Subjectivity in Education

Este estudo objetiva analisar o quanto tensões e articulações entre os discursos da educação escolar, da educação popular e da cultura popular incidem nos processos de (re)constituição de identidades de estudantes do ensino médio. Utilizando o instrumental analítico da Teoria do Discurso, ouvimos onze jovens participantes de instituições de ensino não escolar da região metropolitana e do sertão pernambucanos. Percebemos que os vários discursos educacionais se articulam, se opõem e se recriam em uma dinâmica permanente de produção de subjetividades. A relação agônica entre esses discursos se vê, por sua vez, em constante tensão com os discursos da cultura midiática contemporânea, que a eles também resiste, se articula e se contrapõe. Nesse ambiente de disputa hegemônica, os sujeitos se configuram em posições contingentes, parcialmente suturadas e continuamente ameaçadas por conflitos e contradições. A fantasia do "ser alguém na vida" é dominada pela lógica liberal da possibilidade de escolher/merecer ser quem se é. Substanciada pelo recalque e disciplina dos corpos, essa lógica se revela em desejos, medos e (des)esperanças quanto ao porvir e se reproduz/projeta sob novas gerações.
PALAVRAS-CHAVE: Educação não escolar. Teoria do discurso. Pós-estruturalismo. Subjetividade. Fantasias sociais.

Abstract: This study aims to analyze how tensions and articulations between the discourses of school education, popular education and popular culture affect the (re) constitution processes of high school students' identities. Using the analytical instruments of Discourse Theory, we heard eleven young participants of out-of-school teaching institutions in the metropolitan region and the sertão of Pernambuco. We perceive that the various educational discourses are articulated, opposed and recreated in a permanent dynamics of subjectivities production. The agonic relation between these discourses is, in turn, in constant tension with the discourses of contemporary media culture, which also resists, articulates and opposes them. In this environment of hegemonic dispute, the subjects are configured in contingent positions, partially sutured and continually threatened by conflicts and contradictions. The fantasy of "being someone in life" is dominated by the liberal logic of choosing/deserving to be who you are. Substantiated by the repression and discipline of bodies, this logic is revealed in desires, fears and hope(lessness) for the future and reproduces/projects itself over new generations.