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O Azhar de Arzoo

2021, Notícias Viriato

TENDÊNCIAS: “O Holodomor é Intencionalmente Esquecido”:...      Procurar Portugal  Mundo  Censura  História   Saúde  Pátria  Política  Opinião  O Azhar de Arzoo Jan 21, 2021 | Mundo, Opinião | 2  Religião  ARTIGOS Entrevistas  RECENTES O Azhar de Arzoo Voto, a Arma da Democracia! Entrevista Vitorino Silva: “Porque é que sou sempre eu que sou posto de fora?” COMENTÁRIOS RECENTES As sociedades, tal como as pessoas, tendem a não ser perfeitas. Mas há algumas que são mais prósperas, mais livres, e mais respeitadoras da dignidade humana que outras. Que sentido faz então, que alguém que tendo uma trave no olho critique o seu próximo por ter um argueiro? (cf. Mt 7, 3-5) Por exemplo, a Hungria anda nas bocas do mundo, e são frequentes as referências não só por magistrados nacionais (os altos e os intermédios) à “erosão do estado de direito” que está a ser levado a cabo por Viktor Orbán e seus apaniguados nesse país, mas Fernando Negro em Fundador da Greenpeace Afirma que as Alterações Climáticas São uma Fraude Fernando Negro em Quem foi Karl Marx? Anonimo em Portugal Está no Topo da Lista de MausTratos a Idosos: 39%  também na cobertura noticiosa que a SICK Notícias e outros media fazem aos horrores que por lá se passam. Mas que caso mais escabroso e que “erosão do estado de direito” mais escandalosa terá ocorrido na Hungria de Viktor Orbán que suplante em escabroso e escandaloso o assassínio de Ihor Homenyuk por funcionários públicos portugueses, o seu encobrimento pelos magistrados responsáveis, e a promoção e aumento salarial que alguns deles receberam em recompensa? E quando é que a Hungria procedeu à “erosão do estado de direito”, com “lapsos” tão comezinhos na nossa ré-publica, como as falsificações praticadas institucionalmente para prover a União Europeia com procuradores e outros funcionários da grande família socialista lusitana? E que sentido faz o Paquistão, um país tão, tão respeitador dos direitos humanos que representa atualmente a Humanidade inteira no Conselho para os Direitos Humanos das Nações Unidas, juntamente com a China & Cuba, criticar o que se passa na Hungria de Victor Orbán, que não na Hungria de János Kádár (1912—1989)? Estando os magistrados portugueses e paquistaneses tão ocupados com a corrupção e a preocupante situação dos direitos humanos na Hungria de Victor Orbán como arranjarão tempo e paz de espírito para fazer justiça e trabalhar para que casos como o de Ihor Homenyuk, de José Guerra e de Arzoo Masih não voltem a ocorrer nos seus países? são Vítimas de Violência carlos soares em Coronel Paraquedista José Sousa conta na Primeira Pessoa as Razões do 25 de Novembro carlos soares em Polígrafo: “factchecking” ou opinion- CRIADOR DO NOTÍCIAS VIRIATO EXPLICA, EM VÍDEO, O SEU PROJECTO DE INFORMAÇÃO! Criado  O caso de Arzoo Masih não apareceu na SICK Notícias, não se sabe se, devido a ser uma prática tão tradicional e comum no Paquistão, é uma não notícia, ou se por a cobertura das violações dos direitos humanos na Hungria não deixar espaço para notícias destas. No entanto conta-se em poucas palavras. Arzoo era uma menina de 13 (treze) anos, católica praticante, que vivia com os pais, irmão e duas irmãs no bairro conhecido por Railway Colony na cidade de Karachi, a maior do Paquistão. No passado dia 13 de Outubro de 2020, quando brincava em frente de casa com outras crianças, Arzoo foi raptada por um vizinho, o sr. Syed Ali Azhar, um homem 31 anos mais velho que ela, na altura com 44 anos, com a ajuda de mais 4 ou 5 amigalhaços. É crença comum entre os habitantes do bairro que, nesse mesmo dia, Arzoo terá sido desflorada—contra sua vontade. Também nesse dia o seu pai, Raja Lal Masih, foi à esquadra local fazer queixa e requerer a intervenção imediata da polícia para libertar a sua filha, o que pareceria não ser muito difícil de conseguir uma vez que havia testemunhas do rapto e a residência do sr. Azhar é conhecida. Dois dias depois, no dia 15 de Outubro, os pais de Arzoo foram chamados a comparecerem na esquadra. Quando, pouco depois, aí chegaram foram informados que a sua filha, de 18 (dezoito) anos, tinha livremente contraído matrimónio com o sr. Azhar e que se tinha convertido ao Islão, e foram intimados a deixar os pombinhos recém-casados em paz e sossego. Para consubstanciar estes factos os srs. polícias  mostraram documentos comprovando que Arzoo já tinha completado 18 anos e que tinha sido aceite, por autoridade islâmica, na comunidade dos fiéis à religião de Maomé. Tudo legal, portanto, como é habitual em estados de direito como Portugal e Paquistão, o que deveria servir de exemplo para o sr. Viktor Orbán parar com a sua erosão do estado de direito na Hungria. No entanto, por incrível que pareça, os pais de Arzoo não acreditaram nem que ela já tivesse 18 anos, nem que se tivesse convertido de livre vontade ao Islão, nem que se tivesse apaixonado pelo sr. Azhar. Inconformados, portanto, os pais fizeram um requerimento às autoridades judiciais e no dia 27 de Outubro o Tribunal de Sindh julgou o caso. Aos pais da menor não foi permitido entrar na sala do julgamento, impedidos por matulões à paisana, embora circulem na net vídeos da mãe de Arzoo, Rita Masih, a gritarlhe desesperada, do lado de fora da janela da sala onde decorria o julgamento, depois de ter sido posta na rua. Na sua sentença, o meretrizíssimo juíz deste tribunal deu razão ao raptor, ou melhor dizendo, ao seu marido, fazendo fé num documento passado pelo madraço de serviço na madraça Jamia Islamia, o sr. mufti Ahmed Jaan Raheemi, em que se certificava que Arzoo já tinha 18 anos e que tinha declamado uma kalma, uma declaração de fé na religião de Maomé. Na sentença deste meretrizíssimo tribunal civil pode-se ler o seguinte excerto que, se não foi ditado pelo sr. Azhar ao sr. juiz, parece: “[Arzoo] pertencia inicialmente à religião Cristã. No entanto, com a passagem do tempo, percebeu e tomou consciência que o  Islão é uma religião universal pelo que pediu aos seus pais e outros membros da família para abraçarem o Islão mas eles recusaramse categoricamente. Subsequentemente ela aceitou o Islão frente à pessoa religiosa da Madraça Jamia Islamia. Depois de abraçar o Islão o seu novo nome é Arzoo Faatima e segundo o seu advogado [a soldo do seu violador] contraiu de livre vontade casamento com Azhar sem ser submetida a pressão ou coação.” Menos kalma ficou a família. Tendo o advogado que os representa apelado desta decisão, a 23 de Novembro o Tribunal Superior de Sindh, voltou a debruçar-se sobre o caso. Tendo a família feito prova que, de acordo com os dados do registo civil local (a chamada National Database and Registration Authority), Arzoo tinda nascido a 31 de Julho de 2007, os meretrizíssimos juízes puderam fazer as contas e verificar que a menina ainda tinha (e ainda tem à data de hoje), de facto, 13 anos. Tendo em atenção que, de acordo com o código penal local, relações sexuais com menores de 16 anos são consideradas crime de violação, algo a contragosto deram ordem para que Arzoo fosse retirada ao seu violador, ou melhor dizendo, marido, e entregue não à família, mas internada num albergue feminino estatal. Vários ativistas dos direitos de minorias das étnicas e religiosas, mas sem o apoio do Bloco ou de Joacine, já vieram denunciar esta decisão, chamando a atenção para que estes albergues servem de verdadeiras prisões onde as mulheres são submetidas a uma constante lavagem cerebral e ameaças  psicológicas e físicas com o objetivo de as islamizar e de legitimar os seus violadores de modo a elas os aceitarem e para eles voltarem. Isto é, são uma espécie de campos de detenção para uigures em Xinjiang, mas mas operated in Pakistan, esse bastião da defesa dos direitos humanos. E assim estamos até ao dia de hoje. É de facto horroroso o que se está a passar na Hungria! Mas não só na Hungria: também na França, a acreditar nas palavras de ordem dos grupos cristãos a apelar à participação numa ação de protesto contra o tratamento dado a Arzoo pelas autoridades paquistanesas, convocada pelo sr. bispo de Karachi, o cardeal Joseph Coutts, que decorreu no passado dia 28 de Outubro, não em frente a esquadras, não em frente a tribunais, não em frente à sede do governo, mas bem recolhida dentro da catedral da cidade: “#JusticeforArzoo protest at St. Patrick’s Cathedral, Karachi. We condemn the publications of blasphemous content in France. Our sympathies are with the families of the victims of Peshawar bomb blast.” Com pastores destes, quem defenderá as ovelhas paquistanesas dos lobos? Assim, parece legítima a pergunta: não será que o verdadeiro azhar de Arzoo é não viver na Hungria, mas no Paquistão? E que o de Ihor é de ter vindo a Portugal, em vez de ter ido para a Hungria? “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão [húngaro ou francês], e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no  teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” José Miguel Pinto dos Santos, Professor Universitário. U avtor não segve a graphya du nouo AcoRdo Ørtvgráphyco. Nein a do antygo. Escreue coumu qver & lhe apetece. #EncuantoNusDeixam COMPARTILHAR:   Anterior Voto, a Arma da Democracia! POSTS RELACIONADOS       