro
Santa Maria de Miranda
Viana do
Castelo
Salvador de Ganfei
171
Escultura
EVA SOFIA TRINDADE DIAS
Quadro 10. Localização da imaginária de invocação cisterciense nas igrejas dos mosteiros beneditinos
(Fonte: Estados, Livros de Depósito e Livros de Obras)
Mosteiro
Capela-mor
Santo André de Rendufe
São Martinho de Tibães
Retábulo-mor
São Bernardo
Salvador de Palme
Santo Tirso
São Bento da Vitória
São Bernardo
-
São João de Alpendurada
Salvador de Travanca
São Romão do Neiva
São Bernardo
São Roberto
São Bernardo
São Bernardo
Corpo da igreja
Retábulo
Capela
Colateral
Lateral
São Bernardo
Santa
Lutgarda
São Bernardo
São Bernardo
Santa
Lutgarda
São Roberto
-
172
Coro-alto
São Bernardo
São Roberto
-
Quadro 11. Localização da imaginária de invocação beneditina nas igrejas dos mosteiros beneditinos
(Fonte: Estados, Livros de Depósito e Livros de Obras)
São Martinho de Cucujães
Santo André de Rendufe
São João do Ermo
de Arnóia
São Martinho de Tibães
São Miguel de Refojos
de Basto
173
Salvador de Palme
Santa Maria de
Pombeiro
Santo Tirso
São Bento da Vitória
Capela-mor
Retábulo-mor
São Bento
São Bento
Santa
Escolástica
São Gregório
Magno
São Bento
Santa
Escolástica
São Bento
Santa
Escolástica
São Gregório
Magno
São Bento
Santa
Escolástica
São Bento
Santa
Escolástica
São Bento
Corpo da igreja
Retábulo
Lateral
Capela
Nicho
?
Colateral
São Bento, Santa Escolástica, São Mauro e São Plácido
Santa
Gertrudes
Santa
Gertrudes
Santo Amaro
Pórtico
Fachada
de
Coro-alto entrada principal
Vida de SãoBento
São
Bento
-
São Bento
-
-
Santo Amaro São Bento
-
-
São Bento
Santa
Escolástica
-
-
-
-
-
São Bento Santo Amaro
-
Vida de
São Bento
-
-
Santo Amaro
São Plácido
Santa
Francisca
Romana
-
-
-
-
-
-
-
Santa
Gertrudes
-
Santo
Amaro
Santa
Gertrudes
-
Santa
Escolástica
Santa
Gertrudes
-
-
-
-
Vida de SãoBento São Bento
São
Santa
Bento
Escolástica
Santa
Gertrudes
INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS BENEDITINOS PORTUGUESES
Mosteiro
Quadro 11. Localização da imaginária de invocação beneditina nas igrejas dos mosteiros beneditinos
(Fonte: Estados, Livros de Depósito e Livros de Obras) (Cont.)
Mosteiro
Capela-mor
Corpo da igreja
Retábulo
Lateral
?
-
Colateral
-
-
São Bento
-
-
Salvador de Travanca
Santa Maria de Carvoeiro
São Bento
Santa
Escolástica
São Bento
-
-
-
Santa Maria de Miranda
São Bento
-
-
São João de Cabanas
São Romão do Neiva
São Bento
São Gregório
Magno
-
-
-
-
-
São Miguel de Bustelo
Salvador de Paço
de Sousa
174
Salvador de Ganfei
Capela
-
Nicho
-
São Bento
Santa
Escolástica
Santa
Santo Amaro São Bento
Gertrudes
-
-
-
-
-
-
Santo Amaro
São Bento
Santa
Escolástica
Santa
Gertrudes
São Bento
Santa
Escolástica
Santa
Gertrudes
-
-
São Bento
Santa
Escolástica
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
EVA SOFIA TRINDADE DIAS
Retábulo-mor
ão Bento
Santa
Escolástica
-
São João de Alpendurada
Pórtico
de
Fachada
Coro-alto entrada principal
-
INVOCAÇÕES CISTERCIENSES NAS IGREJAS DOS MOSTEIROS BENEDITINOS PORTUGUESES
Gráfico 1. Invocações Cistercienses
Gráfico 2. Invocações Beneditinas
Gráfico 3. Tipologia das representações cistercienses
Gráfico 4. Tipologia das representações Beneditinas
Gráfico 5. Percentagem de invocações
cistercienses e beneditinas
Gráfico 7. Percentagem da tipologia escultórica
das invocações beneditinas
Gráfico 6. Percentagem da tipologia escultórica
das invocações cistercienses
175