"""O Museu é o lugar da possibilidade do encontro entre culturas. E a Universidade, o lugar da criação das condições do conhecer necessário, portanto das condições filosóficas, epistêmicas, necessárias, para este encontro. Por isto a...
more"""O Museu é o lugar da possibilidade do encontro entre culturas.
E a Universidade, o lugar da criação das condições do conhecer necessário, portanto das condições filosóficas, epistêmicas, necessárias, para este encontro.
Por isto a filosofia que move o Museu, e move os que fazem os museus, é o sintoma do estado em que se encontra o diálogo entre as civilizações, o diálogo entre as culturas.
Neste sentido o Museu é a possibilidade-chave da experimentação total da transculturalidade defendida por Jacques Poulain.
Aqui compartilho como vejo tais conceitos com a perspectiva da Psicopolítica da Teoria Social, a qual venho me dedicando.
Para mim, transdisciplinar desde 1984, o museu, ao qual dediquei diretamente 21 anos de minha vida, o Museu é a possibilidade de instaurar o lugar transcultural emancipador, aquele onde somos iguais, como Zeca Liggiéro exercita na performance Dona Mariana, a Princesa Turca, Cabocla Curandeira, Arara Cantadeira, uma radionovela em Ondas Curtas e Longas.
Este para mim é o sentido da transculturalidade, o lugar onde os migrantes encontram sua raiz comum.
Mas como fazer isto, se a lógica epistêmica do Ocidente moderno e pós-moderno, e portanto da Academia, é o dualismo, segundo o qual estamos presos entre a 'unidade', que seria sempre autoritária, e a ‘lógica multicultural da alteridade e diversidade’; cujas ‘políticas de reconhecimento’ não logram transformar direitos sociais e políticos em direitos econômicos diante, como bem diz Jacques Poulain, dos ‘autistas pragmáticos’ da financerização da Vida e de seus seguidores, por exemplo os da pontuação acadêmica que dão continuidade na Universidade ao epistemícidio que queremos superar com a transculturalidade."""