Jardim das Folhas Sagradas
Tr a ile r do Ja r dim
En t r e vist a com Lia M a r a
Em h om e n a ge m a o
D ia I n t e r n a cion a l da M u lh e r , ve j a
e n t r e vist a com a fon oa u dióloga ,
j or n a list a , e a t r iz Lia M a r a , qu e fa z
u m a pa r t icipa çã o m u it o e spe cia l e m
Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s . M a is...
Jardim das Folhas Sagradas est á
em fase de finalização. O film e
fica pront o em m arço e a
previsão de lançam ent o é
para o segundo sem est re de
2009.
Vej a ent revist a ( vídeo) com o ant ropólogo
Raul Lody, rot eirist a do vídeo Axé do
Acaraj é e consult or do film e Jardim das
Folhas Sagradas.
Ve j a e n t r e vist a com
o dir e t or Pola Ribe ir o
Est e ano com em ora - se o bi- cent enário
de Charles Darwin, que est eve na Bahia
duas vezes, em 1832 e 1836, durant e
um a expedição ao redor do m undo no
navio inglês HMS Beagle. Mais...
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/index.htm[27/04/2009 19:53:11]
Pola faz um balanço do processo
de realização do film e e fala sobre
a est rat égia de divulgação
m ont ada para o seu prim eiro
longa - m et ragem . Mais...
Jardim das Folhas Sagradas
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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Jardim das Folhas Sagradas
" Osonyin alawo wa, sawure pipé Orisa ewé.
Osonyin alawo wa, sawure pipé Orisa ewé"
( " Ossain é nosso sacerdot e, faça- nos o encant o
Que nos t raga boa sort e em sua t ot alidade,
Ó orixá das folhas" )
Sin opse
Um a inovadora e consist ent e visão das relações a um só t em po com uns e
com plem ent ares ent re o m ovim ent o ecológico e o candom blé.
Am bient ado no cont ext o de t enso desenvolvim ent o urbano da m ais negra cidade do
Brasil, o docum ent ário revela as dificuldades da religião afro- brasileira em enfrent ar
a dinâm ica de um a sociedade de m ercado, e se desenvolver no t ecido problem át ico
da vida urbana cont em porânea, que inflet e violent am ent e sobre os espaços verdes,
sagrados para os adept os do cult o.
Os am bient alist as baianos t oparam com um a visão de m undo onde a nat ureza é
fundam ent al ( 'sem folha não há orixá') e, em conseqüência, viram que nenhum
discurso sobre a quest ão am bient al na Bahia pode passar ao largo do candom blé.
Sacerdot es e m ilit ant es se fort alecem com esse encont ro. Os t erreiros percebem de
im ediat o que a quest ão ecológica t am bém pert ence a eles. E essa aproxim ação de
um a visão ancest ral da nat ureza, confere originalidade e um a out ra consist ência ao
discurso e à prát ica am bient alist as na Bahia.
" O qu e n ã o se r e gist r a , o ve n t o le va " ( M ã e St e lla )
Abor da ge m
" Nas sociedades africanas pré - colonias, de um a m aneira geral, não exist e dist inção
ent re sociedade e nat ureza. Tudo est á unt ado, m elado, suj o, em porcalhado do
sagrado, t udo é nat ureza. Não há dist inção. At é na organização social, na qual o
poder polít ico se confunde com o poder em anado do universo sagrado." ( Julio
Braga)
O segredo é um preceit o sagrado nos cult os afro- brasileiros, est ando associado aos
rit os iniciát icos que vão, aos poucos, revelando para os adept os desse sist em a de
crenças, a cosm ogonia do candom blé.
Não abordar o segredo e, ao m esm o t em po, não sonegar a inform ação. Esse é o
desafio! Sem pre t endo o cuidado para não revelar os fundam ent os secret os do
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Jardim das Folhas Sagradas
candom blé, reservados apenas aos iniciados, um dos m ais originais aspect os dessa
religião.
O docum ent ário deve circular ent re det alhes do cot idiano e princípios essenciais. A
com preensão do m undo em que vivem os. O exercício da t olerância e do
ent endim ent o do out ro. Solidariedade e com prom et im ent o. Fut uro da com unidade e
da religião.A consideração ét ica em relação a t udo isso t em papel decisivo na
const rução da linguagem e é vit al do pont o de vist a da própria est rut ura da
narrat iva.
A linguagem do docum ent ário t em com o um a das linhas est rut urais a ut ilização da
própria form a de expressão e t ransm issão do candom blé, via orikis ( poem as) , que
m esm o recriados em port uguês m ant ém caract eríst icas com o: frases curt as e
cadenciadas, rit m o de acordo com a respiração e o elem ent o m elódico da t onalidade,
que segundo Verger é a form a com o o conhecim ent o é t ransm it ido na África.
Perm eando t oda a narrat iva, com o eixo est rut ural, a hist ória de Lívia Ferreira, m ãede- sant o em form ação, que aos vint e e dois anos, faixa pret a de karat ê ( 2º Dan) ,
encont ra- se no processo de assum ir sua casa, sua roça, seu axé. Mot ivo de " fuxico"
para o público int erno ( t am bém um a form a de aprendizado) e verdadeira
preciosidade para o público fora do cult o, que vai se confront ar com a m ot ivação,
com a ação pré - inst alação de um a casa- de- sant o. Um t erreiro de I ansã, com a
represent ação de t odos os orixás. I lê Axé!
Um a biografia se fazendo, buscando um a abordagem sensível e verdadeira,
diferenciada m esm o, do t rat am ent o do rest o do film e. Enquant o segue os passos de
Lívia na form ação da sua casa, a câm era respeit a o t em po, o segredo, a em oção, e
pont ua o que é acessível. A hist ória de Lívia, suas lut as, seus desafios. Sacrifícios da
liberdade individual, o peso da solidão, a obediência ao seu dest ino.
Trat ar a t ram a com seriedade e carinho, pelo am or com que Lívia encara suas
responsabilidades. Ouve e sabe o quant o é grave e severa a não observância dos
preceit os. A necessidade de liderar e im por sua aut oridade com int ensidade t ot al e
ent rega absolut a, cient e do dever de respeit ar com rigor e precisão as t radições.
A com unicação de Lívia, o que m uda, com o age na relação com os seus " filhos" . O
candom blé reverencia a ancest ralidade, o princípio da senioridade, o ensinam ent o
dos m ais velhos. Lívia é o cont rapont o. O saber vem no m om ent o de aprender, na
obediência, na hierarquia, no m ovim ent o cot idiano em seus m ínim os det alhes: o
com port am ent o nos rit uais, as form as de servir, de se t raj ar, de dançar, de com er...
" Religião é cult ura. A religião est át ica perecerá. Com o sinal dos t em pos, não é m ais
possível a prát ica da crença Orixá sem reflexões, est udos e ent rosam ent os.Não
podem os ficar confinados no Axé. A t radição som ent e oral é difícil. Os Olorixá t êm
que se alfabet izar, adquirir inst rução, para não passar pelo dissabor de dizer sim à
própria sent ença" . ( Mãe St ella)
Necessário avançar na com unicação, ent endendo o lim it e da t ransm issão de
conhecim ent o baseado est rit am ent e na t radição oral - num m undo int erm ediado,
hoj e, pela m ídia. Novas form as de preservação do saber, onde a oralidade é
gradat ivam ent e subst it uída por inst rum ent os cada vez m ais sofist icados de
anot ações, gravações m ecânicas, e at é m esm o leit ura inform at izada.
" A t radição no candom blé é t ão dinâm ica quant o a noção de m udança. É com o se
pudéssem os pensar que algum a coisa fosse capaz de m udar, perm anecendo" . ( Júlio
Braga)
Cont rast es, confront os e diferenças result ant es da dinâm ica da cidade pont uam o
rot eiro, onde t em pos dist int os - e espaços diferenciados - convivem ,
com plem ent am - se e se excluem . A vida religiosa, o cont ext o urbano, o em bat e
ecológico e a dinâm ica social envolvem m undos paralelos suscit ando o diálogo, ao
m esm o t em po que a est igm at ização e o com plexo exercício do convívio com essa
m ult ifacet ada e provocant e realidade. É esse painel que, levando em consideração a
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t olerância e a convivência com o est ão post as nos m arcos da sociedade local,
perm it e apresent ar as t ensões ent re os dist int os pont os de vist a dos diversos
" at ores" do m undo m oderno, t em at izando um cot idiano que escapa com plet am ent e
à leit ura exot izant e e em pobrecedora que folcloriza, hoj e, a cult ura baiana.
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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Pa r ce ir os
- Brisa Rest aurant e
- CEAO - Cent ro de Est udos Afro- Orient ais - UFBa
- I nfosol
- Jorge Port ugal
- Program a Aprovado!
- Kofre
- Lava Max Lavanderia I ndust rial
- LM Transport es
- Lazzo Mat um bi
- Physio Pilat es
- Rest aurant e Nirá
- At elier Márcia Ganem
- Cha - Cha - Dum - Dum
- Mina Í ndia
- Didara Design
- Goia Lopes
Cu lt u r a Afr o - Br a sile ir a
Ór gã os Oficia is
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- Fundação Cult ural Palm ares
- CEAO - Cent ro de Est udos Afro- Orient ais - UFBa
- Bolet im CEAO - Grupo de Discussão
Te r r e ir os
- I lê Axé Opô Afonj á
- I lê Axé Oxum aré
Re por t a ge m Cor r e io da Ba h ia - 4 .j u n .2 0 0 6
- Folhas:
-
Arm as sagradas
Cam inhos da cura
Filha de I roco
Rit o delicado
Sem folha não t em vida
Senhor das folhas
W e bsit e s dive r sos
- Candom blé sem Mist érios
- O Mundo dos Orixás
- Candom blé Ket u Brasil
Ecologia
Ór gã os Oficia is
- Minist ério do Meio Am bient e
- Agência Nacional de Águas
- I bam a
- SEMARH - Secret aria de Meio Am bient e e Recursos Hídricos - Gov. da Bahia
- CRA - Cent ro de Recursos Am bient ais - Gov. da Bahia
W e bsit e s dive r sos
- Grupo Am bient alist a da Bahia - Gam bá
- Recicláveis
- Reciclot eca.org.br
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- Port al do Meio- Am bient e
- Am bient e Ecológico
- Brasil Sust ent ável
- EcoDebat e
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8 m a r ço 2 0 0 9
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En t r e vist a com Lia M a r a
At r iz, j or n a list a , fon oa u dióloga , Lia M a r a é m u it o con h e cida e qu e r ida e n t r e
os a r t ist a s ba ia n os, qu e e n t r e ga m su a s voze s n a s com pe t e n t e s m ã os de la .
N o film e Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s fe z u m a pa r t icipa çã o pr a lá de
e spe cia l. Se gu n do o dir e t or Pola Ribe ir o foi u m a pa r t icipa çã o da s m a is
im por t a n t e s. Ela t e m o sim bólico do pe r son a ge m . Com o e le , Lia qu e r m u da r
o m u n do" .
Le ia a e n t r e vist a com Lia M a r a sobr e o t r a ba lh o de la n o lon ga .
Com o foi fe it o o con vit e pa r a su a pa r t icipa çã o n o film e ?
Pola quando ligou disse que eu ia ler um t ext o de 2 ou 3 m inut os, um a coisa
pequena, um a coisa " rapidinha" .
Mas aí com eçou um " m ergulhinho" na coisa.
Eu precisava saber o que levou aquela senhora a dizer o t ext o e em que cont ext o.
Pra quê e pra quem . Qual a conseqüência. Quais os ant ecedent es. Um filho sum ir,
volt ar e ela receber bem . Mãe de Sant o, ao m eu ver t em essa sabedoria, a
sabedoria do perdão. Dar acolhim ent o. Ela sabe que exist e m aré vazant e e m aré
enchent e. Ela sabe que filho vem e vai e ela est á de braços abert os para receber
passant es e ficant es.
Com o foi e ssa a pr ox im a çã o com o pe r son a ge m m e sm o, com o a lgu é m qu e
fa z pa r t e do ca n dom blé ?
É um m om ent o no m undo em que a obediência est á sendo quest ionada. A
disciplina é confundida com int olerância . Eu acho que disciplina é um a form a
ót im a de se t er liberdade de convivência. Exist em parâm et ros num a casa de sant o.
A hierarquia não é baseada na força, m as na crença.
E por on de com e çou o pr oce sso de pr e pa r a çã o pa r a fa ze r a voz da m ã e de
sa n t o ?
A prim eira coisa que vi foi que não era um a narração " rapidinha" . Eu t inha que
assum ir um personagem na m edida em que assum iria a voz. Tive que envelhecer a
voz. E não é fácil fazer isso. Tive que sent ir em oção, o rit m o da fala a inflexão.
Com o iria dizer o t ext o em I orubá, procurei um professor de I orubá para aprender
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_024.htm[27/04/2009 19:55:08]
Jardim das Folhas Sagradas
a pulsação do t ext o. Cont ei com a aj uda de Mãe Est ela, que conversou um a t arde
int eira com igo sobre a propriedade - adequação dos sons e palavras do t ext o. Eu
gravei no m esm o local onde a cena do film e foi feit a depois. Em baixo de um a
árvore, debaixo de chuvarada. Pensei qual era o significado daquela árvore em
nossa ancest ralidade. Falei com o Márcio Meirelles, que fez a preparação do elenco
do film e. Na horinha de gravar pergunt ei a Márcio - qual a idade de voz e em oção
pra eu dizer " você sum iu" . " Ele disse, com aquele j eit o de m enino, pois é, você
m esm o som e e quando aparece m ãe Est ela não fica pergunt ando, porque você
sum iu" . Ele m e deu um t oque e consegui fazer a cena - adequando a em oção e
im agem vocal - a part ir daquele t oque. Sínt ese - acolhim ent o.
Alé m da s a u la s e da con ve r sa com m ã e Est e la , t e ve t a m bé m o figu r in o de
m ã e de sa n t o pr a fa ze r a ce n a .
A segunda pele de um personagem é a roupa. Fui vest ida porque para fazer a voz
t em que const ruir o personagem , est ar inserida dent ro do m om ent o de vida dele.
Um a vez fui gravar num a em issora e m e deram um palet ó para fazer personagem
surfist a. Me sent ia est ranha, dividida. Em cim a de um j eit o e em baixo de out ro.
Me sent i m al com o se est ivesse m ascarada. Eu não queria im it ar o surfist a, o
propósit o era assum ir o surfist a.
Um out ro episódio que acont eceu com igo. Um a m ãe de sant o perdeu a voz e m e
procurou. Quando ela ent rou est ava com a roupa de m ãe de sant o, enorm e. Eu
não conseguia sent ir a respiração dela com aquela roupa t oda. Precisava t rat ar a
pessoa, não a m ãe de sant o. Pedi pra ela vest ir roupa de passeio e não de rit ual,
e consegui encont rar a razão da perda de voz. Depois que encont rei a voz
orgânica, ela recuperou a voz com o pessoa e volt ou a se vest ir com a roupa do
rit ual. Foi m uit o bonit o porque ela recebeu o sant o e t ransit ou pela casa com a voz
recuperada. A liberdade de expressão preservadas a part ir da essência.
Ao m eu ver o ser hum ano t em sub - personalidades. A vida é um equilíbrio delas.
Fui procurar m eu lado m ágico, de m ist ério, e m e vest i com o achava que esse lado
de m ist ério deveria ser . Me vest i baseada nos rit uais que t inha assist ido. A gent e
t em dist anciam ent o art íst ico m as t em que assum ir um a verdade hum ana. Prefiro
acom panhar m ent e, corpo e fala . O com ando é cent ral. A fala é a conseqüência .
O m aior órgão da fala é o cérebro, bem adm inist rado. Quando você consegue
equilibrar a zorra t oda é a glória.
E é bom t er a parceria de um diret or com o Póla, que além de com pet ent e é
am oroso. Dá a m aior força e doçura ao dirigir um film e. No caso, O Jardim das
Folhas Sagradas.
Folhas Sagradas / Ascom
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Jardim das Folhas Sagradas
Aj ude a divulgar o film e Jardim das Folhas Sagradas. Ut ilize os banners em sit es,
blogs. Em breve t erem os out ras peças de divulgação.
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Jardim das Folhas Sagradas
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Jardim das Folhas Sagradas
n ove m br o 2 0 0 8
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próxim a >
Ch e gou a h or a !
Pr e st e s a de fin ir a da t a de la n ça m e n t o de
Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s, o cin e a st a Pola Ribe ir o fa z
u m ba la n ço do pr oce sso de r e a liza çã o do film e ,
e fa la sobr e a e st r a t é gia de divu lga çã o m on t a da
pa r a o se u pr im e ir o lon ga - m e t r a ge m .
Qu a n do Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s va i ch e ga r à s t e la s?
Em 2009. Vam os definir quem será nosso parceiro na dist ribuição nos próxim os dias
e logo t erem os um a dat a. A at ividade audiovisual se int ensificou, m as o cinem a
brasileiro passa invisível pelas salas. A com unicação é fraca, conservadora. É
rest rit iva, não at inge as pessoas que deveria at ingir. Tenho a responsabilidade de
inform ar e criar nessas pessoas o desej o de ver o film e. Querem os desenvolver um a
est rat égia de com unicação para o público que não t êm o hábit o de ir ao cinem a.
Ent ão, com o prim eiro passo, quero t ocar est as pessoas. Criar at ravés do sit e, um a
cam ada de int eresse que vá se expandindo.
O qu e o pú blico pode e spe r a r
do film e ?
Jardim é um film e de orçam ent o m édio, m as
feit o com cuidado de produção, um a
fot ografia linda e coerent e com um universo
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_021.htm[27/04/2009 19:55:13]
Jardim das Folhas Sagradas
Pola e Godi e m 2 0 0 6
diferenciado da cidade, m ais ligado aos seus
m at os do que ao m ar. Tem um elenco que
aos poucos foi se t ornando bem conhecido
ao longo dos últ im os dois anos. A com eçar
por João Miguel, e m uit as revelações e caras
novas do Bando de Teat ro Olodum . Mas
t am bém cont a com a part icipação de
vet eranos com o Sérgio Guedes, Haydil
Linhares, Wilson Mello, Lia Mara, Meran
Vargens, Harildo Deda e Ant onio Godi, que
faz o personagem principal, Bonfim , e agrega
um a coisa m uit o fort e.
A hist ória com Godi é um processo longo. Meu desej o de t ê- lo com o prot agonist a
vem desde o prim eiro m om ent o em que pensei em fazer o film e.
E ele se dôou de m aneira ext raordinária. Nos perm it iu cort ar os dreadlocks de seu
cabelo, fez um rit ual religioso para isso porque ent endeu que esse gest o, de fat o,
iria som ar m uit o para a com posição do personagem . O que acabou gerando,
inclusive, um a m úsica que o Jorge Papapá fez.
Esperam os m ost rar um pouco de Salvador e suas cont radições ent re o t radicional e
o m oderno, o conhecim ent o espirit ual e a t ecnologia m at erial, as front eiras de pele e
os vínculos disso com a espirit ualidade. Nesse pont o, acho que vam os t razer algum a
novidade por t rat ar de assunt os pouco t rat ados, pelo m enos em t erm os de m ídias
com o o cinem a e a t elevisão.
As film a ge n s for a m r e a liza da s e m
2 0 0 6 . Por qu e t a n t o t e m po pa r a
fin a liza r e st e se u pr im e ir o lon ga m e t r a ge m ?
Fizem os o esforço de rodar duas
longas em quat ro m eses com a
est rut ura m uit o pequena da St udio
Brasil. Ent ão foi nat ural que viesse
um a cert a ressaca do processo, com
acert os de cont as, pagam ent o de
passivos. Em novem bro ( de 2006)
acabam os de rodar Jardim e, em
j aneiro, eu est ava dirigindo o I rdeb
( I nst it ut o de Radiodifusão Educat iva
da Bahia) . Era um a t arefa nova e
inesperada, em um órgão para o qual
falt ava m et a, rum o e proj et o.
Com isso, passei 2007 sem t ocar no film e, apenas decant ando e acert ando arest as.
Ret om am os, em 2008, com o processo de m ont agem e finalização com esse delay
de 2007. Mas agora o processo cam inha norm al, fizem os um t est e de audiência no
m ês de m aio, em Brasília, com result ado bem sat isfat ório. Em seguida, o Est údio
Base finalizou a m ixagem de som , fizem os as correções de cor na Teleim age,
agora, est am os produzindo as com put ações gráficas e a Cinecolor t rabalha no t est e
de cópia.
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_021.htm[27/04/2009 19:55:13]
Jardim das Folhas Sagradas
D o pon t o de vist a da m ise - e n - sce n e , da con st it u içã o de u m a dr a m a t u r gia ,
com o você lida com a r e pr e se n t a çã o da s m a n ife st a çõe s a fr o - r e ligiosa s?
Trabalham os com hum ildade e deferência com o desconhecido. Meu pai falava:
enquant o você const rói a casa, é a casa que est á fazendo você. I sso quer dizer que
o proj et o foi sem pre se alt erando. Sei que ident ifico, desde o início, um a área de
int eresse onde claram ent e há lim it es. É preciso saber relacionar - se com o segredo.
Tenho a consciência de que sou alguém de fora fazendo o film e. Cada vez que eu
conhecia um pouco m ais de um a coisa, percebia que m eu desconhecim ent o era
ainda m aior – fosse no rot eiro, na ocupação dos espaços para levant ar o set , na
m anipulação dos obj et os sagrados, no acesso aos t erreiros de diferent es vert ent es.
Tivem os a m issão de congregar, de pedir perm issão para as pessoas t rabalharem .
Sem falar no privilégio de t er colaboradores com o Júlio Braga, Raul Lody e diversos
t écnicos e at ores que carregavam elem ent os, hist órias, gest os.
A pesquisa não parou quando fom os para o set , o film e foi se enriquecendo de
inform ações. Não foi à t oa que part im os para a produção de um docum ent ário
sobre o assunt o, int erprogram as de TV e acum ulam os 100 horas de m aking of.
Esperam os passar a dignidade que se est abelece nessa relação. Pedim os agô o
t em po int eiro e est á chegando a hora de devolver ao público im agens que são a
com unicação dest e conhecim ent o.
H a r ildo D e da
Agor a , com o film e qu a se pr on t o, você pode a va lia r se o e n r e do m u dou
m u it o e m r e la çã o a o a r gu m e n t o in icia l?
O enredo cresceu m uit o ant es da film agem . A criação do rot eiro foi um processo de
escut a. Vários dos diálogos são falas quase que lit erais dos cidadãos das ruas ou
colhidas em t erreiros, palest ras, ent revist as. Ent ão o rot eiro engordou m uit o e foi
para um as quat ro horas. Houve o encant am ent o com a escrit a. Depois o rot eiro foi
enxugado com a consult oria de Orlando Senna, que aj udou a m im e ao rot eirist a
Henrique Andrade a encont rar um foco m ais preciso. A part ir daí não se alt erou
m uit o, j á sabíam os qual era a int enção. Algum as seqüências m udaram de posição
do prim eiro para o segundo cort e. Mexem os no quebra- cabeça, na est rut ura, m as
não no conceit o. E, no saldo geral, apenas um a seqüência ficou de fora.
Joã o M igu e l e st ou r ou com vá r ios film e s e pr ê m ios, o e le n co do Olodu m via
Ó Pa i Ó e st r e ou com su ce sso n os cin e m a s e e m pla cou u m se r ia do n a
Globo. Você con side r a bom ou r u im o fa t o de o e le n co t e r a dqu ir ido
visibilida de a o lon go de sse s dois a n os ?
Com o o at or principal, em bora vet erano no m eio t eat ral, é um rost o novo na t ela,
considero essa visibilidade im port ant e. Engrandece, é bacana, não chega a ser um
excesso. E o at or principal est á resguardado. Rost os conhecidos aproxim am , não
criam dist ância. E, no film e, eu diria que cada personagem se sobrepôs ao at or.
Aproveit o para lem brar t am bém da visibilidade das est relas da m úsica que est ão
at uando no elenco de Jardim – Mariene de Cast ro, Virgínia Rodrigues, Lazzo.
A disponibilidade dos at ores e dem ais part icipant es do elenco m e deixa com ovido.
O elenco ESTÁ no film e, sej a na frent e ou at rás das câm eras. Os m ovim ent os
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Jardim das Folhas Sagradas
organizados ligados ao t em a reagiram com um a aceit ação bem bacana. Sim ulam os
um 20 de Novem bro na Ladeira do Curuzu, redut o do I lê, e reunim os grupos que
t radicionalm ent e se opõem dent ro do m ovim ent o negro. Eram duas m il pessoas
cam inhando, int egrant es de vários blocos carnavalescos, com o Olodum e Os
Negões, de grupos com o o MNU ( Movim ent o Negro Unificado) e Unegro. I sso deu
solidez ao proj et o. Foi aí que percebi que est ávam os fazendo um film e m aior que a
gent e.
Com o va i con cilia r o ca r go de dir e t or do I r de b com a t a r e fa de divu lga r
Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s ?
Com o conciliei em 2008. Est ou t rafegando em espaços m uit o próxim os, ent ão
t enho que t er cuidado. Mas sem boicot ar o film e. Minha em presa est á finalizando o
processo e vam os m ant er nossas parcerias, m ost rar o film e a possíveis novos
parceiros. Quero com provar na prát ica com Jardim o que prego com o gest or
público do audiovisual. O m ercado é duro, t em os que ut ilizar ao m áxim o os m eios
disponíveis. A polít ica pública, o apoio da ABD ( Associação Brasileira de
Docum ent arist as) , do Conselho Nacional de Cineclubes. Querem os pot encializar o
apoio dessa associações, que, afinal de cont as, est ão em t odos os est ados do país,
e t rabalhar t am bém com a Abepec ( Associação Brasileira das Em issoras Públicas,
Educat ivas e Cult urais) , a Arpub ( Associação das Rádios Públicas) e a Ancine.
É um m om ent o de grande exposição, m as cinem a, por out ro lado, envolve m uit a
gent e m esm o e t am bém recursos públicos. Querem os im plem ent ar m aneiras de dar
esse ret orno à sociedade, criar a oport unidade de o público ver o film e.
Jardim das Folhas Sagradas / Ascom
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St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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jan 2 0 0 9
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Ax é do Aca r a j é
Axé do Acaraj é docum ent a o regist ro do ofício das baianas de acaraj é com o bem
cult ural im at erial do Brasil. O docum ent ário m ost ra o m it o, as crenças, a
im port ância econôm ica para a Bahia da " bola de fogo" - significado da palavra
" acaraj é" em I orubá. O acaraj é chegou ao Brasil at ravés dos escravos africanos.
É um alim ent o sagrado, oferecido a I ansã, que se popularizou nas ruas de
Salvador.
O vídeo, dirigido por Pola Ribeiro, foi um a encom enda da Fundação Palm ares.
O ant ropólogo Raul Lody, rot eirist a do vídeo, part icipou depois do processo de
film agem de Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s . Segundo Pola,a realização de Axé do
Acaraj é propiciou invest ir e desenvolver a pesquisa do longa e cont ribuiu para
const ruir o universo do film e.
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_023.htm[27/04/2009 19:55:24]
Jardim das Folhas Sagradas
Lançam ent o de Axé do Acaraj é, no Dia da Baiana, 25 de novem bro,
no Senac Pelourinho.
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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0 2 m a r 0 9 - Ent revist a com Lia Mara
2 3 j a n 0 9 - Axé do Acaraj é
2 0 n ov 0 8 - O t railer do Jardim
1 1 n ov 0 8 - Ent revist a com Pola Ribeiro. Chegou a hora!
0 6 m a i 0 8 - Mont ando o Jardim
0 4 de z 0 7 - Rom enildo
1 1 n ov 0 6 - Ent revist a com Pola Ribeiro
0 8 se t 0 6 - Um Dia no Bom Juá
2 2 a go 0 6 - Sérgio Guedes e Jairo Uidá não são a m esm a pessoa ?
Bem que poderiam .
2 0 a go 0 6 - Quat ro Sem anas de Film agens
2 6 j u l 0 6 - Érico Brás: " Ser negro não é m oda"
2 5 j u l 0 6 - Curuzu de olho no cinem a
2 4 j u l 0 6 - Evelin, Ângela e a câm era 'olho'
1 8 j u l 0 6 - Ent revist a com o at or Ant onio Godi
0 3 j u l 0 6 - Cam inhada da Liberdade
0 3 j u l 0 6 - Ent revist a com o at or João Miguel
2 0 j u n 0 6 - Dia do Cinem a com em orado na Câm ara de Vereadores
1 7 j u n 0 6 - Palest ra do ant ropólogo Cláudio Pereira
1 6 j u n 0 6 - Cinem a, candom blé e folhas
0 2 j u n 0 6 - Ent revist a com Pola Ribeiro
2 5 m a i 0 6 - Encont ro de gerações m arca escalação do elenco
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St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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6 m a io 2 0 0 8
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M on t a n do Ja r dim
Re spon sá ve l pe la m on t a ge m , M a r cos Póvoa s vir ou n oit e s e n oit e s dia n t e do
Fin a l Cu t , m a s e st á sa t isfe it o com o r e su lt a do do pr im e ir o cor t e do film e
Depois de algum t em po de recesso, a boa - nova: o prim eiro cort e de Ja r dim da s
Folh a s Sa gr a da s est á pront o e será exibido nest a t erça- feira ( 6/ 5) , durant e um
t est e de audiência, em Brasília, organizado pela Asacine Produções e pelo Espaço
Caixa Cult ural. O processo de m ont agem pegou em balo no final de fevereiro e
consum iu m ais de dois m eses de t rabalho de Marcos Póvoas. Mont ador de curt as
conhecidos do circuit o baiano ( Cega Seca, Verm elho Rubro do Céu da Boca) , Póvoas
m arca sua est réia em longas refazendo, diant e da m oviola, a saga do personagem
Bonfim . Na verdade, com o prat icam ent e qualquer film e hoj e em dia, Ja r dim da s
Folh a s Sa gr a da s foi m ont ado em um Final Cut básico, a part ir do m at erial
t elecinado em baixa resolução pela TeleI m age.
An t ôn io Godi e H a r ildo D e da e m Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_020.htm[27/04/2009 19:55:29]
Jardim das Folhas Sagradas
Foram sem anas e sem anas seguidas de dedicação exclusiva, m uit as vezes ent rando
pela m adrugada, conform e o relat o de um aliviado Marcos Póvoas, ou sim plesm ent e
Kiko, para os m ais chegados. Ele cont a que recebeu um a única inst rução do diret or
Pola Ribeiro, seguir o rot eiro. “ I sso significa que t rabalhei t endo com o base um a
adapt ação do rot eiro a part ir do que foi film ado ( j á que t odo rot eiro, com o se sabe,
é apenas um pont o de part ida para o que, de fat o, será film ado) ” , diz o m ont ador.
“ Out ra coisa que resolvem os, logo no início, foi nunca volt ar. Só dei um play geral
quando cheguei na últ im a seqüência” . Por que, Kiko? “ Porque precisávam os t er
um a noção do t odo, e devo dizer que o result ado t eve um efeit o, um im pact o, que
achei bem curioso. No curt a, rapidinho você chega nessa fase, ent ão para m im foi
um exercício.” E quais as seqüências m ais com plicadas? “ De um m odo geral,
t odas” , despist a Póvoas, t ent ando esconder o j ogo.
Film a ge m da ca m in h a da do 2 0 de n ove m br o n o Cu r u zu
Mas, ant e a insist ência, ele abre um pouco: “ as m ais com plicadas foram as cenas
quase docum ent ais que fizem os da cam inhada do 20 de novem bro no Curuzu, às
vezes eu levava horas para selecionar dez segundos de im agem .” Agora, Eduardo
Airosa, à frent e do Est údio Base, e o m úsico Pedro August o Dias, vão encarar cada
um a sua m issão. O prim eiro, a edição de som , e o segundo, a t rilha sonora. E o
público vai poder conferir t udo isso a part ir de novem bro, m ês previst o para a
est réia de Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s .
JFS, 5/ 5/ 2008
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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Jardim das Folhas Sagradas
2 0 n ove m br o 2 0 0 8
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O t r a ile r do Ja r dim
I nt riga polít ica, rom ance, m agia, m ist ério e dram a.
Bonfim , filho de um a yalorixá, é um negro baiano, casado, funcionário de um banco.
Aos 40 anos recebe um aviso at ravés dos búzios de que precisa assum ir abrir um
t erreiro de candom blé. Ele segue seu dest ino, m as vê sua vida virada pelo avesso.
Enfrent a dificuldades na busca de um lugar próprio para a criação do t erreiro na
cidade t om ada por prédios e avenidas. Afast ado das t radições da religião, quest iona
fundam ent os com o o sacrifîcio, o que lhe t raz graves consequências. O film e m ost ra
um pouco das cont radições de Salvador ent re o t radicional e o m oderno, os lim it es
ent re a herança do conhecim ent o espirit ual e o m undo t ecnológico. As lições do
candom blé na preservação e convívio com a nat ureza. Assist a ao t railer.
Jardim das Folhas Sagradas est á em fase de finalização. O film e fica pront o em
Março e a previsão de lançam ent o é para o segundo sem est re de 2009.
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_022.htm[27/04/2009 19:55:31]
Jardim das Folhas Sagradas
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_022.htm[27/04/2009 19:55:31]
Jardim das Folhas Sagradas
n ov 2 0 0 7
< ant erior
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Rom e n ildo Bor ge s ( * 1 9 5 9 + 2 0 0 7 )
Rom enildo,
A você, que sem pre foi um at let a no set , nossa saudade.
Com a am izade de sem pre,
Equipe Jardim das Folhas Sagradas
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Jardim das Folhas Sagradas
St u dio Br a sil 2 0 0 7 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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Jardim das Folhas Sagradas
1 1 n ov 2 0 0 6
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En t r e vist a com Pola Ribe ir o
N e st a e n t r e vist a , Pola Ribe ir o dá a s coor de n a da s de Ja r dim da s Folh a s
Sa gr a da s a t é o la n ça m e n t o do film e , e m j u lh o de 2 0 0 7 , fa z se u ba la n ço
sobr e pr odu çã o, e le n co e a n u n cia Pa u Br a sil , o pr óx im o lon ga - m e t r a ge m de
su a pr odu t or a , a St u dio Br a sil, qu e com e ça a se r r oda do n o dia 1 4 de
n ove m br o.
Com o dir e t or do film e , qu e a va lia çã o você fa r ia de Ja r dim da s Folh a s
Sa gr a da s n o e st á gio a t u a l ?
Pola Ribe ir o
Logo após o final das film agens, o Ant ônio Luiz
( Mendes, diret or de fot ografia) m e disse que
Jardim acabou do m esm o j eit o que com eçou:
com a m esm a organização, a m esm a
program ação, a m esm a est rut ura. Tom ei isso
com o um elogio, porque t oda film agem é
sem pre um m om ent o de crise, t udo int erfere. É
um a at ividade m uit o int ensa que precisa
int eragir com as out ras at ividades de um a
cidade, at é as clim át icas. Você t em prazos,
cust os a gerir, cont rat os a serem cum pridos.
Felizm ent e passam os por t odo esse período
[ j ulho a set em bro] com a program ação sendo
cum prida.
O m at erial capt ado é belíssim o, est á acim a do
que queríam os. A sint onia da equipe, a
perform ance do elenco e as relações com o
m ovim ent o negro superaram o planej ado, são
frut o da sinergia de cada núcleo, de cada
at or... Chegar a um a qualidade de relação a
que chegam os com a com unidade do Bom Juá
é algo m arcant e: você pedir silêncio para um
bairro int eiro, e o bairro fazer silêncio.
Qu a n do o film e de ve r á se r la n ça do ?
O qu e fa lt a pa r a fica r pr on t o ?
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_016.htm[27/04/2009 19:55:35]
Jardim das Folhas Sagradas
Vam os lançá- lo em j ulho de 2007. Daqui para
frent e, nossa opção foi a seguint e: fazer um a
prim eira part e de preparação da m ont agem ,
fazer o sinc das im agens com o m at erial
sonoro na Doc Dom a e no Est údio Base. A
adm inist ração da St udio Brasil e a produção
do film e est ão resolvendo as pendências de
produção que ficam para depois do processo
de film agem . Out ubro, novem bro e dezem bro
são m eses fundam ent ais para a capt ação. É
quando as em presas fecham o balanço do
ano corrent e e aprovam os orçam ent os do
próxim o. Ent ão, t odas as nossas forças est ão
concent radas nisso, em buscar cont at o com
em presas para com plet ar os 50% do
orçam ent o que a cart a da Ancine nos perm it e
capt ar – o que dá R$ 1,8 m ilhão.
Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s :
la n ça m e n t o e m j u lh o de 2 0 0 7
Agora, m e sint o out ro, out ra pessoa. A gent e faz o film e, m as o film e t am bém faz
a gent e. Ainda m ais num a produção com 60 at ores, 1000 figurant es e 80
profissionais na equipe t écnica. E é com esse handcap que part o para fazer a
capt ação do rest ant e dos recursos. Se eu est ivesse só m ont ando agora, t eria que
passar j aneiro e fevereiro em busca de pat rocínio.
D e on de ve io a pr im e ir a pa r t e dos r e cu r sos fin a n ce ir os?
Os 50% de recursos capt ados são de t rês grandes est at ais: t em os, via concurso
público, a BR Dist ribuidora e o BNDES e t em os, via FazCult ura, a Chesf. Port ant o
nosso foco é m ant er diálogo com grandes em presas que, de algum a m aneira,
t enham sint onia com o proj et o e sat isfação em invest ir.
E, con ce it u a lm e n t e , o qu e você dir ia h oj e do e n r e do de Ja r dim da s Folh a s
Sa gr a da s ?
O film e t rat a de progresso e t radição, t ecnologia e religião. O m et rô, por exem plo,
est á lá com o um sím bolo, um m arco de desenvolvim ent o que t oda cidade quer. E
Salvador quer. É com m uit o prazer que vej o o andam ent o das obras do m et rô, que
est á no film e e logo vai est ar t am bém na cidade. Ent ão ver o m et rô na t ela
ant ecipa um a realidade.
E os ou t r os pr oj e t os de su a pr odu t or a ?
A St udio Brasil vai film ar a part ir de 14 de novem bro o longa m et ragem Pau Brasil,
de Fernando Bélens. É m om ent o de t orcerm os para que t udo dê cert o com essa
produção que est á sediada em Cachoeira, cidade que t em no audiovisual um a
vocação hist órica, com os seus cenários, grandes film es realizados e a própria
m obilização de int elect uais, art ist as e a própria com unidade local.
Não est am os capt ando apenas para Jardim , m as t am bém para Pau Brasil. Não
exist e Jardim das Folhas Sagradas sem Pau Brasil, os dois t êm que cam inhar
j unt os. São produzidos pela m esm a em presa e t êm que ser geridos com a m esm a
responsabilidade e prazer.
N ã o é o gr a n de de sa fio e n volve r - se com
dois lon ga s? Qu a l a su a r e la çã o com Pa u
Br a sil ?
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_016.htm[27/04/2009 19:55:35]
Jardim das Folhas Sagradas
Part icipo com o co - produt or, apenas. Quero
dizer, não posso m e envolver est et icam ent e
com Pau Brasil. Fernando est á querendo fazer
esse film e há 18 anos e nós, com o am igos,
t em os isso. Podem os t rabalhar um com o
out ro sem int erferir, sabendo para onde o
out ro quer cam inhar.
Som os um a pequena em presa que t rouxe out ras pequenas em presas, que
cont inuam a m e dar respaldo. Procuram os as grandes t am bém para dar um out ro
carim bo. Tem os a co - produção da Quant a e da Tele I m age para os dois. Com
acordos desse alcance, pot encializam os a ação dos dois j unt o aos pat rocinadores.
Ape sa r do t a m a n h o da pr odu çã o, gr a n de pa r a os pa dr õe s loca is, e de
a lgu m a s se qü ê n cia s m a is sofist ica da s, Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s n ã o é o
film e de a t or e s ?
Com plet am ent e. A com eçar por dois nom es: Ant onio Godi, o prot agonist a, e Marcio
Meirelles com o preparador de elenco. Mas t am bém pela presença dos at ores
convidados, excelent es profissionais. João Miguel, que est á no elenco de Cinem a,
Aspirinas e Urubus ( do pernam bucano Marcelo Gom es) , produção brasileira pré indicada ao Oscar, com a qual ele ganhou set e prêm ios nacionais e int ernacionais.
Maria Menezes, Evelyn Buchegger, Meran Vargens, Arany Sant ana, Ray Alves,
Wilson Mello, Harildo Deda, Rit a Sant ana, Sergio Guedes, José Carlos Ngão, Haydil
Linhares, Lucio Tranchesi. Dizer os nom es é um a form a de reconhecer isso e
agradecer a t odos eles.
Não posso deixar de agradecer, ainda que colet ivam ent e, ao Bando de Teat ro do
Olodum , cada vez com um a perform ance m ais profissional t am bém no audiovisual.
Sej a na peça Sonhos de Um a Noit e de Verão , ou em Ó Pai Ó, que j á virou film e
( dirigido por Monique Gardenberg) e será ainda t ransform ado em seriado pela
Globo, com o no próprio Jardim das Folhas Sagradas.
Do m esm o m odo, sou im ensam ent e grat o aos m eus at ores m usicais, t odos
grandes feras: Graça, do I lê Aiyê, Lazzo, Mariene de Cast ro, Virgínia Rodrigues e o
Afroguet o.
Folhas Sagradas / Ascom
Fot os: Henrique Andrade
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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Jardim das Folhas Sagradas
8 se t e m br o 2 0 0 6
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Um D ia n o Bom Ju á
Esca la çã o de e le n co u n e ge r a çõe s do t e a t r o ba ia n o
Quint a- feira, dezesset e de agost o. A
grit aria de Dona Queca ( Haydil
Linhares) cham ava at enção para a
cena. “ I sso é coisa do Diabo” , dizia
ela, bem em frent e do port ão do I lê
Axé Opá Ewê. Um grupo de adept os da
casa apareceu, liderado por Bonfim
( Ant ônio Godi) , que providenciou a
expulsão da inconvenient e senhora,
t am bém aos berros, da vist a de t odos.
A grit aria foi ent ão subst it uída por um a
sincronia de grit os solit ários. “ O som
Em a çã o, don a Qu e ca ( H a ydil Lin h a r e s) foi bom ” veio do cant o direit o do set ,
vocife r a con t r a o I lê Ax é Opá Ew ê
quando Toninho Murici acert ou o áudio.
Ant ônio Luiz Mendes solt ou um “ foi
ót im o! ” que deixou sem palavras o
diret or. E sem grit ar, com o polegar
em rist e, Pola Ribeiro deu o sinal para
equipe: seqüência 81 okay .
Agora são m urm úrios, conversas paralelas. Reunidos em grupos, cada equipe part e
para a preparação do próxim o plano, cada qual de acordo com suas especificidades.
O set t ransform a- se num form igueiro. Um núm ero de 80 a 160 profissionais, sem pre
variando no decorrer da j ornada, ent re t écnicos, at ores e figurant es, t ransit a por
t odos os lados da locação, que possui 500m 2 de área const ruída, planej ada em seus
m ínim os det alhes pelo núcleo de art e. Um a ação, aliás, onde a art e de não
at rapalhar se faz o supra- sum o da sensibilidade no set cinem at ográfico.
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_015.htm[27/04/2009 19:55:39]
Jardim das Folhas Sagradas
Um a e qu ipe de 1 6 0 pe ssoa s cu ida va m de t odos os de t a lh e s
n o se t do Bom Ju á
Const ruído na com unidade do Bom Juá, localizada nas im ediações do Post o
Jaqueira, às m argens da BR – 324, o I lê Axé Opá Ewê é o t errit ório sagrado de
Bonfim . Na fábula, a t ensão dram át ica que desenlaça a t em át ica do film e põe em
debat e conflit os populacionais, e assum e a defesa da nat ureza e da cidade do
Salvador. No plano real, a com unidade do Bom Juá int erage com a produção de
Jardim das Folhas Sagradas em seu círculo de vivência. Um cont ingent e de 25
t rabalhadores, m oradores do local, foi absorvido com o m ão- de- obra, desde a
const rução do cenário, que se est endeu por t rês sem anas, à m anut enção e
produção do set . Nessa cont agem não est á cont abilizada a part icipação de out ros
t ant os, com o figurant es de cena.
Cinem a é pra hom em , m enino e
m ulher. Todos observam at ent os, e
fofocam at ent os, sendo
inconscient em ent e int erpelados pela
art e da vez. Cinem a é, t am bém , a
art e da espera. Ent re um plano e
out ro, dada à com plexidade da cena,
do cenário e do set , pode- se cont ar
um a ou duas horas de relógio no
aguardo por um a nova ordem de
ação. Espera para quem observa,
diga - se, para não fazer inj ust iça com
H a ydil Lin h a r e s e spe r a a h or a de e n t r a r
o plat ô Macarra Vianna. Tudo passa
e m ce n a
pelo conhecim ent o dele, desde a
ent rada e saída de veículos da
locação, a organização do espaço,
frequent em ent e art iculada com o 1º
assist ent e de direção Lula Oliveira. É a
hora da ação nos bast idores. Com a
fluência do t rabalho em equipe o
t em po parece voar.
Durant e um a j ornada de 12h, cont ando com int ervalos previam ent e dit ados, grava se em m édia 3 seqüências do rot eiro, escrit o por Pola Ribeiro e Henrique Andrade.
At ravessando a quart a sem ana de film agem , Jardim das Folhas Sagradas est reit a
cada vez m ais os laços e o diálogo com Salvador. Cham ando a at enção para o
vínculo ent re o candom blé e ecologia, o film e pret ende se apresent ar com o um a
ação inclusiva, de provocant e reflexão sobre as referências da cidade.
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_015.htm[27/04/2009 19:55:39]
Jardim das Folhas Sagradas
Folhas Sagradas / Ascom
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Jardim das Folhas Sagradas
1 6 m a io 2 0 0 6
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próxim a >
Cin e m a , ca n dom blé e folh a s
Pu bilca do e m A Ta r de - colu n a Opin iã o
Os set ores da produção audiovisual na Bahia est ão m obilizados diant e de um a
const at ação que se crist alizou nos últ im os m eses por m eio de prêm ios,
orçam ent os, cronogram as, m ont agens de equipe, ensaios: o film e de longa m et ragem volt a a prot agonizar a cena do cinem a baiano.
O Est ado vai abrigar, at é dezem bro de 2006, a realização de seis longas, e vale
dest acar que, desse conj unt o, quat ro proj et os são de iniciat iva t ot alm ent e local –
da criação do argum ent o à produção execut iva.
Sem ignorar as lacunas, num erosas, de um processo hist órico t ão com plexo com o o
que caract eriza o nosso cinem a, t rat a- se de panoram a dos m ais anim adores.
O dinheiro a ser inj et ado nas produções, e que circulará pelos vários níveis da
cadeia produt iva, supera os R$ 7 m ilhões.
Experim ent o, pessoalm ent e, a sat is fação de ser aut or de um dos proj et os da
t em porada, Jardim das Folhas Sagradas.
O film e part e de um a hist ória fict ícia para t rat ar dos vínculos ent re o candom blé e
a ecologia, um a quest ão bem real e cuj a concret ude solicit a, a cada dia, um a
post ura m enos passiva de sot eropolit anos e baianos nascidos ou não na t erra de
t odos os sant os.
Meu envolvim ent o com o t em a rem ont a a um docum ent ário que eu faria há 14
anos e que finalm ent e sairá j unt o com o longa - m et ragem . Durant e esse t em po,
colecionei cont ribuições valiosas – Gust avo Falcon, Ant onio Risério, Júlio Braga,
Raul Lody, Luís da Muriçoca, Vivaldo Cost a Lim a, Leopoldo de Ogum , Valdina Pint o,
ent re m uit os out ros nom es.
Devo reconhecer que hoj e t enho out ra visão de Salvador. A cidade m e parece m ais
rica, com capacidade de elaborar um a reação eficient e ao bom bardeio m idiát ico
que t ende a engessá- la no cart ão- post al, pálido, de t urism o e praia.
Ao m esm o t em po, do pont o de vist a de sua aut orepresent ação, não se renega o
dilem a do novo versus o velho.
Os rasgos de m odernidade que prom et em um a cidade em sint onia fina com os
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Jardim das Folhas Sagradas
grandes cent ros int ernacionais t ant o t ransform am Salvador rapidam ent e quant o se
som am aos fort es vest ígios de um a pólis quase m edieval, de m odo a reint erpret ar
o carát er sincrét ico de nossa expressão em novos pat am ares.
Devem os perm anecer at ent os à linguagem das ruas, ao que há de nat ureza nas
ruas, às veget ações, e perceber com o a feição urbana int erage com isso. Hoj e, o
m at o para m im não é só um a m ancha verde.
Acredit o que o candom blé pode t razer fundam ent os, resgat ar o elo com o passado
em que t udo era nat ureza e ao m esm o t em po sagrado. Cabe pergunt ar se essa
com preensão est á present e nos discursos de nossa cidade.
Nest e sent ido, o film e Jardim das Folhas Sagradas quer dar visibilidade e colocar
em discussão dilem as da população, preservar cult ura e t radição, assum indo um
prot agonism o perant e a defesa da nat ureza e da cidade de Salvador no sent ido
m ais am plo.
Pola Ribeiro
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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2 0 jun 2 0 0 6
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Cin e a st a s qu e r e m ve r e a dor e s n a m ilit â n cia
pe lo cin e m a br a sile ir o
O Dia Nacional do Cinem a foi celebrado na Câm ara Municipal de Salvador em sessão
especial realizada no final da t arde de segunda- feira, 19 de j unho, com a presença
de Pola Ribeiro, Solange Lim a e Roque Araúj o, ent re out ros cineast as convidados.
A sessão foi um a iniciat iva da
vereadora Ariane Carla e deu voz a
gerações dist int as do cinem a baiano.
Os cineast as convocaram o legislat ivo
m unicipal a t er um a part icipação
efet iva nas polít icas públicas que
envolvam o set or audiovisual.
Est udant es dos colégios Manoel
Novais e Anísio Teixeira prest igiaram o
event o, que cont ou com a exibição de
film es curt os.
Pola Ribe ir o n a Câ m a r a M u n icipa l
de Sa lva dor
“ Parodiando o poet a Cast ro Alves, digo
que est am os em plena câm ara” ,
brincou Pola Ribeiro no início de sua
fala. “ É m uit o bom lem brar que
film arem os seis longas na Bahia est e
ano, m as isso t em que deixar de ser
efêm ero” , afirm ou Ribeiro, que roda o
longa - m et ragem Jardim das Folhas
Sagradas a part ir de 13 de j ulho. “ O
nosso público de cinem a é m uit o
pequeno. Mas se pouca gent e vê ou
viu nossos film es, o cinem a sem pre
est eve at ent o e viu o Brasil sem pre.
Falo da im port ância de um a art e que
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é indust rial e j unt a t odas as out ras,
t eat ro, m úsica, art es plást icas.”
Para o diret or, o m om ent o é m ais que oport uno para um conj unt o de ações capaz
de favorecer a dist ribuição e a exibição dos film es brasileiros. “ Essa câm ara t em
essa obrigação” , dest acou Ribeiro. A necessidade de um a est rat égia que at enda
out ros segm ent os da indúst ria cinem at ográfica, e não só a produção, foi defendida
t am bém por Solange Lim a, president e da Associação Baiana de Cinem a e Vídeo.
“ O cinem a deve ser pensado
em casas legislat ivas com o
essa t odos os dias, se exibir
é o gargalo, que se
encam inhe um proj et o de lei
que repercut a na audiência
do film e brasileiro” , afirm ou
Solange Lim a, t am bém
t it ular da diret oria de
regionalização do Congresso
Brasileiro de Cinem a.
Pola Ribe ir o, a ve r e a dor a Ar ia n e Ca r la e a
pr e side n t e da ABCV, Sola n ge Lim a
Os cineast as Alex Souza e Marcio Cavalcant e t am bém foram ao púlpit o dar o seu
recado, além da coordenadora de proj et os cult urais da Pet robras Lorena Coelho e
do represent ant e da Em t ursa Gust avo Ram iro. “ Tem os a pret ensão de fazer um
fest ival em Salvador e est am os abert os a sugest ões” , prom et eu Ram iro.
Durant e a sessão especial, o público conferiu ainda os curt as Mera Abulia, de Pola
Ribeiro, e Folhinha Verde, de Marcio Cavalcant e, am bos vencedores do Fest ival
Nacional A I m agem em 5 Minut os.
Folhas Sagradas / Ascom
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2 0 a gost o 2 0 0 6
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Qu a t r o se m a n a s de film a ge n s
Equipe de Jardim das Folhas Sagradas com plet a quat ro sem anas de film agens
e prepara- se para rodar no recôncavo baiano. Trupe do longa - m et ragem dirigido por
Pola Ribeiro arm a o set em Cachoeira e São Félix nos próxim os dias.
Fot os: Henrique Andrade
Film ar as cenas do I lê
Oxot okanxoxô - t erreiro onde
Bonfim ( Ant onio Godi) e Mãe
Leandra ( Lia Mara) prot agonizam
um a virada no enredo do film e nas cidades hist óricas unidas pelo
Rio Paraguaçu t em um gost inho
especial para o diret or, que volt a e
m eia aparece por lá, fazendo
locação, film ando, coordenando
oficinas de audiovisual em parceria
com Lu Cachoeira ou para relaxar e
visit ar am igos.
O dir e t or de fot ogr a fia An t ôn io Lu iz
M e n de s e o 1 º a ssist e n t e de câ m e r a
H a r oldo Bor ge s e m a çã o n a s m a r ge n s da
BR- 3 2 4 , im e dia çõe s do Post o Ja qu e ir a .
Folhas Sagradas / Ascom
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2 6 jul 2 0 0 6
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“Se r n e gr o n ã o é m oda ”
Érico Brás com eçou no t eat ro at uando no grupo EPA ( Evangelização Pela Art e) ,
sediado no bairro de Fazenda Cout os I I I , onde m orou durant e a infância. Desde os 8
anos, o at or acost um ou - se a reflet ir sobre quest ões polít icas e sociais, int erpret ando
peças de t em as delicados e de difícil abordagem . Chegou ao Bando de Teat ro
Olodum em 1999 pelas m ãos de Márcio Meirelles, preparador de elenco de Jardim
das Folhas Sagradas, para at uar em Cabaré da Raça e perm anece at é hoj e no
plant el do Bando.
Fot o: Henrique Andrade
Clique na fot o para vê- la
em alt a resolução
Ér ico Br á s in t e r pr e t a Ba r á
Vej a perfil do personagem
Aos 10 anos, Érico viu a som bra t radicionalist a
da I grej a Cat ólica vet ar a m ont agem de Missa
dos Quilom bos, assinada pelo grupo EPA.
Passados 16 anos do frust rant e episódio, Bará,
seu personagem na t ram a de Jardim das Folhas
Sagradas, faz o at or resgat ar a reflexão sobre
a religiosidade. Jornalist a, fut riqueiro, dinâm ico,
m oleque, Bará se apega ao arquét ipo de Exu
para guiar Bonfim ( Ant ônio Godi) em sua saga
religiosa.
Ent re a fábula e o m undo real, Érico, hoj e aos
27, at iça a discussão sobre cult ura negra no
cot idiano da cidade de Salvador. “ É bom ser
negro e at or negro” , enfat iza ele, sem
desconhecer as dificuldades. “ Mas isso é
com plicado no m ercado cult ural porque t em os
de lut ar cont ra um padrão de beleza referencial
que é europeu, do colonizador.”
Jardim das Folhas Sagradas põe em debat e aspect os velados e paradoxais das
relações sociais cont em porâneas brasileiras ao t razer à t ona o m odo de vida de
um a negrit ude que é frequent em ent e apropriada pela m oda pop, no pior sent ido da
expressão. Taxat ivo, Érico resum e: “ dizer não ao racism o est á na m oda, m as ser
negro não é m oda” .
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2 5 jul 2 0 0 6
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Cu r u zu de olh o n o cin e m a
Das j anelas e m arquises, da calçada, de cim a dos m uros. Pouco a pouco, naquele sábado
de 22 de j ulho, um a m ult idão ( 1.300 pessoas, no cálculo da PM) se form ou na ladeira do
Curuzu para ver o início das film agens do prim eiro longa - m et ragem do cineast a Pola
Ribeiro. Jardim das Folhas Sagradas t eve sua t om ada inicial em Salvador j ust o ali, onde
os m ovim ent os dos corpos sonoros do I lê Aiyê reverberam t oda a vibração, e carát er de
resist ência, da expressão negra. A m agia do cinem a lapidava os sorrisos, um a um , em
sint onia harm oniosa com valores e t radições de um a Bahia de alm a barroca e suas
cont radições com a nat ureza e sua gent e.
Fot os: Henrique Andrade
Clique na fot o para vê- la em alt a resolução
A ca m in h a da n o Cu r u zu r e u n iu
ce r ca de 1 .3 0 0 pe ssoa s
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Agora quem olha é a câm era. Ela desenha a
m ult idão colorida. O m ovim ent o se repet e
algum as vezes, várias vezes. Num a
passeat a, o Dia da Consciência Negra se
reconst it uía em cena. No nosso 20 de
novem bro, art ist as, int elect uais e
personalidades da com unidade
afrodescendent e encorpavam ao lado de
Bonfim ( Ant ônio Godi) o at o em prol do
t erreiro I lê Axé Opa Ewe. Ent re um plano e
out ro, dá pra ver o diret or com as m ãos na
cabeça. Calm a, Pola! Agora vai . Corre daqui,
corre dali. Tudo cert o. A ansiedade dá lugar
à sat isfação. A ação conduz olhares pelos
cam inhos do universo de orixás e explana
novo sent ido aos espírit os guerreiros da
sét im a art e: alegria, alegria!
Jardim das Folhas Sagradas
Pola Ribe ir o ( dir e t or do film e ) e
An t on io Lu iz ( dir e t or de fot ogr a fia )
Equ ipe de fot ogr a fia e m a çã o
Na Senzala do Barro Pret o flert am os com a beleza que dança, dança, solt a e linda à
espera do beij o. A cena do beij o prim eiro ent re Cora ( Aurist ela Sá) e Bonfim , casal
prot agonist a do film e. O espaço é apert ado. A equipe é grande. A figuração ext ravasa o
sem blant e faceiro. Luz ok ? Vam os rodar ? Dessa vez o m ovim ent o é preciso, m as
Ant onio Luiz Mendes cont inua com a câm era na m ão. A câm era encont ra as nuances de
gest os sensuais e se aproxim a das personagens. Est á bonit o, est á bonit o! , alguém
com ent a baixinho. O I lê faz a t rilha. Olhos nos olhos. Est ava na hora. Beij a! ! ! !
Beij a! ! ! ! ! ! ! , Pola grit ou. E sorriu. O m enino sorriu o sorriso que nascera há 15 anos, na
escrit a das prim eiras linhas do rot eiro que ali se fot ografava em película.
Ainda não t inha acabado. As últ im as cenas eram da fest a. Câm era lit eralm ent e nos
t rilhos. Graça divide o palco com Lazzo. A int ensidade dist int a dos sons result ava em
sublim e sim et ria com o balanço da com unidade, que àquela alt ura j á fazia part e de t udo
o que est ava acont ecendo a sua volt a. Lá fora a criançada se divert ia e disput ava pra
ver quem com eu m ais acaraj é. Um diz que com eu dois. Out ro cont a vant agem , com i
dois com cam arão. Mas a m enina de t rança, que ainda abocanhava o quit ut e recheado
com t udo que a baiana t inha no t abuleiro, apont ava o escore final: papou 3. Est ávam os
t odos saciados. Mat am os a fom e de cinem a! Mas era só o prim eiro dia.
Vej a m ais fot os no blog
Folhas Sagradas / Ascom
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2 4 jul 2 0 0 6
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Eve lin , Ân ge la e a câ m e r a 'olh o'
Aos quinze anos de carreira Evelin Buchegger aparece ent re os dest aques da
dram at urgia baiana. Conquist ou o Prêm io Braskem de Teat ro 2006 ( m elhor at riz)
pela at uação na peça Murm úrios, de Nehle Frank. Agora se prepara para viver
Ângela, m ulher do prot agonist a Bonfim , vivido por Ant ônio Godi, no film e Jardim das
Folhas Sagradas, sob a direção de Pola Ribeiro.
No t rânsit o do t eat ro para o cinem a, Evelin
dest aca a m ediação da câm era “ olho” que
rem ont a ao público a form a singular da
int erpret ação diret a, ao vivo. “ Cada gest o deve
ser m oldado para esse olho e a part ir dele
devem os pensar e t ransm it ir as sensações e
anseios da personagem ” . I niciada no curso livre
de t eat ro da UFBa, em 1991, part e para a
experiência cinem at ográfica na expect at iva de
t ravar um dialogo com out ra linguagem , “ font e
de renovação e aprendizado” .
Eve lin Bu ch e gge r
Evelin, que j á foi dirigida por Pola Ribeiro na
t elevisão quando realizou Bêbado em Cam a
Alheia ( 2004) para TVE Bahia, apost a no
ent rosam ent o para int erpret ar a personagem
com sucesso e salient a dizendo que “ t em que
t er um a confiança plena em quem est á
dirigindo porque t udo é m uit o árduo” .
Vej a perfil do personagem
Blanche Dubois, personagem de Tennessee William s que a at riz viveu no t eat ro, e
j á int erpret ado no cinem a por Vivien Leigh, caract eriza um difícil conflit o na
carreira de Evelin, resgat ado dest a vez por Ângela em Jardim das Folhas Sagradas.
“ Reproduzir gest os discrim inat órios é difícil em cena porque preciso alcançar um a
verdade que não est ou acost um ada na vida pessoal” . Na t ram a, Ângela alim ent ará
um a discussão de t em a religioso ilust rando o preconceit o ao cult o do candom blé.
“ É um a m ulher cont urbada, m as inst igant e."
http://www.jardimdasfolhassagradas.com/not_010.htm[27/04/2009 19:55:52]
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1 8 jul 2 0 0 6
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En t r e vist a com o a t or An t on io Godi
At or , a n t r opólogo, pr ofe ssor da UEFS, Godi in t e r pr e t a Bon fim ,
pe r son a ge m pr in cipa l de Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s
A carreira de Ant onio Godi com eça pelo t eat ro em 1968. No ano do AI - 5, o at or
est reou em um a m ont agem t eat ral do clássico de Ariano Suassuna, O Aut o da
Com padecida . Godi passou à direção de espet áculos em 1977, quando const it uiu, ao
lado de Cau Sant os, Lia Espósit o e Ana Sacram ent o, o grupo Palm ares I nãron.
Dirigiu, durant e os 80, peças que m arcaram a década, a exem plo de Aj aká, I niciação
para a Liberdade ( 83) , com t ext o em port uguês e iorubá assinado por Orlando
Senna, Mest re Didi e Juana Elbein. Boca de Sifu e Guet os: Ret alhos Sangrent os são
out ras m ont agens de dest aque no período.
Na área m usical, Godi at uou com o produt or de
Sine Calm on, Jorge Papapá, os funkeiros Jorge
Krunk e Paulinho Lim a, além do Agbeokut a,
inclusive no show ecológico que a banda de
afro- j azz realizou em 1992 com Gilbert o Gil no
Hot el Meridien.
Godi j á t r a ba lh ou com
Pola Ribe ir o e m A Le n da
do Pa i I n á cio ( 8 7 )
Na t elevisão, o at or produziu program as para a
TV I t apoan e part icipou da m inissérie Mãe de
Sant o ( Rede Manchet e, 1990) . No cinem a, Godi
j á fez incursões pelo curt a - m et ragem , em
t em pos de Super - 8, o m édia- m et ragem ( A
Lenda do Pai I nácio / 87, de Pola Ribeiro) , e
agora, com Jardim das Folhas Sagradas,
prepara- se para seu prim eiro film e de longa
duração.
Nos últ im os anos, a vida de art ist a de Godi deu lugar à rot ina de professor. Ele
int egrou o elenco de Os Negros ( Carm em Pat ernost ro / 1997) e escreveu o libret o
de A Revolt a dos Malês, Um a Ópera Negra ( 2001/ 2002) , que m ist urava t eat ro,
dança, cinem a e o funk do grupo m ineiro Berim brown sob a direção geral de Mest re
Pit anga e elenco do Balé de Art e Negra da UMES de São Paulo.
Mas é com o crédit o de professor do
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Jardim das Folhas Sagradas
Depart am ent o de Ciências Hum anas e Filosofia
da Universidade Est adual de Feira de Sant ana
que o ant ropólogo chega, aos 54 anos, ao
papel de Miguel Bonfim , personagem principal
do longa - m et ragem de Pola Ribeiro. Pausa para
a t ese de dout orado, em desenvolvim ent o,
sobre o reggae baiano e para os escrit os sobre
cult ura e ident idade negra. Na ent revist a a
seguir, Godi fala basicam ent e sobre Bonfim ,
Após 3 0 a n os com visu a l r a st a :
seu pensam ent o sobre o personagem e o
" t ope i cor t a r o ca be lo"
int enso m ergulho que t em em preendido para
vivê- lo.
Com o pode r ia se r de fin ido o pe r son a ge m M igu e l Bon fim ?
Bonfim é um negro baiano bem sucedido, que t rabalha no banco e dem onst ra
com pet ência a pont o de ser o único negro daquela sala. No ent ant o, ele convive
com conflit os int eriores profundos, que at ravessam t am bém a vida dom ést ica. Há
um conflit o sublim inar ligado a grandes heranças que ele carrega advindas de sua
m ãe. O sant o de Bonfim foi feit o quando ele ainda est ava na barriga. Ele veio ao
m undo j á com com prom issos. O personagem progressivam ent e se afast a disso,
m as t ropeça lá na frent e porque se t rat a de um a herança im port ant e.
D e qu e m a n e ir a e sse t r ope ço é a r t icu la do n a t r a m a ?
Em um dado m om ent o ele conhece Cast ro ( João Miguel) , que despert a nele
novidades de algum m odo relacionadas aos com prom issos com o orixá Ossain.
Cast ro é ligado ao verde, às ervas, às plant as, raízes. Mesm o dist ant e
religiosam ent e do orixá, a com preensão ecológica que vem com Cast ro, que é
ecologist a, veget ariano provoca um a virada em Bonfim . I sso despert a um
sent im ent o de fascinação. Ele desenvolve um a am izade que chega às raias do
am or. A essa alt ura Bonfim est á carent e, o casam ent o em crise. É um hom em que
vive em conflit os e que de repent e, vivendo pequenas t ragédias, percebe que t inha
que assum ir o que herdou. Mas, para chegar a isso, enfrent a a cidade, o banco, a
si próprio.
Você é h oj e u m cin qu e n t ã o , pr ofe ssor
u n ive r sit á r io. Pr ot a gon iza r u m lon ga m e t r a ge m t r a z t a m bé m u m de sa fio
pe ssoa l? Bon fim a pa r e ce r á n o film e e m
fa se s dist in t a s, m a is n ovo, m a is ve lh o.
O film e não pode acont ecer no Século 21 sem
apresent ar as m arcas de seu t em po. Coisas
com o o reggae ou o hip hop, a elet rônica, as
ident idades t ransnacionais. Claro que fico um
pouco t enso porque t enho at uado pouco. Mas
não foi difícil encarar o desafio. Já no prim eiro
dia de t rabalho, saím os para fazer um as fot os
e m e pediram para repassar algum as cenas,
fazer um a leit ura. Fiz e ficaram surpresos. De
algum m odo aquilo j á est ava orgânico.
Pola e Godi du r a n t e le it u r a do
r ot e ir o n o Te a t r o Vila Ve lh a
( vej a m at éria)
Qu e m ot ivo o le vou a a ce it a r e st e pr oj e t o ?
Fui sendo seduzido a part ir do rot eiro e da responsabilidade que ele revela. É um
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rot eiro sério, que t oca em quest ões profundas. Assum i o com prom isso com o Pola
há quat ro anos, m as sem pre t ive int im am ent e um senão por causa do cabelo.
Tenho dreadlocks há quase 30 anos. Meus filhos só m e conhecem assim . Mas t opei
cort ar o cabelo, será a m inha cont ribuição. Fazer um film e é um t rabalho de equipe
e m inha preocupação é criar, port ant o há conciliação. Meu laborat ório t em sido de
experiências diversas. A consult oria do Raul Lody, por exem plo. Um sim ples
cont at o com essas pessoas do m undo m ágico e você sai im pregnado. Est ou
fazendo um laborat ório incrível com o Mauro do t erreiro I lê Axé Opô Aganj ú. Você
vê as coisas acont ecendo m agicam ent e.
Com o e st á a r ot in a de e n sa ios?
Os ensaios com eçaram há dois m eses e há
duas sem anas t enho m e dedicado ao film e
quase que int egralm ent e. Ou est ou ensaiando
com o Pola, Marcio Meirelles ou a Lia Mara, ou
est ou em casa est udando os diálogos. Com o o
t ext o t em que ser m uit o coloquial, t enho que
colocá- lo no corpo para t ornar o subt ext o
poderoso. O personagem deve falar com o um a
pessoa que exist e.
Ex ist e a lgu é m com o o Bon fim n a vida
r e a l?
I m e r sã o pa r a vive r o
pe r son a ge m in clu i la bor a t ór io
e m t e r r e ir o de ca n dom blé .
É um personagem fict ício, m as que dá cont a,
levant a reflexões e pergunt as que a cidade
grit a para serem respondidas. A cult ura
híbrida, a m ist ura de Salvador. Aqui t udo é
possível. Há segm ent os na m inha própria
fam ília que j am ais se vest iriam com o eu.
Qu a l se r ia a su a gr a n de r e fe r ê n cia cin e m a t ogr á fica ?
Tem a quase unanim idade de Glauber, inevit ável. Chorei quando vi Deus e o Diabo
( 64) pela prim eira vez. Mas o Nelson Pereira dos Sant os ( pausa) . Ele t em um olhar
volt ado para o um bigo brasileiro e a sensibilidade de fazer Vidas Secas ( 63) , com
aquela sonoridade, aquele pret o e branco, Tenda dos Milagres ( 77) que, m ais que
Jorge Am ado, é um a grande narrat iva para os orixás. Em Com o Era Gost oso o Meu
Francês ( 71) , ele m ost ra que não é sim plesm ent e canibalism o, o hum ano com endo
o out ro. Ali há o hom em oferecendo seu corpo com o sepulcro. Considero o film e
um a bela exploração a part ir do descreveram Hans St aden e Jean de Léry.
Folhas Sagradas / Ascom
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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Jardim das Folhas Sagradas
9 jul 2 0 0 6
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próxim a >
Ca m in h a da da Libe r da de
Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s film a
n a Libe r da de , Cu r u zu
Um a m anifest ação em defesa do
Candom blé e da afirm ação da
ident idade afrobaiana será realizada no
próxim o dia 2 2 de j u lh o, a pa r t ir
da s 1 3 h or a s, na rua do Curuzu.
Prom ovida pela film e Jardim das
Folhas Sagradas, de Pola Ribeiro, a
reprodução da Cam inhada do dia 20
de Novem bro deverá t er cerca de 2 m il
part icipant es.
Realizada com o apoio de ent idades e
grupos afros, a Cam inhada reunirá
pessoas represent at ivas do m ovim ent o
negro baiano, art ist as e out ras
personalidades. Assim com o a
Cam inhada original, que abriga
diversas palavras de ordem e
reivindicações, na Cam inhada do dia
22 de j ulho est ará um grupo de
candom blezeiros do I lê Axé Opá Ewê
lut ando em defesa do t om bam ent o do
t erreiro liderado por Bonfim ( Ant onio
Godi) , personagem principal do film e.
Depois da Cam inhada, no início da noit e, será film ada out ra cena de Jardim das
Folhas Sagradas : Bonfim e Cora encont ram - se num a fest a, que é um ensaio de
bloco afro, e dão início a um novo rom ance. Est a cena será film ada no int erior da
sede do I lê Aiyê e a fest a será anim ada pela Band'Aiyê e convidados, com o Lazzo e
out ros cant ores de blocos afros e afoxés. Ant es do início da fest a, será exibido o
docum ent ário " Mário Gusm ão" , de Élson Rosário, e vídeos sobre o I lê Aiyê e out ros
blocos afros, com o " Os Negões" .
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Jardim das Folhas Sagradas
Um out ro film e est ará sendo realizado nest e m esm o dia, horário e local. É um
docum ent ário que cont ará a hist ória do m ovim ent o negro. Duas câm eras e um
cenário com im agens e palavras de ordem do m ovim ent o serão inst alados em um a
das salas da Senzala do Barro Pret o, a part ir das 9 horas do dia 22 de j ulho para a
gravação de depoim ent os de dezenas de pessoas ligadas ao m ovim ent o negro
baiano e brasileiro.
Em fase de pesquisa e de produção das prim eiras t om adas, o docum ent ário – que
deverá ser finalizado em 2007 - será um im port ant e regist ro da m em ória dos
prot agonist as que fizeram e fazem a hist ória da m obilização em favor da causa
negra.
PROGRAM AÇÃO
10h: Ent revist as para o docum ent ário
Hist ória do Movim ent o Negro
13h: Concent ração para a Cam inhada
14h: I nício da Cam inhada
17h30: Exibição do docum ent ário
Mário Gusm ão , de Elson Rosário
18h30: Exibição de vídeos de blocos
afros
19h: Show da Band'Aiyê com Lazzo, Os
Negões e out ros convidados
D ia :
2 2 de j u lh o
H or á r io:
a pa r t ir da s 1 3 h
Loca l:
Se n za la do Ba r r o Pr e t o ( se de do I lê Aiyê )
Ru a do Cu r u zu , Libe r da de
Folhas Sagradas / Ascom
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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Jardim das Folhas Sagradas
0 3 j u lh o 2 0 0 6
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En t r e vist a com o a t or Joã o M igu e l
Ele se m udou para São Paulo há t rês anos, lit eralm ent e levado pela boa repercussão
do espet áculo t eat ral Bispo, dirigido em parceria com Edgard Navarro. Nas t elas,
at uou em Eu Me Lem bro, de Navarro, e Cidade Baixa ( Sergio Machado) . Com a
dest acada perform ance vist a em Cinem a, Aspirinas e Urubus, do pernam bucano
Marcelo Gom es, t ornou - se o at or m ais prem iado de 2005, com direit o a
reconhecim ent o int ernacional.
Nos próxim os film es de Karim Ainouz ( Rifa - m e ) , Paulo Caldas ( Desert o Feliz) e
Sandra Kogut ( Mut um ) , Miguel t am bém m arca presença. Dit o assim , nem parece
que o at or t em 29 anos de carreira t eat ral ( 36 de idade) iniciada com a m ont agem
de O Cavalinho Azul , de Maria Clara Machado, no Teat ro Cast ro Alves.
Na ent revist a a seguir, João
Miguel fala sobre as duas
linguagens, novos proj et os e
com ent a sua part icipação no
film e Jardim das Folhas
Sagradas com o o personagem
hom ossexual Cast ro,
ecologist a m ilit ant e, am igo do
prot agonist a Bonfim .
< Clique na im agem para fot o
em alt a resolução.
Sob dir e çã o de Pola Ribe ir o, Joã o M igu e l
in t e r pr e t a o pe r son a ge m Ca st r o
( Vej a perfil do personagem em
PERSONAGENS) .
O qu e t e m a dize r de su a pa r t icipa çã o n o film e ?
Est ou m uit o honrado em fazer o Cast ro. É um hom em que ant es de t udo é um
hum anist a e t am bém quest iona o m undo branco. O Brasil, por m ais que sej a
abert o, ainda t em m uit os preconceit os. Fazer esse personagem t em a ver com a
quebra de preconceit os para a Bahia t am bém , que é carnavalesca, m as ainda
m uit o m oralist a.
O encont ro do m eu personagem com Bonfim revela um a possibilidade de
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Jardim das Folhas Sagradas
t ranscendência dessas est rut uras aprisionadas. Ele vê isso no Bonfim , essa cham a.
Por m ais que não conheça o candom blé por dent ro, ele sent e. Para m im , é um
desafio grande e prazeroso.
Você j á in t e r pr e t ou u m h om osse x u a l a n t e r ior m e n t e ?
Na série de t evê Carandiru e Out ras Hist órias ( Globo/ 2005) , fiz o personagem
Delson, que é casado com um t ravest i, Madoninha ( Robert o Alencar) . Além do
sexual, da carne, esse aspect o da hom ossexualidade, no film e, t em a ver com a
coisa do encont ro ent re dois seres independent em ent e do sexo.
Com t a n t a r e pe r cu ssã o n o cin e m a , com o va i a su a ca r r e ir a t e a t r a l ?
Não t enho com o parar de fazer t eat ro. Não
posso esquecer de que Bispo ( m onólogo
int erpret ado pelo at or de 2001 a 2004) m e
lançou. Foram 90 m il espect adores em
apresent ações por t odo o Brasil, São Paulo, Rio,
Ceará, Pernam buco, Rio Grande do Sul, Acre,
Brasília. Procurei ali um a at uação aut oral, com o
os film es que t enho feit o, o que perm it e um a
possibilidade de diálogo int eressant e com os
Em Esse s M oços, de José Ar a r ipe
diret ores. Nest e m om ent o est ou m e perm it indo
Jr , Joã o M igu e l fa z u m a
fazer os film es que m e int eressam . Mas j á
pa r t icipa çã o e spe cia l vive n do
recusei fazer out ros t alvez de repercussão
se u pr in cipa l pe r son a ge m do
im ediat a para fazer as coisas que t enham a ver
t e a t r o:
com igo. O t eat ro é um ót im o cam po de
Ar t h u r Bispo do Rosá r io.
invest igação, de pergunt as e não de respost as. E
a figura do at or pode ser vist a com o part e desse
veículo. Vou dirigir um m onólogo com a Ludm ila
Rosa ( at riz que j á foi apresent adora da MTV e
t rabalhou com Ant unes Filho) baseado na vida de
Pagu.
Você se m pr e gost ou de cin e m a ?
Sem pre fui um cinéfilo, não m uit o m et ódico m as um apaixonado pelo cinem a.
Percebi que ali se poderia dizer coisas com um a out ra profundidade. Cinem a t raz
coisas do inconscient e. Já o t eat ro é m ais da ação, do gest o, do corpo. Ent revist ei
o Glauber quando t inha 10 anos ( para o program a infant il Bom bom Show , da TV
I t apoan, dirigido por Nonat o Freire) . Falei para ele ‘vou lhe pergunt ar um a
pergunt a’, ent ão ele m e disse ‘e eu vou lhe responder um a respost a’. Fiquei
nervoso e falei ‘t á t udo errado’; e ele ‘pra m im t á t udo cert o’.
H ou ve a lgu m a dificu lda de e m pa ssa r do pa lco pa r a o se t ?
Quando você t em o que dizer, essa adapt ação vem de m aneira orgânica. Você
descobre fazendo. Mas é claro que no cinem a m enos é m ais, o que não quer dizer
que exist a um a fórm ula.
Qu a l se u pr óx im o pr oj e t o ?
Depois de Jardim das Folhas Sagradas, vou rodar em novem bro o longa Tropa de
Elit e, de José Padilha ( Ônibus 174) .
Folhas Sagradas / Ascom
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Jardim das Folhas Sagradas
1 7 jun 2 0 0 6
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‘O ca n dom blé é a r e ligiã o do ge st o e do cor po’,
a fir m a a n t r opólogo
As equipes de elenco, produção e direção do longa - m et ragem Jardim das Folhas
Sagradas reuniram - se na t arde da sext a- feira 16 de j unho para acom panhar a
palest ra do ant ropólogo Cláudio Pereira sobre sacrifício de anim ais no candom blé. A
palest ra foi realizada na Fundação Cult ural do Est ado da Bahia ( Barris) e
proporcionou um int enso debat e ent re os present es.
“ O candom blé pode ser considerado a religião do
gest o e do corpo, t em plast icidade própria e um a
orient ação sim bólica que a define. O sacrifício
com port a um a rit ualidade, m as não é som ent e um
rit o” , afirm ou Cláudio Pereira. O ant ropólogo
esclareceu que, em bora est ej a present e em
diversas cult uras, o sacrifício é obj et o de
int erpret ações diferent es. “ No cont ext o das
religiões afro- brasileiras, por exem plo, deve ser
afast ado da leit ura crist ã.”
A noção de sacrifício, segundo Pereira, é
fundam ent al na ant ropologia e t em grande
cent ralidade na própria religião cat ólica porque
funciona com o m ediador ent re os hom ens e o
sagrado. O que ocorre com o sacrifício na prát ica
do candom blé é um processo m im ét ico, ou sej a, o
anim al subst it ui o hom em .
An t r opólogo Clá u dio Pe r e ir a
O sim bolism o, de fat o, é ingredient e dos m ais fort es no processo do sacrifício de
anim ais para o candom blé. Da espécie a ser sacrificada, que varia de acordo com o
orixá a ser venerado, aos part icipant es de cada et apa, t odo o procedim ent o deve
ser seguido crit eriosam ent e. Para Ossain, principal orixá a ser abordado no film e
dirigido por Pola Ribeiro, devem ser ofert ados bode, porco, galo ou galinha
d’angola. Para Xangô, carneiro, galo ou cabra. Porém , lem bra Pereira, Exu deve ser
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Jardim das Folhas Sagradas
sem pre servido, em qualquer sacrifício, com um anim al de duas pat as. “ O que
significa dizer que qualquer sacrifício acaba se desdobrando em no m ínim o dois.”
Mães e pais de sant o, iabás, ogãs. Cada um t em um papel det erm inado para que o
sacrifício sej a cum prido corret am ent e. “ Em qualquer religião o sagrado é alt am ent e
dest rut ivo, por isso há a figura do m ediador” , afirm ou Pereira, que t am bém é
professor de cinem a na Faculdade de Tecnologia e Ciências.
“ A oferenda foi aos poucos ganhando força no rot eiro” , disse Pola Ribeiro no início
da palest ra. O event o cont ou com a presença de profissionais da equipe de
produção, da assist ent e de direção Sofia Federico, do produt or de elenco Elson
Rosário e de at ores do film e, ent re os quais, Carlos Bet ão, Sergio Guedes, Lucio
Tranchesi, Erico Brás, I ara Colina, Rit a Sant ana, Nélia Carvalho, Frida Gut m ann,
Valdinéia Soariano e André Becker. As film agens de Jardim das Folhas Sagradas
serão realizadas de 13 de j ulho a 30 de agost o.
Folhas Sagradas / Ascom
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St u dio Br a sil
0 2 junho 2 0 0 6
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En t r e vist a com o dir e t or Pola Ribe ir o
O cin e a st a Pola Ribe ir o t e m t r in t a a n os de
ca r r e ir a . Qu a se m e t a de de sse t e m po foi
de dica da a con cr e t iza r o pr oj e t o Ja r dim da s
Folh a s Sa gr a da s , pr im e ir o lon ga - m e t r a ge m
do dir e t or qu e e st á pr e st e s a se r r oda do,
com Godi, H a r ildo D e da e Ba n do de Te a t r o
do Olodu m n o e le n co. As film a ge n s e st ã o
pr e vist a s pa r a os m e se s de j u lh o e a gost o,
m a s de sde a br il Ribe ir o t r a ba lh a
in t e n sa m e n t e n a m on t a ge m da e qu ipe
t é cn ica , e scolh a de e le n co, e n sa ios,
r e t oqu e s n o r ot e ir o e n a ca pt a çã o da
pa r ce la fin a l de r e cu r sos pa r a ga r a n t ir o
or ça m e n t o de R$ 2 ,4 m ilh õe s.
N a e n t r e vist a a se gu ir , con ce dida n a se de de su a pr odu t or a , a St u dio
Br a sil, n o ba ir r o Rio Ve r m e lh o, o r e a liza dor fa la de su a pe r sist ê n cia pa r a
fin a lm e n t e ch e ga r a o se t , o e n volvim e n t o pe ssoa l qu e t r a vou com a s
qu e st õe s r e la cion a da s a o ca n dom blé du r a n t e o pr oce sso de e la bor a çã o do
r ot e ir o e com e n t a a pr odu çã o do se u lon ga - m e t r a ge m n o con t e x t o do
se gm e n t o cin e m a t ogr á fico ba ia n o.
Com o você ch e gou a o a r gu m e n t o do film e ?
Juca Ferreira, quando secret ário do m eio- am bient e, m e pediu um docum ent ário
que abordasse a relação ent re candom blé e ecologia. Ele m e deu um t ext o do
( Ant onio) Risério para rot eirizar e pediu que eu fizesse um orçam ent o. Fiquei
m aravilhado com a hist ória t oda, fiz o proj et o, m as aí Juca saiu da secret aria.
Ent ão eu disse a ele: ‘vou fazer um longa com essa t em át ica’. I sso j á t em 14 anos.
Após t a n t o t e m po, você n ã o cor r e u o r isco de pa r t ir pa r a ou t r a e de dica r se a ou t r o pr oj e t o ? O pr im e ir o lon ga ve m se m pr e ce r ca do de a lgu m a s
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Jardim das Folhas Sagradas
pr e ssõe s.
Quant o m ais eu ouvia, m enos eu sabia. Pensava ‘convivo diariam ent e com essas
quest ões e sou t ot alm ent e ignorant e’. Eu aprendi m uit o nesse t em po t odo. Por isso
esses 14 anos passaram rápido. Minha vida não parou. Fiz várias out ras coisas
enquant o t ocava o proj et o, fui m e enriquecendo. São m uit os film es por t rás do
longa Jardim das Folhas Sagradas porque eu film ava cada ent revist a. Não parei de
fazer cinem a. Eu pret endo fazer um docum ent ário que invest igue com o essa
religião convive com a nat ureza. Acredit o que o candom blé pode t razer
fundam ent os, resgat ar o elo com o passado em que t udo era nat ureza e ao m esm o
t em po era sagrado. Cabe pergunt ar se essa com preensão est á present e no
discurso ecológico de nossa cidade. Meu film e quer reforçar esse elo e fazer com
que o candom blé se sint a aliado, um defensor da nat ureza no sent ido m ais am plo.
Há oit o anos, convidei Gust avo Falcon e Risério para t rabalhar com igo e eles deram
m uit as cont ribuições. Na verdade, eu queria que eles escrevessem o rot eiro.
Acharam bacana, fizem os algum as reuniões, m as eles não escreviam . ( José)
Araripe acabou m e aconselhando a escrever e eu levei a dica a sério. Fiz um a
longa ent revist a com o Julio Braga ( ant ropólogo, pesquisador de cult ura africana e
at ual diret or do I PAC) e finalizei um a prim eira escrit a do rot eiro.
Ta m a n h a de m or a e st á t a m bé m
r e la cion a da a o e spin h oso pr oce sso de
ca pt a çã o de r e cu r sos, n ã o ? Gost a r ia de
sa be r a t r a j e t ór ia se gu ida pa r a com por o
or ça m e n t o de su a pr odu çã o ?
Prim eiro esclareço que ainda est am os
capt ando para com plet ar o orçam ent o. Tent ei,
em 2001, o edit al do Governo do Est ado e
perdi. Em 2002 ganhei a bolsa da Fundação
Vit ae e aí pude m e dedicar m ais. Fiz várias
ent revist as, pesquisa de locações. Conversei
com especialist as com o Vivaldo Cost a Lim a.
Foi um m om ent o m uit o im port ant e porque
pude m e aprofundar. Em 2004, concorrendo
com vários proj et os, fui cont em plado com
um a verba ( R$ 600 m il) do program a
Pet robras Cult ural que represent a um quart o
do orçam ent o. Recent em ent e por m eio do Faz
Cult ura ( program a de incent ivo a produções
cult urais via renúncia fiscal do Governo do
Est ado da Bahia) conseguim os o pat rocínio da
Chesf.
Considero t am bém m uit o im port ant e as parcerias da St udio Brasil com em presas
com o a Cont a Hábil ( cont abilidade) , a Conspiradoria ( adm inist ração de proj et os) ,
escrit órios de advocacia. São coisas que sent im os necessidade em out ras
produções. Me associei a em presas locais da área cinem at ográfica que são de
pequeno port e, com o a DocDom a e a Araçá Azul. Ent ão a perspect iva é abrir m ais
parcerias. De form a que esse pool de pequenas em presas que se j unt am para
fazer um proj et o de cert o vigor possa t er t am bém um a post ura grande.
Vam os buscar m ais parcerias fora do est ado e at é fora do país. Mas parceiros que
pareçam com a gent e e não nos engulam na parceria. Nosso obj et ivo em
est abelecer um diálogo de sem elhança para reforçar o m ercado audiovisual da
Bahia.
E a su a t r a j e t ór ia pe ssoa l n e sse pr oce sso ? Com o filt r a r e sse gr a n de
volu m e de in for m a çõe s n a e la bor a çã o fict ícia ?
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Jardim das Folhas Sagradas
Não preciso ser expert no assunt o, t enho consult ores com o Lodi, o Bando de Teat ro
do Olodum . A dem anda por conhecim ent o é m inha. Para o film e propriam ent e, eu
est ou de olho nas coisas do cot idiano. Não est ou ant ropologizando. Mas devo
reconhecer que t enho out ra visão da cidade hoj e. Salvador m e parece m ais rica,
não é só praia, não é só África. Est ou at ent o à linguagem das ruas, do que há de
nat ureza nas ruas, as veget ações, não a feição urbana. Hoj e o m at o para m im não
é só um a m ancha verde. Depois de conversar com a Valdina Pint o é im possível não
pensar assim . Quando ent ro em cont at o com a cidade eu m elhoro. Minha falt a de
rit m o fica m ais sonora. Minha capacidade de repensar paradigm as aum ent a.
Est e film e é o processo m ais rico de m inha vida. At é 30 de agost o t erem os rodado
t udo, m uit a energia, esforço e criat ividade concent rados num curt o espaço de
t em po. Minha sensibilidade est á à flor da pele. Durm o cada dia m enos horas, m as
não sint o falt a do sono. Acordo recarregado, ansioso pela realização. É m uit o
t rabalho, sim , m as t am bém um privilégio.
Você pode r ia com e n t a r a lgo sobr e a for m a çã o da e qu ipe de Ja r dim da s
Folh a s Sa gr a da s ?
Equipe t écnica e elenco som am quase 200 profissionais. No t am anho, a equipe
t écnica que m ont ei é sem elhant e à de Três Hist órias da Bahia ( 2002) e Eu Me
Lem bro ( 2005) . O que cresceu é um depart am ent o de com unicação m ais
est rut urado, capaz de elaborar um discurso sobre o film e e que não apenas
divulgue. Pensei num a com unicação com pet ent e desde o início j á sabendo que não
vam os t er um a verba grandiosa para lançam ent o, quando a visibilidade é
fundam ent al.
Su a pr odu çã o con t a com pr ofission a is de ou t r os
e st a dos. An t e a s dificu lda de s do m e r ca do
ba ia n o n ã o con side r a e ssa u m a de cisã o
polê m ica ?
Pessoas de fora que vêm t rabalhar aqui elevam o
nível de nossos profissionais. Um ( José Miguel)
Wisnik ( diret or m usical do longa - m et ragem ) , por
exem plo, não disput a com o m úsico de Salvador. Ele
acrescent a um a out ra sensibilidade, j á disse em
m úsica que é baiano, j á gravou aqui. Wisnik est á
m e aj udando a fazer um a lapidação desse bloco que
é a m úsica baiana.
Ant onio Luiz Mendes é um fot ógrafo de pont a do cinem a brasileiro, e olha que
nossa cinem at ografia é rica em fot ógrafos. Além de ínt im o do m ercado baiano, ele
m e cat ivou pelo j eit o de t rabalhar, é um a pessoa que escut a bast ant e. Tant o ele
quant o o Wisnik são escolhas de set e anos at rás e desde aquela época os dois
t oparam . São t it ulares absolut os.
Alé m da e cologia , Ja r dim da s Folh a s Sa gr a da s t r a t a de r e ligiã o, cu lt u r a
n e gr a , t u do isso com u m e le n co m a j or it a r ia m e n t e a fr o - de sce n de n t e . Com o
pr e t e n de e vit a r qu e t a is e le m e n t os n ã o r e su lt e m e m u m a a bor da ge m
folclór ica ?
Meu obj et ivo é criar um cam inho dent ro de out ra lógica com os m esm os t em as
baianos. É claro que quero público, que o film e sej a um a at ração. É um desafio.
Quem não quer t om ar porrada fica quiet o. Eu m e sint o à vont ade para fazer isso. A
busca é escapar do est ereót ipo. Não quero falar de segredos, m ist érios, m esm o
sabendo que posso est ar errando. Me sint o o braço cinem at ográfico dessa coisa
que é o I lê, no carnaval e na m úsica, o Bando, no t eat ro. Se você m e pergunt a
sobre o carnaval, digo que gost o do carnaval. O carnaval real, que t em reggae,
sam ba, Mudança do Garcia.
Gost aria de pensar Jardim das Folhas Sagradas com o um film e inclusivo, no
sent ido de que sej am os um a referência na cidade. Espero que as pessoas vej am o
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Jardim das Folhas Sagradas
film e, discut am , gost em , não gost em , não quero que passe bat ido. Desej o que o
film e m ost re que aqui é um lugar especial. Quero que o film e sej a um personagem
da cidade, que a Suburbana vej a m eu film e. Mas o set não é sim plesm ent e um
parque de diversões. Quero falar, ser port a - voz de algum a coisa. Há um a
pret ensão, m e sint o port a - voz da cidade. Esse é um desej o de verdade.
O pr ot a gon ist a Bon fim e st a r ia , e m a lgu m n íve l, pr óx im o de se u a lt e r e go ?
Ele é um pouco de Godi, Pola e m uit os out ros. O que acont ece com o Bonfim da
ficção est á de fat o acont ecendo, nest e m om ent o, com vários personagens reais da
cidade. Meu herói é um hom em com um , qualquer um poderia passar pelo que o
personagem passa. Seu poder é o de decidir, opt ar.
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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Jardim das Folhas Sagradas
2 5 m a io 2 0 0 6
< ant erior
índice
próxim a >
En con t r o de ge r a çõe s m a r ca e sca la çã o do e le n co
Esca la çã o de e le n co u n e ge r a çõe s do t e a t r o ba ia n o
O prim eiro encont ro da equipe de produção de Jardim das Folhas Sagradas com o
seu elenco, na noit e de quart a - feira 24 de m aio no Teat ro Vila Velha, m arcou o
início de m ais um a et apa no processo de realização do longa - m et ragem .
Finalm ent e o proj et o que Pola Ribeiro planej a rodar há set e anos ganhou vida na
boca dos at ores que irão at uar no film e. E m elhor: o elenco escalado pelo diret or
envolve part icipant es de gerações dist int as do t eat ro baiano. No segm ent o das
com panhias de elenco afro, dest aca- se a parceria inédit a ent re o cont em porâneo
Bando de Teat ro do Olodum e os vet eranos do Grupo Palm ares, de int ensa at ividade
na Bahia durant e a década de 70.
Traduzindo em nom es, a câm era de Ant onio
Luis Mendes, diret or de fot ografia do longa, vai
regist rar, ent re out ras, perform ances de Erico
Braz, Jorge Washint on, Godi e Arani Sant ana
na t ram a conduzida por Bonfim , o personagem
principal, um bancário de quarent a e poucos
anos que vive em Salvador e é levado a rever
diversos aspect os de sua vida após o aviso de
seu orixá, Ossaim . Out ro vet erano dos palcos e
t elas a m arcar presença em Jardim das Folhas
Sagradas será Harildo Deda, que t am bém
est eve no t eat ro.
Pola e Godi
No t ot al, m ais de 70 at ores est iveram na sala
principal do Vila Velha para fornecer m edidas
aos figurinist as, fazer fot ografias e conhecer os
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Jardim das Folhas Sagradas
respect ivos personagens. “ Est e film e quer falar
do negro em Salvador, indagar sobre suas
relações com o candom blé e dest e com a
ecologia. Trabalhar com vocês é um desej o
que se concret iza” , afirm ou Ribeiro ant es do
início da leit ura, que foi acom panhada pelo
encenador Marcio Meirelles, responsável pela
preparação de elenco de Jardim das Folhas
Sagradas.
A leit ura foi m arcada por bast ant e descont ração, visível no sem blant e dos at ores.
Eles t iveram a oport unidade de conhecer profissionais que com põem a equipe do
film e, ent re eles, o co - rot eirist a Henrique Andrade, Sofia Federico e Lula Oliveira
( assist ent es de direção) , os produt ores Solange Lim a e Paulo Alcânt ara, Gilson
Andrade ( direção de art e) , Elson Rosário ( cast ing) e Maurício Mart ins ( figurino) .
Folhas Sagradas / Ascom
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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2 2 a gost o 2 0 0 6
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índice
próxim a >
Sé r gio Gu e de s e Ja ir o Uidá n ã o sã o a m e sm a
pe ssoa ?
M a s be m qu e pode r ia m
Radicado em Paris desde 1984, Sérgio Guedes volt ou ao Brasil por m ot ivos
est rit am ent e profissionais. As Criadas, de Jean Genet , foi o que levou o at or ao
circuit o europeu, em m ont agem t eat ral assinada pelo diret or Eric Bopodor, que
rodou o cont inent e, perm anecendo em cart az por t rês anos. Com t rês décadas de
carreira, Sérgio int egra o elenco de Jardim das Folhas Sagradas na pele de Jairo
Uidá, um professor universit ário e filho de sant o, grande am igo de Bonfim ( Ânt onio
Godi) , personagem principal da t ram a.
Sé r gio Gu e de s in t e r pr e t a Ja ir o
Vej a perfil do personagem
A experiência na Europa rem et e a coincidências
e descobert as na vida do at or. Ant ropólogo e
professor convidado do I nst it ut o de Est udos
Teat rais da Universidade de Paris, Sérgio
m ergulhou nos est udos da t eoria do t eat ro e se
aprofundou na at ividade cênica est relando
m ont agens de aut ores franceses dos m ais
diversos gêneros. “ Eu gost o do t rabalho de
at or” , diz Sérgio, que – adm it e ele – nunca
m ant eve um a grande aproxim ação com o
cinem a. “ Nunca vi os film es que eu fiz” , revela
o at or, que j á part icipou de alguns curt as. Sua
part icipação em Jardim das Folhas Sagradas
m arca o reencont ro profissional com o diret or
de elenco Marcio Meirelles, com quem
t rabalhou na fase do grupo Avelãs y Avest ruz,
em m eados dos anos 70.
O alheam ent o confesso ao fascínio da vida social do m eio art íst ico pode t er influência
na post ura do at or, que, com o int elect ual, encont ra refúgio na quiet ude de suas
pesquisas e t rabalhos acadêm icos. Mas a cont am inação posit iva ent re as duas áreas
não deixa de m arcar sua rot ina.
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Jardim das Folhas Sagradas
Foi com o pesquisador que Sérgio
Guedes encont rou sua m aior
indent ificação com Jairo Uidá, peça
im port ant e na t ram a de Jardim das
Folhas Sagradas. Da est reit a relação
com o m undo das art es, est im ulada
pelo aut o- conhecim ent o das próprias
origens, Sérgio e Jairo propõem em
suas ações um a m at uração do saber
em prol da part ilha de conhecim ent o
com os que est ão à sua volt a.
Rit a Sa n t a n a e Sé r gio Gu e de s n u m
m om e n t o de con ce n t r a çã o
De m at riz africana, sua fam ília chegou
ao Brasil no século XVI I I , oriunda da
Cost a do Marfim , por m eio de um a
im igração volunt ária. A part ir dessa
raiz, Sérgio enfat iza o aspect o
colonial, “ brut al e nefast o” , com o
divisor de águas na valorização da
cult ura enquant o bem público, gerador
de divisas. “ No Brasil a cult ura não é
encarada com o pont o prim ordial de
produção de conhecim ent o” , o que,
segundo o at or, propicia um a
crist alização dos processos de
produção de cult ura.
Le it u r a de t e x t o: Sé r gio Gu e de s e n t r e
Pola Ribe ir o e Lú cio Tr a n ch e si
Sérgio Guedes pont ua suas crít icas, m as se m ost ra sensível ao m om ent o de
efervescência que at ravessa a produção local. De t em a est rit am ent e baiano,
Jardim das Folhas Sagradas se aprofunda na cot idianidade da vida em Salvador,
descrevendo seus m oradores e o funcionam ent o da cidade por um viés
cont em porâneo. Um olhar singular que pode ser encarado, segundo Sérgio,
com o “ um passo à em ancipação cult ural da Bahia” .
Folhas Sagradas / Ascom
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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Jardim das Folhas Sagradas
BON FI M
An t ôn io Godí é
M igu e l Bon fim
Bancário, 40 anos. Bonfim é filho de m ãe de sant o negra e
pai de sant o branco. Criado pela m ãe na t radição do
candom blé, est udou e pôde ascender socialm ent e. Aos 40
anos t em um a prom issora carreira no banco. Casado com
Ângela, m ant ém um caso com Cast ro. I nst igado pelo pai,
que ocupou o lugar da m ãe após sua m ort e, consult a os
búzios e é avisado que t em que assum ir seu papel de
sacerdot e de Ossain, o orixá das folhas, e que não cum prir
pode lhe t razer graves conseqüências.
Bonfim é de Ossain e Oxossi. Ossain é um orixá m uit o
m ist erioso. Dos filhos dest e orixá diz- se que são m uit o
volúveis, com o t em peram ent o da folha ao vent o. E quem
lhe revela as not ícias do m undo é o pássaro Eyé.
.
M ARTI N I AN O
H a r ildo D e da é
M a r t in ia n o
Branco, 70 anos, solt eiro e sem filhos. Há quase 50 anos
t ot alm ent e devot ado às coisas do candom blé. Padrinho de
Bonfim , m uit o respeit ado na com unidade e na religião,
apesar de não possuir a “ m ão de I fá” e o poder da
vidência. Ferreiro de sant o. Seus orixás: Xangô e Ogum .
Ensina iorubá às pessoas do t erreiro.
ÂN GELA
Eve lin Bu ch e gge r é
Ân ge la
Mulher de Bonfim . Bonit a, nascida no int erior de Goiás, sem
fam iliares em Salvador, para onde veio, t razida por um a
em presa goiana. A em presa faliu e Angela ficou e casou
com Bonfim . Sem t rabalho e sem procurar est udar, foi se
isolando e t ornou - se presa fácil dos pregadores
evangélicos.
CASTRO
Jovem branco com quem Bonfim se relaciona
am orosam ent e. Ex - bancário, m orre em acident e de
aut om óvel, que est ava sendo dirigido por Bonfim . Ecologist a
e nat uralist a.
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Jardim das Folhas Sagradas
Joã o M igu e l é Ca st r o
CORA
Au r íst e la Sá é Cor a
Arquit et a, am iga e nam orada de Bonfim , t em grande
part icipação na inst alação do t erreiro. Part icipa de
m ovim ent os e at ividades ligados à ecologia Dengosa,
vaidosa, faceira e sensual, gost a de panos vist osos,
bracelet es. Cora é de Oxum .
JAI RO
Sé r gio Gu e de s é
Ja ir o
58 anos, professor universit ário, Dout or em Ant ropologia,
casado com Eugênia. Foi preso pela dit adura m ilit ar em 68.
Filho de sant o graduado. Jairo é de Oxalá, Oxalufã.
Sua condição de professor, sem pre o aproxim ou de Bonfim
e j unt os const ruíram um a fort e am izade.
BARÁ
Ér ico Br á s é Ba r á
Jornalist a. Seu sant o é Exú, é ele quem precipit a as ações.
Dinâm ico, m oleque, anarquist a, bagunceiro, sut il, ast ut o e
provocador. Prepara arm adilhas, cria m al ent endidos e
discussões. Arm a confusões e at rapalhações. Viabiliza
pedidos e desej os, fat os e sit uações. Não faz o m al, apenas
rem exe nele.
St u dio Br a sil 2 0 0 8 - Sa lva dor - Ba h ia - Br a sil
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