Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
Turismo Cultural, Territórios e Identidades, 2010
Durante cerca de quatro séculos foi o Douro território fronteiriço bastante bem demarcado entre os reinos cristãos e muçulmanos da península. Inicialmente localizada no rio Minho, esta marca cedo recuou e mercê de variadas circunstâncias favoráveis acabou por se fixar no Douro. Nos territórios que hoje constituem a Espanha estas marcas encontram-se bem visíveis, nomeadamente em fortificações de povoações como Simancas, Osma e sobretudo pela fortaleza califal de Gormaz. Estes vestígios são hoje profusamente explorados em termos turísticos, como é o caso da designada “rota de El Cid”. As prospecções arqueológicas recentemente levadas a cabo, como por exemplo em Zamora, têm vindo a corroborar a tese de que não só houve a tentativa de um estabelecimento da fronteira no rio Douro, como também um claro povoamento de populações muçulmanas. Em Portugal e sobretudo nesta região, apenas agora se começam a vislumbrar os vestígios desta época que durante séculos permaneceu esquecida. No entanto, malgrado este olvido, nem sempre casual, existe um espólio suficientemente rico para poder originar percursos e roteiros de grande interesse e importância, quer para o turismo quer para a nossa própria identidade cultural. Ao longo de todo o rio Douro, desde a foz até à fronteira podem ser observados vestígios desta época. Um dos principais pólos, senão o principal, parece ser Lamego e a sua região. A “Estrada da Beira”, via romana de grande importância, ligava o território de Lamego ao sul da península, pela ponte de Alcântara e foi foco irradiador de cultura, riquezas e saberes. Era também a principal via de acesso a Braga e Santiago de Campostela e por ela haveria de passar, na viragem do século X, Almançor e as suas hostes para tomar este importante símbolo da cristandade na península. Os vestígios desta época confundem-se, não poucas vezes, com os de outros tempos, sejam eles romanos, visigóticos, moçárabes ou românicos e prolongam-se no tempo em manifestações de carácter mudéjar... A acuidade terá que ser grande para a sua decifragem e interpretação. Muitas das fortificações foram construídas onde antes eram postos de defesa das povoações castrejas e romanas, como por exemplo no castro da Mogueira em S. Martinho de Mouros ou no próprio castelo de Lamego. Antigas igrejas visigóticas deram lugar a mesquitas e morábitos e posteriormente a igrejas moçárabes, como parece ser o caso do pequeno templo de Balsemão perto de Lamego e S. Frutuoso de Montélios, nas proximidades de Braga. Outras transformaram-se em igrejas românicas, como aparentam ser os casos de Cárquere e S. Martinho de Mouros em Resende e Almacave, em Lamego. Há mesmo notícia de que, após a tomada de Lamego e Viseu por Fernando Magno em 1057, muitos muçulmanos tenham sido escravizados e obrigados a trabalhar na construção (reconstrução ou transformação) de muitas igrejas da região, nas quais os pedreiros muçulmanos acabariam por deixar a marca da sua cultura e religião, como parece ser o caso da pequena igreja românica de S. Pedro das Águias, em Tabuaço. Por todo o lado, ao longo do Douro e sem que seja necessário grande esforço, acabamos por encontrar vestígios e indícios vários desta época de interesse fulcral para a nacionalidade portuguesa e para a nossa identidade particular como povo e civilização. Seja nos monumentos citados, ou outros, na riquíssima toponímia ou na infinidade de lendas e contos e histórias, é todo um mundo que está ainda por descobrir. São assim propostos três roteiros aos quais se atribuíram nomes simbólicos relacionados com a sua especificidade: a rota de Santiago, a rota de Almançor e a rota do Alto-Douro. Afinal talvez seja este o enorme e precioso tesouro das “Mil e uma noites” que guardam todas as “mouras encantadas” que povoam os montes e arribas desta região duriense...
O DOURO NO GARB AL-ÂNDALUS A região de Lamego durante a presença árabe, 2004
«O Douro no Garb al-Ândalus. A região de Lamego durante a presença árabe», é o resultado lógico de algumas pesquisas anteriores, nomeadamente: o estudo monográfico «Boassas, uma aldeia com história» e o trabalho «Boassas, uma aldeia de fronteira no Garb al-Ândalus». Tais investigações indiciavam a existência de um património, aparentemente desconhecido ou, de alguma forma escondido, relacionado directamente com a presença árabe na região, em que Lamego parecia, então, ser o centro fulcral e irradiador dessa influência cultural. De facto, a região de Lamego foi, durante os primeiros séculos do domínio árabe um importante reduto de fronteira. Uma cidade em franca expansão, crescendo em riqueza e importância, que a sua localização estratégica propiciava e que os caminhos vindos do sul da Península acentuavam. Lamego é, então, a única cidade no Garb al-Ândalus que rivaliza com outras localizadas ao longo do Douro, como Simancas; Gormaz e Osma... É feita uma recolha dos indícios (aparentemente) mais significativos e visíveis dessa época, que passa, essencialmente pela arqueologia e arquitectura, mas também pela toponímia e por outras formas de cultura, como lendas, linguagem, usos e costumes. Conclui-se que a presença árabe na região foi, um pouco ao contrário do que é ideia corrente, não só bastante marcante como duradoura e que os vestígios são múltiplos e ainda facilmente identificáveis. Por fim propõe-se ainda, não só o aprofundamento e pesquisa, como também a valorização deste notável património, numa região já de si imensamente rica culturalmente e de grande beleza paisagística, nomeadamente através da criação de roteiros turísticos que levem à sua divulgação, preservação e valorização.
Cálice do Douro, 2016
Research work on port wine. Awarded Honorable Mention on eustory program
Indo além do convencional formato de catálogo de exposição, esta obra procurou reunir um conjunto diversificado de investigadores que, no todo, contribuíssem para uma visão geral e multifacetada do fenómeno cisterciense na região, à luz do conhecimento atual. Treze investigadores aceitaram o desafio, construindo um diálogo com e entre os objetos, as ideias, as formas, os textos e contextos, no sentido de (re)construir ruínas e fragmentos, procurando desenhar uma imagem com maior definição do passado, da memória coletiva e do património.
Uma das produções cerâmicas mais peculiares do al-Andalus é a que se apresenta decorada com a técnica da corda seca, tanto parcial como total. Esta produção de consumo não generalizado tem uma dispersão pelo território do Gharb português ligada às principais vias de comunicação marítimas e terrestres e aos principais centros urbanos. Pela sua singularidade, torna-se um indicador fiável para definir padrões de consumo, relações de intercâmbio cerâmico e rotas de distribuição comercial. O estudo deste tipo de cerâmica no actual território português pode servir de modelo a aplicar às cerâmicas de luxo e é comparável aos padrões de produção, distribuição e consumo de cerâmicas executadas com outras técnicas. Nesta comunicação, apresentamos um levantamento completo deste tipo de cerâmica em território português, de modo a definir séries baseadas em critérios morfológicos, técnicos e ornamentais, para além de se discutirem áreas de produção, de distribuição, bem como as rotas de intercâmbio.
Um dos principais elementos caracterizadores da sociedade islâmica medieval é a predominância da cidade na organização territorial e a sua estreita interligação com o meio rural que a envolve. Esta relação campo/cidade é o resultado de um longo processo de reorganização do povoamento e da sua articulação territorial, a partir das realidades da Antiguidade Tardia. As formas de articulação dessa relação, o raio de influência de cada cidade e a eventual existência de territórios intersticiais fora do âmbito de influência urbana, com marcadas diferenças em relação aos anteriores, são aspectos que importa analisar. Também é importante dirimir, no caso existia um modelo de articulação territorial, se este se aplica de forma homogénea a territórios diversos ou, se existem diferenças regionais marcadas, nas formas de articular os povoamentos urbano e rural. A cerâmica, como mais abundante testemunho material da vida das populações medievais, será um indicador privilegiado para espelhar esta relação entre a madina e o seu alfoz, bem como a evolução da mesma ao longo dos séculos. Partindo destes pressupostos, o Grupo CIGA pretende aprofundar o conhecimento das afinidades e diferenças entre as cerâmicas da cidade e do seu território, na região do Gharb al-Ândalus inserida no actual espaço português. Tendo em conta a dimensão do território contemplado, esta comunicação de síntese debruçar-se-á sobre quatro casos de estudo, centrados em quatro das suas regiões mais significativas: Coimbra, Estuários do Tejo e Sado, eixo Beja-Mértola e eixo Faro-Silves. A análise de carácter comparativo deve contemplar, necessariamente, uma caracterização técnica e morfológica das diferentes regiões estudadas e as características dessa relação ao longo do tempo. A abundância de dados obriga-nos a sistematizar a informação em categorias cronológicas e territoriais apriorísticas, certamente mais rígidas do que seriam as realidades concretas.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
Guia Politicamente Incorreto das Falacias Academicas: ensaios sobre alguns mitos persistentes, 2014
Sansoni, 1961
Napoli, Editoriale Scientifica/Univerisità di Trento, Quaderni della Facoltà di Giurisprudenza, 2022
The European Proceedings of Social & Behavioural Sciences Edu World 2016 7th International Conference, 2017
Utopia as a form of Social Consciousness: the Problem of Demarcation., 2023
Pareti dipinte : dallo scavo alla valorizzazione, 2024
Teaching and Learning Anthropology, 2024
Researchgate, 2021
Tropical Journal of Pharmaceutical Research, 2019
Geriatrics Gerontology and Aging
Indian Journal of …, 2009
Magnetic Resonance in Medicine, 2010
JBI Database of Systematic Reviews and Implementation Reports, 2019