Microbiologia Médica AV2
Camila Macedo
Leucograma
Numero total de glóbulos brancos e sua contagem diferencial no sangue periférico.
Interpretação criteriosa
Baixa sensibilidade especificidade
Considerar contexto clinico
Variação (idade, sexo raça, temperatura, doenças subjacentes)
Leucocitose = aumento do numero de leucócitos, sendo caracterizada por uma resposta da fase aguda de várias doenças, mas
também pode estar presente em leucemias.
Desvio a esquerda = aumento do numero de células brancas imaturas na corrente sanguínea. Isso ocorre em quadros infecciosos
ou de inflamação aguda, onde a necessidade dos leucócitos faz com que a maturação celular não tenha tempo de ser finalizada.
As células imaturas aparecem, principalmente, na forma de bastões e metamielócitos.
Desvio a direita = aumento do numero de células brancas maduras e segmentados.
Causas de neutrofilia:
Infecções agudas, locais e gerais = cocos, outras bactérias, fungos, protozoários.
Infecções e destruição tissular = queimados, necroses
Neoplasia
Intoxicação e evenenamento
Patologias relacionais metabólicas = diabetes, uremias
Causas de neutropenia:
Doenças infecciosas parasitarias = principalmente virus e protozoários.
Eosinofilia = aumento do numero de eosinofilos
Doenças alérgicas
Parasitas
Eosinopenia = redução do numero de eosinofilos
Stress
Infecções agudas
Hormônios ou drogas
Monocitose = aumento do numero de mastocitos
Infecções virais (mononucleose)
Infecções bacterianas (tuberculose, brucelose, endocardite sub-aguda)
Infecções parasitarias e fúngicas
Doenças granulomatosas
Doenças neoplasicas
Linfocitose = aumento do numero de linfócitos
Infecções virais
Convalescência de infecção bacteriana
Toxoplasmose
Processos infecciosos crônicos
Leucemias
Linfocitopenia = redução do numero de linfócitos
Casos agudos de infecções bacterianas
Uso de corticoides
Neoplasicas malignas
Imunodeficiência
Ensaio sorológico
Não são testes diagnósticos porque, por detectarem anticorpos, há o risco de reação cruzada e presença de vacina.
São testes de triagem para doenças transmissiveis pelo sangue com função de liberar e descartar bolsas.
Devem ser bastante sensíveis.
Devem ser específicos.
O laboratório de sorologia deve participar de controle de qualidade externo (ensaios de proficiencia).
O laboratório de sorologia deve possuir controle de qualidade interno:
Soros-controle reagentes e não-reagentes.
Validação de cada lote, novas marcas e novos tipos de testes, antes de colocá-los na rotina
Validação das baterias de testes/equipamentos
Análise periódica dos coeficientes de variância para cada marcador
Calibração de vidrarias e pipetas
Treinamento constante da equipe técnica
Avaliação dos indicadores
Investigação laboratorial das hepatites virais
Período de incubação X janela imunológica:
Janela imunológica = periodo entre a infecção e aparecimento de anticorpo
Período de incubação = periodo enter a infecção e aparecimento dos sintomas
Fungos
Características gerais:
São seres unicelulares eucariontes heterotróficas com parede celular (composta por quitina), que promove rigidez e proteção,
mas não delimita o formato do fungo, já que quem faz isso é o citoesqueleto. Eles são decompositores, e, por isso, normalmente
crescem por cima de matéria orgânica morta. Os fungos são seres aploides (não possuem pares de cromossomos) mas podem
fazer estruturas reprodutoras diploides.
E possuem, em geral, três padrões de crescimento:
Crescimento em forma de levedura = o único padrão de reprodução é a mitose (reprodução assexuada)
Crescimento filamentoso = forma a hifa = junção das células formadas a partir de reprodução assexuada (mitose). Eles são
seres individualizados, mas mantém conexões entre si para melhor sobrevivência, mas se cortarmos ao meio, formamos 2
hifas, pois cada parte da hifa tem capacidade de sobreviver sozinha e se reproduzir. A reprodução da hifa forma o cogumelo,
que é diploide, já que esse processo ocorre por meio da junção de duas células (aploide + aploide = diploide). O cogumelo, que
é 2n, vai produzir esporos por meio de meiose, liberando no meio uma estrutura novamente aploide (n) e o ciclo é retomado.
O determinante para crescer como levedura ou filamento (hifa) são os aspectos ambientais (oferta de oxigênio, temperatura,
umidade, luminosidade).
Existem fungos convivendo com nosso organismo e formando nossas floras, mas eles competem constantemente com bactérias,
mas elas se multiplicam muito mais rápido.
O problema do fungo é que o tamanho visível da hifa não corresponde ao espaço total ocupado por ele, já que muitas vezes as
toxinas podem estar espalhadas.
O tratamento para o fungo não tem altas taxas de resistencia.
Menor numero de mutações em fungos pois, por serem eucariontes, tem mecanismo de reparo de DNA
Possuem íntrons no seu material genético
Tem menor capacidade de absorção de DNA de outros fungos e do meio externo
O tratamento para fungos é mais lento pois o metabolismo do fungo é diferente das bactérias. Eles possuem uma estrutura mais
complexa, maior e com mais reservas energéticas = precisamos que todas as células do fungo estejam na etapa de mitose.
Encefalopatias espongiformes transmissíveis
Conceito = enfermidades degenerativas do SNC de humanos e animais, transmissíveis, caracterizadas por lesões degenerativas de
vacuolização parenquimatosa.
Características gerais:
Longo período de incubação;
Ausência de processo inflamatório;
Doença progressiva e crônica;
Espongiose, perda neuronal;
Perda progressiva das funções cerebrais
Demência, alterações do comportamento
Alteração de postura e locomoção, ataxia.
Evolução lenta e sempre fatal;
Associada aos PRIONS
Animais:
Scrapie (ovinos)
BSE (bovinos)
FSE (felinos)
Humanos:
CJD / vCJD (Doença de Creutzfeldt - Jakob)
Kuru
IFF (Insônia Familiar Fatal)
SGSS (Gertsmann-Sträussler-Scheinker)
Bovine spongiform encephalopathy (bse)
Primeiro relato: 1986 - Inglaterra
Aumento brusco do número de casos Pico: 1992 - 37.000 casos
Gado de leite: 53% dos rebanhos
Gado de corte: 15%
Total de animais abatidos: > 4 milhôes
Origem : Scrapie (>20 cepas)
PRION (o agente) = “Proteinaceous infectious particle”
Proteína anormal - mutante (PrPSc)
Altamente resistente ao calor
Retido em filtros de 30nm
Pensava-se ser um vírus
No entanto:
No entanto
Não visualizado na ME
Não induz resposta imunológica
Resistente à radiação ionizante
Resistente à formalina
Proteína celular (PRPC)
Presente em todos os mamíferos
Função normal desconhecida;
Proteína de membrana
Encontrada em algumas vísceras;
Predominância cerebral;
Sensível a proteases
Proteína anormal (PRPSP)
Derivada da proteína normal (mutação/alteração conformacional) – 27-30 KDa
Modificação pós-traducional
Conformação diferente
Forma agregados- fibrilas
Resistente a proteases
Resistente ao calor
Insolúvel
Nas hereditárias, o gene está mutado
Origem: mutações e PrP alterada pela PrPsc
Propriedades físico-químicas:
Resistente à:
Dessecação, calor úmido e seco
Solventes orgânicos e álcoois
Detergentes
Clorofórmio, formol, glutaraldeido
Nucleases, proteases
UV, raios gamma
Sensível à:
Hipoclorito a 0.5%
Soda
Uréia 5.8M
Fenol
Oxidantes, periodato de sódio
Transmissão:
Natural: Oral (1g de SNC é infeccioso p/ bovinos)
Carne ou osso infectado
Infectividade no SNC, leucócitos (?), tc linforreticular
Experimental: IC>EV>IP>SC
Transplacentária?
Perinatal - possível
Horizontal: improvável
Fonte: SNC, olho, ileo, tecido linforreticular
Patogenia
Via Natural de infecção: ORAL
Agente replica no TC linforreticular ID
Até 3 meses após a infecção- ID (íleo, jejuno)
Transporte via nervo até o SNC
Também presença em leucócitos
No SNC:
PrPsc associa-se à PrPc
PrPc convertida em anormal (PrPc)
PrPsc acumula-se - amilóide, fibrilas
Doença: perda da função ou acúmulo da PrPsc
Doença clinica
Período de incubação: 5 anos (bovinos) e até 40 anos (humanos)
Semanas a 14 meses
Sinais clinicos: apreensão, nervosismo, hiperestesia ao som e toque, incoordenação, postura, ataxia, tremores, alterações no
comportamento, agressividade.
Diagnóstico:
Clínico: presuntivo
Não há diagnostico laboratorial no animal vivo
Scrapie: biopsia de tonsila e detecção da PRPSC
Histopatologico: lesões são patognomônicas
Carcaças: western Blot - ELISA para detecção da PRPSC
Controle:
Sacrifício/incineração de suspeitos
Sacrifício dos rebanhos com BSE (>4 milhões)
Proibição do uso de restos para alimentação animal
Proibição do comercio de vísceras para consumo humano
Vigilância: notificação obrigatória