ARTE, UMA EXPERIENCIA A SER
COMPARTILHADA
da Compadecida foi montado por detentos
. u em Sao Paulo. 0 exito foi tao significativo
permitiu a saida dos detentos para uma
feminino do Butanta. 0 teatro do TUeA,
stado de Sao Paulo, conseguiu autorizac;:ao
sentassem no proprio teatro no dia de Sao
fessor Suassuna acabara de receber urn oficio
unciando a encenac;:ao de dois espetaculos em
po, no teatro Sergio Cardoso e 0 inkio da
'0
na e a lei.
Maria Imamlada Cavaicante 1
Resumo:
Resume:
Ao pesquisannos a trajet6ria das artes
phisticas na cidade de CataUlo,
verificamos a grande influencia da
pintura na~f
ou primitiva,
surpreendendo-nos com urn
universo de soluc;:oes formais
resultantes da relac;:ao entre 0 antigo e
o novo, a tradic;:ao e a
contemporaneidade. A valorizac;:ao da
arte natlem nossa cidade tern criado
urn amplo espac;:o de apoio e estimulo
para a divulgac;:ao da cultura popular
da regiao.
Lorsqu'on recherche 1a trajectoire des
arts ala ville de Catalao, nous verifions
la grande influence de la peinture naif
ou primitive, en nous surprenant avec
un univers de solutions formelles
resultante de la relation entre !'ancien
et Ie nouveau, la tradition et la
contemporaneite. La valorisation de
I'art nat!en notre ville a cree une ample
place dlappui et d'encouragement
pour Ia divuIgation de la culture
populaire de la region.
Cada crianc;:a, cada homem, cada mulher e cada cu!tura
expressam seus idealS e sentimentos por meio da arte, pois eIa e a
propria essencia de tudo 0 que e humano e, como tal, da forma as
nossas experiencias. Quando 0
homem pode definir-se, a acte
foi seu signo distintivo, nunca
deixando de criar artisticamente. No entanto, nos
dias de hoje, vivemos em urn
mundo cada vez mais
dominado pe1a tecnologia e
vemos nossa poslc;:ao, no
campo da atividade artistica,
com uma sensac;:ilO ao mesmo
tempo de orgulho e duvida, 0
que nos leva a reconsiderar e
Ithan..r Rodrigues. Injusti"a social. 1998
repensar os valores em que se
fundam nossas vidas. Por iS80, faz-se necessario examinarmos com
atenc;:ao 0 papel da arte dentro da sociedade e destacar a sua contribuic;:ao
para 0 nosso desenvolvimento cultural e pessoal.
A complexidade do mundo moderno fez com que 0 homem
se especiahzasse em determinadas atividades, com iS80 as disciplinas
I
22
Professora Adjunta do ('urso de Lelras do ('ampus de (,atalao
23
UFG.
t'
humanas (a arte, a ciencia, a ftlosofia e a tecnica) se separaram, em
detrimento umas das outras. Esse fen6meno, que caracterizou 0 seculo
xx, resultou emgraves rise os para nos, como se hm::vessemos tentado
isolar nossa sensibilidade e nossa alma sonhadora. 0 sonho e a fantasia
cedendo espac;:o para a realidade e a emoc;:ao sendo superada pela razao.
Leonardo Da Vinci (1452-1519) viveu em uma epoca em que uma
unica pessoa podia abarcar, ao mesmos tempo, as areas da experiencia
e da pesquisa. Para ele arte e ciencia eram a mesma coisa e a pintura,
um metodo do conhecimento e 0 "umco meio de reproduzir as obras
conhecidas da natureza ... , uma invenc;:ao que, servindo-se de uma
espcculac;:ao sutil e ftlos6fica, estuda todas as propriedades das formas,
mares, plantas, animais, ervas, flores, todas as que se encontram
encerradas num drculo de luz e de sombra" ( Da Vinci apud Lopera e
Andrade. 1996:6). Hoje, diante da tentativa de atuarmos em diversas
areas, como fez Da Vinci, sentimo-nos impelidos a contestar essa
devoradora ansiedade de conhecimento, pois diante do avanc;:o da
ciencia e da alta tecnologia, acabamos por nos tomar especialistas em
alguma coisa, sem nos arriscamos em atividades diversificadas. N a
sociedade modema ocidentaI, 0 homem nao pode dar-se ao luxo de
se dedicar a diversas areas do conhecimento.
Na atualidade, a atividade artistica tern side, quase sempre,
a essa atividade
relegada pela maioria, apenas alguns "loucos" ~edicam·s
pouco rendosa c de ilificil alcance de sucesso. As vezes, por uma questao
de ordem pratica, para obter sucesso, u artista se abstem de criar 0 que
sente, deformando a expressao de sua personalidade, para copiar
friamente a experiencia de outro, tomando sua obra falsa e sem qualquer
autenticidade, preferindo abdicar de sua fonte criadora para procurar
algo que 0 coloque em evidencia com maior facilidade. 0 sucesso e
um dus grande8 mitos de n08SO tempo, mas nem sempre e 0 caminho
mais seguro para 0 aperfeic;:oamento. 0 progresso em arte vem da
arduo, do constante apelo a ultrapassar-se a
conquista diaria, do e~;tudo
8i mesmo, a renovar-se sempre. Consideremos 0 artista plastico diante
de sua tela ou da folha de papd em branco. Ao escolher uma cor ou
preferir uma linha, ele revela ao mundo algo que Ihe pertence
exc1usivamente se faz partilhar naquela forma nova, criada por ele. Sao
suas paixoes, seus dramas, suas impressoes do mundo, suas inquietac;:oes
sonho de realizac;:ao impelindo-o a encontrar-se,
existenciais,
penetrando no misterio de sua alma:
e
°
A ar!e i umjazer em que if! uti/iza limagama mui/o variada de
matniaiJ, (omo a pedra, 0 .urpo, a vo~:
na criapio de ,;bTt.lJ
relativament.: duradouTt.lJ', como as (atedmiJ, ()u breveJ, como OJ
movid1entOJ de uma danra, "ando forma d mu/tipliddade de
e.. . . periimiaJ eva/om' hllmatillJ, amp/jat/do nOJJa conJdencia de
!:OJ JJJE'JmOi. do ou/ro edo mllNdo. Ojazerartirtico envo/ve t'riaf~Jo
em val:'o.r t/it'eiJ:(Camargo, 1989:11).
24
A maioria dos homens mio sente a nece:
nada impede que ele viva uma experiencia em w
Apesar ae lrilrer em = 0 cilriliztZf"'?o ffloten.wstlf,
II
onde os valores espirituais sao, guase sempre, rel
plano, 0 homem moderno vem tentando tel
espirituais, pois ele sente que nunca sera c(
sensibilidade, se nao tiver se relacionado com alg1
A arte pode e deve ser uma experiencia a ser v
por todos, 0 que nao significa que devemos se
arquitetos, escritores, compositores... 0 que se qUI
permitir que a sensibilidade artistica, inata em cada
e se desenvolva e que, estimulando e educando
infancia, deve-se fazer com que essa sensibilida
surja 0 ser completo. A experiencia artistica com
rela<,:oes com a arte: a produc;:ao estetica de cr:
artesao, da crianc;:a ou mesmo do leigo, e ainda,
arte por parte de um publico, que observa, ouve, Ie
compreensao e amor as obras de arte.
Defir.
• • • • • • • • •!l!I....1I!I experienda r
experiencia esl
com a vidaea
e valorizar as f
uma experienc
Repensar a
experiencia l
a legitimidadf
praticas instit!
unicamente
tradicionalmet
enquanto expl
se mais gratifi
artistica nao e
coisas simple
artista, nao e
Lena Rezende. Roda de Congo. 1'199
modo extra'
embora a arte nao exc1ua qualguer experiencia..
realidade de uma vida interior intemamente viviru
gran des e pequenos, originais ou rotineiros tel
indispensa-.;el que este mundo interior exista p
autentica. E fundamental que exista uma integJ
experiencias da vida com 0 procesw criativo.
A mao que tra<;a uma linha e mistur:
praticando um gesto vazio de sentido, mas realizal
exigiu, de um modo particular e sincero. A e:
forma e espontanea e identifica cada arti
personalidade. Ao escolher uma cor ou preferil
e
25
a ftlosofia e a tecnica) se separaram, em
Esse fenomeno, que caracterizou 0 seculo
os pata nos, e como se hou'.ressemos tentado
e nossa alma sonhadora. 0 sonho e a fantasia
sendo superada pela razao.
'dade e a emo~a
2-1519) viveu em uma epoca em que uma
, ao mesmos tempo, as areas da experiencia
e e ciencia eram a mesma coisa e a pintura,
ento e 0 "unico meio dt! reproduzir as obras
que, servindo-se de uma
", uma inve~ao
ca, estuda todas as propriedades das formas,
ervas, flores, todas as que se encontram
e luz e de sombra" ( Da Vinci apud Lopera e
diante da tentativa de atuarmos em diversas
ci, sentimo-nos impelidos a contestar essa
da
e conhecimento, pais diante do avn~o
. ,acabamos par nos tornar especialistas em
arriscamos em atividades diversificadas. Na
ntal, 0 homem nao pode dar-se ao luxo de
s do conhecimento.
atividade artistica tern sido, quase sempre,
as alguns "loucos" ~edicam·s
a essa atividade
alcance de sucesso. As vezes, por uma ques tao
ter sucesso, 0 artista se abstem de criar a que
ressao de sua personalidade, para copiar
outto, tomando sua obra falsa e sem qualquer
abdicar de sua fonte criadora para procurar
idencia com maior facilidade. 0 sucesso e
nosso tempo, mas nem sempre e 0 caminho
fei~oamnt.
0 progresso em arte vern da
arduo, do constante <lpelo a ulttapassar-se a
pre. Consideremos 0 artista plastico diante
papel em branco. Ao escolher uma cor ou
revela ao mundo algo que the pertence
. ar naquela forma nova, criada por ele. Sao
suas impressoes do mundo, suas inqueta~os
e realiz~o
impelindo-o a encontrar-se,
e sua alma:
Ji~rem
que it uliliza Ifmagama mmio variada de
(omo a pedra, 0 filrpo, a va::;: na eriafiio de obms
flli! daradouraJ, COl1l0 aJ' fated'lJis, 011 breves, t:Omo OJ
de lima danpl. dando forma a multiplitidade de
. . evaioreJ humcJ1i11J, ampliatJdo nOJJa t:OnJczinda de
; do OUtro edo mUlido. OJazerar/iJtica envolve triapia
niveis.(Camargo, 1989: 11).
24
A maioria dos homens nao sente a necessidade do artista, mas
nada impede que ele viva uma experiencia em urn dos campos da arte.
Apesar de viver em uma civiliza<;ao materialista, aprisionado amaquina,
onde os valores espirituais sao, quase sempre, relegados a urn segundo
plano, 0 homem moderno vern tentando reencontrar as valores
espirituais, pois ele sente que nunca sera completo se nao tiver
sensibilidade, se nao river se relacionado com alguma arividade artistica.
A arte pode e deve ser uma experiencia a ser vivida e compartilhada
por todos, 0 que nao significa que devemos ser pintores, escultores,
arquitetos, escritores, compositores... 0 que se quer dizer e que devemos
permitirque a sensibilidade artistica, inata em cada urn de nos, se expresse
e se desenvolva e que, estimulando e educando 0 ser humano desde a
infancia, deve-se fazet com que essa sensibilidade se afitme para que
surja 0 set completo. A expetiencia artistica compreende toda sorte de
rela~os
com a arte: a produ~a
estetica de criador profissional, do
artesao, da crian~
au mesmo do leigo, e ainda, a apreci~o
ativa da
arte par parte de urn publico, que observa, ouve, e utiliza com interesse,
compreensao e amor as obtas de arte.
Definir a atte como uma
• • • • • • • • • •II1IIII1II
expetiencia nos leva a cultivar a
experiencia estetica em nossa rela~o
com a vida e ajuda-nos a reconhecer
e valorizar as formas expressivas que
uma experiencia esterica nos fomece.
Repensar a arte como uma
experiencia e uma forma de defender
a legitimidade da arte, liberada das
praticas ins titucionalS , nao limitada
unicamente a certos padroes
ttadicionalmente privilegiados. A aIte
enquanto experiencia estetica tornase mais gratificante, pois a atividade
artistica nao e incompativel com as
coisas simples da vida e, para ser
lelia Rezende. Roda de COllgo. 1999
artista, nao e preciso viver de urn
modo extravagante e original,
embora a arte nao exclua qualquer experiencia. A vivencia artistica e a
realidade de uma vida interior intensamente vivida, onde acontecimentos
gran des e pequenos, originais ou rotineiros tern urn valor eterno. E
indspea~l
que este mundo interior exista para que haja a cria<;ao
autentica. E fundamental que exista uma integra<;ao perfeita entre as
experiencias da vida com 0 processo criativo.
A mao que tra<;a uma linha e mistura uma cor nao estara
praticando urn gesto vazio de sentido, mas realizando 0 que a experiencia
exigiu, de urn modo particular e sincero. A escolha das cores e da
forma e espontanea e identifica cada artista, traduzindo sua
personalidade. Ao escolher uma cor ou preferir uma linha, 0 homem
Ie
11
25
revela ao mundo parte de sua vida, alguma coisa que the pertence
exclusivamente faz-se partilhar na forma criada por ele. Sao suas paixoes,
seus dramas, suas primeiras impressoes da infanda, 0 despertar para 0
os sonhos da mocidade e a
mundo, as inquieta<;:oes da ~dolescnia,
plenitude da idade madura. E a capacidade humana e natural de poder
dar-se a alguem. Tomando como exemplo as palavras de Van Gogh
(1853-1890), podemos definir a experiencia artistica como uma forma
de
e."primir 0 amor de doil amantes no t'a.ramento de duas am:s
,'omplementares, .rua./imio eoposifrio, aJ misterio.ras vibrafiJc.r de
tom da mesma ordem. Exprimir 0 pem-amento de umafronte no
IJJplendor de um tom de luZ contra 0 fundo eJlUro. Exprimir
e.lperanra num punhado de estrelaJ... (1991 :3)
impulsionando 0 desenvolvimento cultural cia
se com a melhoria da qualidade de vida das 1
Em uma primeira analise, penso que
pela pintura encontra-se na constante divu
artistas atraves de exposi<;oes individuais e
Funda<;ao Cultural tern promovido alguns ever.
tradidonais na cidade, como a exposi<;io e
Mulher, ia na sua segunda edi<;l\o, 0 J...eikio Benq
tradicional festa em louv~r
aNossa Senhora d
nc
o
C
U
alj
E exatamente i850
que 0 artista tenta fazer ao expressar-se,
utiliza, no caso da pintura, de todo urn conjunto de formas e co~es
para exteriorizar 0 sentimento e a visao particular de seu mundo. E a
emo<;:ao de ver tudo 0 que sente transformado em cor e forma.
Para 0 artista a arte e como uma religiiio, mas para nos, leigos,
e uma forma de extravasar nossos sentimentos, abrindo espa<;o para a
evasao, tornando nossa vida mais amena e mais bela. Atuando em
nossas vidas como instrumento universal e ao mesmo tempo pessoal,
a arte serve para proteger e libertar-nos do cotidiano opressor. Por ser
a marca que urn homem isolado deixa no mundo, transforma-se ao
mesmo tempo no simbolo de urn gropo e marca de uma epoca, dando
coerencia aos fragmentos desconexos da vida modema. 0 sentimento
global que inspira a arte une os homens e, no momento de cria<;:ao e
frui<;ao, cada urn de nos atinge sua plenitude, pois a arte satisfaz as
nossas necessidades mais profundas e expressa nossas melhores
potencialidades.
Pensando a importancia da arte no fazer humano, podemos
dizer que na cidade de Catalao a atividade artistica encontra-se em
estado de constru<;:ao, em processo de cria<;ao, fazendo das artes plasticas,
principalmente a pintura, parte integrante de sua vida cultural. A pintura
possui urn espa<;o bastante privilegiado, visto que aqui existe urn mimero
consideravcl de artistas plasticos e estudantes de pintura. Temos, na
cidade, cinco atelies de artes phistica, com artistas que minis tram aulas
de pintura para adolescentes e adultos, que sao: 0 Atelie Renascer do
artista Ithamar Rodrigues, com trinta e seis alunos frequentes; 0 de
Sergio lvIartins com vinte e cinco alunos; 0 de Robson Antonio de
Oliveira com oito; 0 de Leila Mendes Rodovalho com quatro alunos e,
ainda, a Funda<;ao Cultural Maria das Dores Campos, com Helena Ito
ministrando aulas de pintura para trinta e cinco alunos. Temos urn total
de cento e oito alunos de pintura na cidade, 0 que nao e pouco. Podemos
dizer que a forma<;ao desses aluno;; e urn elemento chave no processo
de democratiza<;ao das artes plasticas em nossa cidade. Esse contingente
de alunos expressa 0 compromisso com que os orgaos culturais vern
26
Rt.
ex
ar
di
ba
da
ev
arl
pU
Marly Ferreira. Tarde Sertalleja. 1998
C1
pelo menos, uma exposi<;ao coletiva e, em ml
ano. Enfim, a pintura em nos sa cidade tern S4
a promo<;:ao constante de eventos, arrebanhl
de pessoas interessadas.
Catalao possui uma Academia de Al
95, com 26 academicos nas suas diversas arivid
sao pintores: Edson Democh com a cadeil
Favad Sebba com a de n. 13, l\laria da Gle
Leda Moema de :rvlello Aires n.o 21, Maria d
22, Wanda dos Santos Teixeira n.O 23, Alice 1
n.o 24, Ithamar Rodrigues de Oliveira n.O 25 (
com a cadeira de n.O 26. Consta no livro de
O
Da caverna ao museu: diciondrio das al
onze artistas residentes ou nascidos em Catal
BenJamitn de Lima Filho, Edson Dernoch
Oliveira, Leda Moema de Mello Aires, Ma(
Machado Ito, Mariinha (Maria Nogueira C
Silva, Nancv Safatle e Odete Faiad Sebba. Cor
artistas no quadro geral das arres phisticas en
Alem dos artistas pblsticos ja mencio
trinta e cinco outros que tern participado (
individual e coletiva na cidade e regiao. Nao
urn cadastro desses artistas, por isso nao hi
27
4
de sua vida, alguma coisa que the pertence
tilhar na forma criada por ele. Sao suas paixoes,
. s impressoes da in fan cia, 0 despertar para 0
da adolescencia, os sonhos da mocidade e a
a. E a capacidade humana e natural de poder
do como exemplo as palavras de Van Gogh
definir a experiencia arustica como uma forma
amor de dois amantcs no casamento de duas mreJ
entam, sua./u.rao eopo.rifaO. as misleriosaJ vibrafiies de
mesma ordem. E>.primir 0 pen.ramento de umafronte no
r de um tom de luZ {ontra 0 fundo CHuro. Exprimir
"(J num punhado de cJtrela.r... (1991:3)
. 0
isso que 0 artista tenta fazer ao expressar-se,
ra, de to do urn conjunto de formas e cores
. ento e a visao particular de seu mundo. E a
que sente transformado em cor e forma.
arte e como uma religiao, mas para nos, leigos,
sar nossos sentimentos, abrindo espac;:o para a
vida mais amena e mais bela. A tuando em
mento universal e ao mesmo tempo pessoal,
e hbettar-nos do cotidiano opressor. Por ser
isolado deixa no mundo, transforma-se ao
10 de urn grupo e marca de uma epoca, dando
s desconexos da vida modema. 0 sentimento
e une os homens e, no momento de criac;:ao e
, s atinge sua plenitude, pois a arte satisfaz as
ais profundas e expressa nossas melhores
ortancia da arte no fazer humano, podemos
Catalao a atividade artistica encontra-se em
processo de criac;:ao, fazendo das artes phisticas,
,parte integrante de sua vida cultural. A pintura
te privilegiado, visto que aqui existe um numero
phisticos e estudantel> de pintura. Temos, na
artes phistica, com artistas que minis tram aulas
ntes e adultos, que sao: 0 Atelic Renascer do
es, com trinta e selS alunos frequentes; 0 de
te e cinco alunos; a de Robson Antonio de
Leila Mendes Rodovalho com quatro alunos e,
ral Maria das Dores Campos, com Helena Ito
tura para trinta e cinco alunos. Temos um total
pintura na cidade, 0 que nao e poueo. Podemos
sses alunos e urn clemen to chave no processo
es phistieas em nossa cidade. Esse contingente
mpromisso com que os orgaos culturais vcm
26
irnpulsionando 0 desenvolvirnento cultural da cidade, comprometendose com a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Em uma prirneira analise, penso que a razao de tanto interesse
pela pintura encontrase na constante divulgac;:ao da prodm;ao dos
artistas attaves de exposic;:oes individuais e coletivas de pintura. A
Fundac;:ao Cultural tern promovido alguns eventos que estao se tomando
tradicionais na cidade, como a exposic;:ao em maio com a tematica
Mu/her, ja na sua segunda edic;:ao, 0 Lei/ao Bemji"ente de Pintura em pro! da
ttadicional festa em louv~r
aNossa Senhora do Rosario, que acontecera
nesse ana pela quarta vez.
o curso de Letras do
Campus de Catalao
UFG., promoveu por
alguns anos 0 evento POeJia
na rua on de poetas
expressavam sua arte e as
artistas iam para a rua pintar
diante de urn publico
bastante interessado. A partir
dai, temse realizado varios
eventos de rua onde os
artistas sao convidados a
pintar ao vivo. A Fundalfao
Marly Ferreira, Tarde Sertancja. 1998
Cultural tem promovido,
pelo menos, uma exposic;:ao coletiva e, em media, duas individuais por
ano. Enfim, a pintura em nossa cidade tem seu espalfo garantido com
a promoc;:ao constante de eventos, arrebanhando um grande nurnero
de pessoas interessadas.
Catalao possui uma Academia de Artes, fundada em 22/0'2/
95, com 26 academicos nas suas diversas atividades. Nela nove membro::;
sao pintores: Edson Democh com a cadeira de numero 1, Odette
Fayad Sebba com a de n.O 13, Maria da Gloria Rosa Sampaio n.o 20,
Leda Moema de Mello Aires n.O 21, Maria da Gloria Machado Ito n.o
22, Wanda dos Santos Teixeira n.o 23, Alice Margareti Dullens Santos
n.o 24, lthamar Rodrigues de Oliveira n.O 25 e Benjamin de Lima Filho
com a cadeira de n.o 26. Consta no livro de Amaury Menezes (1998),
Da caverna ao museu: diciondrio das artes pldstica em Goids,
onze artistas residentes ou nascidos em Catalao: Alice Dullens Santos,
Benjamim de Lima Ftlho, Edson Uemoch, HhamarKoaI'lgues ae
Oliveira, Leda Moerna de Mello Aires, Mada Prado, Maria da gloria
Machado Ito, Mariinha (Maria Nogueira Chaud), Marly Ferreira da
Silva, Nancy Safatle e Odete Faiad Sebba. Consolidando 0 nome desses
artistas no quadro geral das artes pbisticas em GOlaS e no Brasil.
Alem dos artistas phlsticos ja mencionados, existem em media
trinta e cinco outros que tem participado de exposic;:oes de pintura
individual e coletiva na cidade e regiao. Nao existe uma associac;:ao ou
um cadastro desses artistas, por isso nao ha como precisar 0 numero
27
exato; porem, consultando alguns convites ~e exposi~
realiz~d
na
cidade, chegamos aos segulntes nome~:
Carmem Suely, Cleldes de
Fatima, Cleonice Travagline, Cristina Fana, Deliene Alcantara dos Rels,
Eliane Margon, Elizabeth Siqueira de Godoi, Emerson Gon<;alves de
Oliveira, Fatima Aires, Fatima Marcelino de Paula, Frax:clelle ?emo~h,
Gisele Zorzette, Gislene Resende Paschoal Safatle, Jucelia Feliclo, Latta
Gomes de Oliveira, Leuci Felicio Netto, Lucia Marcelino Meireles, Lucy
Evangelista Caixeta, Marcio Junior Silva, Maria Clarinda Coelho, Mana
D'Arcda Silva, Maria das Dores de Souza, Mana Imaculada Cavalcax:t.e,
IYlaria lues Aires Sousa, Maria Magdalena da Silva, Marla do RosarIO
Paranhos, Marinete Leal Neto, Mauricio Abrao, Mercia Netto, Menna
Mesquita, Otitio de Paiva, Rosemary Muller Salomao, Silmalene Re~nd,
Walquiria R. da Silva Goulart. Com esses n<:>mes, chegarnos ao numero
de cinqiienta e um pintores. Part~
desses pmtores frequentam .um dos
atelies da cidade visando 0 apnmoramento de seus conhe~:s
tecnicol'. Alguns deles ja ganharam algum tipo de premla.<;~o,
principalmente no concurso anual promovldo,Pelo SESI ~e ~01as
.
o mail' interessante e que ha um numero conslderavel de
pintores na?t:r ou primitivos na cidade, alguns ja :eceberam premio~
~m
concursos nacionais e foram dassificados na Bienal de Arte Pr1mltlva
da cidade de Piracicaba (Sao Paulo), uma das mais famosas exposi<;oes
em. 1992 e
de arte primitiva do pais, que teve a sua primeira e~<;ao
yem acontecendo a cada dois anos, com a partlClpa<;ao de artlstas de
to do 0 Brasil e do exterior. Dentre os pintores acima mencionados,
chegamos a um total de onze primitiyistas, que sao: Ithama.r Rodr~gues
de Oliveira, Jucelia Felicio, Laita Gomes de Olivetra, MarCIO Juntor
Silva, Maria D'Arc da Silva, Maria da Gloria Machado Ito~
Mana da
Gloria Rosa Sampaio, Marly Ferreira da Silva, Mana Noguetra Chaud,
Sergio Martins Ferreira, Silmalene Rezende. Dentre eles, f~ram
classificados na Bienal de arte Na(l, SESC de Ptraclcaba: Marla D Arc,
e Maria. da Gloria Ros~
~ampl?
e:n
Maria da Gloria Machado lt~
1994; em 1996, Maria D'arc e Marly Ferretra receberam premto AqUlsI<;ao
e Sergio Martins foi classificado; Ithamar Rodrigues, ~arly
Ferreira e
Sergio Martins foram classificados na blenai de 1998. Alem desse artlstas
momenta
existem outros que passaram pelo prlmltlVlsmo em .algu~
de suas carreira::;. Os numeros acirna esbO(;am 0 potenCIal cnatlvo gerado
em torno da arte ingenua em Catalao. Entretanto,. devemos reconhecer
que nem tudo 0 que se tem criado ou produzldo possU! mesmo
peso, a mesma riqueza ou os mesm?s predlcados qualitatlvos'
I,nfluencla do
Essa preferencia pelo pr1mltlVlsmo talvez sof~a
pintor naillthamar Rodrigues, professor de ptntura ha van.os anos. E
tambem por set uma arte que se caractenza pela slmpltcldade. 0
cotidiano, a religiao, as festas regionais e folcloricas, a natureza e as
brincadeiras transformamse em imagens reveladoras do UOlverso
°
•
A
: NAo consegui datas precisas. mas segundo infom1a~
do Professor lthamar Rodrigues, de seus alunos.
Maria hws Aires Sousa. Mauricio Abr.\o e Silmalene Rezende ja foram prenll.dos nesse concurso,
28
criativo dos Artistas primitivos. A inve~ao
caracteristicas basicas da arte ingenua, leva
certo talento para a pintura, a enveredarem
que ela nao se prende a formulas preestal
nao se trata de primariedade ou precariedadl
necessidade de tecnica, de criatividade; (
autonomia no pintor primitivo que produz \;
variada na tematica e vibrante nas cores, tor
olhos de qualquer observador.
Osp.
sao tambem
ou lOgenuos.
nativuJ, e signit
A ingenuida(
fenomeno, po
que fala d
sensibilidade.
caracterizada
chapadas e
composi<;ao n
perspectiva e
estetica. Os
vivencias dos a
car~te
regiona
essenela uma a
ou primitive
autodidata que se expressa plasticamente
espontitnea e original. Nao se prende a cc
sensibilidade aflorar naturalmente. As suas em
'vida sao registradas de forma marcante e pecul
duvida em afirmar que a riqueza e a evolu<;ao d:
um fator evidente em nossa cidade.
Resgatando 0 processo de valoriza
primitiva no Brasil, podese dizer que ela foi Ie
e pelos colecionadores a partir de 1951, at:
Internacional da cidade de Sao Paulo, em qu
Prazeres (18961966), um sambista que tambi
uma das premia<;oes, surpreendendo a todos p
de sua pintura, num evento que visava apresent
contemporaneas da arte. Para Andrade (1996:9'
de lIeitor que se come<;ou a discutir a serio, no
pintura nat!; num momento em que acontecia g
da arte em todo 0 mundo. Com 0 passar dos :
Paulo deixaram de prestigiar a nossa arte primitJ
pesquisas da arte, mats de acordo com a sua I
mesmo acontecendo com a critica espcialz~
exce<;oes, poueo tem estudado essa tendencia 1
29
alguns convites de exposi<;:oes realizadas na
'ntes nomes: Carmem Suely, Cleides de
Cristina Faria, Deliene Alcantara dos Reis,
Siqueira de Godoi, Emerson Gon<;:alves de
_,,,,,',11". Marcelino de Paula, Francielle Democh,
Resende Paschoal Safatle,JuceIia Felicio, Latta
Felicio Netto, Lucia tvlarcelino Meireles, Lucy
Junior Silva, Maria Clarinda Coelho, Maria
Dores de Souza, Maria Imaculada Cavalcante,
Maria Magdalena da Silva, Maria do Rosario
Neto, Mauricio Abr::io, Mercia Netto, Merina
Rosemary Muller Salomao, Silmalene Rezende,
Com esses nomes, chegamos ao numero
Parte desses pintores freqiientam urn dos
o aprimoramento de seus conhecimentos
ja ganharam algum tipo de premia<;ao,
anual promovido pelo SESI de Goias 2 •
e que ha urn numero consideravel de
na cidade, alguns ia receberam preenios em
dassificados na Bienal de Arte Prirniciva
(Sao Paulo), uma das mals famosas exposi<;:oes
que teve a sua primeira edi<;:ao em 1992 e
dois anos, com a parcicipa<;ao de arcistas de
Dentre os pintores acima mencionados,
onze ptimitivistas, que sao: Ithamar Rodrigues
Latta Gomes de Oliveira, Marcia Junior
Maria da Gloria Machado Ito, Maria da
Ferreira da Silva, Maria Nogueira Chaud,
Silmalene Rezende. Dentre eles, foram
arte Naif; SESC de Piracicaba: Maria D'Arc,
Ito e 'Maria da Gloria Rosa Sampaio em
e Marly Ferreira receberam premio Aquisi<;:ao
_OM1.1L"UU, Ithamar Rodrigues, Marly Ferreira e
.ssii'ica,dos na bienal de 1998. Alem desse artistas
pelo primitivismo em algum momenta
.neros acima esbo<;:am 0 potencial criativo gerado
em Catalao. Entretanto, devemos reconhecer
tem criado ou produzido possui 0 mesmo
os mesmos predicados qualitativos.
pelo primitivismo talvez sofra influencia do
professor de pintura ha varios anos. E
que se caracteriza pela simplicidade. 0
festas regionais e folcloricas, a natureza e as
em imagens reveladoras do universo
inromla~
do Professor Ithamar Rodrigues, de sellS alunos.
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criacivo dos Artistas prirnicivos. A inven<;:iio e a espontaneidade sao as
caracteriscicas basicas da arte ingenua, levan do as pessoas, com um
certo talento para a pintura, a enveredarem por esse caminho, visto
que ela nao se prende a formulas preestabelecidas. Evidente,mente:
naD se trata de primariedade ou precariedade da arte, ao contrano, ha
necessidade de tecnica, de criatividade; contudo, ha liberdade e
autonomia no pintor primitivo que produz uma arte rica em detalhes,
variada na temacica e vibrante nas cores, tomandoa encantadora aos
olhos de qualquer observador.
Os pintores na(jj ou primitivos
sao tambern chamados de folcloricos
ou ingenuos. 0 termo deriva do larim
nativHs, e significa original, natural, mato.
A ingenuidade e a chave de todo 0
fenomeno, por ser uma pintura simples
que fala diretamente a nossa
sensibilidade. A pintura primitiva e
caracterizada pela pureza das cores
chapadas e puras, com uma
composi<;:ao rudimentar e desenho sem
perspectiva e sem muita complica<;:ao
estetica. Os temas se prendem a
vivencias dos artista, it tradi<;ao, com um
carater regionalista e nacionalista. Epar
DenlOch. Anjos na
essencia uma arte popular. 0 artista nat"
Festa do Rosario. 1999
ou primitivo e geralmente um
autodidata que se expressa plasticamente de maneira instintiva,
espontanea e original. Nao se prende a conceitos, deixa.ndo sua
sensibilidade aflorar naturalmente. As suas emo<;:oes e expenenclas de
vida sao registradas de forma marcante e peculiar. Nao temos qualquer
duvida em aftrmar que a riqueza e a evolm;ao da arte primitiva constitui
um fator evidente em nossa cidade.
Resgatando 0 processo de valoriza<;:ao e difusao da arte
primitiva no Brasil, podese dizer que ela foi levada it serio pela critica
e pdos colecionadores a partir de 1951, ana da prlmelta Blenal
Intemacional da cidade de Sao Paulo, em que 0 carioca Heaor dos
Prazeres (18961966), um sambista que tambem pintava, conquistou
uma das premia<;:oes, surpreendendo a todos pela linguagem autentica
de sua pintura, num evento que visava apresentar ao pais as tendencias
contemporaneas da arte. Para Andrade (1996:97), foi com a premia<;ao
de Heitor que se come<;:ou a discutir a serio, no Brasil, 0 fenomeno da
pintura naif~
num momenta em que acontecia grandes transforma<;:o:s
da arte em todo 0 mundo. Com 0 passar dos an os, as blenalS de Sao
Paulo deixaram de prestigiar a nossa arte primitiva, voltandose para as
pesquisas da arte, mais de acordo com a sua mosofia de atua<;:ao. 0
mesmo acontecendo com a critica especializada que, com algumas
exce<;:oes, pouco tern estudado essa tendencia tao expressiva no pais.
29
Atualmente urn dos maiores eventos de arte primitiva e promv~d
pelo SESC de Piraeieaba, a Bienal de _1rte lngenlla e Primitiva
B~
Nays do
"dd
A pintura nay' ou primitiva se imfloe por sua autentlCl a. e,
sendo uma sin tese entre a eultura popular e a vlsualidade urbana brasiletra;
A apropria<yao de simbolos e mitos da cultura popular rural e urban~
e
recuperada pelos artistas. Apesar de sua aparente mgenUldade, nao
esconde, tanto na pereep<yao espadal quanto na deser:voltura da cor,
urn entendimento sutil do mundo e uma eompreensao persplcaz, ~o
universo picturaL Pintura vigorosa, rica de.colorido, traduz 0 tmag;~no
do povo, m'to apenas os ~speto
pros.rueos, ~escntlvo,
stmboli:~,
mas tambem 0 carater mltologtco do mconSClente, aSSl1n, 0 Id~a?o
regional e revitalizado p~los
prin:itivistas. Em Catalao a temalc~
preferida dos pintores prtmltlVOS e a C<:ngada e temas referente: a
Festa em louvor a Nossa senhora do Rosano, por repsnt~
a mator
manifestacao folcl6rica da cidade, outro tema bastante usado e 0 famoso
Morro da ~Saude,
ou 0 Morrinho de Sao Joao, cartao postal da cidade,
representado e estilizado em quase todos os trabalhos dos artlstas: .
Insubmissa a tendencias, escolas e modelos, a arte prmutlva
cumpre urn papel especial de apre~nso
da realidade: primitiva mas
nao primaria, popular porem jamals prosalca .. Gaugum (18481903),
enquanto pintar impressionista, estudou 0 prtmltl:'7J.smo na arte mo~ea,
tomandoa como base natural para a formular.;:ao do espar.;:o artlstlco
onde pudesse integrar a sensar.;:ao e 0 ~ensamto
na ~isao
t~al
do
homem. Os f<allt'i.r/as procuraram 0 eleglaco fora do cnteno clas~
e
a formular.;:ao pbistica onde predominava 0 bom sen so na combm,ar.;:ao
de cores. As conexoes da arte contemporanea com a prlmltlva sao as
mais divcrsas e podem atuar como expansao das possibilidades da
criar.;:ao, enquanto jogo simb6lico e mitico. Na arte das cavernas, a figura
eo sinal traduzem e embalam 0 carater slmboltzador do pensamento.
Forcas ocultas instintivas, operando alcm da compreensao humana,
cOrPorificam 0 misterio da experiencia cotidiana no. t~ar.;:o
plano de
projer.;:ao frontal ou em perfis na pedra, com a slmplicldade do rISCO
infantil.
o artista primitivo ou na?lcontemporaneo, que elabora alguns
desses principios, processa uma boa escuta do mundo em que; VIVC
como versao contaminada pelo ato 1l1algural do saber humano. E tal a
independencia da arte primitiva que a historia da arte nao a cat~lou
em urn periodo cronol6gico espcdfico. EXIStlu e scmpre eXlstlra. S~ a
artc modern a se distanciou do homem comum ao se tornar abstrar.;:ao
pura e puro conceito, a arte primitiva consc:va urn caniter de "rcalidade
a evasao. Este sentese em r:ieno
vi"ida" que facilita ao observad~,
dominio dos processos de conheCimento ao compreender a excelencla
de alguma representar.;:ao do real, processada cnatlva e pocttcamente.
tvlesmo dominando a tecnica, as pretensoes 1l1telectuals deg~
arogtas sao quase inexistentes. 0 que eles pretendem, a gross:> modo, c
narrar uma hist6ria, reviver um momcnto ou eterntzar sltua<yoes e fato::;
30
do cotidiano que lhes tocam 0 sentimento, a at
fluxo ~a vida, e mais um respirar natural que'
o surgtmento de artistas nayj· de valor eo interl
arte fez com que muitos artistas com formac;ao
atrai?os e,se identificassem com 0 estilo ingenu
que mclUlam tratamento e acabamento mais 1
originalidade, a imita<yao, a repeti<yao, 0 intere:
por parte de pintores que nao sao espontan
descaracterizac;ao desse genero, transformando_
Maria D'Arc da Silva. Brincadeira de ('rian!,a. 1996
pC
·
\ . - d'
neoIi tlco. cna<yao e uma lconografia figurativ:
perspectiva nao convencional determinam a ocu
quadro. As metaforas visuais procuram constr
acesso ao imaginario. Urn universo de solu<yoes I
rela<yilO entre 0 antigo e 0 novo, a tradi<yao e a 0
arte na?/ apresenta novas formas de apreender
com extrema bcleza e espontaneidade.
Em Catablo, a arte primitiva tem cumpri(
a cultura popular da regiao. Alcm da Congada
Senhora do Rosario, sao abordados outros tema
Festa de Reis, brincadeiras infan05, paisagens locais,
e palsagens rural e urbana. Claro que a maloria ell
em obras de outros pintores primitivos, mas a c
cada artista definem a qualidade de nossos pintol
.
0 interesse pela pintura em Catalao re\
lmportimcia, visto que aqui cssa atividade artistica
da sociedade, nao se restringindo a I
os se~nto
contrar1o, ela destlnase a penetrar intensamente r
as pessoas. A valorizac;ao da pintura em nossa cit
espar.;:o de apoio e estimulo, multiplicando in
dlvulga<yiio desta que constitui lima da::; vertenl
cativantes das artes phl.sticas cm nossa cidade.
[l
JI
aiores eventos de arte primitiva e promovido
, a Bienal de Ane Jngenua e Primitit1a Na(j;' do
ou primitiva se impoe por sua autenticidade,
a cultura popular e a visualidade urbana brasileira.
los e mitos da cultura popular rural e urbana e
s. Apesar de sua aparente ingenuidade, nao
ep<;ao espacial quanto na desenvoltura da cor,
do mundo e uma compreensao perspicaz do
vigorosa, rica de colorido, traduz 0 imaginario
s aspectos prosaicos, descritivos, simb6licos,
mitol6gico do inconsciente, assim, 0 ide;irio
pelos primitivistas. Em Catalao a tematica
primitivos e a Congada e temas referentes a
a senhora do Rosario, por representar a maior
cIa cicL'1.de, outro tema bastante usado e 0 famoso
Morrinho de Sao Joao, cartao postal da cidade,
oem quase todos os trabalhos dos artistas.
tendencias, escolas e modelos, a arte primitiva
cial de apreensao da realidade: primitiva mas
porem jamais prosaica. Gauguin (18481903),
lomsta, estudou 0 primitivismo na arte moderna,
natural para a formu1a<;ao do espa<;o artistico
a sensa<;ao e 0 pensamento na visao total do
rOcuraram 0 elegiaco fora do criterio ch'issico e
de predominava 0 bom senso na combina<;ao
cIa arte contemporilOea com a primitiva sao as
atuar como expamao das possibilidades da
imb6lico e mitico. N a arte das cavernas, a figura
balam 0 carater simbolizador do pens amen to.
s, operando alem da compreensao humana,
o da experiencia cotidiana no tra<;o plano de
perfis na pedra, com a simplicidade do risco
tivo ou nailcontempOrll11eO, que elabora alguns
essa uma'boa escuta do mundo em qu~
vive
da peIo ato inalgural do saber humano. E tal a
rimitiva que a hist6ria da arte nao a catalogou
'gico especifico. Existiu e sempre existira. Se a
'ou do homem comum ao se tornar abstra<;ao
te primitiva conserva um carater de "realidade
observador, a evasao. Este sentese em pleno
de conhecimento ao compreender a excelencia
o do real, process ada criativa e poeticamente.
do a tecnica, as pretensoes intelectuais desses
tentes. 0 que eles pretendem, a grosso modo, e
. er urn momento au eternizar situa<;oes e fatos
30
do cotidiano que Ihes tocam 0 sentimento, a arte para eles faz parte do
fluxo da vida, e mais um respirar natural que uma atitude de exce<;ao.
o surgimento de artistas na(jj· de valor eo interesse despertado pela sua
arte fez com que muitos artistas com forma<;ao academica se sentissem
atraidos e se identificassem com 0 estilo ingenuo, procurando solu<;oes
que induiam tratamento e acabamento mais refinado. A ausencia de
originalidade, a imita<;ao, a repeti<;ao, 0 interesse comercial imediato,
por parte de pintores que nao sao espontaneos, tem provocado a
descaracteriza<;ao desse genero, transformandoo em arte convencionaL
Partindo de elementos populares, a
intura na{/ tem se
de:sdlot)rado em construs elaboradas, pr6xis as composl<;oes
o raciodnio espacial, a intensidade da cor e 0 ludismo leva 0 pintor a composi<;oes esquematicas,
comuns a todos os
Maria D' Arc da Silva. Brine.deira de erian,a. 1996
povos desde 0 pedodo
neolitico. A cria<;ao de uma iconografia figurativa e a utiliza<;ao de uma
perspectiva nao convencional determinam a ocupa<;ao compositiva do
quadro. As metaforas visuals procuram construir um referencial de
acesso ao imaginario. Um universo de solu<;oes formais resultantes da
rela<;ao entre 0 antigo e 0 novo, a tradi<;ao e a contemporaneidade. A
arte nail apresenta novas formas de apreender os mistcrios da vida,
com extrema beleza e espontaneidade.
Em Catalao, a arte primitiva tem cumprido 0 papel de divulgar
a cultura popular da regiao. Alem da Congada e da festa de Nossa
Senhora do Rosario, sao abordado5 outros tema5 como: festa junina,
festa de Rei;;, brincadeiras infanti:;, paisagens locais e ainda a vida, afazeres
e paisagens rural e urbana. Claro que a maioria desses temas aparecem
em obras de outros pintores primitivos, mas a cor local e 0 estilo de
cada artista definem a qualidade de n08505 pintores.
o interesse pela pintura em Catalao revestese de particular
importancia, visto que aqui essa atividade artistica se amplia para todos
os segmentos da sociedade, nao se restringindo a pequenos circuloR, ao
contrario, ela destinase a penetrar intensamente no cotidiano de todas
as pessoas, A valoriza<;ao da pintura em nossa cidade abre um amplo
espa<;o de apoio e es timulo, multiplicando iniciativas voltadas a
divulga<;ao desta que constitui uma das vertentes mais fecundas e
cativantes das :utes plasticas em nossa cidade.
.3 1
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MENEZES, Amaury. Da taverna ao mum(: Didondrio daJ arteJpldJlicaJ em
GoiJ.r. Goiania: Fundac;ao Cultural Pedro Ludovico Teixeira, 1998.
Resumo:
Este trabalho discute como as formas
urbanas interferem na identidade dos
citadinos e como a ohra de arte, ainda,
guarda liga~o
com 0 passado,
podendo ser urn ponto de apoio para
a memoria do individuo.
Abstral
llis stl
forms~
townsp
art, still
which c
the mer
o tempo pre.rente e 0
Eftao amboJ, la/veil.
E oluturo con/ido no
S e ~ plenitude do te~
o tempo, fomo um to,
o que poderia ler sid.
Que mbJiste ,'omope~
Srf num mundo de esp
o que podia ler sido t
/J.cenam para um jim,
Na memoria, hd eeos
Ao longo da paJsagem
Rumo d porta que nu;
A dar nojardim de rr.
MinhaJ palavras em t
Ivtas, com que intuito,
A cslremerer 0 po nu,.,
Ignoro.
Outros e.-o.
Th
RODRIGUES, L et al. 3 a Co/elitla de Pintura. Alelier RenaJm: Catalao: .
Taberna do Chopp, 1995. Convite.
SEBBA, 0. F et aL Noite ClilturalOdette rqyad SeMel. Tradiriio, arle e
.rolidariedade em loutwa No.r,ra Senhora do ROJario. Catalao: Salao Nobre do
Nucleo Educativo, 2.001. Convite.
VAN GOGH, Vincente. Van Gogh. Silo Paulo: Globo, 1991. Os
Impressionistas.
As imagens da cidade que abrem os j
Lang e Blade Ranner de Scott sao grandiosas e Sf
Sao imagens da cidade acentrada, sem inicio e fi
indescritivel cortam as ct~us
que parece suster:
t Jomalista. autor de Olhares sabre a cidade. Narrativas poeticas d!
Paulo: Cone SuI. 2.000, Doutorando em Hist6ria pel. UFPR. Membrodo
Editorial das revistas AnCuitura e Gua,.s
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