Identidade de professor de Inglês

Este artigo apresenta os resultados de reflexões feitas com professores de línguas (professores de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa) e como os professores se veem passando do processo de consumidoras de materiais de ensino de línguas a produtores do seu próprio material de ensino. Esses professores refletiram sobre a produção de materiais de ensino. A metodologia adotada para trazer os resultados foi a análise dos relatos produzidos pelos professores. Durante o processo de análise, as respostas dos professores foram categorizadas em temas. Os aportes teóricos que embasaram a discussão e a análise dos dados foram: prática reflexiva (Wallace; Schön) e letramento crítico e práticas sociais (Pennycook, Lankshear). Os resultados da análise dos dados apontaram para a necessidade de propiciar aos professores de línguas momentos de reflexão acerca dos materiais de ensino. A pesquisa mostrou que há caminhos para um trabalho colaborativo/participativo em que se possa perceber que há possibilidades de produção de materiais de ensino e que essa atividade seja vista como formadora de professores e que os professores possam se utilizar de outros recursos para o ensino de línguas que vá além do livro didático. Sendo assim, torna-se necessário discutir questões de letramento crítico e de práticas sociais nos cursos de formação de professores, para que, assim, tais professores possam preparar seus próprios materiais de ensino.

Este trabalho objetiva refletir sobre o papel do ambiente de trabalho dos alunos como elemento configurador da identidade do professor de inglês profissional, através da análise de excertos de uma entrevista realizada com um professor da área, em que a relação entre o professor e o ambiente de trabalho do aluno mostra-se essencial, e, em certa medida, confirma as observações de Ellis & Johnson (1994), Donna (2000), Frendo (2005) e Barton, Burkart & Server (2010), para os quais o ensino de inglês profissional pressupõe grande envolvimento do professor com a área/meio de trabalho do aluno, ultrapassando a esfera de ensino de língua. A identidade é entendida como um processo construído pela linguagem nas relações que os sujeitos estabelecem entre si em situações de interação (MOITA LOPES, 2003) e está em constante transformação (RAJAGOPALAN, 2006; HALL, 2000).