This work contributes to debates in Geographies of Sexualities, a sub-field of Geography that intends to understand the relation between geographical space and human sexuality. We start by affirming that contact is the most basic element...
moreThis work contributes to debates in Geographies of Sexualities, a sub-field of
Geography that intends to understand the relation between geographical space and
human sexuality.
We start by affirming that contact is the most basic element of a city. The set of relations
between spatial actors in a dense social organization constitutes urban space, whose
substance, urbanity, can be used to measure how positive the urban space is for its
citizens.
We understand space as a social dimension that is constituted by the society at the
same time it is a constituent of it. We investigated homosexual spatialities in order to
understand how and to what extent they constitued and are constituted by urbanity.
We made two spatial clipping and two temporal clippings: São Paulo, Brazil, and
Paris, France, in 1995 and in 2016. We created and analyzed maps to understand
these spatialities. Using these maps we discuss two antagonic ideas: the “homosexual
ghetto” and spatial justice (or right to the city).
Our thesis could be resumed by saying that the denser a spatial configuration, the less
antiurban it is.
São Paulo as much as Paris, has homosexual spatialities that are formed and maintened
in relatively denser and more diverse social environments. This stems from the
greater possibility to enjoy anonymity and extimity, while, paradoxically, visibility
contributes to recognizing homosexuality as a human sexual expression as normal as
heterosexuality. At the end, our hipothesis was confirmed.
Because of the visibility of debates about homosexuality this work brings to Geography,
we think that this contributes to the social recognition of homosexuality and to expand
this sub-field in the national scenery.
Keywords: Spatiality; Homosexuality; Urbanity; Transformational and Analytical
Cartography; Cartogram
O presente trabalho se insere dentro de um dos campos da Geografia, o qual chamamos
de Geografias das Sexualidades, cujos estudos buscam entender a relação entre o
espaço e as sexualidades.
Partimos da afirmação de que o contato é o elemento básico da cidade. O conjunto de
relações entre atores espaciais em uma organização social densa constitui o espaço
urbano, cuja substância, a urbanidade, pode ser medida a fim de avaliar o quão
positivo ele pode ser para seus cidadãos.
Entendemos o espaço geográfico enquanto uma dimensão da sociedade, sendo
construído por ela ao mesmo tempo em que a constrói. Assim, olhamos para as
espacialidades homossexuais a fim de entender de que forma e em que medida elas
constituem e são constituídas pela urbanidade.
Fizemos dois recortes espaciais e dois recortes temporais: São Paulo e Paris em 1995
e em 2016. Através da construção de mapas que ajudam a apreender e compreender
essas espacialidades, discutimos duas noções antagônicas: o “gueto homossexual” e a
justiça espacial (ou o direito a cidade).
Nossa hipótese pode ser resumida na fórmula “quanto mais urbanidade em uma
configuração espacial, menos antiurbana ela é”.
Concluímos que tanto em São Paulo como em Paris, as espacialidades homossexuais
se formam e se mantêm em áreas com maior diversidade e densidade social. Isso se
baseia na maior possibilidade de usufruir do anonimato e da extimidade, ao passo
que, paradoxalmente, contribui para o reconhecimento da homossexualidade como
uma expressão da sexualidade humana tão comum quanto a heterossexual, através da
visibilidade. Assim, confirmamos a nossa hipótese.
Em razão da visibilidade das discussões sobre homossexualidade que este trabalho traz
para a Geografia, acreditamos que ele pode contribuir tanto para o reconhecimento
social da homossexualidade quanto na ampliação de um campo de estudo não muito
amplo no cenário nacional.
Palavras-chave: Espacialidade; Homossexualidade; Urbanidade; Cartografia Analítica
e Transformacional; Anamorfose