RESUMO: Este artigo se propõe a fazer uma análise da obra Minha vida de menina, de Helena Morley, pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant, tendo em vista a representação do papel da mulher no período oitocentista brasileiro. Publicado...
moreRESUMO: Este artigo se propõe a fazer uma análise da obra Minha vida de menina, de Helena Morley, pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant, tendo em vista a representação do papel da mulher no período oitocentista brasileiro. Publicado em 1942, esse livro é a reunião dos escritos de um diário que Helena escreveu de 1893 a 1895, quando tinha entre 13 e 15 anos de idade. Nessa obra, há diversas per-sonagens femininas, sobretudo a mãe, a avó e a irmã de Helena, que possuem comportamentos con-dizentes com o patriarcalismo vigente na época em que o poder se concentrava, predominantemente, na figura masculina. Por outro lado, apesar dessa condição, pode-se perceber que Helena consegue romper, até certo ponto, com alguns dos preceitos estereotípicos impostos à mulher brasileira do sé-culo XIX. A protagonista reflete e questiona o papel da mulher oitocentista brasileira, destacando, por vezes, as diferenças entre homens e mulheres na sociedade desse período. PALAVRAS-CHAVE: Helena Morley; feminino; mulheres oitocentistas. Introdução Piscitelli (1989: 127) considera que o século XIX foi um período em que o modelo patriarcal predominou. Às mulheres foram reservados os espaços da administração do ambiente doméstico, da maternidade e do cuidado com a moral e a tradição de sua família. Apesar dessas demarcações sociais, Zolin (2009: 220) assevera que houve tentativas de mudança em relação à condição feminina, por meio das precursoras manifestações feministas ocorridas na Europa que, posteriormente, atingiram outros continentes. 1
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