INFORMATIVO TÉCNICO DO SEMIÁRIDO - ISSN - 2317-305X
GRUPO VERDE DE AGROECOLOGIA E ABELHAS
- Artigo Técnico -
Aspectos históricos e geográficos do município de Emas, Estado da Paraíba
Rosélia Maria de Sousa Santos1, Vivian Patrícia Borba Borges Maracajá2, José Ozildo dos Santos3, Almair
de Albuquerque Fernandes4, Iluskhanney Gomes de Medeiros Nóbrega5, Rafael Chateaubriand de Miranda6,
e Patrício Borges Maracajá7
RESUMO - Município de Emas encontra-se localizado na região Oeste do Estado da Paraíba. Por sua
vez, faz parte da Microrregião de Piancó, que integra a Mesorregião Sertão Paraibano. O acesso ao
município em descrição, a partir da capital do Estado, é feito através da BR-230 até a cidade de Patos,
seguindo pela BR-361. O município de Emas faz parte da região polarizada pela cidade de Patos, principal
centro econômico do interior do Estado, que abastece não somente parte do sertão paraibano, bem como
vários municípios dos vizinhos estados do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Quanto aos recursos
minerais, predominam no município os chamados minerais metálicos, que são encontrados em estruturas
geológicas muito antigas da era pré-cambriana, a exemplo do ferro, do cobre e alumínio. No que diz respeito
à climatologia, o município encontra-se inserido no denominado 'Polígono das Secas', apresentando um
clima do tipo semiárido quente e seco. Predomina no referido município a vegetação típica de caatinga
xerofítica, de pequeno porte, onde se destacam a presença de cactáceas, arbustos e árvores de pequeno a
médio porte. Em termos históricos, a ocupação do território do atual município de Emas, teve início ainda no
final do século XVII, promovida por bandeirantes paulistas e baianos, vindos do São Francisco. Registra a
tradição local, que no início do século XX, Joaquim Nunes de Gouveia, antigo morador da povoação de
Emas, desenvolveu os esforços necessários para a realização da primeira feira na localidade, tendo sido
também significativa a sua contribuição ao desenvolvimento urbano da futura cidade. Com parte integrante
do município de Piancó, a povoação de Emas figurou até 1959 quando passou a pertencer ao território do
recém-criado município de Catingueira. No entanto, naquela época, Emas possui um desenvolvimento
semelhante ao apresentado por Santa Terezinha e Condado, que tornaram-se municípios em 1961. E, isto fez
com que despertasse na população local o desejo de também se emancipar politicamente. A população
começou a mobilizar-se, sob a coordenação dos senhores Aprígio Alves Pereira e Edivaldo Miranda, que
encontraram no deputado Antônio Leite Montenegro, o apoio necessário para, inicialmente, transformar a
povoação em distrito, e, posteriormente, em cidade. Ainda em finais de 1961, o referido deputado apresentou
no plenário da Assembleia Legislativa o projeto, que convertido em lei, elevou a povoação de Emas à
categoria de distrito. Posteriormente, o referido distrito foi elevado à condição de município, através da Lei
nº 3.115, de 28 de novembro de 1963.
Palavras-chave: Município de Emas, Paraíba. Geografia. História.
INTESA (Pombal - PB - Brasil) v. 8, n. 1, p. 01-39, jan.-dez., 2014
1
-
ISSN: 2317-305X http://revista.gvaa.org.br
Diplomada em Gestão Pública, especialista em Direito Administrativo e Gestão Pública (FIP) Email:
roseliasousasantos@hotmail.com
2
Bacharela em Turismo pela FACISA – Campina Grande - PB E-mail: borbav@hotmail.com
3
Diplomado em Gestão Pública, pós-graduado em Direito Administrativo e Gestão Pública (FIP). Email:
ozildoroseliasolucoes@hotmail.com
4
Graduado em Geografia, especialista em Educação e mestrando em Sistemas Agroindustriais (UFCG). Email:
pazeluzalmair@gmail.com
5
Jornalista, graduada pelas Faculdades Integradas de Patos e especialista em Assessoria de Comunicação pela mesma
IES. E-mail: yluska.gmn@gmail.com
6
Bacharel em Direito, graduado pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. E-mail:
rafamiranda290885@gmail.com
7
Eng. Agrônomo e Doutor Engenheiro Agrônomo pela UCO - Universidad de Córdoba Espana, Titulo convalidado pela
USP como D. Sc, Entomologia. E-mail: patricio@ufcg.edu.br
2
Historical and geographical aspects of the municipality of Emas, State of Paraiba
ABSTRACT - Emas County is located in the western region of the state of Paraíba. In turn, is part of
the micro-region of Piancó that integrates Mesoregion Hinterland Paraiba. Access to the municipality in
description, from the state capital, is made by BR-230 to the town of Patos, followed by BR-361. The
municipality is part of the Emas polarized the city of Patos, main economic center of the state region that
supplies not only part of Paraiba backwoods as well as several municipalities in the neighboring states of Rio
Grande do Norte and Pernambuco. For mineral resources, predominate in the municipality called metallic
minerals that are found in very old geological structures of the pre-Cambrian era, such as iron, copper and
aluminum. Regarding the weather, the municipality is inserted in the so called 'drought polygon', with a
climate of hot, dry semi-arid type. Predominates in the municipality the typical vegetation of xerophytic
scrub, small business, where we highlight the presence of cacti, shrubs and small to medium sized trees. In
historical terms, the occupation of the territory of present-day municipality of Emas, began in the late
seventeenth century, promoted by São Paulo and Bahia Bandeirantes, coming from San Francisco. Join the
local tradition, which in the early twentieth century, Joaquim Nunes de Gouveia, former resident of the
village of Emas, developed the necessary to carry out the first fair in the locality efforts, was also significant
its contribution to urban development of the future city . As part of the municipality of Piancó, the village of
Emas figured until 1959 when it became part of the territory of the newly created municipality of
Catingueira. However, at that time, Emas has a similar development to that presented by Santa Terezinha and
Condado that became cities in 1961. And this led to awaken the local population's desire to emancipate also
politically. The population began to mobilize, under the coordination of lords Aprígio Alves Pereira and
Edivaldo Miranda, who found the deputy Antonio Leite Montenegro, the support necessary to initially
transform the village in the district, and later in town. Also in late 1961, said Mr presented on the floor of the
Legislative Assembly project, which converted into law, the settlement of Emas rose to the rank of district.
Subsequently, the said district was elevated to municipality, through Law No. 3,115, of November 28, 1963.
Keywords: City of Emas, Paraíba. Geography. History.
1 Introdução
A falta de pesquisas e planos relacionados aos
aspectos históricos, geopolíticos e antropológicos
dos municípios do interior do Estado da Paraíba, nos
remete a necessidade de diagnósticos, com o intuito
de se levantar aspectos regionais e locais. Assim
sendo, o objetivo desta pesquisa é elaborar um
documentário, em versão preliminar, sobre do
município de Emas, narrando sua história,
abordando
seus
aspectos
geopolíticos
e
antropológicos, bem como, identificando suas
potencialidades econômicas e turísticas.
Durante a pesquisa, realizou-se um
diagnóstico
geral
do
referido
município,
identificamos e visitamos vários sítios arqueológicos
e os principais atrativos naturais locais, todos eles
acessíveis através de boas estradas vicinais, que
possibilitam a visitação pública em qualquer todo o
período do ano, sem oferecer obstáculos.
O potencial econômico do município também
foi avaliado. Cortado pelo Rio dos Porcos, o
município de Emas possui um grande potencial para
a agricultura e para a apicultura, que ainda não vem
sendo explorado de forma adequada, de modo a
proporcionar
um
melhor
desenvolvimento
socioeconômico para seu povo.
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As primeiras providências visando o
fortalecimento da agricultura familiar já encontramse sendo tomadas pela atual administração local, que
vem incentivando o associativismo nas comunidades
e buscando parcerias. A iniciativa do governo
municipal já vem gerando frutos no âmbito local:
todos os açudes vêm passando por um processo de
peixamento e uma feira de agricultura familiar já se
encontra programada para o mês de dezembro de
2011.
A presente pesquisa também demonstrou que
o município não somente possui um grande
potencial para o turismo cultural, sendo também
especial para a prática de esportes de aventura, a
exemplo do rapel e da escalada em rocha. As trilhas
na caatinga também oferecem boas surpresas, visto
que durante a época das chuvas a vegetação fica
inteiramente verde, transformando o panorama no
sertão paraibano.
Quanto à história local, foi possível esclarecer
alguns pontos relacionados ao surgimento da
povoação que deu origem à atual cidade de Emas,
traçar os caminhos da ocupação do território, que
datam da primeira metade do século XVIII. No
entanto, reconhece-se que muito ainda há a ser feito.
Deu-se apenas o primeiro passo
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2 Aspectos geográficos do município de Emas - PB
Município de Emas encontra-se localizado
na região Oeste do Estado da Paraíba. Por sua
vez, faz parte da Microrregião de Piancó, que
integra a Mesorregião Sertão Paraibano. Sua
área geográfica e de 240,899 Km²,
representando 0,426% de toda a área do
Estado, e, 7,33% da área do território da
Microrregião Piancó.
O referido município apresenta os
seguintes limites: Norte: Cajazeirinhas; Sul:
Olho D'Água; Leste: Catingueira e, Oeste:
Coremas. Geologicamente, o território do
município encontra-se inserido nas folhas
Piancó (SB.24-Z-C-III) e Pombal (SB.24-Z-AVI), de acordo com Mascarenhas et al. (2005).
Sua sede municipal encontra-se localizada
num ponto definido pelas coordenadas
geográficas de 37º 42’ 57’’ Longitude Oeste e
07º 06’ 28’’ de Latitude Sul, possuindo uma
altitude de 300 m. O acesso ao município em
descrição, a partir da capital do Estado, é feito
através da BR-230 até a cidade de Patos,
seguindo pela BR-361 até a cidade de
Catingueira. Pela mesma BR, após um percurso
de aproximadamente 10 km, entra-se à direita
na PB-312, trafegando-se por cerca de 10 km até
a sede municipal, distante cerca de 361,6 km da
capital (MASCARENHAS et al., 2005).
Fig. 1 Acesso à sede do município Emas, a partir da BR 361
Fig. 2 Chegada à cidade de Emas-PB
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Fig. 3 – Mesorregiões Geográficas da Paraíba
Fig. 5 - Microrregião do Piancó
Fig. 4 - Microrregiões do sertão paraibano
A microrregião de Piancó é formada pelos
municípios de Piancó, Aguiar, Coremas, Emas,
Olho D'Água, Igaracy, Nova Olinda, Santana
dos Garrotes e Catingueira, possuindo uma
área total de 3.285,713 km², o que representa
5,82% de todo o território do Estado da Paraíba
TRAVASSOS;
MACIEL,
(CARVALHO;
2002).
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Fig. 6 - O município de Emas em relação aos roteiros turísticos do Estado da Paraíba
Fig. 7 - Localização do município de Emas no mapa do Estado da Paraíba
O município de Emas faz parte da região
polarizada pela cidade de Patos, principal centro
econômico do interior do Estado, que abastece
não somente parte do sertão paraibano, bem
como vários municípios dos vizinhos estados do
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Rio Grande do Norte e Pernambuco. Em Patos,
a população de Emas busca assistência médica e
educacional. Grande parte do que é produzido
no município é comercializado em Patos.
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Fig. 8 - Mapa da região polarizada por Patos, da qual faz parte o município de Emas.
Fig. 9 –
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Em termos hidrográficos, o município de
Emas pertence à bacia do Rio Piranhas, sendo
parte da sub-bacia do Rio Piancó.
Dentre os cursos d’ água, que drenam a
área, destacam-se os Riachos Catolé,
Pitombeira, do Caboclo, dos Bois, Campo
Grande, das Marrecas, da Goiabeira, da Palha
Amarela, Saco Grande, sendo que o principal
curso d'água que corta o município é o Rio dos
Porcos, afluente da denominada Bacia do Rio
Piancó. Todos os cursos d’água do município
possuem regime de escoamento intermitente e o
padrão de drenagem é o dendrítico.
Existem no município vários açudes,
entre os quais se destacam: Estevam Marinho
(parte do Açude de Coremas), Pitombeira,
Várzea Grande, Frei Martinho, Manga Nova,
Canto Alegre, Várzea Nova, Angicos, Curral
Velho, Pedra D'Água, Espora, Açude do Boi, do
Acioly, Campo Grande, etc. (MASCARENHAS
et al., 2005.
Fig. 10 - Aspectos do Açude Campo Grande, distante 2,5 Km da sede do município.
O subsolo do município de Emas
apresenta algumas fraturas geológicas. Seu
relevo acha-se incluso na denominada 'Planície
Sertaneja', a qual constitui um extenso
pediplano arrasado, onde localmente se
destacam elevações residuais alongadas e
alinhadas com o 'trend' da estrutura geológica
regional2. Assim sendo, o referido município
encontra-se
inserido
na
Unidade
Geomorfológica denomina Pediplano Sertanejo
(Mascarenhas et al., 2005).
Fig. 11 - Aspectos dos solos, nas comunidades Curral Velho e Várzea da Ema.
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Fig. 11 - Aspectos dos solos, nas comunidades Curral Velho e Várzea da Ema.
Em face dessa situação, os solos
encontrados no município de Emas são
resultantes da desagregação e decomposição das
rochas cristalinas do embasamento.
grande maioria são do tipo Podizólico
Em sua
Fig. 12 - Aspectos do Rio dos Porcos, num dos pontos onde o mesmo atinge uma maior largura
(período de estiagem)
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Fig. 13 - Mapa Geológico do município de Emas
Fig. 14 - Unidades litoestratigráficas registradas no município de Emas
Fonte: Mascarenhas et al. (2005).
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Em termos geológicos, o território que
forma o município de Emas pode ser
dividido
nas
seguintes
unidades
litoestratigráficas:
Arqueano,
Cenozóico;
Neoproterozóico; Paleoproterozóico.
Em termos de hipsometria, o município de
Emas apresenta elevações que estão inseridas na
faixa que varia de 200 a 400 m, comum a vários
outros municípios da Microrregião do Piancó.
No referido município, as principais elevações
são as Serras do Melado (ou dos Doidos) e a do
Campo Grande (MASCARENHAS et al., 2005).
Quanto
aos
recursos
minerais,
predominam no município os chamados
.
minerais metálicos, que são encontrados em
estruturas geológicas muito antigas da era précambriana (proterozóica), a exemplo do ferro,
do cobre e alumínio. No que diz respeito à
climatologia, o município encontra-se inserido
no denominado 'Polígono das Secas',
apresentando um clima do tipo semiárido quente
e seco. Nele, as temperaturas são elevadas
durante o dia, amenizando a noite, com
variações anuais dentro de um intervalo de 23 a
30º C. Contudo, ocasionalmente podem ocorrer
picos mais elevados, principalmente, durante a
estação seca, que aumentam a frequência à
medida que se prolongam as estiagens.
Fig. 15 - Aspectos das formações rochosas nas proximidades da cidade de Emas - PB
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Fig. 16 - Potencial econômico, ambiental e turístico
Fonte: FIEP, 2012
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Fig. 17 - Aspectos da vegetação durante o período de estiagem
Fig. 18 - Aspectos da vegetação durante o período chuvoso
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O município de Emas apresenta um
regime
pluviométrico
bastante
baixo.
Ademais, é irregular, apresentando médias
anuais superiores a 800 mm/ano. As oscilações
produzidas pelos fatores climáticos determinam
a ocorrência de variações com valores para
cima ou para baixo do intervalo referenciado.
Como todo município do semiárido, Emas
possui duas estações bem definidas: a seca,
que constitui o verão, cujo clímax é registrado
no período de setembro a dezembro, e, a
chuvosa, que, geralmente, inicia-se em
fevereiro, prolongando-se até junho.
Predomina no referido município a
vegetação típica de caatinga xerofítica, de
pequeno porte, onde se destacam a presença de
cactáceas, arbustos e árvores de pequeno a
médio porte. Contudo, na encosta da Serra do
Melado (ou dos Doidos), existe uma chamada
'ilha verde', alimentada pelo Olho D'Água dos
Macacos, que, durante o período de estiagem,
contrasta com toda a paisagem do município.
Aspectos históricos do município de Emas
A ocupação do território do atual
município de Emas, teve início ainda no final do
século XVII, promovida por bandeirantes
paulistas e baianos, vindos do São Francisco,
que dividiram aquelas terras entre si. Naquela
época, todo o sertão do Piancó era habitado por
tribos indígenas, pertencentes à grande nação
tarairiús, verdadeiros tapuias do Nordeste, que
desde os primórdios da colonização se
opuseram à penetração lusa e à conquista de
suas terras.
Aqueles índios dividiam o sertão
paraibano com os cariris, com os quais, muitas
vezes foram confundidos. Nação formada por
muitas tribos, os tapuias praticavam o
endocanibalismo, ou seja, comiam seus próprios
parentes, alegando “que não havia lugar melhor
para guardar os seus do que dentro de si
mesmo” (BORGES, 1985, p. 35)
Possuidores de uma grande altura, força e
coragem,
corriam
como
um
cavalo,
alimentando-se basicamente de mel de abelha,
“que habilmente tiravam das árvores e
misturavam com o pó moído dos ossos de seus
mortos, para beber” (BORGES, 1985, p. 35).
Habitavam o Sertão do Piancó as tribos
Coremas, Panatis e Icó, e, especialmente no
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local onde se ergue hoje a cidade de Emas, os
Coremas.
No entanto, a presença do elemento
branco desbravador provocou forte reação entre
indígenas da região, que se uniram e resistiram à
penetração luso-brasileira, dando início à
chamada 'Guerra dos Bárbaros'. E, para
combater os índios rebelados nas guerras da
conquista do sertão, as autoridades régias não só
requisitaram os serviços dos paulistas, como
também, chegou-se a institucionalizar alguns
terços paulistas, como foi o caso do liderado por
Manoel Álvares de Moraes Navarro, na
capitania do Rio Grande.
À época, os paulistas eram vistos como
homens capazes de suportar as asperezas do
sertão, bem como fazer frente, pela experiência
que tinham adquirido, aos 'índios bravos' da
região. Vale destacar, que os terços paulistas
eram formados em sua maioria por índios
recrutados junto às vilas do litoral ou mesmo no
sertão.
Com a submissão total dos silvícolas,
ocorrida nas primeiras décadas do século XVIII,
surgiram muitas fazendas de gado na região,
núcleos iniciais das várias cidades, que
integraram o vastíssimo município de Piancó,
até o início da segunda metade do século
passado. Tais núcleos de ocupação humana
derivaram da “conjugação do elemento
religioso, representado pela edificação de uma
capela, como o elemento econômico, apoiado na
criação do gado” (OCTÁVIO, 1983, p. 90).
Assim, inicialmente surgia a fazenda e
nela, com o tempo, era construída uma pequena
capela, em redor da qual, surgiam algumas
casas, dando, assim, início a um pequeno arraial.
A princípio, quase todas as terras
localizadas na Ribeira do Piancó foram
concedidas a Francisco D'Ávila Lins, senhor e
proprietário da famosa Casa da Torre, na
Bahia. Tais terras, no sertão paraibano, eram
administradas por procuradores, entre os quais
figuraram os irmãos Oliveira Ledo (SEIXAS,
1985).
Estas terras foram concedidas à Casa da
Torre, na própria Bahia, pelo Vice-rei do Brasil,
causando alguns embaraços ao governo da
capitania da Paraíba, de forma que poucas foram
as concessões de sesmarias feitas no Sertão de
Piancó até a primeira metade do século XVIII,
pelo governo local. E, muitas destas, diziam
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respeito à legalização da posse das terras,
adquiridas por compra aos herdeiros da
mencionada Casa da Torre. Um exemplo disto
é a Fazenda Várzea do Ovo que foi adquirida
por Luís Mendes de Sá, em 1740.
Baiano, Luís Mendes de Sá chegou ao
sertão do Piancó, na condição de vaqueiro da
Casa da Torre, instalado-se, posteriormente, na
Fazenda Várzea do Ovo, ponto comum aos
municípios de Emas e Catingueira. Em 1757 já
era falecido
Segundo um documento da época, a
referida fazenda, localizava-se às margens do
Rio dos Porcos, seguindo pelo "rio acima e
abaixo (Rio Piancó), que a divide... parte do
nascente com a Serra Branca, de poente com o
Sítio do Genipapo, do norte com a Serra do
Campo Grande e do sul com as serras do
Cortume" (SEIXAS, 1985, p. 147).
Aos 27 de outubro de 1748, um certo
Bento Alves de Figueiredo, alegando ser
"morador no sertão chamado Riacho dos
Porcos, districto de Piancó desta capitania, diz
que possue a dezoito annos um sitio de terras de
crear gados e lavouras no mesmo riacho onde
chamão S. Francisco, nas quaes terras tem
feito outra povoação chamada Olho D'agua
em que habita com a sua familia, tende as
arrematado em praça em exeução que se fazia a
Felippe Delgado, nem este e nem outra pessoa
alguma lhe entregou data das ditas terras nem
consta que o haja de todas, nem de parte das
ditas terras" solicitou a concessão das ditas
terras, medindo "tres leguas de comprido e uma
de largo, fazendo peão no pé do serrote de S.
Francisco legua e meia para leste e legua e meia
para oeste, rio acima, com meia legua para cada
banda do dito serrote para baixo do dito serrote
para cima, com toda largura de uma legua para a
parte do sul que vae entestar com o sitio do
Cravatá que já tem povoação do supplicante
chamada Estivas” (TAVARES, 1982, p. 204205).
Fig. 19 - Serra do Campo Grande
O território do atual município de Emas é
constituído por partes das datas (sesmarias) da
Várzea do Ovo e Campo Grande. Pelo
demonstrado, Bento Alves de Figueiredo já se
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encontrava no território do futuro município de
Emas desde 1730. Possivelmente, tenha sido um
dos vários vaqueiros vindos da Bahia,
contratados pelos herdeiros da Casa da Torre.
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De acordo com Bandeira (2000), a Casa
da Torre de Garcia d'Ávila, também referida
como Castelo de Garcia d'Ávila, Torre de
Garcia d'Ávila, Forte de Garcia d'Ávila ou
simplesmente Casa da Torre, localiza-se no
atual município de Mata de São João, no litoral
do estado brasileiro da Bahia. Erguida sobre
uma elevação na atual praia do Forte, no litoral
de Tatuapara, foi, originalmente, denominada
por seu proprietário como Torre Singela de São
Pedro de Rates.
Outra particularidade mostrada por essa
sesmaria é que a antiga Fazenda Várzea do
Ovo pertenceu inicialmente a um certo Felipe
Delgado. Em 1752, o alferes Felix Barbosa e
dona Maria dos Prazeres Ponce de Leon,
solicitou a concessão de umas terras no sertão
do Piancó, que se limitavam com a data dos
Oliveira Ledo, pelo norte e com a Serra Branca
e com a Várzea do Ovo, pelo leste (TAVARES,
1982, p. 217).
Aos 20 de março de 1757, dona Severina
Vieira, viúva do capitão Luís Mendes de Sá, em
petição endereçada ao governo da Capitania da
Paraíba, alegou "que tinha seos gados e lavouras
no sítio de Varzea do Ovo, daquelle logar, o
qual sitio possuía a supplicante por si e seu
defunto marido que o comprará à casa da Torre,
e porque lhe poderão mover duvidas por não ter
a supplicante data de sesmaria, para evita-la
pretende tirar a data do dito sitio da mesma sorte
tinha possuído e possuía, desde a extrema do
sitio Vezinho pelo logar onde estava a Caza da
Fazenda para o nascente a partir na passagem de
Bento de Souza e com a Fazenda Serra no meio
do Poço Chamado da Serra, para o poente entre
as Varzea das Emas e dos Angicos aonde tinha
um parco que partia com a Fazenda Genipapo
para o norte nas serras do Riachão, para o sul na
Serra da Borburema concedendo-se à
supplicante tres léguas de comprido e uma de
largo, fazendo da largura comprimento ou do
comprimento largura, e pedia se lhe concedesse
por sesmaria as ditas terras na forma
confrontada
conforme
era
costume"
(TAVARES, 1982, p. 245-246).
Em 28 de abril daquele mesmo ano, dona
Joana Maia Martins, viúva do ajudante Pedro
Velho Barreto, solicitou a concessão de umas
terras que se limitavam com a Fazenda Várzea
do Ovo, nas proximidades do Serrote do Campo
INTESA (Pombal - PB - Brasil v. 8, n. 1, p. 01-39, jan.-dez., 2014
Comprido do Saco, "onde extrema com a Serra
Branca e fronteiro ao mesmo Serrote com o
Olho D'Água do Macaco e da parte do sul a
contesta com a Serra da Borburema”
(TAVARES, 1982, p. 246).
Outra parte do futuro território de Emas,
que também pertencia à Casa da Torre, dos
D'Ávilia Lins, foi adquirida por compra feita
pelo coronel João Leite Ferreira, de cuja Casa
era também procurador, no Piancó e em outras
ribeiras.
Em 10 de março de 1759, aquele senhor
objetivando legalizar a posse de sua
propriedade, requereu sua sesmaria, alegando
ser morador do sertão do Piancó e possuidor de
"um sítio de terras de crear gados no mesmo
sertão do Piancó, chamado Campo Grande",
adquirido por compra feita à Casa da Torre,
através de "uma simples escriptura, sem mais
outro título junto". Declarou ainda que a
sesmaria pretendida media três léguas de
comprimento por uma largura, "correndo o
rumo direito para a parte do nascente, a entestar
com a Serra Branca e a Varzea do Ovo, e pela
parte do poente a entestar com o Sítio da Barra e
S. Paulo, e pela parte do norte a entestar com a
Serra do Olho D'Água e para o sul com o Sitio
do Genipapo [...]” (TAVARES, 1982, p. 268269).
Baiano, o coronel João Leite Ferreira
chegou ao sertão do Piancó em idos de 1755,
passando a dedicar- se à lavoura e à criação de
gado, administrando propriedades dos D'Ávila
Lins. Casado com dona Antônia Tereza de
Melo, "sua descendência imediata constava de
vários filhos, cujos ramos se espalharam pelos
municípios seguintes: Piancó, Conceição,
Pombal e Teixeira, formando numerosos ramos
genealógicos, perpetuando o nome e a
lembrança das velhas raças povoadoras dos
sertões nordestinos" (SEIXAS, 1985, p. 147).
Da mesma forma que o coronel João Leite
Ferreira, alegando ter comprado à Casa da Torre
e não ter título de propriedade de suas terras,
João de Melo Leite solicitou a concessão das
terras nas quais encontrava-se empossado,
localizadas na parte do sul do pé da Serra do
Campo Grande. A referida concessão foi feita
em 14 de abril de 1759, pelo governador José
Henrique de Carvalho (TAVARES, 1982).
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Fig. 20 - Casa Grande da Fazenda Campo Grande
Outra concessão no território que mais
tarde formaria o município de Emas foi feita no
dia 3 de março de 1757, a um certo José Pereira
da Cruz, "morador no Sertão do Piancó", que
alegou ao governo da Capitania da Paraíba que
era "senhor e possuidor de um sítio de terras no
dito sertão, chamado Ginipapo que tinha
povoado com casas, vivendas, gado vaccum e
cavallar, e que o houvera por compra, que delle
tenha sido feito a mestre-de-campo, Francisco
D'Avila, e como não tinha mais titulo do que a
escritura de venda que se lhe havia feito, e para
segurança de sua posse e domínio queria
alcançar delle data de sesmarias, confrontando
pela parte do nascente com o sitio - da Vargemdo-Ovo- pela vargem do Angicos e Várzea da
Emas e pela parte do poente com o sítio do
Peixoto e da S. Cruz, e pela parte do sul com o
sitio Malhado do Boi na Lagôa do passarinho e
pela parte do norte com o sitio Campo Grande
pela parte da serra do mesmo sitio, servindo esta
e a das Queimadas de divisão com três léguas de
comprido e uma de largo" (TAVARES, 1982, p.
272).
A referida sesmaria faz referência a
grande parte do território emense, enumerando
importantes localidades, que até o presente
INTESA (Pombal - PB - Brasil v. 8, n. 1, p. 01-39, jan.-dez., 2014
ainda preservam seus topônomios, a exemplo de
Campo Grande, Angicos, Várzea do Ovo,
Várzea da Ema e Jenipapo.
A origem da povoação, núcleo inicial da
atual cidade de Emas, necessita de maiores
esclarecimentos.
Em 1976, publicou-se a 'Enciclopédia dos
Municípios Paraibanos', onde lê-se que
"Joaquim Nunes de Gouveia, em 1917, lançou
as sementes que mais tarde germinariam e
formaria o povoado que seria transformado no
progressista municípios de Emas" (AMORIM et
al., 1976, p. 186).
Esta informação vem sendo repetida nos
últimos trinta e cinco anos, em todos os
trabalhos produzidos e divulgados sobre Emas,
sem um sustentáculo bibliográfico digno de
confiança.
No entanto, trata- se de uma
afirmação que necessita ser reavaliada. A
história provinciana revela que o núcleo inicial
da atual cidade de Emas foi a 'Povoação de
Várzea da Ema', parte integrante do antigo
território do município de Piancó, sede da
histórica Freguesia de Santo Antônio. As
origens dessa povoação remontam ao século
XIX e não ao ano de 1917.
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É importante ressaltar que já no século
XIX existiam na região as condições propícias
à criação de uma povoação. Na época, era
comum instalar os núcleos de ocupação humana,
próximos aos cursos d'água e assim ocorreu
com a povoação Várzea da Ema: foi instalada às
margens do Rio dos Porcos, servindo como
ponto médio entre as Fazendas Campo Grande e
Angicos, que se destacavam como importantes
núcleos agropecuários em todo o sertão do
Piancó.
No 'Diccionario Geographico, Historico
e Descriptivo do Imperio do Brazil',
publicado por J. G. R. Milliet de Saint-Adolphe,
em 1845, encontramos a primeira referência à
Povoação de Várzea da Emas, quando lê-se:
“Piancó: Villa da provincia de Parahiba, 100
legoas pouco mais ou menos a poente da cidade
capital da província, e 12 ao sudoeste da Villa
de Pombal, na comarca d’este nome. Foi largo
tempo uma freguezia consideravel, cuja matriz
tinha por padroeiro Santo Antonio. Seu termo,
um dos mais férteis e ricos da província,
pertencia ao districto de Pombal, e tinha em
1815 perto de 8.000 habitantes. No cabo de
longas e reiteradas instancias dos moradores,
por um decreto de 11 de novembro de 1831, foi
esta freguezia condecorada com o título de Villa
Constitucional de Santo Antônio de Piancó,
assignalando-lhe o mesmo decreto por districto
o próprio termo de sua freguezia, o qual encerra
as povoações de Boa Vista, Boqueirao, Brejo da
Cruz, Caiporas, Caissara, Canoa, Catolé, Catolé
de Baixo, extremo, Formiga, Furado, Genipapo,
Jabotá, Paó Ferrado, Pilar, Rancho do Povo, São
Boaventura, São Lourenço, Umari e Varzea-daEma" (SAINT-ADOLPHE, 1845, p. 297).
Fig. 21 - Dicionário de Milliet, 1845
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Com base no exposto, constata-se que as
origens da Povoação de Várzea da Ema
remontam à primeira metade do século XIX.
No entanto, é necessário esclarecer que as
antigas povoações eram estruturadas de acordo
com as limitações da época: casas rústicas e
taipa, uma pequena venda, capela simples com
chão batido. À medida que essa povoação ia
ganhando importância, tudo em sua volta ia
mudando, surgindo os primeiros indícios de
urbanização.
Dificilmente as antigas povoações
conseguiam manter sua importância econômica.
Possivelmente, tenha ocorrido o mesmo com a
de Várzea da Ema [ou de Emas, conforme a
maioria dos documentos públicos]. Adquirindo
o status de povoado, por algum fator, a pequena
povoação às margens do Rio dos Porcos entrou
em decadência, possivelmente, com o
surgimento da povoação de Catingueira, em
local de melhor acesso. Cortada por uma estrada
que ligava as vilas de Patos e Piancó, a fazenda
de Catingueira passou a adquirir importância e
tornou-se uma coordenada geográfica na região,
na segunda metade do século XIX, exatamente
quando a Povoação de Várzea da Ema
começava a declinar1.
Outros registros históricos sobre a
mencionada povoação, localizada às margens do
Rio dos Porcos e distante cerca de meia légua da
sede da histórica Fazenda do Campo Grande,
aparecem em Relatórios e Falas dos Presidentes
da Província da Paraíba, datadas 1868 e 1870.
Distante da principal estrada que cortava o
sertão do Piancó, a Povoação de Várzea da Ema
permaneceu esquecida até a primeira década do
século XX, quando novamente passou a ter uma
significância econômica. Antes, ocorreram
vários fatos em sua história dignos de registros
Em 1860, passou pelo território do futuro
município de Emas, o Dr. Luís Antônio da Silva
1
Um dos principais incentivadores do desenvolvimento
da povoação de Catingueira, foi o coronel Firmino Aires
Albano da Costa ( filho do patriarca Pedro Firmino da
Costa), que elegeu-se deputado provincial e ocupou uma
cadeira na Assembleia Legislativa, nas legislaturas de
1886-1887 e de 1888-1889. Nesse período, por força da
Lei Provincial nº 386, de 9 de setembro de 1887, a
povoação de Catingueira tornou-se sede de um distrito de
paz e como termo judiciário da Comarca de Piancó,
manteve a denominação de povoação de São Sebastião
da Catingueira, até 23 de julho de 1890, quando passou
a denominar -se de povoado do Jucá (Decreto nº 27).
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Nunes, presidente da Província, que objetivando
conhecer in loco as necessidades do interior,
realizou uma excursão pela Paraíba, saindo da
capital em 17 de setembro daquele ano,
percorrendo os termos de Pilar, Ingá, Campina
Grande, Cabaceiras, São João do Cariri,
Teixeira, Piancó, Souza, Catolé do Rocha,
Pombal, Patos, Pocinhos, Alagoa Nova, Areia,
Bananeiras, Independência (hoje Guarabira),
Mamanguape, Alhandra e Pedras de Fogos
(SEIXAS, 1985).
O referido presidente retornou à capital
paraibana, após trinta e dois dias, tendo
percorrido a cavalo mais de 292 léguas. Da
Fazenda Catingueira, núcleo da atual vizinha
cidade de mesmo nome, saiu Sua Excelência
com destino à Fazenda Angicos, no atual
município de Emas, onde chegou na manhã do
dia 28 de setembro de 1860, uma sexta-feira. Na
época, o jornal 'O IMPARCIAL', que circulava
na capital paraibana, assim noticiou o fato:
No dia seguinte, 28, às 6 horas e meia da
manha, continuou s. Exa. a viagem, tendo
de tomar pouso na Fazenda Angico,
propriedade do Sr. José Lopes da Silva,
subdelegado de Piancó, onde apeou-se S.
Exa. às 8 horas e quarenta minutos, depois
de percorrida a distância de quatro léguas.
A fazenda Várzea do Ovo dista de Angico
duas léguas, aquém desta, tem sua lenda
muito interessante, que prova o quanto
conseguem a constância de mãos dadas
com a economia: "Esse nome (Várzea do
Ovo) provém de ter uma madrinha dado a
um afilhado um ovo, que, a pedido desta,
foi deitado em uma galinha, daí saiu um
pinto, que cresceu e tornou-se uma
galinha, que produziu muitos ovos, estes
pintos, vendeu-se os ovos e galinha deu
dinheiro para se comprar uma novilha,
que produziu também. E afinal o dinheiro
de ovos, galinhas, novilhas e mais
descendentes deu dinheiro para se
comprar uma fazenda, que veio a ter essa
denominação; dando um ovo para tudo
isso" (SEIXAS, 1985, p. 80).
Homem de reconhecida cultura, o Dr.
Silva Nunes em 15 de junho de 1860,
apresentou à Assembleia Legislativa Provincial,
um substancial Relatório, abordando as
condições em que encontrou a Província, que
ainda hoje, serve como fonte de pesquisa para a
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história administrativa da Paraíba. Assim, o Dr.
Silva Nunes entrou para a história de Emas
como sendo o primeiro governante da Paraíba
há pisar em seu solo.
Natural do Rio Grande do Sul, Silva
Nunes diplomou-se em ciências jurídicas pela
Faculdade de Direito do Recife, em 1854. Por
Carta Imperial datada de 20 de março de 1960,
foi nomeado presidente da Província da Paraíba,
empossando-se no referido cargo aos 17 dias do
mês seguinte. Durante sua administração criou a
freguesia de Misericórdia (hoje Itaporanga) e a
vila de Pedra de Fogo, aos 11 de julho e a 6 de
agosto de 1860, respectivamente (PINTO, 1978,
p. 284-285)
Casado com a senhora Joana Silva Nunes,
filha do Marquês de Muritiba, deixou o governo
da Paraíba em 17 de março de 1861, após ter
sido eleito deputado geral, pela Província do
Espírito Santo. Administrador probo, "tudo
quanto se refere a objeto de serviço público foi
rigorosamente
examinado
pelo
digno
presidente: a instrução pública, a magistratura,
as cadeias, as matrizes, as obras públicas, a
guarda nacional, as municipalidades, a polícia,
etc."25. Antes de Silva Nunes, "nenhum
presidente tinha ainda visitado a Província da
Paraíba em toda a sua extensão" (SEIXAS,
1985, 17).
Quando deixou a referida Província na
tarde do dia 26 de março de 1861, "ao embarcar
o Sr. Silva Nunes, em companhia de sua esposa
d. Joana da Silva Nunes e de sua irmã, d. Maria
Tereza, fez questão de abraçar, um a um, a
todos os senhores que se dignaram em
acompanhá-lo, e mostrou comovido ao separarse dessa porção de amigos e correligionários
que o honraram durante o tempo em que
administrou esta Província" (SEIXAS, 1985, p.
58-59).
Primo e amigo íntimo do grande poeta
Álvares de Azevedo, de quem era confidente,
o Dr. Silva Nunes representou a Província do
Espírito Santo na Assembleia Geral de 1861 a
1865. Posteriormente, governou a Bahia de 16
de agosto de 1875 a 5 de fevereiro de 1877.
Anos depois da morte prematura do grande
poeta, organizou parte de sua produção
literária no livro 'O conde Lopo' e publicou-o
em 1886, através da Tipografia Leuzinger, no
Rio de Janeiro (SILVA, 2009). Nascido em
1831, o Dr. Silva Nunes faleceu em 1911, aos
oitenta anos de idade incompletos.
Quanto ao anfitrião José Lopes da Silva,
senhor e proprietário da Fazenda Angicos, era
filho do sargento-mor Manoel Martins Lopes,
a quem cabe a fundação da referida fazenda,
cuja Casa Grande foi construída em 1792 e
ainda hoje ostenta a influência que seus
antigos proprietários possuíam.
Fig. 23 - Relatório do Dr. Silva Nunes - 1860
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Fig. 24 – Casa Grande da Fazenda Angicos, construída em 1792, onde, em 1860, seu
proprietário recebeu a visita do Dr. Silva Nunes, presidente da Província.
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Fazendeiro influente, filiado às hostes do
Partido Conservador, Zé Lopes ocupou com
distinção o cargo de subdelegado do
município de Piancó. Membro da antiga
Guarda Nacional, foi distinguido com a
patente de Tenente Coronel, tornando-se
.
Comandante do 20º Batalhão estacionado na
Vila do Piancó. Por ato datado de 28 de
setembro de 1868, foi suspenso de suas funções.
No entanto, em 21 de outubro de 1878, o
presidente da província reintegrou-o ao referido
posto.
Fig. 25 - Major Wenceslau Lopes, o primeiro filho de Emas eleito deputado estadual
Em primeiras núpcias, casou-se com
Francisca Leite da Silva, de cuja união,
nasceram entre outros, os seguintes filhos:
1. Wenceslau Lopes da Silva (major da
Guarda Nacional), fazendeiro e político
influente, ligado politicamente ao presidente e
senador Álvaro Machado, elegeu-se deputado
estadual por três legislaturas, ainda no início do
INTESA (Pombal - PB - Brasil v. 8, n. 1, p. 01-39, jan.-dez., 2014
período republicando, tendo permanecido na
Assembleia Legislativa de 1896 a 1907. Deixou
ilustre descendência. Foi primeiro filho de Emas
a ocupar uma cadeira no Legislativo Estadual,
após a proclamação da República
2. Antônio Lopes da Silva (Major Totó),
nascido em 1880, senhor e proprietário da
Fazenda Saudade, no atual município de Emas.
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22
Fiscal do Consumo Federal, casou-se com
Zulmira Ernestina Leite de Araújo, filha do Dr.
José Peregrino de Araújo, desembargador e exgovernador da Paraíba. O referido casal deixou
grande
e
importante
descendência
(CAVALCANTI; CAVALCANTI, 2009).
Em 1879 nascia no território do futuro
município de Emas - àquela época, parte
integrante do município de Piancó - Francisco
Lopes de Souza, filho do José Lopes de Souza
e Ana Lopes da Silva Loureiro (Mãe Naná).
Vocacionado para sacerdócio, foi o primeiro
filho da futura cidade de Emas há ordenar-se
padre. Exerceu seu ministério em Piancó e em
Cajazeiras. Nessa última cidade, durante o ano
de 1924, ocupou o cargo de diretor do Colégio
Padre Rolim, onde exerceu com destaque e
eficiência, a função que lhe foi confiada
(MARIZ, 1985).
Em 1936, foi nomeado vigário da
histórica Matriz de Santo Antônio, de Piancó,
ali permanecendo por pouco tempo. Intrépido, o
padre Lopes faleceu no dia 7 de fevereiro de
1951, deixando uma longa lista de serviços ao
povo católico do sertão do Piancó
(CAVALCANTI; CAVALCANTI, 2009).
Outro filho ilustre da futura cidade de
Emas foi o Dr. Manoel Leite de César
Loureiro, nascido na Fazenda Angicos, em
1844. Diplomado pela Faculdade de Direito do
Recife (1865), fixou residência em Piancó,
onde exerceu a advocacia e militou na política,
elegendo-se presidente da Comissão do Partido
Conservador, naquele município, em 1870.
Eleito deputado provincial, ocupou uma cadeira
na Assembleia Legislativa, durante as
legislaturas de 1872-1873 e de 1874-1875.
Era ainda deputado quando foi nomeado
para ocupar o juizado municipal de Catolé do
Rocha, no alto sertão paraibano. Casado com
dona Francisca Rodrigues de França Leite,
deixou ilustre descendência. O Dr. Manoel Leite
foi o primeiro filho da futura cidade de Emas a
conquistar um diplomar superior, foi seu
primeiro advogado e o primeiro emense a
ocupar na Assembleia uma cadeira de deputado.
Fig. 26 - O coronel Nicolau César Loureiro com sua segunda esposa, filhos, noras e netos
Seu filho, Nicolau Leite de César
Loureiro, nascido na Fazenda Angicos em
outubro de 1869, embora não tenha cursado
direito, possuía amplos conhecimentos na
INTESA (Pombal - PB - Brasil v. 8, n. 1, p. 01-39, jan.-dez., 2014
ciência de Ulpiano, tendo ocupado o cargo de
adjunto do Promotor Pública da Comarca de
Piancó, em 1896. Ali também foi primeiro
suplente de delegado de polícia (1903), e,
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ingressando na política, elegeu-se vereador em
1935. Escolhido por seus pares para ocupar a
presidência da Câmara Municipal, nessa
condição, assumiu interinamente os destinos
políticos do referido município, em 1937.
Ocupava ainda a presidência do legislativo
piancoense quando veio a falecer em 2 de
janeiro de 1941. Foi casado em primeiras
núpcias com Ana Lopes e, em segunda, com
dona Maria do Desterro. Entre seus filhos,
destacaram-se Basiliano Lopes Loureiro, que foi
prefeito nomeado de Piancó (1935) e Severino
Lopes Loureiro, o professor Loureiro, que
exerceu seu magistério em Campina Grande,
onde adquiriu e manteve até sua morte, o
Colégio Alfredo Dantas.
Durante o século XIX, o território que
mais tarde constituiria o município de Emas era
formado por várias fazendas, entre as quais se
destacavam: Riacho dos Bois, propriedade do
Coronel João Leite Ferreira (2º do nome);
Campo Grande, propriedade do major José
Alves da Silva; Poço Escuro, propriedade de
Francisco de Paula e Silva; Angicos,
propriedade de Nicolau Leite César Loureiro e
Jenipapo, propriedade de Inocêncio Leite
Ferreira, onde cultivava-se o algodão mocó em
grande quantidade e mantinha-se extensa
criação de gado (BRASILINO FILHO, 2003)
É importante registrar que o Cel. João
Leite Ferreira, em Piancó, foi administrador da
Freguesia (1823), comandante da Guarda
Nacional (1831) e membro do Esquadrão de
Cavalaria (1841) Filiado às hostes do Partido
Liberal, sem sombra de dúvidas, foi a maior
estrela política do sertão do Piancó, durante a
primeira metade do século XIX, tendo,
inclusive, comandado forças contra Pinto
Madeira (1832) e elegido-se deputado provincial
(1840).
Fig. 27 - Antônia Loureiro, contribuiu para a construção da capela
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Fig. 28 - Início da atual Rua José Celino, no passado
Fig. 29 - O centro da atual cidade de Emas no passado
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Fig. 29 - A antiga Capela de Emas no passado
Fig. 30 - Emas no passado
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Fig. 31 - Capela de Santa Terezinha, ao fundo, e, no primeiro plano, A antiga Praça Júlia
Alves Pereira, no início da década de 1970
Registra a tradição local, que no início do
século XX, Joaquim Nunes de Gouveia, antigo
morador da povoação de Emas, desenvolveu os
esforços necessários para a realização da
primeira feira na localidade, tendo sido também
significativa
a
sua
contribuição
ao
desenvolvimento urbano da futura cidade. O
mesmo era filho de João Nunes Tavares, que
chegou ao atual município de Emas em 1906, já
viúvo, procedente da antiga povoação, hoje,
cidade de Imaculada-PB. Aqui, comprou ao
senhor José da Silva Cavalcanti, parte do sítio
Várzea de Emas, onde construiu uma casa e
passou a residir com sua família.
A presença de Joaquim Nunes de Gouveia
somente é registrada na região a partir de 1917.
Viúvo, casou-se com dona Maria Pordeus
Dantas, procedente de Pombal. E, na Várzea
de Emas construiu uma casa e instalou uma
pequena mercearia. É oportuno registrar que
antes do mesmo chegar à região, a povoação
de Várzea de Emas já existia, embora
encontrasse decadente.
Para sua fundação
fortemente contribuíram os senhores José
Lopes da Silva e o coronel João Leite Ferreira
(2º do nome).
INTESA (Pombal - PB - Brasil v. 8, n. 1, p. 01-39, jan.-dez., 2014
Ao senhor Joaquim Nunes de Gouveia
cabe o reconhecimento pelos esforços
desenvolvidos no sentido de fazer com que a
povoação da Várzea de Emas progredisse. E
assim o fez quando instalou sua mercearia, que
em pouco tempo passou a abastecer a população
da região com gêneros alimentícios vindos do
Brejo de Areia.
Ao referido patriarca também deve-se a
instalação da primeira bolandeira a vapor na
localidade, passando a beneficiar grande parte
do algodão que era produzido na região e que
funcionava num antigo prédio, que anos mais
tarde foi demolido para dar lugar a atual
Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre
José Lopes.
Assim, no início do século XX, Emas era
um simples agregado de casas sem importância
econômica, que integrava o extenso município
de Piancó, na condição de termo do distrito de
Catingueira, criado no final do século anterior.
Em idos de 1923, a Firma Araújo
Rique & Cia, em parceria com o senhor
Manuel Pereira Filho, instalou na Fazenda
Várzea Nova, uma grande máquina a vapor para
o beneficiamento do algodão produzido na
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região. Em pouco tempo, esse empreendimento
determinou o fechamento da pequena usina
fundada por Joaquim Nunes, em Emas.
A atual capela de Santa Terezinha do
Menino Jesus teve sua construção iniciada em
1934, sob um terreno doado por dona Maria
Joaquina da Conceição (viúva de João Nunes
Tavares). Na oportunidade, figuraram como
construtores Severino Leite Ferreira e
Manoel Antas Pegado. Para a construção da
referida capela, fortemente contribuíram o
senhor Manoel Nunes Tavares e dona Antônia
Loureiro. No dia primeiro de outubro daquele
mesmo ano, celebrou-se no novo templo a
primeira missa, pelo padre Abdus Pereira,
vigário de Piancó.
Fig. 32 - Ruínas da Antiga Usina Araújo Rique & Cia
Em 1936, segundo relato de 'A União',
existia na localidade uma usina de descaroçar
algodão e uma tecelagem manual. O transporte
de mercadoria e de pessoas era feito por três
caminhões pertencentes a proprietários locais.
Praticamente não existia vida social no
povoado. Existiam dois cafés e um jogo de
bilhar, localizados no início da atual Rua José
Celino, onde os moços da localidade se
divertiam. Ainda hoje é possível observar os
antigos casarios de Emas, nesse trecho da
cidade, apesar das fachadas de várias
residências já terem sido alteradas.
É importante ressaltar que o efetivo
desenvolvimento
da
Povoação
Emas
registrado na primeira metade do século XX
somente se desencadeou após a instalação da
Usina de Araújo Rique, que passou a comprar
INTESA (Pombal - PB - Brasil v. 8, n. 1, p. 01-39, jan.-dez., 2014
todo o algodão produzido na região,
empregando uma significativa quantidade de
pessoas, e, indiretamente, beneficiando um
número ainda maior, vendendo a fibra
descaroçada para Patos e Pombal. Dessa
empresa, posteriormente, o senhor Nestor
Pereira de Morais, que foi vice-prefeito e nessa
condição administrou o município de Emas
interinamente, tornou-se um de seus sócios.
Com parte integrante do município de
Piancó, a povoação de Emas figurou até 1959
quando passou a pertencer ao território do
recém-criado município de Catingueira. No
entanto, naquela época, Emas possui um
desenvolvimento semelhante ao apresentado
por Santa Terezinha e Condado, que
tornaram-se municípios em 1961. E, isto fez
com que despertasse na população local o
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28
desejo
de
também
se
emancipar
politicamente. A população começou a
mobilizar-se, sob a coordenação dos senhores
Aprígio Alves Pereira e Edivaldo Miranda, que
encontraram no deputado Antônio Leite
Montenegro, o apoio necessário para,
inicialmente, transformar a povoação em
distrito, e, posteriormente, em cidade. Ainda em
finais de 1961, o referido deputado apresentou
no plenário da Assembleia Legislativa o
projeto, que convertido em lei, elevou a
povoação de Emas à categoria de distrito. A
referida Lei tem o seguinte teor:
LEI Nº 2.767, de 15 de janeiro de 1962
Cria no município de Catingueira o distrito judiciário de Emas e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA:
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Fica criado no Município de Catingueira o distrito Judiciário de Emas,
com sede no povoado de igual nome o qual será elevado à categoria de Vila.
Art. 2º - Os limites da Unidade judiciária acima instituída serão os mesmos já
especificados na lei que o considerou distrito policial.
Art. 3º - É criado no distrito judiciário de Emas um Cartório de Registro Civil de
Pessoas Naturais, o qual será regido pela Lei de Organização Judiciária e demais
legislações em vigor.
Art. 4º Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em
contrário. Palácio do Governo do Estado da Paraíba, em João Pessoa, 15 de janeiro de
1962, 73º da Proclamação da República.
Pedro Gondim
Governador
A elevação à categoria de vila foi a
primeira conquista do movimento próemancipação de Emas. Ainda em meados de
1963, o deputado Antônio Leite Montenegro,
atendendo novamente as reivindicações de seus
correligionários Aprígio Alves Pereira e
Edivaldo Miranda, apresentou ao plenário do
Legislativo Estadual, o projeto de lei que propôs
a criação do município de Emas. Após tramitar
na Comissão de Justiça, o referido projeto foi
posto em votação e aprovado com distinção.
Encaminhado ao Executivo Estadual, foi
sancionado, transformando-se na Lei nº 3.115,
de 28 de novembro de 1963, cujo teor é o
seguinte:
LEI Nº 3.115, de 28 novembro de 1963
Cria o Município de Emas e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO
DA PARAÍBA
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Art. 1º - Fica criado o Município de Emas, desmembrado do Município de
Catingueira, tendo por sede, a vila do mesmo nome, que passará à categoria de cidade.
Parágrafo único – O Município de Emas é constituído pelo território do distrito de igual
denominação, com os mesmo limiteis estabelecidos na Lei que fixa a Divisão
Administrativa do Estado.
Art. 2º - Enquanto não se verificarem as eleições para Prefeito, Vice- prefeito e
Vereadores, o Poder Executivo do novo Município será exercício por um Prefeito
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nomeado pelo Governador do Estado, o qual, além das atribuições previstas em Lei,
poderá elaborar o Orçamento e expedir decretos-leis 'ad-referendum' da Câmara
Municipal.
Art. 3º - As eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores realizar- se-ão em data
designada pelo Tribunal Regional Eleitoral, de acordo com a Legislação em vigor.
Parágrafo único – Será de sete (7) o número de Vereadores à Câmara
Municipal do Município criado.
Art. 4º - Fica extinto o Sub-comissariado de Polícia do Município ora criado, com os
respectivos suplentes, na forma da Lei vigente.
Art. 5º - Para ocorrer às despesas com a execução da presente Lei, fica o Poder
Executivo autorizado a abrir o crédito especial de CR$ 50.000,00 (cinqüenta mil
cruzeiros).
Art. 6º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Palácio do Governo do Estado da Paraíba, em João pessoa, 28 de novembro de
1963; 75º da Proclamação da República.
Pedro Gondim
Governador
Fig. 33 - Pedro Gondim, quando ocupava o governo do Estado da Paraíba, sancionou que
elevou o distrito de Emas à categoria de cidade. Cassado pelo AI-5, foi um dos políticos
paraibanos que teve uma trajetória ascendente e digna de registro.
Assim, em 28 de novembro de 1963, Paraíba o município de Emas, cuja emancipação
surgiu no cenário político-administrativo da política foi fruto da mobilização popular,
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coordenada pelos senhores Aprígio Alves
Pereira e Edivaldo Miranda, e, que contou com
.
o apoio do deputado Antônio Leite Montenegro
Fig. 34 - Dr. Antônio Montenegro, autor do projeto na Assembleia, que elevou
o distrito de Emas à categoria de cidade.
Homem identificadíssimo como os
problemas de sua região, o Dr. Antônio Leite
Montenegro nasceu em Piancó. Diplomado em
Odontologia pela Faculdade de Recife, exerceu
a profissão por um curto espaço de tempo,
ingressando logo na política. Em 1934, foi
nomeado prefeito de sua cidade natal, cargo que
também ocupou em 1937, 1940 e 1946. Com o
processo de reconstitucionalização iniciado
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nesse último ano, elegeu-se prefeito de sua
cidade, tornando-se o primeiro dirigente local
eleito após o Golpe de Estado de 1937.
No entanto, não chegou a concluir o
referido mandato. Em 1950, afastou-se do
cargo de prefeito após ser eleito deputado
estadual.
Parlamentar atuante, reelegeu-se nos
pleitos de 1954, 1958 e 1962.
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Em 1966, logrou uma primeira
suplência e em 1969, retornou à prefeitura
municipal de Piancó, para cumprir um outro
mandato.
Liderança nata, concluindo seu mandato
de prefeito retornou à Assembleia Legislativa,
após obter 10.044 votos nas eleições de 15 de
novembro de 1974, pela antiga ARENA, tendo
sido reeleito no pleito seguinte, permanecendo
naquela Casa Legislativa até 1983.
Criado o município de Emas, sua
instalação oficial ocorreu no dia 25 de dezembro
de 1963, oportunidade em que o senhor
Edivaldo Miranda assumiu os destinos
administrativos do novel município, após ser
nomeado por ato assinado pelo governador
Pedro Gondim.
Sempre defensor dos interesses de sua
terra, Edivaldo Miranda
organizou
a
administração, estruturou a prefeitura e dotou o
município de personalidade jurídica.
Marcadas as eleições na forma da lei em
vigor, os primeiros postulantes ao cargo de
prefeito foram os senhores Aprígio Alves
Pereira e Capitulino Leite Loureiro,
filiados,
respectivamente,
ao
Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB) e ao Partido Social
Democrático (PSD), elegendo-se o primeiro,
que contava com o apoio do deputado
estadual Antônio Leite Montenegro, também do
PTB.
Naquela época, os vice-prefeitos eram
votados em chapas separadas. Pelo PTB,
disputou o senhor Edgar Remígio Gomes, e,
pelo PSD, José Amaro de Araújo, que foi o
eleito.
O segundo prefeito eleito no município de
Emas foi Irineu Teódulo da Silva, que no
passado, havia sido vereador, vice-prefeito e
prefeito, no município de Piancó, tendo,
inclusive, ocupado uma cadeira na Assembleia
Legislativa, na condição de suplente, durante
a legislatura de 1955 a 1959, em substituição
ao deputado Antônio D'Ávila Lins, ambos do
Partido Republicano.
É oportuno registrar que os Poderes
Executivo e Legislativo do Município de Emas,
até o presente, teve os seguintes representantes:
Prefeito nomeado: Edivaldo Miranda: 19631964
1º Prefeito eleito: Aprígio Alves Pereira PTB
Vice-prefeito: José Amaro de Araújo - PSD
Período: 1964-1969
Poder Legislativo:
- Antônio Borges Filho - PSD
- Raul Loureiro Lopes - PSD
- José Veras de Souza - PSD
- Genésio José Diniz - PTB
- Antônio Gomes Sobrinho - PTB
- Manuel Nunes Sobrinho - PSD
- Jaime Alves de Araújo - PSD
Fig. 35 -Edivaldo Miranda
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Fig. 36 - Aprígio Alves Pereira
Fig. 38 - Nestor Pereira
2º Prefeito: Irineu Teódulo da Silva
(ARENA)
Vice Prefeito: Nestor Pereira de Morais
Período: 1969-1972
Poder Legislativo:
- Genésio José Diniz - ARENA
Manoel Dias Neto - ARENA
- Geraldo Macedo - MDB
- José Noel - MDB
- Francisco Caripuna - ARENA1
- Angelita Pereira de Sousa - ARENA
- Hilda Palmeira dos Santos - ARENA1
Irineu Teódulo administrou o município de
Emas de 31 de janeiro de 1969 a 01 de abril de
1971, quando assumiu seu vice, o senhor
Nestor Pereira de Morais, que permaneceu à
frente da administração do município até 27 de
julho de 1972, oportunidade em que assumiu a
senhora Angelita Pereira de Sousa, que na
condição de Presidente da Câmara dos
Vereadores, governou até 31 de janeiro de
1973.
3º Prefeito: Aprígio Alves Pereira ARENA 1
Vice-prefeito: José Veras de Sousa
Período: 31-01-1973 a 31-01-1977
Poder legislativo
- Nilton Nunes Rodrigues - ARENA
- José Lopes da Silva Neto - ARENA
- Luiz de Morais de Medeiros - MDB
- Luiz Alves Pereira - ARENA
- Gervázio Gomes Batista - ARENA
- Severino Martins da Silva - ARENA
- Otília Veras de Sousa – MDB
Fig. 37 - Irineu Teódulo
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Fig. 39 - Angelita Pereira
Fig. 41 - Antônio Leite Loureiro
5º Prefeito: Marcos José Parente Miranda –
PDS 1
Vice-prefeito: Otília Veras de Sousa
Período: 31/01/1983 a 01/01/1989
Fig. 40 - Aprígio Alves Pereira
4º Prefeito: Antônio Leite Loureiro ARENA 1
Vice Prefeito: José Veras de Souza
Período: 31/01/1977 a 31/01/1983
Poder legislativo:
- Otília Veras de Sousa - MDB
- José Gomes de Melo - ARENA
- Manoel Leite - ARENA
- Severino Martins da Silva - ARENA
- Osvaldo Barbosa de Lima - ARENA
- Maria Dias - ARENA
- Gervázio Gomes Batista - ARENA
- Luiz de Morais de Medeiros - MDB
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Fig. 42 - Dr. Marcos Parente
Poder Legislativo:
- Antônio Pereira Neto - PDS
- Aloísio Gomes de Lima - PDS
- Manuel Nunes Sobrinho – PDS
- Osvaldo Barbosa de Lima - PDS
- Eraldo Morais - PDS
- José Alves Cavalcante - PDS
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- José Veras de Souza – PDS
6º Prefeito: João Cartaxo Loureiro - PL
Vice Prefeito: Manuel Nunes Sobrinho
Período: 01/01/1989 a 01/01/1993
Poder Legislativo:
- Eraldo Morais - PDT
- João Hércules Bezerra Gomes – PMDB
- Aloísio Gomes de Lima - PDT
- Francisco Lima Gomes - PMDB
- José Romeu da Silva - PDT
- Marcos Antônio Sedrim Parente - PMDB
- Alberto Gomes Batista - PPB
9º Prefeito José William Madruga (Dr.
Zezinho)
Coligação PPB/PFL/PMDB/PSDB
Vice-prefeito: Francisco Gomes Ferreira
Fig. 43 - Dr. João Cartaxo Loureiro
Poder Legislativo:
- Antônio Pereira Neto - PL
- Aloísio Gomes de Lima
- Osvaldo Barbosa de Lima - PL
- Maria Nunes Trindade - PL
- Eraldo Morais - PL
- José Gomes de Melo - PMDB
- Francisco Lima Gomes - PL
- José Veras de Souza - PMDB
- Manoel Batista Neto – PL
7º Prefeito: Antônio Leite Loureiro - PDS
Período: 01/01/1993 a 01/01/1997
Poder Legislativo:
- Aloísio Gomes de Lima - PDS
- Manoel Leite - PDS
- Francisco Lima Gomes - PDT
- Maria Nunes Trindade - PDS
- Edilson Cesar Souza Loureiro - PDS
- Osvaldo Barbosa de Lima - PDS
- Eraldo Morais Carneiro - PDS
- José Gomes de Melo - PMDB
- José Veras de Souza - PMDB
8º Prefeito: João Cartaxo Loureiro - PDT
Vice Prefeito: Manoel Martins de Souza
Período: 01/01/1997 a 01/01/2001
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Fig. 46 - Dr. José Madruga
Período: 01/01/2001 a 01/01/2005
Poder Legislativo:
- Alexandre Loureiro PSDB/PMDB/PPB/PFL
- Alberto Gomes Batista PSDB/PMDB/PPB/PFL
- Antônio Pereira Neto PSDB/PMDB/PPB/PFL
- Aloísio Gomes - PDT/PPS
- Maria Nunes Trindade - PFL
- Manoel Leite - PDT
- Francisco Lima Gomes PSDB/PMDB/PPB/PFL
- Marcos Antônio Sedrim Parente PSDB/PMDB/PPB/PFL
- Eraldo Morais - PDT/PPS
- José Romeu da Silva - PDT/PPS
- Maria N. Trindade - PSDB/PMDB/PPB
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10º Prefeito José Wiliam Madruga (Dr.
Zezinho) Vice-prefeito: Porfírio Catão
Cartaxo Loureiro Período: 01/01/2005 a
01/01/2009
Poder Legislativo:- Conceição Patrícia
Loureiro Souza - PTB/PSDB
João
Batista
Ferreira
Araújo
PL/PP/PMDB/PT/PPS
- Orlando Dantas - PTB/PSDB
Nilton
Nunes
Rodrigues
PL/PP/PMDB/PT/PPS
- Aloísio Gomes de Lima - PTB/PSDB
Pedro
Alves
de
Maria
PL/PP/PMDB/PT/PPS
- José Gomes Filho - PL/PP/PMDB/PT/PPS
Maria
Nunes
Trindade
PL/PP/PMDB/PT/PPS
Antônio
Pereira
Neto
PL/PP/PMDB/PT/PPS
11º Prefeito Drª Fernanda Maria Marinho
de Medeiros Loureiro
Coligação PSDB/PRB/PR
Vice-prefeito: Paulo Gildo
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Fig. 47 – Dra. Fernanda Maria
Período: Empossados em 1º/01/2009 deverá
administrar o município até 31/12/2012
Poder Legislativo:
- Conceição Patrícia Loureiro Souza PR/PSDB/PRB
- Simão Pedro da Costa - PMDB/PT
- José Gomes Filho - PMDB/PT
- Aloísio Gomes de Lima - PR/PSDB/PRB
- Pedro Alves de Maria - PR/PSDB/PRB
- João Batista Ferreira Araújo - PR/PSDB/PRB
- Luiza Silvestre Ferreira Pontes - PMDB/PT
- Djacir Nunes de Farias - PMDB/PT
- Orlando Dantas de Sousa - PMDB/PT
Iniciada em 1º de janeiro de 2009, a
atual administração vem se destacando por seu
apoio ao social e à agricultura familiar no
município. Diplomada em Odontologia pela
Universidade Federal da Paraíba, Campus
João Pessoa, a Drª Fernanda Maria Marinho
de Medeiros Loureiro é especialista em
Endodontia, pela Universidade Centro Sul
(UNICSUL) e mantém seu consultório
odontológico na cidade de Patos, há mais de
vinte anos, com uma grande clientela.
Filha do casal José Cândido de
Medeiros Netos e Maria Marinho de
Medeiros, a Dra. Fernanda é casada com o
agropecuarista Alexandre Loureiro, filho do
ex- prefeito Antônio Loureiro, considerado
uma das maiores liderança política que o
município de Emas já teve.
Extremamente preocupada com os
problemas de seu povo, a atual prefeita vem
desenvolvendo esforços no sentido de tornar o
município de Emas produtivo, objetivando
proporcionar à população local uma melhor
condição de vida. Por isso, elegeu como carro
chefe de sua administração, a agricultura
familiar, partindo da premissa de que num
município com um grande potencial agrícola a
exemplo do que Emas apresenta, é
inadmissível a sua produção agrícola ser tão
pequena.
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Fig. 48 - Drª Fernanda Maria Loureiro no ato de sua posse
Assim, aproveitando o potencial do 'Vale
das Águas', o município de Emas em parceria
com Catingueira e Olho D'Água, vem
desenvolvendo o primeiro projeto coletivo de
agricultura familiar em todo o sertão paraibano,
iniciativa esta que em pouco tempo já se tornou
uma referência no Estado. E, os frutos dessa
ação - que possui menos de um ano - já são
visíveis.
Até o presente, todos os açudes de Emas
já foram beneficiados com o projeto de
peixamento e os piscicultores locais estão
aguardando a distribuição dos primeiros
tanques de redes, para ampliarem e
modernizarem a criação de peixes no município.
Dentro mesmo contexto, a atual
administração vem desenvolvendo esforço para
no próximo mês de dezembro/2011, realizar no
município a 'I Feira da Agricultura Familiar',
oportunidade em que fará a entrega de uma
barraca metálica a cada um dos agricultores
devidamente cadastrados no programa.
Através da organização das associações
rurais, o município também vem estimulando o
desenvolvimento da apicultura, por entender
que a mesma é uma alternativa econômica, que
pode ser desenvolvida paralelamente as outras
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atividades, pelos grupos familiares que se
dedicam à agricultura.
Consciente do potencial turístico que o
município de Emas possui, a atual
administração vem promovendo a identificação
de todos os atrativos naturais e sítios
arqueológicos existentes em seu território,
visando à elaboração do Plano Turístico
Municipal e objetivando inserir Emas no
'Roteiro Turístico do Vale das Águas', visto
que o referido município apresenta um
potencial tão importante quanto os municípios
que até agora vêm sendo beneficiados com o
referido projeto.
Em seu discurso de posse, a Dra.
Fernanda Loureiro afirmou: "quero trabalhar
pelo povo de Emas, sem fazer distinção e
jamais desprezarei as necessidades das pessoas
de minha cidade por razões partidárias. Eleita
pela maioria, sou prefeita de todos e governarei
para o povo, auxiliando na superação de seus
problemas, de suas dificuldades, tornando o
nosso município mais produtivo, para que todos
nós possamos ter uma vida digna e com
qualidade". Hoje, o discurso de campanha é
visto na prática.
3 Referências
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