O assunto desta pesquisa é a estética enquanto categoria fundamental para compreensão da sociedade contemporânea e como ponto de partida para o desenvolvimento de uma linguagem teológica que seja relevante e atual. Num primeiro momento,...
moreO assunto desta pesquisa é a estética enquanto categoria fundamental para compreensão da sociedade contemporânea e como ponto de partida para o desenvolvimento de uma linguagem teológica que seja relevante e atual. Num primeiro momento, exploramos o conceito de Homo aestheticus como uma categoria pertinente para categorizar a condição subjetiva do ser humano moderno. Para tanto, desenvolvemos uma espécie de genealogia da estética desde seu nascimento enquanto disciplina filosófica e seu processo de autonomia epistemológica; demonstramos como o paradigma estético que nasce dessas reflexões é incorporado pelo mundo da arte, sobretudo pelas as artes de vanguarda do século XX; em seguida, refletimos como esses processos dão início a uma estetização da vida cotidiana que, posteriormente, será incorporada pela racionalidade capitalista para a sedução e criação de novos consumidores que passam a se relacionar com as pessoas, com o mundo e com Deus a partir de critérios estéticos-imaginários-emocionais. Num segundo momento, explicitamos o que vem a ser uma estética teológica conforme pretendemos desenvolver aqui. Tentamos oferecer as bases de uma teologia fundamental que tome o estético como via hermenêutica e ponto de partida para a contemplação dos dados da Revelação. Nesse sentido, exploramos a proposta de uma “Estética teológica” do teólogo suíço Hans Urs von Balthasar. O pressuposto assumido é o de que apropriar-se esteticamente dos dados da Revelação não apenas é possível, mas imprescindível para uma teologia cristã que pretenda permanecer fiel à revelação de Deus em Cristo. Desse modo, buscamos oferecer um esboço da proposta estético-teológica balthasariana. No terceiro e último momento, averiguamos as implicações de uma estética teológica para um Homo aestheticus. Aprofundamos os tópicos essenciais de uma estética teológica, quais sejam, uma “doutrina da visão” e uma “doutrina do êxtase”. A partir da leitura fenomenológica de John Panteleimon Manoussakis e Jean-Luc Marion, articulamos uma Imagem de Deus e de Ser humano extraídas da revelação e de base estético-teológica. Por meio dos conceitos de Ícone e prosopon, apontamos para uma identidade humana que se opõe radicalmente à da subjetividade absoluta da era da estetização. Na descrição estético-teológica da experiência de Deus, apontamos para o fundamento prosópico da existência humana que se concretiza como vivência em abertura relacional e espiritualidade solidária.