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1 '*íí? N.. j ^ -' 1 ' '" 1 •<>% NOTICIA HiSTORICA E DESCiUPTlVA DO MOSTEIRO COM UM GLOSSÁRIO DE VÁRIOS TERMOS BESPECTIVOS PRINCIPALMENTE Á ARCHITECTURA tíOTHÍCA. »S.Bf« «MH fe^mV>'<>><> 0<v' - |§ --^ '' ^ v'^ -^' : V:. :- 1 : '"' .. :Jo'^^^0'(^ ':' :^ : .. • o o ':^ o^ ;: õ ':. ': õ ;• o o o b -; ^ ?, . r) ;: ;. - o •: .^ :; : lo • . O O K/ e <> -> ::: ^t : ^ ::: o o 'o ^^s> -C"' :' o o o ^ l lo 0.000000 ^:? o o o <^^' ' ;' :. \'> í ^ :? • 1 . O O ô o o . •> í' '> ;; :: :: : .. o c^ o . o "' " ;: .;. ,. '^ '. -' :: o o .. .^ '" '^^' ^ ''"•''^ ~ ' S :;: . •' Q o ' o " ^a . Q Q '^ <$í:|: '^ ^c^;,'"-'"" v*. ^ ^- J^ t-js- gJt.^iiS^fí' NOTICIA HISTÓRICA £ DESCBIPTIVA so MOSTEIRO DE BELÉM. ,,;§0^^^^f.^?^Jámj?^^l LISBOA. •í^ Typegrnphia dii Sociedaiie Propagadora dos ConheciBtt»DlOS Utfia. iítto tiova do Carmo , A",^ 39 — D. J842. xUff 1^1 ^0^ aKmíraíJorç^ — íJa arcôítíctura romântica. — com que nos que paixão lhe podemos chamar á não clássica princitemos inclinado á architectura e o desejo de dar a conhecer um esiylo oripalmente não defenido até agora , com seus prinportuguez ginal ^.^^j^^ a idéa de o appresentar no seu occorrer fizeram caracteres cipaes paixão — — — , Belém. verdadeiro e mais qualificado typo Tal foi a origem desta noticia. Escripta para ser primeiro pudisso se ressentirá na blicada aos artigos em um jornal litterario forma — Ao — talvez. reuni-los no presente folheto pequenos retoques e alterações — que , mcomplemento são todavia nào podendo ter cabida no Panorama os envolvem que com especialidade as dispensavcl na descripção lhe fizemos. Acrescentámos-lhe porém varias annotações , , , — epitaphios latinos dos túmulos patentes na capella-mór. ás vezes até de palavras tcchnicas Algumas explicações arclutetivemos por cssenciaes ; já que infelizmente a linguagem — — ctonica portugueza nào só é pouco sabida , mas até quasi tem esta- E do virgem para a litleratura conseguimo» que esforço a fallai- sinceramente , nào foi sem grande , ou por ventura incerta e irregular. — Pois ainda empreza estudar-lhe a propriedade. assim bem longe vá de nós a presumpção de a termos firmado nesnào se extendeu assim para o que era que te pequeno ensaio para esta nossa ; — A , , mesmo tão pouco. ou paragraphos decerto trabalho mais atrevido, no qual três por agora principio não passaria toda quem não direi — a noticia ousou querer imitar a de dois respeito — de parte da Peninsula o que da AUemanha praticaram Whewell e Molda Itália Willis, e ler , da França Winkles Agincourt e Boiserrée da Inglaterra, entre outros, Britton, Blore, Pugin, ^yild e o dis, , tincto methodista e classificador com se Rickman. Assim Deus ajudasse, que a reunião de poucos mais elementos poderia em pouco ultimar- alguma cousa Na descri pção não seguimos outro modelo além do que a rasao e o assumpto nos dictaram. Procurámos reunir á exactidão o methodo e necessária clareza , fugindo nào só de fazer diversões e de ro- — se é que mancear os assumptos, como de nos excedermos no jornal o não chegámos a fazer já com idéa nesta edição ú parte. Mais nos teriamos alongado querendo dar noticia de todas as de propósito o não casarias annexas ao edificio monumental antigo ; fizemos por ficar isso totalmente fora das nossas intenções. Bem sei eu — bem o sabemos todos — qual é a falta essencial — o não ser esque ainda antes da leitura nos poderá ser acoimada; melhor dão que desenhos, gravuras e te folheto acompanhado de mais Muito as descripções. as todas do que a conhecer um tal edificio — desejáramos oíferecer trabalho iilustrar que com fica , mas não foi isso julgado conveniente. É pois naturalmente reservado para algum novo Murphy elle a sua pátria. íníiicc» I. Historia. Recordam-se os principaes monumentos de PorSua doação á orNatural situação de Belém tugal ArchiDonativos Condições dem de S. Jeronymo O que fez Seu gosto e obras tecto João de Castilho João PoAneedotas acerca da edificação na Batalha — — — — — — Gaspar Dias Esboço rápido da — Renascimento — Como — — — — tassi II. tectura quando — III. IV. Bclem VI. IX. X. — — pulturas de príncipes VIII. — — — — 7 12 — 16 — Púlpitos — • — — antigos — — • — ^^ —'22 • — — — — — — — — vento — Livraria — Symbolos emblemas — Retábulos hoje sem quadros — Jardim — — dos Reis — Retratos na Jardim ... — — lembrada para — Casa Pia — Destino — Notas Claustros Refeitório • 2(f 29 '^1 e e claustros sa visiiiha XII. — — Sacrário Seus túmulos e quadros Capolla-mór Cul)icuIo onde está o corpo de D. AlTonso 6.° Custodia de Quadros Paramentos Sachristia Outras preciosidades que eram do congrande valia os XI. 1 • Descripção da porta do poente que escrevem Dimensões Capellas latcraes Entrada na Igreja diversas da igreja Descrevem-se miuPilares que sustentam a abobada Confissionarios Tecto Órgãos Coro damente. Púlpitos modernos 'Chão SeCapellas Sua abobada e paredes Cruzeiro — — — Pí»?» — — — • — — — VII. se Seus caracteres nuelino Suas cinco partes distinctas Descripção do exterior Como ella devia ser quando acaEntrada* principal Altar em que se disse missa ao bada sem adulteração Castanheda e Barros o embarque de Vasco da Gama — V. da architectura na Europa Anarchia na archise fez Estylo portuguez mafundou historia Apiilicarão actual .1.1 ca- Sala o edifício. • 36 .19 •'»- ERRATAS. Pag 35 n » j» . 3 10 10 — — — lala- lin )> >i >• n — mosteiro começado — mosteiro começado — modular — modelar. — Cremos — Cremos — — 9— duas como como 26 24 44 3f> , até cotas is— n M 23 33 — — baixo. 11 !f » pelas dois frestões cedentes, » , , até pelas. cola. os pre- dosquaesodee o de cima &c. frestas das as precedentes quaes a debaixo., e a de cima &c. — desejávamos — desejáramos. 34 — imagens do Senhor — imaçens de N. — — . . 35 iilt. pilar pilarete. Senhora, , NOTICIA HISTÓRICA E DESCRIPTIVA DO MOSTEIRO DE BELÉM. L Coimbra 6 para toda a Europa um dos bem conservados documentos da architectura , nos ^E a veneranda sé de primeiros séculos do engrandecimento da Igreja o amplo e variado convento de Christo recorda muitos feitos dignos, differentes epochas , praticados , — se em Thomar, no orbe em pela ordem independente da do Templo , — — se o grandioso mosteiro da Batalha é um padrão eterno levantado á se independência e valor dos portuguezes nos fins do século 14.", o sumptuoso palacio-convento de Mafra 6 um monumento de mármo- re erguido como para ostentar a riqueza e fausto do luso Salomão no principio do século 18.", outro templo existe, de epocha quasi in- menos nomeado c conhecido , não termédia a estas duas ultimas estando até presentemenda capital, próximo mais obstante ser o nas suas casarias e não desmerecer encravado , dizer por assim te — , ampla noticia ; em que já pelo local dações, que traz á memoria ciosidades que encerra; já foi a sua fundação — e não é o Belém , ; , e gloriosas recor- já pelas veneráveis pre- menos importante pecialidade e valia de sua architectura. real mosteiro de — situado FallAmos, — bem pela es- se vô, outrora dos frades de S. Jeronymo 1 , do e bojo * occupado, desde a suppressão das ordens religiosas neste paiz, peloi alumnos da Real Casa Pia, servindo a igreja, com a invocação de Nossa Senhora de Belém de fregiiezia daquelle bairro. Descreveremos o edifício começando pela historia da sua fundação e depois daremos noticia da mencionada instituição, creada pela piedosissiraa rainha Maria I e exaltada pelos maternaes desvelos de sua augusta , , , , bisneta. Seguindo Tejo abaixo pela margem direita , a uma légua a par da antiga Lisboa existia um logar chamido o Rastello , fronteiro ao ancoradouro mais seguro que primsiro encontravam os navios que entravam a barra e igualmente o mais próximo desta , que se offe, , recia aos que se preparavam a seguir viagem porquanto no visinho : como ainda hoje , , a porção de rio funda e entalada entre montes , que fornece tão bello abrigo: -dahi para fora, até á própria enseada de Cascaes, os bancos, cachopos, desabrigos, e mares de vagalhão, tanto na proximipontal d'arêa quasi defronte da Trafaria findava , — dade da terra deixam ainda agora mui cautelosos os que ás unhas da ancora confiaram a sorte do navio que muitas vezes garra e ao minimo descuido se expõe ao perigo. Ora, havendo, com) diziamos , no referido logar tão bom ancoradouro, não deixariam de se esten, , , der ao seu aproveitamsnto os desvelos do principe navegador. Vendo pois o infante D. Henrique quanta utilidade resultaria de uma ermida naquella praia ptos soccorros espirituaes , da fundação que offertasse aos mareantes promdoando-a á Ordem resolveu executa-la , , de Ghristo, de que era mestre e administrador, e estabelecendo que os da em m3smi Ordem intenções. — ahi fossem pôr Depois a houve a coroa prática que , as suas fez delia caritativas doação aos fra- des de S. Jeronymo como vamos a expor, cingindo-nos nesta parte precisamente á letra dos documentos que temos á vista. EIrei D. Manuel, considerando ampliar o culto divino, e vendo como o assento e sito de St.* Maria de praia e acerca desta cidade e ancorar muitas naus de naturaes , — , Belém, como por que ao navios e gente , — assim por ser na logar vinham aportar assim de estrangeiros era apto e pertencente para nelle se fazer como um mos- teiro e casa hon3sta em que podessem estar alguns religiosos que devotamente ministrassem e fizessem o oíficio e culto divino e agasalhassem «os pobres estrangeiros,» confessando-os e dando-lhes os ou, tros sacramentos, resolveu de haver a Belém, dando por escambo que á si aquella ermida e assento de Ordem de uma Christo casa maior, synagoga dos judeus , situada onde tinha sido n'outro tempo a judiaria grande que então chamavam Villa-nova que vem a ser o logar onde hoje está a Conceição Velha, igreja esta que se edificou fora , logo depois como , documentos conlrmidos ainda agora Diz o rei fundador que os rendimentos desta ultima casa montavam em cincoenta mil réis, o que «ra mais do que a Ordem obtinha de Belém. E por ventura pela , pela fachida da consta de mesma igreja. — — recordação que trazia este nome da pequena sim chamada filho mo , natalicia do de Deus ao elle próprio tinha terra da Palestina, as- onde o mesmo S. ou, como elrei declara, vivera e tivera o seu instituto, devoção que , mesmo Jerony- — santo [cujo provincial , pela fra- des e ermitães viviam sob a regra de S. Agostinho no hospicio da Penha Longa bem , que fica no sobpé meridional da serra de Cintra] hou- 22 de dezembro de 1498 de fazer doação á OrJeronymo do referido logar de Belém com seu pomar cercado de muro e casas conjuntas que estavam começadas a edificar e bem assim d'uma morada, que ficava próxima do chafariz visinho declarando fazer a mencionada doação com todas as entradas sabidas logradouros aguas e pertenças com que eram possuidas peTudo cora intenção de ahi fundar um mosla Ordem de Christo. ve por dem de aos S. , , , , , — Ordem, cujos religiosos seriam obrigados para todo o uma missa diária por alma do infante D. Henrique fun- teiro daquella sempre a dador do dito logar , e assim pela de elrei e seus successores , cora Lavabo » se Rogai a Deus pela clausula expressa de que quando o sacerdote fosse ao « voltasse para os alma do infante fieis em dizendo voz alta : — « e por primeiro fundador desta casa D. Henrique Outro sim ima de elrei D. Manuel que a doou á nossa ordem.» poz a todo os religiosos o dizerem para sempre no fim de matinas e « Deus qui de Beatw Marias Virginis útero , completas a oração &c. com memorando expressamente o doador ao archanjo S. MiO que sendo acceite peguel e ao Doutor máximo S. Jeronymo. los religiosos da ordem, lhes foi dada a posse dentro da capella do — , , = = — 21 de abril de 1500; e entre vanão esqueceremos de mencionar a cessão da vintena do dinheiro das partes da Mina , e das mercadorias e cousas que vinham da índia. Assim achamos os alvarás de 12 de sobredito mosteiro, começado aos rias doações feitas ao convento novembro de 1511 mandando para as suas obras entregar a Lou- que naturalmente as inspeccionava , cincoenta quintaes de pimenta; de 16 de dezembro do anno seguinte recommendando o pagamento da vintena que lhe per- renço Fernandes , cavalleiro da casa real , tencia cobrar na casa da Índia, e de 9 de maio de 1513 ordenando dessem da mesma casa quinhentos quintaes da mencionada especiaria que então obtinha em Flandres subido preço: e pelo que afirma um chronista da ordem o castelhano Siguença, se vê que alguns annos excedia a mesma vintena a oitenta mil cruzados , somma avultada nos tempos em que a afluência do ouro e prata da America na circulação não tinha ainda produzido tão pasmosa quebra no valor destes metaes. O que porem podemos com segurança afirmar é que, não obstante deixar o rei fundador enque para as ditas obras se — , , commendado no em seu testamento que não se fizesse cessar esta renda quanto o mosteiro se não concluisse de todo contrario se augmentasse sendo preciso por alvará de 23 de maio de 1 529 , , vemos , , e que antes pelo elrei D. João 3.", fazer ao convento a esmola dt bem vinte e cinco moios de trigo, o que dá que não pos- a entender apesar de estar izento de pagar dizimos, conforme suia de sobejo, fora concedido por bulia do papa Leão X de 2 í- de setembro de to 16. com maior perfeição na debuxo e mão d'obra vê-se no claustro mais primor do que no corpo da igreja. Não coube porem ao fundador o ter a satisfação de o ver findo: deixou o dormitório apenas em começo com a recommendaçâo de que se concluisse com o esmero correspondente. Igualmente incumbiu aos desvelos do seu successor a abobada do cruzeiro cuja fabrica foi dada ao mestre João de Castilho , que era já o architecto de elrei D. Manuel , e devia naturalmente ter se é que não fora delias o tido grande parte na direcção das obras Foi o ediflcio progredindo esculptura e cada vez , pois no , , — , João de Castilho, sectário do renascimento, 6 depois neophyto da restauração clássica , foi em Portugal o archi- principal engenheiro. — Mandado tecto ambulante. por elrei D. Manuel a Alcobaça para arranjos do andar superior no claustro de D. Diniz , da sachristia e achava no anno de 1520: no de dirigia as obras na Batalha: no de 1540 em Mazagão: no de da casa para os livros, ahi se em Thomar [sua pátria?], onde parece Foi homem que levou em décadas as Também esteve em Coimbra pois sem que era — fallecido em 1560. principaes paragens da vida. duvida de seu tempo e suas , são as portas excrescentes de pedra d'Ançã da sé velha. em 1S30 1550 Os bustos os ba« , arremedo das renascentes ordens dórica e corinthia como tudo ahi se vê , não podem deixar de ser obra de Castilho, já meio convertido ás doutrinas de Vitruvio. O mesmo podemos dizer do claustro do reedificado medalhões laustres , os arabescos ao divino os vasos , , , as pilastras estriadas os nichos de concha , a par de um — , mosteiro de Santa Cruz. Em mos. 4 de julho de Das suas obras em Belém 1528 foi nomeado para o adiante fallarelogar de mestre , vago por morte de Matheus Fernandes [filho], Tratava-se de proseguir nos trabalhos das capellas imperfeitas destinadas ao jazigo de elrei D. Duarte , que fora delias principiador , e das obras da Batalha ao de seus successores D. Aífonso D. Aífonso e de elrei D. Manuel , como 5." e D. João 2.° , do príncipe antes de se decidir por do próprio testamento deste ultimo rei a interpretação das divisas que nellas se acham. se vê , Belém combinado com Castilho não era génio que se podesse moldar nas formas existentes para concluir o que fora já concebido e até mais de to em execução. — Porem intolerância não lhe dá honra dirigiu deverá ser paiz quem tenha meio pos- nas ultimas obras da Batalha esta soa , e tudo quanto ahi fez ou pelo desmanchado , — quando algum menos dia houver neste a elevada lembrança de completar o pensamento de tantos monarchas distinctos. Levantou dois grossos pilares cylindricos e estriados, e uniu-os por te uma que lhe um arco abatido, deixando por baixo des- tribuna de balaustres renascidos, fi:ca visinho. —E sem harmonia cora o mais memoria ficou la- infelizmente para a sua rado de= um a canto da dita tribuna = 1533 epocha em que em uma cabeça de ornato o anno tinham chegado as suas obras já alli — Seus foram de impróprio desenho começadas nos annos anteriores. também os quatro arcobotantes d'arco inteiro encostados aos pegões , Do mesmo da capella-mór, com impostas de capiteis corinthios. sem duvida uma casa tilho é do convento sul , com duas janellas simi^licidade da restauração, em copiosa to , uma ; por cima da poria com a e outra maior de dois arcos abatidos, arabescos: sobresahindo de meio relevo Cas- particular que fica defronte da porta do em seu tanto fortificar as justas suspeitas uma baixo de cada tudo no gosto de Belém ; seu bus- o que não deixa de no de que deste convento fosse um alvará de 23 de 3° manda a Pedro setembro 522 , Lopes que pague ao dito Castilho mil cruzados por conta da empreitada com elle a novamente ajustada [diz este documento que está na Torre do Tombo] sobre o fazimento das abobadas e pilares do cruzeiro da igreja. » Este documento único destroe de todo uma anecdota que o auctor do Anno Histórico refere como passada com elrei se bem que tinhamos sufficiente motivo para desconfiar D. Manuel da sua veracidade á vista do conto análogo com seus visos de maraelle o principal architecto. de pelo 1 Accresce o existir qual elrei D. João : vilhoso attribuido já anteriormente ao fundador da Batalha por Fr. , asseverando que quando elrei D. João 1.° mandou descimbrar e tirar fora as cambotas da admirável casa do capitulo Luiz de Sousa; daquelle mosteiro temendo , sacrificar a em gente que empregasse no caso de desabar tudo mandara nosos que então saldariam seus crimes sepultos , vir para em tal mister isso crimi- entulhos de ma- deiras, pedras e caliça. Não D. Manuel nem o architecto que se diz quem Belém e por isso taxamos de falso o que a tal respeito conta o P.^ Francisco de Santa Maria facto que de certo não fora de importância tão mesquinha para que por esquecimento deixasse de ser relatado por vários chronistas antigos coevos alguns. Siguença até diz que elrei D. João 3.° foi quem foi pois elrei fabricou a abobada do cruzeiro de , , , — cerrou o cruzeiro. vamente , Nem faça duvida no citado alvará o adverbio no- o qual ])arecendo como indicar de novo , poderia a alguém dar a entender que já antes houvera outra construcção, que por ter cabido se precisava fazer de novo. Quem assim discorrer por certo que não estará familiarisado com o verdadeiro sentido que cm quasi todos os escriptos daquella cpocha se liga ao adverbio novamente, que mas em referencia não a um tempo passaporem ao tempo cm que se está v quer como dizer modernamente de mui pouco tempo a esta parte. Tão pouco nos achámos dispostos a accreditar outro ponto de tradição, significa de do , novo , sim vago c indefinido , , , , , de que o verdadeiro architecto da obra chegando aos saimeis dcsaj)parecôra sem fechar a abobada c a|»j)resenlando-sc dahi a tempos ; disfarçado , foram acccitcs suas oííertas jiara a fazer , como prati- cou dando-se logo depois a conhecer , e desculpando-se de que tal estratagema receoso de perder a sua reputação adqui- ; usara de rida , no caso que a abobada não ficasse firme. Esta é a mesma tra- dição que se conta do convento de S. Francisco era Évora [quasi da mesma epocha] com , a differença de se explicar neste ultimo o architecto esteve ausente por sete annos bem julgou necessário para assentarem uma abobada fazer um tão raagestosa : que , foi que o tempo que os pés direitos e pilares de e tanto basta para a tal respeito nos pouco incrédulos. Não encontrámos um suadir ter sido até agora rasão plausivel que nos faça per- João Potassi tal que deu a traça do nos leve a crer que tal Não queremos com isto edifício , nome , italiano , o primeiro architecto nem achamos memoria legitimada que se deva associar ao mosteiro de Belem. combater opiniões contrarias á nossa: o ese sem bastantes argupirito regeita ás vezes por falta de convicção mentos não deve exigir dos outros em sentido opposto isso mesmo Nós unicamente encontrámos o nome de João de que repugna. Castilho: e apenas em maio de 1534 apparece o de Gaspar Dias, a quem elrei manda pagar despezas: pode porem crer-se que estas fossem só relativas a objectos de pintura , em que este artista via; — jante era mais insigne dros existentes , : e do seu pincel são com certeza alguns qua- entrando neste numero o que está no primeiro pa- tamar da moderna escada principal do convento. A verdade é que o todo do edifício tanto no exterior como , não appresenta, logo á primeira intuição, um plano concertado e religiosamente seguido, este apparecerá a quem condepois de o ter sufficientemente templar o assumpto muito d'aUo estudado e meditado. Chegar-se-ha a descortinar certa belleza, que no interior, se , geralmente apenas a custo transluz em toda a architectura anarchica da epocha chamada do renascimento, principalmente quando se acha , como aqui , deturpada por tantos inchaços e intumescências por tantos emplastos e cataplasmas de nova espécie. II. Amtes de entrarmos em especialidades descriptivas oportunas algumas breves reflexões acerca do estado va a architectura europea quando se começou Belém. mos , em que julgamos se acha- Breves dize- porquanto os limites do jornal e do nosso assumpto não con- , sentem que recordemos as vicissitudes incessantes arte nos séculos históricos anteriores media , em que ; e com porque passara essa — especialidade na idade auge de primor e grandeza pela associação secreta de todas as intel- se viu levada ao seu nào diremos se de gosto ligencias architectonicas — — As ordens da Grécia de todos os mestres pedreiros. e Roma , que nem tinham podido n'ou- tras eras arrostar os ventos e gelos do norte , ficaram submergidas chamados debaixo das ruinas causadas por esses invasores fortes bárbaros , que trouxeram em seu máximo auxilio o christianismo , e com este as bases para o progresso da religiosos. — O augmento construcção dos edifícios das riquezas do clero c a fundação de mui- uma architectura original, que pela cooperação dos membros da associação veio com o andar dos tempos a appresentar vários estylos, cujas simplices feições deiuinciarão , ao histotas igrejas produziu riador entendido , o tempo cm que foi feita a obra , melhor ou pelo fraseologia dos documentos ao ou o caracter da letra ao paleographo ex- menos mais rapidamente do que a mais sabedor diplomata , periente. Em todos os estylos da architectura da idade media porque impropriamente foi as formas perpendiculares chamada gothica que , nem predominam se decide, que entre a abundância dos ornatos são , religiosamente guardadas no complexo harmónico da concepção. Por fim o perpendiculo afugentou a maior parte das decorações, e co- continuamente o prumo do alvenel diante dos olhos. Demais os mestres pedreiros da associação com o ciúme de se verem frequentemente excedidos na invenção por génios inspirados meçou a enfastiar o ver para satisfação de seu muito amor pugnar pela necessidade de coarctar a estes os seus voos, e quasi reduzir a officio a nobre arte da architectura. A este tempo as artes do meio-dia acoutadas em Constantinopola [Bysanliumj espalharam pela Europa a sua influencia solapada e já enantes de professos próprio offendido , começaram , , a tão a architectura bysantina, gel e os encyclopedislas — como dizHope — ; com Schlemesquitas ma- e nisto vai tinha invadido as próprias — Por outra parte a invenhometanas, e s'amoldára a novas formas. dos clássicos gregos vulgarisação a ção da imprensa t;<buliiria trouxe o gosto pela literatura clássica fixou-se de todo. e latinos: Horácio teles e a ser vulgares. Homero e Virgilio = Estavam , Aristó- Xenofonte e Livio começaram , os espiritos repassados da tendência e in- Roma clinação ao que era da Grécia e começou a correr e fácil lhe foi do Polyphilo angariar sectários ; , , , quando a com o poderoso visto obra de Vitruvio auxilio do Sunho não haver entre os mestres nem que ousassem sahir a campo. propugnadores que soubessem Pelo contrario: Mayano, Bruneleschi Alberti e Bramanti [aliás Lazzari] constituiram sem a minima opposição a dictadura que decretou: restauração! E Palladio e Barozzi foram muito depois os seus , , — , , e Deus sabe apóstolos servis que tem vivido sãos por três séculos já que a Bernini não apareceu por quanto tempo ainda viverão outro rival senão o cioso e extravagante Borromini. Quasi que sósinha a terra dos nomes acabados em I, proclama ; , — a imitação, lavra-lhe o decreto, assigna-o, passa-o pela chancella- — E todos imiXámos, porpromulgar na lingua italiana. não houque não houve quem dissesse que isso não era o melhor: "ve quem sustentasse que se a architectura foi muito mais considerada do que a esculptura e a pintura, esse conceito só lhe provinha de que entre estas figura no dizer do conde Alquanto aquella arte ria e fa-lo — garotti , como e invenção , — , a methaíisica entre as sciencias , — demanda —A de génio ao passo que nas outras duas o primor e mérito quasi está no imitar objectos , que basta saber observar. igreja veio a tornar-se outra vez escrava da Grécia pagaã e a metter-se de no- vo sob o jugo, não podia ser de que se libertara. feita de jacto. Os Porem a restauração clássica enthusiastas fogosos da sua novida- de precisaram de sustentar na arena uma luta contra os innumeros com que como amij^os marchavam enfileirados fustes bysantinos , , tnrbão e trajes mouriscos batiam sem forças , pelas Hespanhas. , sem e fé nem com- lado daquelles esperança os representantes desfa- lecidos da architectura perpendicular. se appresentaram uns poucos Ao — dhomens Batalha pugnado ao lado dos últimos Foi no meio desta luta que os quaes depois de terem , , haviam entrado em na muitas mesquitas de terras conquistadas , visto derrubar-se muitas synago, e até por fim devassado os pagodes cavernosos da Ín- gas de judeus dia homens disseram: queremos edificar uma igreja. Coporem ninguém podia decidir e cimento nós é que havemos de vencer. que temos rasão ou ao menos e esses ; meçaram nós é O a juntar pedra , , — porque só depois de deviam conhecer as regras e estatutos que lhe dariam os vencedores intolerantes. As pedras foram-se entrepondo amontoando á vontade e dahi resultou que se uniram toos arcos revirados e todos os de a ogiva das as formas. A asna tricenponto subido, bem como os de volta composta, bicentricos foram indilTerentemente involvidos com o satricos e polycentricos rapanel crescente e ferradura [)orem quasi cediam todos á preponderância do enthusiasmo pela resurreição da volta inteira. Era tudo escopro e o cinzel trabalharam livremente o combate se decidir , é que , , , , , , , um chãos ; , tudo anarchia , tudo insubordinação e desobediência aos muitas vezes dos que se pasquando Belém veio ao mundo. Sobre as frontes de suas pedras deixou de tudo isto estampadas as provas em caracteres quasi indeléveis, pois que só á força de marrão e camartelo se tem algum tanto apagado. Elrei D. Manuel não satisfeito com deixar o seu nome escripto nos foraes que reformou de quasi todo o reino e no código legislativo, bem conhecido com o nome de manuelino, c nas muitas moedas que metteu em circulação, e nas numerosas cartas que assignou para enviar pelos archivos do orbe, escreveu em pedra as suas divisas em quasi todas as terras do reino j/i nos pelourinhos de muitas villas que ia creando já nas portas das igrejas que construhia. principios seguidos antes savam a seguir , e ignorância , , E com effeito — — as cspheras armillares e as cruzes de Christo são mais communs ornatos de toda essa architectura em geral, á éjwcha anarchica do renascimento, um , os pertencente sim mas constituindo em que ainda se hadc caracterizar com o nome talvez de mamielino, quando por cã fc der importância ã architectura que de certo esta mui longe de consistir Portugal estylo [(articular sui generis^ , nas regras materiaes de Vignola e seus numerosos commcntarios se- guidos nas escholas. Estudem-se nos originacs as obras de Belém Santa Cruz de Coimbra, que foi nesse tempo toda reedificada de novo; as das ca; pellas imperfeitas e aiTendados guezia na Batalha ; e da crasta em Thomar re.il , e a portada as do claustro antigo c casa *í da fre<lo * ca- 10 no convento pitulo em jas principaes e as da igreja de S. João na villa , Soure e Évora d'Alcobaça ; e em as das igre- ; Lisboa a fachada o convento da Pena da Conceição Velha e a porta da Magdaleua restos de construcçòes em Francisco Évora e em em Cintra o de S. ; , Serpa Tavira e outras terras. , muita observação , — Só um caracteres desse estylo manuelino em Por estudo tal feito depois , nos poderá conduzir a estabelecer com de firmeza os cujo typo é Belém. , quanto appresentamos os seguintes, que chegámos a poder deduzir terminando Predomínio da volta inteira e do sarapanel em arcos de circulo o que segundo Willis é pri- 1.° , nos dois extremos , vativo do gosto arábico. 2.° Tolerância de todas as mais voltas; tendo as de ponto su- um em harmonia , e os de mais de dois centros pinhas ou maçanetas cabidas das intersecções ou vértices dos ângulos curvibido retábulo lineos. Abobadas sustentadas em 3." feixados com e , pedestaes ; ou en- pilares polystillos altos sendo o enfeixamento disfarçado não só como pelas muitas es- extravagância nos últimos, comprehendendo pela falta de arestas salientes de permeio , culpturas e meios relevos. Demasia 4.** bustos em medalhões e , arabescos , bestiães , brutescos , &:c. Louvores ao professor de desenho da Eschola Polytechnica desta cidade , que soube ir a este monumento original do paiz modular em gesso os ornatos para guarnecer a sua aula magnifica. Ausência de molduras rectas 6.° delias por outras curvas tes , ou antes cortes amiudados , preferindo nos lavores meias laranjas boce- , &c. , Os corpos 6." verticaes interceptados por nichos de estatuas, ou por baldaquins torreados e rendados. 7.° As ombreiras das portas, frestas, e janellas quasi sempre compostas cortadas por salientes repetie as bases das columnas ções angulares, de caracter peculiar. 8." ódio continuo a reEntre as harmonias de construcção mísulas e gárgulas e petições de monótona igualdade nos capiteis , , — , em geral falta de symetrias bilateraes. 9." Adopção de preferencia ás formas oitavadas, assim na ra- mificação dos artezões como nas bazes octogonas. 10.° Finalmente o uso contínuo para os florões e ornatos de , logares mais notáveis disso , escudo , , das divisas conhecidas do rei fundador em Belém como tanto sobre que pedimos ramo de três Cremos até flores iguaes , , e alem uma esculpida o parecer dos eruditos. Consiste na Batalha com , mais pés e folhas que parecem de n'um n'um liz. — pelas occasiões em que as achamos empregadas , que symbolisam a Ordem d'Aviz de que fora grão-raestre elrei D. João 2.°, e o era então seu filho natural D. Jorge , duque d' Aveiro , pri, , mo do fundador. . 5^^11^^t« Belém junta ao complexo de todas estas idéas architectonicas a associação da obra toda á memoria do infante D. Henrique, dos descobrimentos e de S. Jeronymo ; o que melhor se verá das descri- pções minuciosas a que procederemos. III. QuASi toda ealcarea rija desta cidade tara sa , , que se encontra e até dentro Pampulha do mosteiro voltada ao sul é da pedra abundantemente nas cercanias a frontaria [lioz], e de seu recinto «cor sombria dos séculos» mos como , Rocha do conde de Óbidos. — se vê essa fronte tostada [para Murphy com a expressão do elegante Sousa] de que exalta a belleza no mosteiro da Batalha , em = Appresenta no qual se vê Alcânella es- empregartanta rasão — como — nes- certo te de Belém e torre de S. Vicente, visinha e contemporânea tisnado na cor tirante a vermelha , procedente da incrustação que to- ma a pedra De , quando era contacto com o ar atmospherico. cinco partes distinctas se pôde reputar constante esta fron- da caixa da capella mór de da do cruzeiro que se começa a vôr na estampa terceira do lanço mais nobre e melhor lavrado corquarta do vestibulo moderno ou exrespondente ás naves e torre crescência informe: quinta, da extensa habitação sobre arcaria, sus- taria meridional ; a saber arcbitectura moderna : : : primeira segunda , , : em A particular. — parte exterior da capella , , tentada a curtos espaços por botaréus. da , : , — Cada uma mór que será considera- a estampa de propósito não comprehende , mostra bem o que ella será por dentro. A simplicidacuja união com as do de clássica acompanha as paredes exteriores cruzeiro nem ao menos se fez bem. Nâo ha um gigante não ha sequer um ornato que faça ao menos este pedaço condizer com o ediUma balaustrada simples sustentada por meio de caxorros fício. , , sobre o qual em correspondência guarnece exteriormente o telhado do presbitério ficam dois cupulins, a modo de guaritas, aos quaes Toda esta obra foi do interior se chega por escadas de caracol. sem duvida feita por Diogo de Torralva que em 1551 em que ella se acabou, era o architecto do convento. Nesta epocha foram para ahi trasladados os ossos de elrei D. Manuel e da rainha sua segun, — , da esposa. A bem que menos caixa do cruzeiro, se ornada do que a outra porção de que já nos vamos occupar não desdiz do gosto da architectura. Superiormente é cercada de uma cimalha caxorrada , e a meia altura partida por uma faxa de arabescos, que continua para , os lados. Por cima desta se fez o meio lar tapado até , modernamente em e nada um rasgamento circu- harmonia com o resto por d'ornatos. Este rasgamento não chega a ser um remendo é , falta um bu- raco. O taréus do exterior das naves e torre é o pedaço da frontaria mais digno d'admiração peito ao nolDre e magestoso cio e muito especialmente , portal. Fica este entre dois soberbos cuja forma desapparece , estatuas , edifí- o que diz res- com os lavores e nichos Apezar de que a arte de que são ornados. , e o bo- columnas e esmero de comtu, construcção empregado neste portal lhe dô o primeiro logar por quanto esta era de uso ficar do não pôde ser a porta principal mór que em todas as igrejas antigas se costumava , opposta ao altar situar ao nascente. Dentro do espaço que comprehende teira todo , bem cinzelado com boas e um grande arco de volta in- esculpturas de meio relevo [algumas das quaes parecem estar embutidas] se abrem dois vãos de mui achatada tendo entre si um pilar acompanhado de co- volta lumna , , cujo capitel serve de peanha giado o infante D. Henrique grevas em — , c de cotas d'armas. em — Aos , á estatua corpo inteiro lados e no que representa , eíTi- de arnez vestido mesmo nivcl veem-se e do mesmo tamanho. nichos os doze apóstolos, também de pedra Por cima do remate da guarnição exterior do arco maior acha-se uma grande imagem da Senhora igreja. Está á periormente sombra de uma fresta pequeno nicho habitado um ou janella que em vêem outras doze baixo, mas também como nella se Na cimeira fica em dos Reis, cuja é a invocação desta magestoso baldaquim , que guarnece suíica sobre a porta cada hoinbreira. — Aos , com seu lados desta ja- estatuas de santos menores do que as deestas em nichos coroadas de baldaquins. — igual correspondcucia da balaustrada do Iclhado o archanjo S. Miguel. Para os lados veem-se dois frestôes ou janellas altíssimas e com iguaes hombreiras de lavor entresachado, tendo a cada lado em meio findando em agulha. Segue-se relevo dois fustes como de supporte um como retábulo ou caixibotaréu do fim depois no na parede e lho alto e esguio que envolve duas frestas , das quaes a superior pe, , , , lo vào que não está tapado a pedra e cal que inferior para a parte da igreja pois a torre do relógio coruchéu dá com , luz para , dá luz para o coro por baixo deste. fica que como está devia servir de base a ura como os precedentes dos quaes o debaixo , dois frestôes uma dois ângulos da capella torre e a — Vem de, , para a casa do relógio. e o de cima , rematam em pináculos , Os por detraz dos quaes de pedraria que guarnece toda a extensão das naves, dos quaes só dois estão arrematacom uma espheo segundo começando da torre dos; um delles ra armillar. A posição da dita grinalda próxima ao cruzeiro é mais fica a grinalda tendo espaçados nove acroterios — elevada , de Sousa é que sul , e tem em cima lizes chamadas metas por Fr. Luiz dessas , e que alguns inglezes , denominam fores de Tudor. Pena não acabasse ao menos o coruchéu oitavado desta torre do que para o qual já estava de todo prompta a base octogonal se , provisoriamente se cubriu Nas ainda. com um telhado , bem que provisório é faces desta base, voltadas aos quatro pontos cardeaes, se deixaram ventanas onde estão os vem — , da igreja sinos , dois dos quaes ser- para dar as horas e quartos do relógio da torre. Segue-se o pórtico moderno que offerece chegar á entrada principal da igreja Esta obra seria talvez guinte artigo. um e por isso , feita pelos vestibulo para se começamos no seannos de 1699 em que a igreja soffreu muitos concertos, e não só se pôde chamar uma mascara de imprópria cor posta na face da igreja , mas o peior foi que para bem poder servir feriram de todos os lados a mesma face e procuraram curar as chagas No mentos , com emplastos nojentos. também reunindo artigo seguinte procuraremos , estes ele- construir de imaginação o que ahi se devia ter chegado a fazer. Ao poente acaba todo o edificio no estreito e longo dormitório. Foi este construído sobre uma abobada de vinte e tantos arcos, cujos pés direitos são reforçados por igual numero de gigantes ou botade uma e outra parte. Distam entre si três pouco mais ou menos todos com suas gárgulas que , assim como também acontece no corpo da igreja despejam dos algerozes dos telhados. Quem olha hoje para esta parte do edificio toda cheia de remendos dealbados não vê ao primeiro aspecto senão um cáhos réus que se encostam braças , , , , , S(3 depois descortinará mais igreja ficavam bem dois botaréus elevados, graus ou passadiço que por cima de — uma espécie d'arcobotante daria modos de communicar nos edi- Frequentes são estes de epocha anterior, como a Batalha pode dar exemplos. para o coro. ficios Ao pé da os deencubrir que deviam concertadas proporções. 9^^ í^^m^ Estes dois grandes botaréus mencionados eram seguidos de quatro vinham dahi outros dois grandes acompanhados de mais menores e no fim termiquatro menores o que se repetia mais duas vezes nava ao poente o dormitório alto como ainda hoje se vê , e sustentaRematavam estes em pináculos mais do por cinco delles maiores. elevados; os dos menores consistiam apenas em certas pyramides, tendo por único ornato uma nacella em espiral com lavores de meias laranjas em relevo. Entre todas estas pyramides corria de ambas as — ; , — um bandas , de pedra cm grilhage cora a cruz de Christo em quando. Nesta extensão se comprehen- peitoril — mostrando-se de quando diam de cada lado trinta e seis cellas, e nos espaços, entre havia janellas conventuaes não do cada doia mais que hoje deitam para fóra porem de aineis como em cada um dos três ^ue ainda se conservam do lado da cerca Antigamente eram os outros espaços havia uma janella pequena. botaréus dos grandes moderno como , as arcos abertos e formavam uma go dos que não tinham casas espaço feitio , — utilisar esse , , arcada em , terra. : que era destinada para abriJulgou-se mais conveniente e augmentando astapando os vãos dos arcos A belleza da architectura e as in, sim a casa de novos alojamentos. tenções do fundador foram sujeitas á mesquinha — da commodidade. lei — Foi ahi que esteve a alfandega desta capital depois do terremoto de 1755 até ser transferida para a Junqueira. O remate occidental de toda a obra devia ter uma forma singular , — rece que — Paao que podemos deduzir do que vemos actualmente. o plano era findar o edificio em um tanque e competente alem da agua já encanada que ainda mármore porem os frades aproveitaram o logar em roda para uma varanda de tomar fresco, feita como orlhostylo de oito simplices columnas de mármore branco, e guarnecida por uma balaustrada que abrange um espaço de pouco mais cascata da qual existe parte , , ahi corre por dois golfinhos de de nove braças quadradas. ; Esta varanda não se ve senão entrando pela cerca. Com quanto sejamos apaixonados das arvores e bem as desejávamos ver mais disseminadas neste paiz, c mesmo dentro das ci, com tudo não muito principalmente as amoreiras approvâmos que fossem algumas plantadas em frente do edificio, por quanto em estas crescendo o poderão senão damniíicar, pelo menos encubrir obstando a que seja a sua aparência gosada do mar. Lembra-nos porem que já talvez de propósito fossem plantadas para se esconderem certos remendos , sujos de branco , envergonhados de estarem tão patentes; ou pôde ser cpic para pelos seus intervallos dades e aldeãs , , , — aparecerem « Quaes por entre devezas louçaãs nymphas »s garridas janellas modernas cm todos os tamanhos .... IV. o PÓRTICO por onde hoje se chega á entrada principal da igremascarou por tal arte a fronte desta que apenas a custo se pôde atinar com o projecto que já em grande parte fora posto em exe- ja cução. O meio do esguio e comprido quarteirão dos dormitórios cor- , respondia na primitiva á porta principal situada entre dois botaréus bem lavrados. — Ao limiar desta chegavam os raios do sol depois de atravessarem o intervallo descuberto que separava o mosteiro. As torres, que por assim dizer atalaiavam a porta, podiam também flanquear com as suas faces do poente todo o comprimento do mencionado quarteirão por uma e outra banda. Cada torre tinha em baixo uma fresta ou janella, outra na altura do coro, e a final superiormente uma espécie de varanda em correspondência das ventanas dos sinos das torres. Poderia talvez uma á outra pela cim.alha que fica sobre a porta , municar de qual cimalha se hoje só vêem gárgulas espaçadas simetricamente podem descubrir-se subindo res se chegou a acabar. antes Na do sul , , com- — na as quaes aos telhados. ISenhuma das tor- que se vê de muito exame parece ter sido única no frontispicio , , e que ainda chegaram as obras até o principio dos artezòes que deviam fechar a abobada do campanário que serve de base ao coruchéu ao qual conduzem escadas de caracol que partindo do coro são a espaços alumiadas por , , — agulheiros. No do norte apenas se assentaram os socos dessa base o que se poderá conhecer distinctamente examinando-a de perto. Por baixo da mencionada cimalha ficava respondendo ao meio da porta principal um mui frequentes no es- desses vàos circulares arrendados, nome de rosaces ^ e nós lhe temos sempre ouvido chamar «óculo» e assim lhe chama o próprio Moraes no vocábulo «luneta» que adopta na mesma accetilo ponteagudo, aos quaes os francezes dão o nome que lhe dão Fr. Raphael de Jesus e Fr. deduzindo cora propriedade a metaphora do buraco circular lavrado no meio das guitarras ao qual se dá tal nome. pção: espelho é o — Luiz de Sousa , No uma janella moderna rasgada para dar mais luz ao coro, talvez porque os frades receassem cançar a vista na leitura da miudissima letra do cantochão Embaixo do mencionado óculo ou espelho devia exteriormente ir quasi tocar, elevando-se da porta principal, a flor do remate superior desta, similhavel ao golfão, que deixando as raizes no pego procura com seus compridos talos ir ostentar perante o sol a belleza logar pois desse óculo ou espelho existe hoje das pétalas. — Mãos um para construir de chão. Vem e dentro em barbaras cortaram aqui esta pavimento em que pelo pé flor um se aproveitasse , s6 pedacinho pedreiros, levantam andaimes, accarretam materiaes, pouco eis que apparecera uns poucos de homens vertiginosa fúria esfolando paredes ribando muitas pedras ; — , separando escalavrando esculpturas , , com e der- para encaixar seja aonde fôr , algum pedaço que acertava de cahir com esculptura inteira. Tapamtse umas janellas rasgam-se outras , alguns rapazes levam para fora em cestos o entulho que se vai amontoando emfim desenvolve-se em taes obras a actividade do costume nas cousas de que só mal re, : — , um leigo que se dizia architecto dava o risco para um pronaos a fim de encubrir a porta principal da igreja, oíFerecendo por cima aos frades commoda passagem para o coro, cons- sulta. Porfim ridiculo truindo uma — casa h qual se inculcou o pretexto de ser destinada a conter os retratos dos reis de Portugal. Digamos porem o que encontra de tico moderno. A notável primeira cousa que vé logo quem entra o pór- á direita é um altar de pedra desguarnecido, por baixo 'do oratório do Senhor Jesus dos Navegantes , que encobre uma das janellas baixas da torre ({uc feliz- mente escapou quando outro tanto não succedeu á sua parceira. Segundo quer o Sr. A. Castro esse altar foi o próprio em que se disse a missa de despedida de Vasco da G. a qual talvez avivasse a elrei a lembrança de fazer o convento naquelle logar. A este respeito nada dizem Gaspar Corrêa e Castanheda este ultimo falia apenas da procissão com que os náuticos sahiram de Nossa Senhora de Belém para o embarque. Jiarros ó mais extenso, e nào se es, — , ; 3 * da mencionada missa: eis-aqui as suas palavras: «Postos os em Rastello logar de ancoragem antiga um dia ante da sua jiiece navios , partida (o foi , Gama] com ter vigília os outros capitães á caza de N. S/ da invocação de Bethelem situada neste logar de Rastello tempo era uma hermida que o Infante D. Henrionde estão ainda alguns freires do convento que mandou fundar a qual naquelle , Ao de Thomar para administrarem os sacramentos aos mareantes. seguinte dia que era sabbado 8 de Julho [1497] por ser dedicado N. a mo e a caza de muita S.*, romagem ; por esta devoção co- assi por se irem espedir dos que iam na armada de numero de gente da Gama lá eram a ella. E quando — a dizer missa ordinária que o levaram » &:c. Contiguo ao altar mencionado uma , fica empenas , com entre duas toscas colum- do frontão ou para melhor dizer, por cima da base do frontão sem se le , devota procissão — No tympano , nas de cada lado, a entrada da portaria. desta porta concorreu gran- , ao embarcar de Vasco da caza com alguns sacerdotes que da cidade os freires idos foi uma inscripção latina que allude ao fundador. En- trando-se esta porta se chega á casa que conserva como guardado to- — que resta na porta prindo o trabalho da esculptura e estatuária cipal. Algumas loisas de sepulturas lageam ahi o chão a obra do tecto demonstra que houve com ella intento de imitar o systema d'artezòes da igreja mas fez-se isso com mui pouca felicidade no êxito. A porta principal não obstante ficar á direita de quem entra e — ; ; — , em não E frente , chama logo a attenção do observador entendido. formada d'um arco revirado ou de volta composta de talões , poabatido. As hombreiras e suas guarnições são mui ornadas rem mui — tendo cada uma quatro nichos com rior estão dois cherubins de pedra gal , — reita na uma tendo por cima uma mesma mais abaixo — Adoração dos Reis. a altura lavrados baldaquins tes enroscados entre dois nichos de ao natural e com e sua mulher D. Maria , Pela parte supe- do natalicio de Christo esculptura da Annunciação ao lado esquerdo porta cubertos por figiados anjinhos. sustentando as armas de Portu- , — De , e , vendo-se á di- cada lado da e sobre os capiteis de fus- imagens se veera de joelhos ef- os competentes vestuários o rei fundador viva quando esta porta se fez. Pode ser que dahi se devam tirar os dois retratos mais parecidos destas duas pessoas reaes. — No capitel ou peanha sobre que está o fundador se vê e no da rainha castelhana o escudo bipartido de Portugal e Castella. Segue-se para cada um dos lados dois botaréus , tendo cada ura três nichos com imagens de Santos. Parecem a sua esphera armilar mui baixos, , e natural é qu£ fossem cortados c arrematados vasos quando ahi se fizeram as obras. A com cada lado segue mais os um com uma figurinha cercado tudo de bem cinzelados lavores que foram partidos na occasião era que se fizeram as obras acima nicho mencionadas. , V. Porem mos na tempo de deixar de Quando eífectivamente é já igreja. estar parado á porta. Entre- muito verdade ahi não terá mais de três braças d'alto ficando o resto de altura occupado pelo coro que entra algumas oito braças pela igreja adiante sendo esta em tal extensão muito estreita por ter de cada lado duas capellas das quaes as primeiras foram baixa , e se entra figura-se esta em , ; , construidas para ter altares que vinham a ficar por baixo dos dois coruchéus das torres se acaso estes se fizessem. São aqui mais dignos de attenção não só a curva e lavor dos primeiros dois arcos de igual altura que ficam aos lados, mas também o dos trcs que se pro- longam com as naves Alem disso chamam , — dos quaes o do meio é mais largo e obtuso. , a attenção do espectador os grossos artesões ou contém as armas portuguezas, a esphera do fundador, a cruz da Ordem de Christo, kc. As columnas dos referidos arcos, guarnecidas a meio por um boccl lavrado são torsas e por esta forma se prolongam pela archivolta até se encontrarem no fecho: estas voltas tem analogia com algumas do eslylo de Tudor (pie se vêem na calhedral do ribetes do tecto , cujos llorões ou molduras interseccionaes — , NorwicU contemporânea , u este mosteiro. — Começam cm dois arcos 20 e vão fechar-se nas direcções normaes destes menor , em ou outros dois ar-, suppòem de graude extensão para terem aquelles cos cujos raios se curvatura. A capella que fica deita para fora uma a luz por á direita recebe — mencionada no fresta que tinha ainda ou- capitulo anterior; que como dissemos foi tapada e encuberta pelo oratório do Senhor dos Navegantes. Na parede fronteira fica um altar com três imagens , sendo digna de menção especial a de S. Leonardo que tra fresta , D. Manuel recebeu como presente do papa. Por todas as outras paredes se vêem imagens e reliquias , que eram da capella d'elrei D. Sebastião, o qual no seu testamento feito em Lisboa aos 13 de ordenou que junho de 1578 antes de se ir a sepultar em Africa por sua morte ellas se conservassem em deposito neste mosteiro, em elrei — , quanto assim fosse da vontade de seus successores. — chamada — Na capella do lado esquerdo do Senhor dos Passos talha quasi não apparece senão obra de dourada de madeira que com essas columnas salomonicas de máu gosto, guarnecidas no fuste de parras e cachos d'uvas serviram tanto ha mais de um século para — encubrir ás vezes primores de architectura capella dos Passos da ; e a outra fronteira de S. , e de esculptura. — Esta uma grade de ferro fechaLeonardo por uma balaustrada de está resguardada por , madeira. Proseguindo adiante vemos á direita junto um para esta ultima capella Sr. D. Pedro 2." liz mandara irmão D. AíFonso 6." termina o coro cada : que deita que o , fazer para encerrar o corpo de seu infe- — Seguem-se um á parede sarcófago singelo e não acabado os três arcos sobre delles corresponde a uma os quaes das naves que A abobada do vão do arco do meio é moderna , como se deduz logo do lavor dos artezòes. Foi construida [bem como o que distinctamente ahi próximo se descobre haver sido ha pouco reedificado] depois do terremoto de 175o que abalou parte da igreja. Apenas o espectador traspassar estes últimos arcos elle rece- lhe fica no prolongamento. berá a impressão grandiosa inspirada pela largura da igreja — , pelo igualmente alta nas três naves , e pelos lavores dos pilares que a sustentam. O angulo óptico não pôde abranger senão parte mas isso mesmo dá variedade de impressões. Tem o corpo da igreja nove braças de largura , e segundo a nossa achatamento da abobada — , aproximativa medição o comprimento total não chega a trinta e cinco. —E ainda que alguns lhe assignem mais três , pela nossa conta a distancia desde a porta da igreja ao primeiro degrau do cruzeiro é menor do que vinte braças; este ultimo tem sete; a capella-mór, até o ultimo degrau de pedra , quatro ; e o altar apenas occupa duas e meia. — Assim vem menor que a da Batalha e muique tem de comprido quaaltura da abobada, se o habito de ava- a ser pouco to mais pequena do que a d'Alcobaça tenta e tantas braças. —A , , nos não atraiçoa desta vez é menor do que a da nave do meio da Batalha ; deve andar por umas nove braças como a d'Alcobaça: a do cruzeiro é com tudo um pouco mais alta e bem artesão cubertos de os florões ou bossetes nos fechos octogonos zoada pintados com espheras outros maiores ao que parece de metal iíar a olho , — : armillares , cruzes da — Ordem de Christo , , e não distinguimos já bem Jeronymo deixando-se com tudo ver ainda o seu barrete de cardeal. Não podemos divisar ahi inscripções algumas nem julgamos que ellas existissem mais do que na credulidade dos que imaginaram te-ias visto neste logar. se o leão , do timbre de S. , VI. A ABOBADA da igreja é, juntamente com a do cruzeiro, sustentada pelos seis pilares de base circular, e com pedestaes que separam as três naves; sendo iguaes em tamanho os quatro do corpo da igreja, e muito mais fortes que elles os dois que separam o cruHa mais dois meios pilares da grossura dos primeiros , que parecem firmar sobre o coro. Todos foram apreciados, e tidos por de um gosto tão novo para França , pelo architecto barão de Taylor zeiro. — que veio a Lisboa mandado pelo rei dos francezes em 1836, que não se contentando com tirar delles os desenhos os mandou modeaté a altura de 50 palmos os granlar em gesso pelo natural, des , e de 38 os pequenos. Mencionamos este facto para que se não estranhe o insistirmos em os descrever mais miudamente do que se- — , rá talvez do apetite da maior parte dos leitores, e de uso em descripçòes desta natureza. Começaremos pelos quatro menores , reser- vando para logo os outros Tem os referidos dois. pilares á superfície exterior oito columnellas [adoptando do latim esta palavra de que carecemos] desde cima até abaixo, sendo porem do fuste interceptada por três cordões em em meio relevo toda a altura a superfície ou anéis que as dividem em Os quatro porções ou andares. profusamente lavrados humanas figuras com monstros , pécie de hierogliíicos , oito intervallos das columnellas estào brutescos que festões e animaes , , pássaros como nas columnellas , comprehendem &c. Tanto nesta es- e cordões — fazem taes , No meio do segundo andar columnas egypcias. estão rasgados nos oito mencionados intervallos outros tantos nichos pilares recordar as inhabitados; os dois meios pilares que parece assentarem no coro só começam com A o 3.° andar tem cada qual seu morador de pedra. e , parte destes meios pilares voltada para o coro foi mascarada com com fim de duas pilastras modernas, que ahi se uniram naturalmente sustentar ao meio da frente do coro « um grande espaldar e docel de damasco e veludo levantado sobre um altar de madeira com um crucifixo de tamanho maior que o natural , e um pequeno painel antigo representando de um lado a Ressurreição e do outro N. Senhora e S. Jeronymo vestido de cardeal intercedendo por elrei D. , João e mais familia real todos ajoelhados sua esposa 3.°, O nomes em letra dourada nas cabeças. » quem devemos esta curiosa nota teve a , fora todo este altar mandando Sr. boa com e A. M. Couceiro , os a lembrança de tirar que não permittia gosar tão bem da archite- , imagem para uma das capellas da igreja e guardando o importante painel n'uma das capellinhas do dormitório. O coro foi como dissemos concertado em boa parte depois do terremoto. Talvez que só desde esse concerto é que se lhe arranjou ctura , a a balaustrada que deita para a igreja. sem entre cada dois acroterios arquca a sacada para fora com triglyfos três arcos Consta de ó ella sustentada sobre : cinco um baixo do coro. É este sufíicientemente género torzc painéis St." ; Agostinho Alem : doze ; — os mesmos pilares — Ha no coro actualmente costados ás paredes latcraes , , obra de o de S. Jeronymo e outro de moderna de pouca importância. , pintura destes estào ahi mais dois quadros por baixo. dos espaçoso e espaldares servem de moldura a qua- do apostolado todos de descendo , guarnecido de cadeiras de espaldares de madeira de bordo valia neste dorico friso metopas e ornado de cabeças de victimas dahi uns troços que vão terminar em misulas nos dois c por balaustres Defronte dos meios pilares alheias. e um , e duas imagens do Senhor Ires órgãos: pequeno dois grandes en- (jue hoje serve. — No que tem muitas e excellentes vozes, lô-se Manuel Machado Teixeira de Miranda o fez e o acabou no anno de 1781. == O da Epistola, igual ao outro em rico lavor, parece qne se não chegou a acabar, e tem este distico Kc.'"" grande do lado do Evangelho, = = D. ir. Diogo de Jesus Jardim sendo bispo de fazer este orgào no anuo de O orguo pequeno era Pernambuco mandou 1789.= da ca|)ella real da Ajiiíla , e foi p(>lo governo cedido á Casa Via pela extincção da Patriarclial, a lim de servir ao uso das orfaãs , c está no logar do altar que se tirou fora ao p6 do meio pilar da Epistola. do coro eram primorosamente illuminados por Frane se guardavam por baixo do segundo é fama cisco Na parede do lado opposapropriado. logar em epistola da órgão dahi communicaçâo para o que davam duas portas as ainda estão to da É uma delias baixa cruzeiro da igreja e para o claustro. e a outra mais alta e altura de uma pessoa e de verga horisontal Os livros de HoUanda , , — — — , com um curva tras HS J O ornato , em cima que representa entrelaçadas as vários logares do edifício. vêem em outros como o do resto da que tecto é se igreja , let- de abobada abatida , e todo de artezôes, que se estribara nos capiteis dos pilares e paredes lateraes. Os capiteis são guarnecidos de folhagens e um ábaco , cons- um donde partem correspondentemenos quatro artezôes para cada lado, que vão encontrar nas naves lateraes com outros quatro, que na parede se reúnem em umas mísulas ou antes troços pendentes semiem cujos socos [lisos na lavrados de nacellas enroscadas cylindricos tante apenas de toro ou bocel ; as columnellas te aos intervallos entre , , parede da Epistola e cobertos de folhas na do Evangelho] se vêem ainda argolões de ferro, que servem de suspender os individuos que vão sacudir e limpar as paredes e tectos. Os vãos entre os referidos troços correspondentes aos pilares es- com janellas , cujos vidros não acreditámos terem sido As do lado da de cores ainda que assim no-lo querem affirmar. As da epistola ficam mencionadas na descri pção do frontespicio. parede do evangelho, situadas mais alto, são menores c de volta inteira , sem impostas e com lavores singelos nas hombreiras e archi- tão rasgados Em voltas. — baixo ha deste lado sete pequenas portas, — contendo por cima outros tantos nichos cobertos por elevados e nobres baldaquins, cada um de sua feição á parede bresahindo pyramides , &c. com — ; e porem todos arrendados e de laçarias com os remates superiores em cruz , , so- lizes Estes nichos servem ás vezes para se coUocarem que os mencionados baldaquins servem de chae mais cinco que ficam debaixo do coro [três das quaes se não vêem] dão para uns cubiculos que servem de confissionarios não tem dentro sabidas mas apenas umas castiçaes minés ! — luzes a Essas sete portas , : , grades ás quaes chegam os penitentes por outras doze portas que lhes correspondem para o claustro. Deixemos porem o corpo da —O — igreja , e caminhemos para o cru- chão que se piza é todo lageado de ladrilhos de HoUancoUocados em sentido diagonal das paredes , e freda , roxo e azul Vejamos primeiro os dois quentemente empregados neste edifício. zeiro. — , pilares polistylos que se enfileiram da com os outros menores do corpo igreja. Cada um delles pôde considerar-se como resultado de quatro deixando era cada um mais baixos os nichos menores enfeixados singellos que nos primeiros mencionamos. Alem destes ha aqui nas , quatro reintrancias da união outros tantos nichos maiores de balda- quins , mas também sem coroados de uma santos. — Em cima não tem espécie de ábaco circular formado de capiteis um : são ovalo or- nado de meias laranjas sobre dois filetes e guarnecido por um listeificando ornados de folhagem os saimeis donde partem não só os O do artezòes como os três arcos correspondentes ás três naves. lo — ; meio, sobre cujo fecho se vêem entre duas espheras as armas poré de volta mais ató onde podemos apurar com a vista tuguezas denomina Wiliis que desses e é o arco elevada do que a inteira; — , , ou chega ainda talvez a curvar um pouco para dentro, Os outros dois e constituo quasi a volta de ferradura á mourisca. serem mais para essencial que era o subido, lateraes são de ponto — Stilted ardi, estreitos tendo a daram mesma altura. Juiito a estes pilares polistyllos os frades encostar dois púlpitos modernos e com man- escadas , na- turalmente porque ficavam longe do povo os dois riquissimos em esculptura contiguos á capella-mór e da fundação primitiva. Diz-nos o Sr. Couceiro que quando administrou a Casa Pia tinha incumbido a pessoa entendida o tirar fora esta prova to dos frades ; e testemunho do máu o que infelizmente não chegou a realizar-se. 4 * gos- VII. A ABOBADA do ciuzeiro de Belém é o])ra ainda mais digna de admiração do que a da casa do capitulo na Batalha. E a desta menos abatida e tem setenta e duas braças quadradas , quando o cruzeiro conta onze de largura sobre sete no sentido longitudinal , e vem assim a dar maior superQcie sustentada sem o auxilio de um só pilar. Ha no tecto uma combinação de artezòes que se vão estribar nos dois pilares polistylos e nas misulas que ao 2.° pé do arco do altar mór correspondem aos saimeis daquelles nas misulas dos cantos do mesmo cruzeiro que ficam na mesma linha 3." nos lechos dos arcos , também de volta das paredes das naves principalmente — 1."* — inteira , — das capellas lateraes. Antes de entrarmos nestas vejamos o que ha de mais notável na correr das paredes. Em cima aos lados do arco da capella mór, espor deitatão duas grandes janellas de volta redonda , pelas quaes As linhas claridade. rem para o nascente, entra de manhã muita de duas eixos os baixo por do meio de cada uma destas correspondem que capiteis, de coroadas e columnas lavradas sustentadas em misulas , — , , tinham destino de servir de peanha a duas imagens. mencionadas columnas divide dois altares, sendo — Cada uma das os quatro vasados em por igual na parede com excellente lavor de pedra roda e ten- , do por cima a esphera armilar e as armas de Portugal. No vão dos mesmos altares antigos estão outros de talha dourada no gosto mose tem apossado. N'um delles ha uma imaJeronymo feita de porcelana muito reverenciada dos devotos e admirada por todos os entendedores. Aos lados da capella do cruzeiro da banda da epistola ha mais dois altares quasi no mesmo gosto architectonico dos quatro mencionados e também n'um derno gem que d'aquelles , de S. — , , , No estado idêntico. topo fronteiro correspondem áquelles duas portas — lavor contemporâneo. Conduz uma que é a mais próxima do altar mór, á casa cujos arcos são de excellente d'estas ultimas portas, — No pedaço de que dá entrada para a escadaria que por dentro da própria parede conduz ao coro. Por cima desta estão devolutos dois nichos de baldaquins arrendados a que corresponque serve de e a outra deita para a crasta. sacristia face contigua está outra porta , , dem mesma no outro braço dois similhantes situados na altura. Voltaremos a entrar pelas portas de que falíamos ; mas pri- meiro tratemos das duas capellas dos topos do cruzeiro e da capeila mór. Tem cada uma daquellas sua janella ao nascente a do lado da epistola tem de mais na parede do sul a luneta aberta mo- — dernamente vista : , como mencionámos tada e dourada com um — , to ahi deslocado ; [III]. Desta não se pôde gozar a uma tapagem de madeira muito porque tem na boca cortinado ao meio mas por ; pin- nosso gos- muito vencer a todo o custo cer- e conviria mal entendidas dos habitantes de Belém para desembaraçar esta capella de todos os objectos que lhe deviam ser estraDentro está um presepe a que uma balaustrada impede de nhos. chegar sem licença a examinar os túmulos ahi existentes dos fdhos de D. João 3.°; a saber: dos principes D. Filippe e D. Aflonso e da Infanta D. Isabel e D. Brites dos infantes D. Diniz e D. António e dos principes D. ftlanuel e D. João pai de D. Sebastião cujos corpos alli jazem dois a dois pelo modo que os mencionamos alem de um cenotaphio contendo ossos que muito tempo depois da batalha de Alcacerquibir se disseram ser os de eirei D. Sebastião e tas devoções — , ; , , ; — , ahi figuram como taes porquanto a sua vinda intuito de acabar de com ainda , foi no tempo dos Filippcs os ossos natural de D. João 3." gueza , A de uma naturalmente tentativa de independência. Também mulher de Carlos ahi jaz depositada Uma sepul, íilho 2." de Inglaterra. igual balaustrada, está patente: mesma sorte tem cinco altares, porem também os túmulos que encerra — Ficam os restos raortacs do cardeal rei entra, e aos lados dois túmulos os dos infantes e alguns quadros de pintura. quem com a rainha portu- outra capella fronteira, apezar de guarnecida da frente de duvidar do arcebispo de Braga D. Duarte o que nella ha de mais notável são em , delles a crença numerosa dos sebastianistas patriotas quem arreceavam alguma tura raza contem que muito se deve cm D. Fernando e D. António n'um dos outros os J). Luiz e D. Carlos de D, Duarte e sua irmaã D. Maria. Também jaz o cardeal D. Af, ; como é sabido inda era criança de oito annos quando fonso que recebeu do papa a dignidade do cardealado. , , Todos estes nomes constam dos epitaphios que pela maior parnão podem lêr por estarem encubertos debaixo dos painéis a óleo, dos quaes dois são de algum mérito. Por cima destes fizeram te se na parede uma mármores de espécie de platabanda de lavores modernos de vários cores e alguns embutidos co gosto do artista que tal fez. — , que também accusam o pou- Antes de passar á capella mór deve chamar-se a attençâo do a dois riquissimos púlpitos embutidos nos ângulos cora primorosa esculptura nos peitoris e baldaquins. O do lado do Evangelho foi levado em modelo de gesso para França pelo architecto aspectador Taylor que mencionámos. — VIU. Ao chegar-se á capella more branco separa do em mór que uma cruzeiro, balaustrada de már- indagador esquece-se o curioso Vé-se circumdado de mármores polidos de vauma columnata jonia o rodea e sobre o entablamento rias cores cada uma de 16 columnas: a abobada desta fica outra corinthia é apainelada de almofadas de mármore, formando meia rotunda da banda do sacrário. Nos intercolumnios da ordem superior se vêem no retábulo três painéis e seis janellas rectangulares e iguaes a que respectivamente correspondem na inferior, 1." o sacrário entre outros dois painéis [attribuidos ao celebre pintor portuguez Lopes que está Belém. , : , — , do tempo d'elrci D. Joào 3."] — — 2." aos lados e por baixo das pri- meiras duas janellas superiores outras duas iguaes quatro restantes outros tantos vàos na parede, cos, nos quaes se res , pella cada mór Iharina , uma com por ar- elefantes anões do sua coroa aberta de metal diz Siguença em e por baivo das mármore cinzento de quatro grandes urnas iguaes de mármore de co- vêem sobre Cintra [Stink-slel.nl ; sustentados que foi mandada em cima. vez da primeira que titdia sabido pequena São estes túmulos de elrei — Esta ca- fazer pela rainha D. Ca- D. Manuel e D. João 3." cm demasia. e de suas res- pectivas mulheres as rainhas D. Maria e telhanas, como Manuel ossos de D. D. Catharina ambas , tudo se vê dos competentes epitaphios latinos, cas- — Os mulher foram para ahi trasladados a 18 e sua de outubro de 1551 depois de acabada a capella. No período de trinta annos pois tantos havia que se , fizera o consumara de todo na Europa a revolução da architeJá Buonaroti havia sanccionado a restauração completa da ctura. architectura greco-romana. Nesta capella mór é que julgámos tecruzeiro — , se — riam só parte architectos italianos apóstolos do novo estilo trium- , phante. Aos lados do altar mór ha duas portinhas que dão para escadas de caracol que conduzem aos cupulins do telhado. Atraz delle faz-se no- um tável tiães , grande sacrário chapeado de folha de prata lavrada de bes- tendo na porta em meio cceli relevo a adoração dos reis ma- gos, e lendo-se por baixo: o PRÍNCIPE D. PEDRO QVE DEOS GVARDE DEV ESTE SACRÁRIO A ESTE REAL MOS TEIRO DE BELLEM NO ANXO DE 1675. Ha quem diga , não sabemos se com fundamento crário obra da celebre artista Josefa d'Ayalla d'Obidos. — Está sobre um ser este sa- , conhecida por Josefa de mármore de vários embuti- assento um pequeno arco se entra n'um baixo cubiculo alumiado por uma escaca lumieira no qual estão alinhados três caixões de defuntos. O do meio, em que está o corpo do desdos , por baixo do qual por — , graçado D. Aífonso , conserva-se de ordinário fechado. 6.°, Diz-nos o quando tomou posse da igreja como administrador da Casa Pia o achara aberto, e o mirrado cadáver de elrei quasi sem o vestido de cavalleiro da ordem de Christo que tivera sobre o habito de S. Francisco, em que estava amortalhado também rasgado e com alguns pedaços de menos. O Sr. Couceiro mandou fazer outro vestido de cavalleiro mandou vestiu-o sobre os restos da mortalha forrar o caixão de novo conservando a chave sob a sua guarda. Hoje tem-na o sachristão que delia s'aproveita para ganhar espórtulas aos curiosos a qual será mais avultada se elle levantar a cabeça do cadáver e a deixar outra vez cahir com grande tombo. Nos outros dois caixões jazem depositados n'um o principe D. Theodosio Sr. Couceiro que — , , , — , , contra as disposições da ultima vontade de seu pai elrei D. João 4-.° que ordenou fosse para S. Vicente de Fora e no outro a infanta D. Joanna. Estes últimos estão sempre abertos , e quem quer vai ahi com mãos profanas remecher os ossos já em monte e augmentar o numero de andrajos a que se vêem reduzidos os seus vestuá; , rios. Indignação! Horror! ! Nem , mais forças temos para nos expli- car a tal respeito. Fujamos deste logar. IX. Passemos lar em , gosto da igreja É e sustentada ao , redor do qual parece que , espaçosa ; — meio por arte- um segundo o primeiro destino , pi- de- do lavatório, para que se julga fora esta casa destinada. uma commoda onde se guardam os paramentos que via ser a pia Tem em á casa que serve de sachristia. mesmo zoada no redor como em Mafra sendo porçào das riquezas da igreja de veludo carmezim que se diz bordado em parte pela rainha D. Catharina que o doou ao convento. Ficam por cima quatorze antigos quadros pintados em madeira contendo a \ida constituem , digno de memoria de S. Jeronjmo também — — uma que c pelas paredes outros um do de nenhum valor. — Ha ahi entre duas janellas de columnas que deitam para o nas- cente três portas, sa , , um caj)itulo devia conduzir para a sacristia e ca- quando se fizessem ; porem (jue hoje dá apenas jinra que serve de lavatório; diz outra porta para a crasta ou claustro inferior, c a terceira conduz a uma escada para cima. Cabe aqui fazermos menção da custodia que pertencia a este naturalmente o íilho do jioeconvento e foi feita jior Gil Vicente [ cubiculo, — — do primeiro ouro que se diz trazido de Quiloa por Vasco da Gama quando pela segunda vez voltou dos mares da In5 ta cómico ] , Foi essa custodia doada ao mosteiro por elrei D. Manuel em verba do seu testamento. Hoje guarda-se na casa da moeda dia. uma em para onde veio quando tudo se recolheu em 1833. linhas de defeza dações e do réis feitio —O Lisboa para dentro das seu maior valor procede das recor- porquanto o peso doiro não excede a , 233^600 segundo lemos no folheto do Sr. abbade Castro. Outras raridades nomeadas existiam neste mosteiro, como eram na livraria os ricos volumes da celebre biblia que elrei D. Manuel lhe doou, escripta primorosamente minuras tão rico ; o Mestre das Sentenças como a Biblia, &c. em pergaminho com dourados e um volume em quarto grande —O , de o remetter a Napoleão titulo ; primeiro mas foi ficou illu, não levado por Junot, de posse delle. a Foi á viuva desse general que o marquez de Marialva o comprou por quarenta mil francos, que deu o governo de Portugal para resgate deste senho — Hoje existe na Torre do Tombo. A casa da lide gosto moderno e actualmente occupada pela aula de deo pavimento é tem a porta de entrada no claustro de cima objecto roubado. vraria , : , um pouco elevado um pilar de pedra. de ladrilho e tentada por ahi um painel de S. a abobada de tijolo ó no meio sus- — Jeronymo. — As : Entre vários quadros distingue-se estantes com livros que não passaram para a bibliotheca do palácio das cortes foram transferidas para uma sala no extremo do quarteirão do Noviciado ^ aonde estão em ordem 1500 volumes, alem de 3800 apartados para terem o destino , que for para os alumnos. designado pelo governo visto não serem de utilidade — vros de cantochão, coro ; Nesta sala também hoje os grandes liem pergaminho, que estavam no existem manuscriptos dos quaes infelizmente não resta tempo em que um só inteiro ; porque houve alumnos tomaram a liberdade de lhes cortar as ricas illuminações e de rasgarem folhas para fazerem chapéus armados e talabartes aconteceu. , os corruas &c. de brincadeira ! Isto parece iucrivel ; ma? X. Alem das duas portas para a crasta inferior situada Batalha c Alcobaça , zeiro e sachristia ha a outra lado do norte mando dos : que vem , principal como na , a ser a do cru- situada junto da torre do hoje chega-se a ella penetrando na portaria e to- em vez de subir a grande escada que conduz á sala — Entrando á direita reis. — , ao norte da igreja esta porta e seguindo veem-se do lado direito e por baixo de uma o claustro cinta em frente d'arabescos que segue o cordão das mísulas as doze portas que pertencem aos çonfissionarios que descrevemos [art." IV. j no interior da igreja formas iguaes às das que para ahi deitam. — , c com Segue-se outra maior que conduz ao coro e ao terraço. A largura da crasta interiormente nào chega a três braças e o comprimento anda poK vinte tudo de abobada e tecto artezoado. Deila para o jardim, que ílca no meio do quadro, uma arcaria de que assim como as coseis grandes arcos por lado cujos pilares lumnas assentam em stylobato, por ahi se profundam mais de uma Cada arco só braça, sendo tudo la\rado de arabescos e bestiàes. por si nesta profundidade tonstilue uma pecpicna abobada, debaixo da qual íicam (l(! ordinário dois sustentados ao meio por um pilar, e , , — , — um cada Em inteira. um coroa, ora to, as cinco chagas, um ha , um M, um &c. Do S R, — olhai uma S, um havendo as vezes só , as palavras em recorte As ouManuel Rei. os lizes , , e dos quaes lhões, com Oriente se com diz , a probabilidade os quatro heroes portuguezes também em meda- que significarem o tinham ido quando lá isto é, ao que parece, o Gama e seu irNicolau Coelho e Pedr' Alvares Cabral. Este ultimo busto con- ahi chegava a construcção mão toda — também quadrado. Nos cinco gran- e seguidamente quatro bustos o sol linha horisontal tufica que tem no meio ora ordem de Chris- des pilares fronteiros ás portas dos confissionarios vêem-se em — cruz da Pela banda de dentro vè-se a mencionada cruz o S ; no vão que ignorámos a significação. duas letras designam sem questão tras — máximo baixo do arco entre os dois interiores maiores uma meio por uma columna delles ainda é subdividido ao do com volta firma a tradicção, ; pois está de cara voltada para o lado opposto ao commemorando assim o seu afortunado descubriraento das terras occidentaes ou Brasil. Nos outros pilares continuam a ver-se emblemas de elrei D. Manuel esculpturas de santos symbolos da paixão sol, de Christo des , &c. , — , , Seguindo-se pela crasta ficam á direita as pare- tendo ao meio de cada guença por , destes ficam elrei D. João uma 3." capellas concluidas no primeiro que se segue de deita para a sachristia e um porta tapada a pedra e cal retábulo lavrada , , segundo Si- Aos lados que de que restam os vãos. , , uma banda a porta sem quadro e do outro uma com um pilar ao meio e duas , imagens de pedra aos lados. Esta porta devia conduzir para a capeila imperfeita ou casa do capitulo ou quer-que-era de que ainda se vêem os restos ou começos com duas janellas não acabadas para a rua de S. Jeronymo. Junto fica outro retábulo correspondente ao antecedente nomeado. Aos lados do altar do seguinte lanço fica uma porta que devia conduzir á cerca ou ás outras casas que se accres, , , — centassem, e do lado opposto lhe corresponde outro retábulo jo espaço abriu ultimamente se mencionados retábulos estava delles do celebre Campelo. uma passagem. Em cada em um — um —A cudos quadro de pincel conhecido, ura respeito dos outros quadros não achá- mos bem concordes Virloys Volkmar e o illustre A. da Lista dos Artistas com os senhores cónego Villela e abbade Castro que a tal respeito escreveram. Não seremos pois nós curiosos tão pouco en, , , tendedores que accrescentaremos as duvidas que melhor decidirão artistas abalisados bem familiares com os differentes pincéis. Contigua á porta novamente aberta fica a do refeitório em correspondência no mesmo claustro á outra grande por onde entrámos. — No siste canto visinho do jardim está em um lavor antigo, leão de uma fonte ou chafariz mármore branco despejando para — Ao meio do pateo ou jardim ha um , que con- ura tanque de repucho com as- ao qual se chega atravessando o grande tanque por meio de quatro pontes de lagedo em correspondência ao meio de ca- sentos á roda da lanço. , O que nào se contentava no entender de Siguença com pouco pois achava as cellas pequenas é das boas peças que todo ladrilhado do tijollo de Hollanda branco e elle tinha visto menos duas que um lanescuro. Tem de comprido dezoito braças refeitório , ; , — , — Sustenta a abobada sobre de largura três sobre dois comprimento sentido do seis mísulas de cada lado no com pinazulejado tudo é quaes dos debaixo por cordoes de pedra as ditas Entre &c. Egypto José no de vida turas finas dos passos da ço da crasta ; e meia. e , — , , do lado de fora cinco janellas abatidas mísulas se abrem Na parede duas ordens de columnas. de hombreiras compostas nas e ao fim da casa fronteira está ao meio um pequeno púlpito de resa uma portinha que conduz á cosinha. Esta é boa como era a de to- — nos vãos , dos os frades ricos, e tem agua boa c mui notável chaminé. XI. ExTE>SA em demasia chepou primeiros amena — — íamos a confessar que mais aqui miúda a descripçuo , e somos os e artistica do que litleraria e mais exacta do que variada no estylo e limada na frase. escrevendo e dando para a impressão a colheita de cada que faziamos ao convento e que fornecia as idéas para um caNa undécima começámos por voltar ao meio do jardim e dahi examinámos em derredor o que assim melhor poderiamos des- visita pitulo. , crever. um Cada dos grandes pilares no nivel do andar de cima todos os outros vinte arcos da segunda — , seu nicho ordem dos claustros tem uma gárgula e exceptuando os dos ângulos sustentam com uma estatua. é igual ao da debaixo : — O numero porem dos as archivol- tas sao recortadas. Aos pilares inferiores respor.dem em circular estriados tes ao seguimento sobre o do meio gio de sol. tem sabida phalto. — , rosca , tendo da platibanda também em cima do terraço; mas sem figuras: ao lanço septentrional Nestes acroterios veem-se as aguas outros tantos de base , — acroterios corresponden- fica actualmente carrancas um e biqueiras reló- donde do eirado superior que agora se forra de as- eí^iii 37 B^Í^« Por uma porta correspondente á da entrada principal passa do claustro superior se também se chega em rainhas baixo á qual Tem chama-se assim por conde Portugal até o Sr. D. João 6° de todos os reis corpo inteiro , pela grande escada principal mais moderna. a dita sala dos reis o tecto de madeira ter os retratos em para a grande Sala dos reis , e e igualmente entre copias dos retratos das duas que mencionamos existirem na aula de desenho um quadro ; , , Sendim representando o Duque de Bragança conduzindo pelo braço a Rainha sua fdha e S. M. I. sua esposa. Os retratos mencionados até D. João 3.° foram copia de outros em meio corpo, vindo Sr. dos, por dadiva, de um dos antigos paços reaes. Estes últimos ahi se conservam pelas paredes de um corredor das nobres casarias do noviciado ou hospedarias que ficam por cima do refeitório. Visinha á Sala dos reis e sobre casa que servia chão na qual , se Jeronymo S. nario Geogr. ha uma amontoados no a capella dos Passos guardam , em corpo inteiro dos principaes religiosos da orem virtudes e lettras mencionados no Diccio- retratos os , dem de de antecôro , do padre tem servido de base meados distinguimos Luiz Cardoso [V. Belém] a trabalhos posteriores. — , cuja descripçào Entremos por elle no- D. Fr. Braz de Barque ahi poderia copiar quem os quizesse dar á estampa como era de justiça. Parece-nos todavia que estes quadros [que nem fazem parte da igreja, nem são necessários aos alumnos] deveram passar á Academia de Bellas Artes, a quem toca exios dos celebres escriptores ros e Fr. Heitor Pinto — , gi-los, para os salvar na sua E nichos aos lados da portaria entendidos , medo — Só por despehediondos carões acobreados que se acham dida olharemos para dois em coUecção d'algum vandalismo. tempo de acabarmos com ás crianças a [)arte descri ptiva. mostrando-se para metter nojo aos , e curiosidade a mentecaptos. , Leem-se por baixo duas inscripçòes latinas as quaes dizem que um dos brutos representa Hercules e outro Júlio César. Só a leigos de sacola seria tolerado o consentir taes papões para ver se ncgoceavam ás esmolas mas foram frades Jeronymos que viviam n'um mosteiro todo , ; , artístico, quem mandou pôr, disfarçando tanta vergonha cora a tradição de que os taes monstros tinham sido achados n'um entulho. Acredite-o quem quizer, mas não nos defendam a propriedade da boa collocação de taes bustos hórridos, ao pé de uma portada magnifica. alli os — Duas palavras para acabar. apossa de quem contempla dos navegadores olhos tanto esplendor v. este O sentimento profundo que se grande monumento levantado aos portuguezes (|ue riípjcza , illustraram o mundo com o a estatua do infante D. Henrique avul- tando no meio do quadro mais aparatosa (pic todas as obras fazem achar propriedade; na applicaçào que ao edilicio se lembrara de dar uma inlelligencia superior, ridade com — essa o mestre de Sagres , a mesma que hade passar á postecuja memoria mandou nesta pra- — a de perpetuar este monumento as glorioca levantar um padrão, passadas , dando-lhe actualmente a semarítimas sas recordações « Fundar ahí uma eschola para a prámarítima. guinte applicação tica da navegação e um hospital de marítimos inválidos e beneméri- collocar, presididos petos, e aproveitar das suas abobadas para ahí os heroes portuguezes todos de bustos , os Henrique D. infante lo que se illustraram na Asía , na Africa e na America. XII. Nâo poderíamos hoje dar por concluida a relação do mosteiro de Belém se não aditáramos algumas informações acerca de um dos mais benéficos estabelecimentos existentes nesta capital ao qual foi , cedido aquelle edifício por decreto de 28 de dezembro de 1833 , e Presamos a opportunidade de fallar da que destinada principalmente ao amparo e que actualmente o occupa. instituição da Casa Pia 6 dos institutos devidos á illustração educação dos órfãos desvalidos quando moderna. Aos annos de 1780 remonta apenas a sua origem , , foi estabelecida no castelio de S. Jorge. vasores francezes foi Tendo — sido abolida pelos in- restaurada no convento do Desterro cm 1811 , mencionada transferencia. Encarregado nesta ultima epocha o Sr. A. Maria Couceiro da administração da onde esteve á ató ultima Casa, tratou logo de fazer appropriar o antigo convento ao seu novo , evitando comludo que se fizessem nellc mais deturpações destino antes procurando existentes. reparar ou — Fez desmanchar conserva ndo-os n'um andar de cima rem assim , só lanço disfarçar algumas já modernos, e cm todos no quanto possivel vários fronlaes e labi(pies no claustro inferior, [cuja cantaria está infelizmente toda caiada] por se- necessários para o arranjo dos dormitórios ou camaratas mandou fazer alguns rasgamentos no interior , e esdos alumnos merou-se em que os encanamentos se aperfeiçoassem e houvesse no edifício aguas bem repartidas e com abundância e preparava-se a receber maior numero de alumnos quando o decreto ultimo para a reorganisação do estabelecimento fixou em mil o numero dos órfãos comprehendendo quatrocentos do sexo feminino. Depois em 15 de fevereiro de 1834 foi anexado a este o instituto dos surdos-mu, : , — Luz o filantropo sueco o coroBorg, falecido depois dos acontecimentos de julho de 1833 por occasiào que ia desta capital como parlamentario ao duque de Cadados, que antes regia no logar da nel A val. J. administração da Casa Pia F. Pinto Basto, e depois foi em 1836 confiada ao defuncto á commissão passou administrativa a cargo da qual ainda subsiste. Em todos estes últimos mezes o numero dos alumnos tem sido de quinhentos e vinte e tantos, dos quaes metade menores de doze annos, entrando porem naquelle numero alem dos órfãos uns tre- — — e quarenta alumnos pensionistas. O numero das tem orçado por tresentos e oitenta contando seis surdas-mudas, sendo daquelle numero metade maiores de quinze annos. Estão os alumnos divididos em 6 collegios alem do dos mudos e as orfaãs em nove. Ensina-se áquelles não só a lèr e escrever; mas ze surdos-mudos, orfaãs — , , conforme as aptidões o desenho musica a , ; , as linguas , e até pas- sam dahi ás escliolas superiores como a polytechnica e a de cirurgia; porem o maior numero dedicam-se aos officios de çapateiro, alfaiate tecelão samblador carpinteiro latoeiro kc. As orfaãs en, , , , sina-se segundo , , alem das primeiras letras [e a algumas musica e desenho] os trabalhos do seu sexo como fiar fazer meia, cozer, bordar, lavar e engomar, tecer, cosinbar, &c. e as suas propensões — , • os officios de alfaiate e çapateiro. a aprender os alumnos internos jeitas as cadeiras , ; — Nas oíBcinas são só adraittidos porem as aulas são publicas e su, de latim, latinidade ção geral dos estudos grego, philosophia á direc- , bem como o é a de ensino mutuo , cuja casa d'aula feita de novo, próximo ao lanço do claustro que fica para o norte, pôde admittir 500 alumnos. Tem 152 palmos de comprido e 45 de largo , com sete janellas para cada lado de nascente e , — poente gura nero. e , uma tribuna de três arcos sobre a porta do lado da entrada. — , Quanto Os da casa. — Passa por ás ofRcinas é nellas que uma se , em toda a lar- das melhores deste gé- fazem quasi todas as obras tecelões fabricam não só os pannos d'algodão riscado para os vestidos e cubertas da cama, toalhas de mesa dos órfãos de am e outro sexo, fãos também não como é lavada pelas orfaãs. O calçado dos ór- a concertar, e a roupa toda até objectos para a venda. vai fora a fazer — As nem officinas de latoeiro , ferreiro e serra- tem por sua conta toda a obra necessária á illuminação da cidade. A comida é a mesma para ura e outro sexo tem alrao- lheiro — ; 72 réis o gasto diário de cada economia ao desinteressado zêlo dos illustres membros da actual commissão administrativa , e á probidade e cuidado do actual director. ço jantar e céa , e regula-se por — Muito alumno. ; deve a casa em Nuo entraremos em mais essencial dar idéa para mais regulares do paiz insistindo-se em particularidades. um — Aproveitámos dos estabelecimentos o de educação do qual muita vantagem se poderia colher, em promover antes que este reino , de e aperfeiçoar o' ensino das cousas em acha atrazado comparação das outras nações europeas. Uma eschola agricola e florestal tão somente na parte pratica teria todo o logar tendo o edifício tão boa cerca para se exercitarem. Aqui se poderiam crear bons caseiros, que com os primeiros rudimentos das lettras e destes conhecimentos especiaes se espalhariam com vantagem pelas provincias. Os oííicios de encase — — , , — dernador e entalhador, ainda que demasiado communs em Portu- podiam também dahi receber um reforço ao seu aperfeiçoamento. A gravura de madeira conviria talvez introduzir-se. Para as orfaàs ha quem diga que devera a educação ser menos mimosa do que é tem-se observado que com raridade se tira dahi gal — — , — : de servir. Também lembraremos a respeito dos alumnos tanto órfãos como educandos á sua custa o pouco cuidado que se tem dado á gymnastica muito principalmente á nata- uma boa criada , , ção, estando o para a saúde mar , , tão perto, e sendo este exercício tão conveniente e aceio nossas lembranças — e até muitas vezes , São estas para a vida. nascidas de bons desejos ; mos de reconhecer vantagens na educação que não de que deixese dá neste estabe- e lecimento ainda para os que fossem destinados a mais elevadas funcçôes; e pela nossa parte não duvidámos de recommendar a muitos pais de familia que não se pejem de fazer aqui educar como penos seus filhos no que ganharão sobre os outros collegios sionistas em , economia, vantagem de ser a educação homem que hade entrar no tormentoso pélago do mundo sem outros recursos alem da sua actividade afim de que não se veja completamente estranho aos primeiros contratempos e revezes da sorte, como quasi sempre succede aos que educados até aos 14 annos em mestras de meninas passam dahi A tutela de um pedagogo que para gozar a pensão pecuniária menos vaidosa e a quasi todos levarão e mais própria para o ; , os amima e os perde fazendo-lhes todas as vontades. em commum —A educação vantagem de dar aos alumnos uma primeira idéa do que são os homens , este mundo e a sociedade. leva a 6 « WOTAS. I. foi »- Pf "^»'_;_ « BataC. d...inada u poblicar-se Mafrí e , e achimos tt."urin':o:arer'r^^:.-r^aao. ,^u...>..., nas Provas acham da HUtoria Genealogrca T" 2- MaM 1605, ^P"?Siguença, o da ««^-«arch do ti. arcmvo tencentes ao Cor/JO Chronologtco designamos: que logares guardados nos ^^S^^ P-^J- TorL do « dee„. S Tombo, j-^^^. e ahi ^ Lourenço J Alvará para se entregarem ^Ojl"'"Yf jN^^embro de 1511 12 de INovem convento. Fernandez para as obras do dito ^(Parte 2.^ , Maço 29 , Docum. 72;. pertencia haver na 2.» Dito para pagar ao convento ^J^^t^J^J^^^^^/M. 36 Doe. lOj. I5j de í »%d« De^embro ^^^^^ casa da Índia. ^^ p,^,^^^^^ 3.0 Dito para os -[^^^^^^ as suas para quinhentos F a em de q nta^, alem .^''XSntl' m. de qu.ntaes p ^^ três mil e quinhentos -De l.o -De o pro Is desordens que cometeu para Roma.-De 2. de appellando e diligenda vinci!i perturbando certa Novemirro de ,5l3-f P- l^^^^^/ ' de pagar iseiito /o dito convento que ^nto 5." Bulia do Papa Leão X, por ^^^ ^^^^^ ^ lo|6-(^' de ' ' 24 de betembro dízimos. 40:000 r.^ por ^^^j^^i, P^^_ P res se^raU^e 6.«> Alvará para se darem a ^le.xo ^^ ^ de as vidraç^ para ez q"e ferro j^ conta das grades de ^ t' la-m«ír.-De 2 de Abril de 1523-rP. t„ sabido Esta capei a-mor era a ^^-^^^rrtll^rJatl^a^úii^I^bVe f -De Lgundo di., \^^ lj\ N. B. pequena em demasia gosto moderno, P^^^^^^^^^Yc^ua^de construiu se desmanchou e f sua^una^^^^ ^/^'l^^\^ da jogares do« ainda Signença, e se vê deCastiluo. mandando dar mil cruzados a João 7 " Alvará Seten.bro He l522-rP. 1.% M. ^«; ^^^[^jj'^'';^^^^^^ dasobras da Batalha. — De 4 de Junho de 1523 — i^- " f í^iu. esmola.— 25 mo.os d^trig ^ 9.0 Dito para se darerr. ao convento ^^ De 23 de Maio de ^^^'^ ('''^^^Z^t^-J,,; a de/peza p^r. ^i: vii r Uias ^ 10.^ Dito para se darem a Uaspar M. 5 , 1. , 16 de Maio de l634-ri das obras do dito convento.-De Doe. \ 43). a elrei sobre a composi- 2í . ção U.o Carta do Licenciado T.v,«nndn Pardozo lierui„ ^'^'•"^^^p^^";^ do Dr. 1 edro Xriu^er dos padres com os herdeiros , , ácc. - De 30 de M. 89 , Doe. 72;. T Ji^ k;-;-! íP sentença que alcançou na a cUei sobre a Àffo.so "e •'"'VJoVi IJita "• ^"; 12. resDoito da dizima do pescado.— L-»'P Rota contra o cab.do da se de ^^^ „,,. .,,;. ^de ' j*í; Dezembro 1558-r^„ de 11 De Pires [de 4 de 'j, pio-ro 13.0 Ditas de homem das «^';''\ •'j^lj;,,^ .«,. G5 e 167;. J Manuel Jol. hope,.^(Lw. 15 de D. Abril de 1514] e a João • fd7D \ '^ /^ .' ^^^P" Entre as obras de Castilho em Coimbra talvez se devam também enumerar os claustros do mosteiro de Santa Cruz, c o risco da cappella do Sacramento da Sé velha. Esta ultima porém foi continuada depois da sua morte e pode ser que concluida no anno de 1566 que no tecto delia se deixou exarado. Quanto á época do começo das capellas imperfeitas eis o conteúdo da verba do testamento de elrei D, Manuel. «Item rogo muito e encomendo que se mandem acabar as capellas da. « Batalha^ naquella maneira que melhor parecer, que seja conforme a ou* »í tra obra, e asy lhe dem entrada para a Igreja do Mosteiro da milhor maM neira que parecer e mandem mudar para ellas , sendo primeiro de todo " acabadas e asy seus altares, e todas as outras cousas necessárias ElRey « D.Duarte (^uefoy o primeiro principiador delias, e assy elrey D. Afíunso i( meu thio e ElRei D. João que Deos aja , e o Principe D. Afibnso meu , n. sobrinho » Fácil é deduzir que tendo sido começadas cada uma das capellas com igualdade por elrei D. Duarte e ainda sem destino determinado receberam-no provavelmente em tempo de elrei D.João 2.° ou D. Manuel quando estando já determinadas as leis da armaria se disposeram no? tectos os respectivos escudetes e emblemas. Consulte-se o que diz o sábio A. da Memoria da Batalha p. 219 do T. X. da Academia. — : , II. O assumpto deste capitulo carecia de maior desenvolvimento em que ainda não julgámos opportuno entrar, nem o devíamos fazer aqui no espaço de unia nota. Com mais vagar diremos com os factos e documentos o que era a associação secreta de todas as intelligencias architectoriicas, a influencia que chegou a adquirir na Europa , e que não deixou de se estender até Portugal. A ella se deveu a perfeição a que chegou a architectura chamada gothica , ou segundo outros perpendicular , e melhor ainda se dismais absoluto, do que o antecedente são sera vertical^ que neste sentido as linhas magistraes delia. A sua classificação em grande considerando todos os paizes principaes onde aquella associação influiu ainda está por fazer. Para a Inglaterra só predomina a deRickman, seguida porBloxam; a qual tem pouca applicação á Península Hispana. Se uma tal classificação geral estivesse feita, pode ser que nu cld&be geral ziz Dehasedzz: ou Degenerada ::z. se pudesse comprehender o género ou estyllo, cujos caracteres deduzimos de Belém e dos outros edifícios nomeados; aos qnaes poderíamos ainda accrescentar o convento de Jesus em Setúbal , a porta do Amparo á Mouraria Para a nota fiinal reservamos algumas explicações acerca (n." 23), &c. de vários vocábulos architectonicos e sua synonimia. , — — III. De duas estampas do exterior do mosteiro no século passado ; uma acompanhando o retrato do marquez de Pombal por occasião da expulsão e embarque dos jesuítas, e outra do Almanach de Lisboa de 1794 publicado pela Academia vê-se que já então os arcos eram fechados e estava feito o óculo na caixa do cruzeiro. O que porém ainda não estava tão adulterado era o quarteirão por cima dos ditos arcos ^ pois ainda se distingue nellas a regularidade primitiva que hoje a custo se descobre e que procurámos exParece também que a principio o vestíbulo moderno para a entrada terminava em cima n^um frontão e não em casinholas como hoje. E aqui insistiremos de novo seja embora malhar em ferro frio na conveniência da organisação de uma sociedade romo a de Oxford para tomar á sua conta a conservação dos monumentos nacionaes. Ahi apareceu ha mais de um anno o nome e a gente para uma ^ mas ficou sd no nome e na plicar. — — gente, (iuando muito para seo;uir a regra geral trabalharia em fazer e diso sangue quente arrefeceu-se e o cutir os estatutos e no fim delias cançou enthusiasnio couverteu-se em descoroçoamento. Assim tem acontecido a muitas sociedades que nestes últimos annos se tem constituído quasi só para causa disto não está somente na inacção irem innocentes para o limljo. dos associados mas ainda mais no nenhum caracter official que os seus trabalhos tomam. Fosse uma tal associação protegida pelo governo, consultas: A : no modo de dispender com gosto e amor d'antiguidade os seis conque as cortes aprovaram para a conservação dos monumentos, e ahi estava um excf Uente modo de lhe dar consideração e vida. Em verdade muito teria que contar uma tal associação se se propuzesse a levar ás camarás legislativas um relatório de como se tem ido o dinheiro que ellas imaginando que o alto pensamento que presidiu tão piamente approvaram Enganaram-se peessa dotação seria comprehendido com amor artístico. lo menos da nossa parte não podemos entender o system.a que hoje se segue para a supradita chamada conservação. l'ois seria acaso com intuito de concorrer para a conservação do frontispício venerando da Sé de Coimbra que sobre as suas velhas paredes de tufo meio esboroado e por cima da sua porta principal se levantou uma torre de alvenaria rebocada e se inçaram uma porcanella alíiuns sinos, ou foi só para fazer uma obra ridicula? Será por ventura para bem do mosteiro que não tem outro nome. ria da Batalha que se remataram de novo os coruchéus que foram todos derrubados pelos raios, sem lhes pôr conductores? Será para a conservação que se raspam as pedras nos restos que os raios tinham poupado, como para fingir que tinhíim sido os coruchéus de todo feitos de novo? isto em quanto nem ao menos se lembram de engenhar um telheiro provisório para as riquíssiLouvará alguém que em Alcobaça se legitime mas capellas imperfeitas levantaram um teo máu go<ito dos frades, que lá para o seu commodo lhado sobre o eirado da igreja rodeado de ameias? Não era mais de artista, em vez de fazer telhado novo , tirar fora o velho e ladrilhar o mesmo eiraNão valia isso a pena? Valia, vado como elle devia ser na primitiva? lia , mas é que os mesmos homens é que não valem para tudo. se-a este tos de réis — — : — — — ! — ! — IV. — — A respeito da propriedade do vocábulo espelho que Fr. Luiz de Souza adopta, cumpre não esquecer o reparo de que elle na sua applicação porquanto deu explicação da metáfora referindo-a ao convento se enganou da Batalha, que em vez da rosace isto é do óculo ou do tal espelho circular das guitarras tem uma fresta oujanella das outras com a só diíferenra de ser maior. Fr. Luiz escrevia naturalmente em Bemfica , e não tendo bem de cór esta particularidade excepcional da Batalha , imaginou que devia de ser redondo o vão conforme a regra geral. GLuanto á inscripção que está sobre a porta de entrada no vestíbulo moderno, e que por tanto também é moderna e de pouca importância, não deixaremos de a transcrever para satisfação de algum curioso. :, VASTA MOLE SACRUM DIVINiE IN LITTORE MATRI RK\ lOSUlT RKGUM MAX1ML8 EMMANUEL. ALXIT OPUS IIERES REGNI, ET PIETATIS. UTERQUE STKLCTURA CERTANT, RELIGIONE TARES. O testamento de elrei D. Sebastião que citámos na pag. 20 acha-se o de quasi todos os outros reis c rainhas, nas Provas da Ilisivria Genealógica, como VI. A respeito das cadeiras do coro devemos especificar que ha nellas alguns meios relevos primorosamente entalhados, dos quaes existem já «Iguns modelos em gesiíO na aula de Desenho da Eschola Polytechnica desta capiUma particularidade se não deixa de notar nestas cadeiras que é o tal. poder-se nellas levantar certas taboas em que os frades se encostavam, e estavam mui rommodamente sentados, parecendo a quem de fora os via estarem de pé. O que não inventariam frades! — VIL Não podemos ver os epitaphios latinos das sepulturas mencionadas 27 e 28], e por isso os não daremos: no que aliás nada se perde; porquanto certos ou errados se encontram na Historia Genealógica. Alem de que ainda ouando conseguissemos dá-los melhorados na possivel probabilidade de correcção, por tal forma que fizessem sentido grammatical [o que falta a alguns como por ahi correm], são elles de tão ordinária composição, segundo a opinião dos assim nas idéas como na forma de as expressar, bons latinos, que não pode interessar a estes e menos ainda aos leigos. Abaixo publicaremos os da capella-mór , que pessoalmente copiámos com escrúpulo e fidelidade , o que até agora se não tem feito. Tpag. — VIII. Epitaphios da capella-mór. 1.° Tumulo de elrei D. Manuel. LITTORE AB OCCIDVO. GlVI PRTMI AT) LVMINA SOLIS EXTENDIT CVLTVM. NOTITlAMaVE DEI. TOT REGES DOMITI. CVI SVBMISERE TIARAS, CONDITVR HOC TVMVLO MAXIM VS EMMANVEL. 2.'* Da rainha D. Maria sua mulher. MARIA FERDINANDI CATHOLICI CAST. REGTS. F. D. EMMAMVELIS. LVSIT. REGIS P. F. INVICTI CONJVX MIRA IN DEVM PlbLTATE INSIGNIS, AC BENE DE REPVB. SEMPER MERITA H. S. E. 3.0 De elrei D. João 3." ^ PACE DOMI BELLOaVE FORIS. MODERAMINE MIRO AVXIT JOANNES TERTIVS IMPERIVM. DIVINA EXCOLVIT. REGNO IMPORTA VIT ATHENAS. HETC TANDEM SITVS EST. REX. PATRI^aVE PARENS , 4." Da rainha D. Catharina sua mulher. CATHARTNA PHILIPPI SITAN. REGIS. I. CAST. REGIS. F. JOANNIS III. LVINVICTI CONJVX MAGNI ANIMI PI PRVDENTI^ SINGVLARIS ET IN P. F. ETATÍS EXIMIA COMPARABILIS EXEMPLI REGINA: . H. S. E. IX. Beleni] procede das recordações e « 0*seu maior valor [da custodia de a 233:600 reis segundo leexcede não d'ouro peso o porquanto feitio, «do «mos no folheto do Sr. abbade Castro." que nos arrepender Logo depois de imprimirmos estas linhas tivemos indagar o facto ; evitáraMoeda da áCasa propósito de ido havermos de não como errata que se mos com isso a inexactidão delias e o considera-las deve substituir do modo seguinte. . j , marcos, entrando os esmaiseu peso total é de quasi trinta e dois peso que o seu valor real , ao tanto acodem não que « tes que a ornam , e nove mil cruzados. Poreni a mao «isto e' só do ouro, não seja superior a esta peça para Portugal «d'obra e sobre tudo as recordações constituem i «O «um verdadeiro monumento impagável , — complemento do de Eelem.» auctorisados assumpto tão curioso quizemos fallar ao publico original que diligenciámos o seguinte documento , cujo isso para Em :, _ e toi fica em nossa mão. F. A. de Varnhagen tendo-se eiicarregado do txtincto Convento de Eelent) , e descriptiva de redigir uma memoria da custodia de ouro do tendo duvidas sobre o veidadeiro valor intrínseco V. S.a que se sirva mandar que se lhe passe por lUustrissimo Senhor, ri: mesmo Convento =:P. a certidão opezo da mesma a custodia quando deu entrada na repartição obtendo uma idea exacta do cargo de V. S.^, afim de que o supplicante possa descrevê-la livre de tod« » j^^^')^'^valor da referida custodia Francisco Adolfo de Varnhade 1842. Maio de 4 I^ishoa R requer. Casa da Despacho. z=z Passe Certidão pela forma que se gen. Fernando José Maria interinos Provedor == O 1842. de Maio de 4 Moeda de Magalhães, Escrivão da dos Santos.rzCertidão.rrJoséPruno Xavier pelo da Receita e Uespeza Conferencia e Registo, interinamente servindo o livro primeiro que nesta revendo que Certifico &c. Moeda da da Casa E M = ^•'- — = = — remover mandados para se escripturarem os objectos preciosos e casas religioe pertencentes aos exlinctos conventos que em data de noentrada a escripturada se acha três folhas a nelle sas deram diversos objectos preve de Julho de mil oitocentos trinta e cinco de Belém , e entre estes se enconciosos pertencentes ao extincto Mosteiro sua respectiva descri pçaoe do tra a custodia doada por clrei D.Manuel-, a mesmo Mosteiro , que havia do ouro custodia de Uma , theor se-ruinte estado em que se acha trinta sido doada por elrei D. Manuel, pesando no E para constar passei a presente e um marcos, sete onças e seis oitavas. com o sello de que usa esta sellada vai em virtude do despacho retro, e José dois Lisboa seis de Maio de mil oitocentos quarenta e casa serve para a mesma casa, — — repartição. Bruno Xavier de Magalhães. izrLogar do Sello. a celebre Outra obra também inseparável de Belém em recordações é pergaminho em lolio com de volumes de sete Consta manuscripta. biblia velho e novo testamento e vários ornatos e illuminuras. Comprehende o qual loi executada commentarios de Nicolau de Lira que dirigiu a obra , a lundaFlorença nos primeiros annos do reinado do armilaespheras armas, das se vô como elle destinada , &c. nas suas folhas desenhadas. por vários artistas e era já para dor •, res , em NOTA FINAL. Glossário de algims termos respectivos ÁBACO. — É coroa o capitel. a parte superior Na architectura que clás- pode servir de caracteristico das ordens bem como na romântica dos estylos ; pois nesta ultima é elle ás vezes a única parte do capitel descuberto e sem folhagem. ABSIS. Esta palavra latina está adoptada para designar o fundo de meia rotunda nos topos do cruzeiro, e principalmente no altar-mor. ACROTERIOS. São os ornatos que rematam os frontões elevando-se nos seus ângulos. Igualmente se dá este nome a quaesquer remates que tenham pedestal , ainda quando não estejam sobre frontão. sica , — — á architectura. —O que é coberto de painéis. [V. este termo]. Tecto isto é, , cheio de molduras na pedra ou estuque. nei). — — ARABESCO. Ornamento para enriquecer as superfícies planas em pintura ou baixo relevo. O seu nome procede da demasia com que o empregavam os árabes na Hespanha. Como a sua religião prohibia as pinturas e desenhos de animaes, substituíram as faxas de arabescos aos bestiues e brutescos ARANGÕES — Com q. v. , ou ARRINCÕES. nomes ouvimos os mestres que trabalham na Pena em Cintra designar o que nós, fundados estfS dois Nas baiaustravlas dá-se o nome de acroterios aos postes situados de distancia em distancia entre um certo em melhor iiuctoridade, chamamos ar- numero de balaustres. Aos dois meios balaustres que os acompanham dos lados^chamam alheias. to que no som se aproximam mais com o correspondente vocábulo in- do tem- — Acurva interior desde o arco de uma imposta até á outra. ARCOS. — Distinguem-se varias ADITO. — O logar sagrado plo que entre nós christãos corresponde nas igrejas ao altar- mor. — AGULHA. (Franc. aignille Pináculos redondos e mui estreitos ou em geral quaesquer ornatos delgados, compridos e aguçados na extremidade. Ital. gtigliaj. AGULHEIROS.— (Lat. co/»m6aa , Ingl. ptitlog-holcs Franc. trous de houlins). São os buracos deixados nas paredes para sustentar os bailéus ou os andaimes. ALÇADO. Vej. Monte'a. Na cantaria cortada ou refeudida (em Ingl. rusiicated) ou n^alguns tectos tanto de pedra , como nos apainelados de madeira , são os parallelogramos relevados. ALPENDRE. Pórtico sobre pilares ou columnas diante da porta de ?-í — ., — ALMOFADAS. — — — Moraes. algum APAINELADO. — (Do Ingl, paedifício. tezões dem : todavia aqueilas palavras pomais genuínas, vis- ser talvez as glez Groins. ARCHIVOLTA. — [Do Franc. e Ingl.] espécies , entre os quaes considerare1.*^ o semicir- mos com especialidade cular ou de volta inteira , ao qual se encostam o crescente, a ferradura, o empinado e o segmento. 2." Os arcos de ponto subido ou pontc-agudos , vulgarmente chamados gothicos , os quaes são, conforme a abertura dos seus lados , agudos , equiláteros e obtusos. Ha também arcos achatados, que comprehendem o sarapanel , e muitas formas desde a verga horisontal até o semicírculo. Nos de ponto subido devem contar-se os revirados, ou formados em perfil de duas molduras chamadas talões (ogee em Inglez] os recortados , Sfc. ARCOBOTANTE. — (Fr. arcSão boidant ^ Ifg'* archbuttressj. os botareus que sustentam sò as pa- — redes por meio de um arco que a else vai encostar. Na Batalha não faltam ; e por detraz da capella-mdr da sé de Lisboa ainda se vêem vários , e no Carmo também. las ARRENDADOS. — Ornatos e la- que pelas suas muitas voltas , entrançadas fazem recordar as rendas. Vid. Laçaria, Vej. araizgões. ARRINCÕES. ARTEZÃO. Usa-se ordinariamente do plural artezões. Nas abobadas antigas são as faxas relevadas ou almofadas estreitas e continuadas que partem dos pilares e seguem pela abobada segundo as convenientes direcções angulares para bem a sustentarem , deixando células de permeio que se fecham com pedras de Vej. arangões e ordinário lizas. vores — ribetes. — — — Adoptámos este vocábulo bein cia com preferencomo o adje- ctivo artezoado [groined] porque os achámos nos clássicos citados pelo Dicc. da Academia. Jacintho Freire apaido «Tecto da capella nellado com ai-tezõcs e molduras,»» e Fr. Roque do Soveral da «for- falia . . . — mosa abobada com seus a7tezões.j^ Franc. dos d''ane). ASNA. — (Em — Disposição angular formada por duas vergas para cobrir um vão de porta, janella , »Slc. en\ vez de arco ou de verga horisontal é o exl remo do arco ponteagudo , bem como esta ultima o é dos sara paneis. Usa-se também ás vezes da asna para cobrir canos : — suterraneos, pontes estreitas, ATLANTES. — Figuras «Slc. ou espéde entatuas usadas em vez de columnas. Este nome era o dos romanos. Os gregos chamavam-lhe telamoneSy ccaryatidcs ou pérsicas quando as estatuas eram de mulheres. BALAUSTRADA. Parapeito formado de uma fileira ou renque de balaustres que sustentam uma cimaIha , corrimão , para fazerem nm anteparo, resguardo, peitoril, &o. cies — BALDAaUIM. — (Ital. baldac- chino , Lai. umbrandujn , Franc. lambiis Jng\. canopy ^ Aliem, /anape). Espécie de docel de pedra que cobre principalmente os nichos. BANDEIRAS. (Franc. vcjf,, Ingl. tractry). E a parte superior das frestas , ás vezes sustentadas por maincis ou pilaretcs , que apprcscnta — ,) — — ornatos de laçarias e arrendados, &.c. Foi termo com muita propriedade e vantagem introduzido pelo eminentíssimo A. da Memoria da Batalha. BESTIAES. Lavores em meio relevo na pedra , ou principalmente em metal, de figuras de animaes, &c. — DiíFere de brutescos e arabescos, q. V. Vej. gárgula. BIGLUEIRA. BOCETE — BOSSETE. — (Fr. ou — Florão ou ornato arredondado que cobre as intersecções dos artezões, corno pregando-os ao tecto, ás vezes substituído por um pendente^ e outras appresentando um bossete Ingl. boss). , esciidete, q. v. BOTARÉU.— (If.gl. butircss, Fr. Lat. orthosfata, Sfc.) Reforços collocados de distancia em distancia nas paredes , e caracter essencial da architectura chamada gothica. Antigamente eram lisos e quasi como pilastras , como ainda se vêem alguns na sé de Lisboa ^ depois foramse fazendo de andares recolhidos á proporção que subiam [como em Belém] e também ocos por dentro para dar boutoir logar ^ e a escadas; a eapellas neste ultimo caso vêem-se na Batalha. A's vezes também em portuguez lhe cha- mam designam mui gigantes, l^egves commummente os pilares das pontes, que se eque arrimam aos ás vezes ser- vem de iaUia-mares. Arcobotante [q. nome gené- v.] édifferente. 22s</íèos é quanto ajuda a suster. Alguns dizem gruiescos derivando de gruta. Porem não éessa a etymologiapara que estamos auctorisados mas sim a de brutos ou figuras de monstros, liesiiães é quasi o mesmo; mas deve applicarse mais aos lavores em metaos. CACHORRO. É qualquer corpo sabido da parede com destino de sustentar ou ajudar a supporíar pezo superior de uma cinialha &c. Em Franc. corbcau Ital. corbelrico para tudo BRUTESCOS. — •, — , ., /o Ingl. corbel CAM PANA RIO. — (Ingl , , 6fc. — . s/rrp/c, Franc. clochcr). O seu «iestiiio é só de conter os sinos ás vezes fica por cima das torres. Também se dá este nome á jnnella do sino, que mell)or vemos substituir, por Fr. Cláudio da Conceição, pelo nome hespanholndo à^iyeniana. CA RY ATIDES Vej allania. : . — — . 7 * — Adj — OrnaCOGULHOS. — plur. — Franc. crochets Lat. har— Ouvimos d'alguns mesd'obras na Batalha nome que adoptámos, á de melhor- — São COGULHADO . . do de cogulhos. (Ingl. s. crocJccts , ^ pagiiietuli). este tres falta certos ornatos nas arestas dos coru- chéus, pináculos, &.c. em forma de ou antes de meios repolhos seguidos em linha. A's vezes também folhas ornam las as voltas das portas, janel- &c. CHAROLA. — Dá-se , este uma nome a gaileria ou corredor quasi semicircular que percorre por detraz do como se vê na sé de LisAlcobaça, Thomar , &c. Q-uasi sempre havia charola quando acapella-múr acaV)ava em absis, q. v. altar-mór boa em , , CORUCHÉU.— (Ingl. ch moderno ant. broa- Franc. epier A massa pyramidal que na ^'c.J architectura da idade media remata as torres ou campanários. Na Batalha é ainda nomeado o coruchéu da Cegonha, que um raio derribou, e se trata de reparar. Diziam-se telhados acoruchados os que se erguiam muito empinados conio no palacete dos Meninos de Falhava, e no telhado provisório que está na igreja de Belém suprindo o coruchéu. CRESCENTE. É o nome dado ao arco maior do que o semicircular. Differe daferradura em que nesta os dois lados são em linha recta apertany e — spirc \ , — O em baixo. crescente foi introduzido pelos árabes talvez como um symbolo tirado da sua religião e de do seus pavilhões. CRYPTA. — Palavra grega, que caverna ou subterrâneo servia de carneiro e algumas vezes de fcignifica : , capella. — — CUTULA. (Lat. tholus). Cobertura elevada , de ordinário semispherica , sobre um edifício ou parte delle. A's vezes a cúpola forma a baze ou parte inferior de um zimbório ^ para o soco de qualidade em queella assenta está proposto o nome tholabata que explica a significação. \ey frontão. especial EMPENAS. — EMPINADO Arco— é -, o nome de que nos lembramos para traduzir o Stilted Arch de Willis , que designa o arco que não começa logo das impostas , mas cuja archivolta se empina primeiro e só depois arquea. ENTASIS. uma palavra grega adoptada para designar nas co- —E lumnas a sua barriga ou não adelgaçamento regular debaixo para cima. ESCUDETE. Ornato empregado como os florões e bossetes , porem com os escudos ou distinctivos da arDiz-se em Ingl. scumaria , &c. — — tcheon , Ital. scudo , e em Franc. écusson. V. Florão e Sossete. ESPELHO. Vid. óculo. ESTRIAS. (Lat. síria, Franc. cannelures, Ins}. flutings) Os vãos ou meias canas que ornam verticalmente a superfície das columnas. A. dos Artefactos chama-lhe ast?-ías. Vej. botaréu. ESTRIBO. — — . — O — FERRADURA. — Veja-se crescente. arco e — São os ornatos em FESTÕES. relevo que representam grinaldas de folhas e fructos , &c. Costumam ser mais grossos no meio e vão estreitando para as duas extremidades. DiíTere pois de arabescos, q. v. FLORÃO. E o termo mais geral que comprehende os bossetes e escudetes. Porem era melhor restringir-lhe a significação á etymologia , para quando o ornato seja uma flor. — FOLHAS. — (Lat. cusps). cuspis — As extremidades , Ingl. ou rema- tes chatos dos ângulos salientes nos ornatos recortados. São umas vezes lanceoladas, outras floreadas, «Stc. Também se dá o nome de folhas (Ingl. feathcrings) aos pequenos -arcos abertos que formam os vãos interiores das bandeiras , Sfc. FRESTA. E o nome que adopta sempre Fr. Luiz de Souza para as janellas esguias e ponteagudas da architectura chamada gothica. — — FRESTÃO. — Augmentativo de empregamo-lo especialmente quando o augmento é em altura, pois que na largura , passado certo termo , o numero de maineis ajuda fresta ; a fazer idéa desta. FRONTÃO. Ingl. pedimentj. — (Franc. fronton — Figura quasi sem- pre triangular que orna não só exte- riormente a frontaria dos edifícios, como as portas e janellas cuja verga co- —É mais usado ou antes quasi roa. indispensável na architectura clássica, na qual o frontão consta , 1 .^^ da 2.^ cimalha que Ibe fdrina a baze ;, dos dois lados que o fecham em angulo superiormente chamados empenas'^ 3." do espaço intermédio ou tympano , ordinariamente occupado O com frontão paesculpturas, &c. rece dever a sua origem á forma angular da tacaniça causada pelo encontro das aguas lateraes do telhado. FUSTÃO. — Fuste mui alto capitel nem baze ás vezes. e sem — Foi no- que adoptámos , ouvindo-o a um mestre de obras entendido , e pode também suprir em portnguez ovaulting-shaft dos inglezes. Fustão significava antigamente um varapau. FUSTE. O corpo da columna ou pilar. (Em Ital. fusto , e em Franc. /uí, em Ingl. shaft. Alem. schafty naturalmente do Lat. scapus^ derivado do Grego). GALILE. Tinha este vocábulo varias accepções ; porem o sentido como passou á nossa língua é o que Fr. Francisco Brandão lhe dá na Mon. Lusit. Part. 5.^ Liv. XYI cap. 68, me — — — onde , fazendo uma dissertação sobre a sua origem e etymologia , explica como não se enterrando outr'ora os corpos nas igrejas usavam para isso dasgalilés, que eram nos pórticos ou alpendres. Não vemos citado exemplo algum de galilé em Portugal:, e Aragão se lembra omesmochronista nomeando um destinado ao cesó de mitério dos frades no Mosteiro de S. João de la Penha , que tinha o mesmo nome de galilé. GÁRGULA. É palavra mui usada em portuguez por todos os mestres d^obras para designar as biqueiras sabidas, que despejam a agua dos aljerozes ou canos dos telhados. Termina de ordinário em uma carantonha ou outro qualquer monstro, e ás vt'zes em figuras de frades ou outros homens em posições mais ou menos decentes. Nascapellas imperfeitas da jjatalha e na igreja do hospital das Caldas vimo-las nós deste ultimo modo. O termo deriva sem questão do inglez (jnrgoyle ou (jarglc ou dofrancez gar<j(millc e serve para confirmar juntamente com os outros vocábulos, taes como botareu mainci , «Stc. co- — ,• , mo do centro da Europa vieram a Portugal os mestres que na idade media trouxeram a architectura das igrejas. Também se lhe chama carranca^ e simplesmente biqueira quando não tem ornatos. GIGANTE. — Vej. hotareu. GOLA REVERSA. — Vej. íaZão. GRILHAGE. — Vej. parapeito. GRIMPA. — Franc. girouette — Bandeira ou figura de ( Ingl. vane). , metal plana, que se põe para remate nas torres e altos do edifício, veleta. (Moraes). — JORRO ou JORRAMENTO. Pendor, alambor, ou declividade que seda ás muralhas para sua maior for- — Em taleza. Mafra tos dos pavilhões, e os embasamen- em Alcobaça uma alta parede do século passado tem grandes jorramentos. LAÇARIA. Esta palavra ainda que pareça derivar de laços, veio quanto a nós para o portuguez do inglez lace que significa renda e vale o mesmo que arrendado ou rendilhado. — *, — LUMIEIRA. aualquer fresta que serve para dar luz. LTZES. Ornatos em forma de flor de liz. Vej. meta. — LUNETA. — Vej. LUZES. — (Ingl. óculo. days ^ bays ou lightsj. Os espaços das frestas entre os maineis. — Também racos que seda igual nome aos bu- em forma de clarabóias se dos , quaes nas praças se utilisa para a deVej. Luiz Serrão Pimentel fensa. o que diz no seu Mcthodo Lusitano deixam no alto das abobadas — pag. 153, MAINEL. — Esta palavra deve duas accepções: a primeira é a que lhe dão os diccionarios de corrimão das escadas: a segunda é a que lhe dá acarta deelrei D. Duarte que vem no Tom. P. 1.'^ pag. 221 das Mcin. da Acad. It. de Lisboa, tratando-se dos do convento daliatalha, onde quer designar os pilaretes que dividem as frestas verticalmente cm duas ou mais luzes, e sustentam as bandeiras de laçarias ou ter ern portuguez — X arrendados. E o Franc. í/ic»tciit.r e o vioyncls das Antiguidades de Westminster por Smith. — — Ornato em forma semi-es- MEIA-LARANJA Jlower). ferica ás vezes com lavores tripartidos meio. lio (Ingl. ball- . —O MEIA-ROTUNDA. espaço fechado por um pedaço de rotunda ió de um lado. METAS. Nome empregado por Fr. Luiz de Souza para designar as guarnições extremas em cima do edifício. Na Batalha, aonde elle as applica , são essas guarnições de lizes , — que os inglezes chamam fZoTudor. MÍSULAS.—(Ital. mmsoZo, Ingl. braclcet , Franc. tasseau , console), São oscaxorros separados que sustentam os arcos das abobadas que vão ter ás paredes, e por isso quasi sempre correspondem a uma colurnna ou pilar em que fica o outro saimel. Às vezes também as mísulas se destinam a suster estatuas, &.c. K grande erro dizer que são o mesmo que metopas. como as res de — MODILHÕES. — (Ital. Franc. modillions). niodiglio- — São na architectura clássica os cachorros principalmente das cornijas corinthia e compósita., de um edifício ê a sua prej^cção vertical ou desenho geométrico do spu exterior. (Franc. nacclle NACELLA. Ital. scozm, caveíf.o^ Ingl. casement, Lat. [derivado do Grego] scoiia, troMoldura concava , que poehilus). de deixar de ser recta. A palavra nacella é conhecida dos pedreiros, que lhe dão também o nome de meia cana porem este ultimo está mais adoptado 8(5 quando são verticaes, assim como o de estrias^ q. v. NICHO. Qualquer vão na espessura das paredes, dos pilares, &c. para conter estatuas e imagens de santos, »Slc. , algumas vezes ornados de baklaquins ^ q. v. ni^ MONTEA — — :, — ÓCULO, LUNETA LHO fica já dito oa o que é: ESPE- — arosa- em Ingl. rose-ivincatherine-wheel ivindow ou marigold-nnndotv OGIVA. Adoptámos esta pala- ce dos francezes dorv : , — . vra como necessária na accepção da franceza ogive, mais genérica do que a do inglez antigo ogyve ou moderno ogee ^ que significa o arco que tem por contorno duas linhas do perfil da moldura chamada talão ou gola reversa. Ogiva nos significará em uma só palavra o arco ponteagudo ou de ponto subido , vulgarmente chamado gothico. ORTHOSTYLO. — É mo o neologis- adoptado para expressar uma renque de columnas que não formam pórtico, ea que até agora seapplicavasem rasão o nome de pcrisiylo que propriamente designa uma ordem de columnas que cinge á roda um zimbório ou mesmo um edifício todo, formando uma espécie do que em termo vulgar se diz alpendrada. , PAINEL. — (Ingl. c/rwsíone, laroeather-mouldings , ivater-iable , hood- moulding , eem Franc. larmierj. Cimalhas sobre as portas e janellas para evitar que sobre ellas escorra a agua, &c. Aos espaços triangulares entre o painel e a volta do arco , frequentes vezes ornados de molduras, denominam os inglezes span- bel , — — drcls. PARAPEITO ou Muro PEITORIL.— de resguardo quasi sempre com vãos de permeio, de pouca altura, que guarnece em roda terrados e so- Os modernos são quasi sempre de balaustradas ou renques de balaustambém os ha como os antigos tres de lavores entretecidos ou de grilhage , e de grinaldas, &.c. Vej. botaréu. tèas. : PEGÃO.— PENDENTES ouPENDURÓES. — (Lat. pendens). — Ornatos dependurados dos tectos qiiasi sempre nos fechos das abobadas em vez dos bossetes , florões , ou escudetes. PERISTYLO. Vej. em orthosque differe. Os dois mirantes lylo choragicos na meia-laranja da Gluinta das Larangeiras constam de peris- — , tylos sobre stylobatos, — PILAR. E o nome que se dá ás grandes columnas massiças que sustentam as abobadas, PóJe ser enfeixado; isto é, parecer composto de varias columnas , e então se chama polisiylo. PILARETE. — Empregado por Fr. Luiz de Souza para designar os pilares menores, maineis e balaustres. PILASTRA. Pilar ou columna achatada e encostada á parede. PILASTRÃO.— Augmentativo de — pilastra. PINNACULO. — (Lat. pinnacu- ium, F ranc. piiiacle, Ingl. pmnac/ej. — Pequenas torrinhas ou coruchéus estreitos e de ordinário pyranãdaes , que rematam ás vezes botaréus , torres , campanários, São muito «Slc. frequentes na architectura sothica. chamada PLATABAND ou PLATIB AN- DA. — (Franc. platebande). — Faxa ou moldura chata com uma sacada menor do que a altura , mui usada na architectura restaurada. O PLINTHO. — (Lat. plinthiis). — soco dos pedestaes e das bazes das columnas na mesma architectura. Parede que fecha PLUTEUS. — o espaço entre duas columnas como havia nos templos dos egypcios , e é ainda um dos caracteres da sua ar- ra palavra applica-se : PONTE- AGUDO. — Vid. PORTADA. — Porta ornatos em arcos. arcos. grande com qualquer edificio. PORTAL. — Porta principal com tudo quanto a acompanha e enriquece , n*uma igreja magnifica. — Mais applicado PORTARIA. para as entradas de serventia nos conventos. A PÓRTICO. — (Lat. porticus).— parte do edifício que se appresenta á sua entrada, com alguns pilares ou columnas , como no theatro da GLujnta das Larangeiras. As vezes serve de formar o vcsiibido , que nos templos toma o nome Belém o pórespecial depronaos. tico forma pronaos: no theatro deS. Em Carlos forma vestíbulo, q. v. Alpendre é o nome mais próprio para os pórticos menores. PRONAOS. Espaço ou vestibudep;-o enaos. lo anterior ao templo Este ultimo nome designava o espaço útil interior, em qualquer templo grego. RECORTADO. Vid. arcn. ATE (Tngl finial ou crcst) R tí.ualqucr ornato que coroa ou termina superiormente uma peça do edi- — — : EM — fício. rio ^ E — — . mais genérico doquo acrolcaçfulha c zingamocho : a primei- Ingl. RENDILHADO. —Vej. arrendado. E palavra usada pelos AA. das Memorias da Batalha eThomar. REPUXO. É o talão ou jorramento que por uma ou outra banda — — dá aos pés direitos para mais meza. fir- se RETÁBULO. — Obra nas paredes com molduras de caixilhos, para conter quadros , á imitação dos de rihs PONTO SUBIDO. — Vid. , Europa. compostos de vários lar ou fustes enfeixados ou reunidos em feixe. re- Nome revival). dado á epocha em que o gosto pela architectura greco-romana reviveu na madeira. pilastra — (Fr. — RENASCIMENTO. naissance chitectura. POLYSTYLO.— Diz-se assim o pi- mais a vasos e a symbolos sobre um soco ou base segunda a pyramides ou ornatos esguios ; e a terceira ás grimpas, cru- RIBETES.— (Alem.íippen, Ingl. — Franc. nervures). São os artezões quando mais guarnecidos eacairellados de molduras. Vej. ou tierves , artezuo. ROTUNDA. — Na architectura obra interiormente sem cantos, pelo menos no tecto onde toma uma forma semelhante á seAs meias-rotundas são mi-espherica. italiana é uma — SAIMEIS. — mais usadas. (Ingl. springers — As duas ou primeiras pedras de cada lado sobre as impostas , em que a volta do arco se começa a formar. SARAPANEL. Arco achatado ou de volta abatida. Vej. arcos. SEGMENTO. Vej. arco. (Alem. zocke, Ingl. SOCCO. Essocle ou zocle , Ital. zoccolo). pécie de pedestal lizo e sem baze nem springing-stoiies). — — — — cornija. STEREOBATA. — Vej. STYLOBATA. — As duas pala- vras o-regas de que se compõe explicam a sua significação, a qual se restringiu só a servir quando varias columnas tenham um só pedestal, plin- tho ou socco seguido. Não se confun- da com stereohata <|ue deve exprimir o mesmo quanto á baze, porem sem sustentar columnas nem pilares. (Franc. talon ou guctiTAIjÃO. , — Ic rcnvcrsve , iS' Lat. cyma reversa). — pódc comparar a um ás avessas, com as duas curvas mais Moldura que se ou menos distinctas , mais ou menos e mais ou menos inclinadas. , iguaes TELAMONES. — Ve). atlantes. ou TRAVESSÃO.— TRAÇÃO Pedaço de barra (Ingl. transon) de pedra horisontal que divide em andares as luzes das frestas e os frestões, como se vê na Batalha, e no Car- mo desta cidade. TORRE. — Comprehende em ge- ral as partes altas do exterior . que e antigamente serviam á defensa por isso a sua origem é mais guerreira e derivada dos castellos, do que religiosa e deduzida dos templos antigos. Sobre ellas vão ás vezes nestes os coruchéus , e campanários. TROÇO. Toro ou pedaço decolumna ou de outra peça d'architectura. Designa algumas vezes o howtell ou boidell inglez. TYMP ANO Vej frontão ;, — , — . VELETA — Vej grimpa. VENTANA. — Vid. campanário. . . VESTÍBULO. — (Lat. vestihuCerto espaço anterior ás principaes entradas dos grandes ediíicios, ás vezes debaixo de um pórtico. Póde-se também chamar vestíbulo á entrada do palácio da Ajuda. ZINGAMOCHO. Segundo Moraes , que segue a Prosódia de Bento Pereira , deve ser o remate de alguma parte elevada do edifício, ou o que lum). — — — osinglezes chamam hip-knob. Filinto divergiu desta opinião , mas ao que parece foi só por gracejar. ZIMBÓRIO. — Parece-nos — dever- em que esde cupola ta é a parte inferior semi-espherica , e aquelle é a parte cimeira que fica sobre a cúpula , como em Mafra , na se distinguir Estrella , &c. . A muito mais estenderíamos dantemente a significação de todos estas noticias se quizessemos repetir pe- os vocábulos de architectura , principal- por todos os que alguma vez folhearam a tradução portugueza de Vignolhi , e outras obras sobre o que se chama cinco ordens da architectura. Também nos dispensamos de entrar na explicação de muitos nomes exclusivos só aos templos gregos, para mente clássica, já assentados, e conhecidos designar a situação das suas columnas, &c. Desejávamos antes insistir em recolher os vocábulos architectonicos , que bastantes existem em Portuguez mas sem ser escriptos ^ e é neste sentido que convidamos a proseguir no nosso caminho quem se achar de tal modo em contacto com os práticos, tal respeito desde já que poísa ir fazendo colheita delles pouco e pouco. agradecemos quaesquer rectificações ou addições que nos hajam de ser remettidas , o que muito pedimos. •, A 1 Ih Obra$ impressas pela Sociedade. i;- R d' Es- 8/ fr. àO- emThomar. broch. Memoria sobre o Conveato da Ordem de Christo 10 Chronica do Cardeal Rei D. Henrique tado, Memoria . e Vida do Secretario Miguel de Moura, com annotanões descripliva — 1 vol. do Mosteiro de Belém com om histórica e glossário de vários termos respectivos principalmente á architectura gothica. 8." ReQexões sobre a fr. Lingua Portugueza sitano, publicada As partes 2/ t 3.' com : , ^ com uma estampa obra inédita de Cândido Lu- annotacões. 1.' part. sahirão brevemente. 1 rol. 8.' fr. 30 ^ ^1 lí' r- / DO NOT REMOVE CARDS OR SLIPS FROM THIS POCKET PLEASE UNIVERSITY OF BRIEF A/X 0000787 TORONTO LIBRARY 0<í> m Ul] ÊOt- >| Oi ;< =00 CO •«- 3" o CO íMi=! li EB SB. yi - p mp^nRS'^;)^"- :u'j£S9IH9f ilii p^i ^âàtei^ |:.,:,=,.:Jáj| '£" 5 nr 1 Ip ír=h .: •^'