Objetivos: Inexistindo estudos focados na opinião pública sobre a psicologia em Portugal, definiram-se três objetivos: (1) obter opiniões sobre os psicólogos clínicos comparativamente a outros profissionais de saúde; (2) adaptar uma...
moreObjetivos: Inexistindo estudos focados na opinião pública sobre a psicologia em Portugal, definiram-se três objetivos: (1) obter opiniões sobre os psicólogos clínicos comparativamente a outros profissionais de saúde; (2) adaptar uma escala que capta atitudes sobre: tolerância ao estigma, perceção de competência dos psicólogos e intenção de adesão psicoterapêutica; (3) cruzando estas duas fontes, contribuir para uma melhor interface psicólogos-público. Métodos: Estudo quantitativo (N = 879) que usou uma escala de diferencial semântico (Nunnally & Kittross, 1958) e a Beliefs About Psychological Services ou BAPS (Ægisdóttir & Gerstein, 2009), que foi sujeita a quatro análises fatoriais. Os resultados foram analisados com os softwares IBM-SPSS e IBM-AMOS, com um nível de significância ≤ .05. Resultados: Validaram-se duas versões da BAPS: uma estrutura trifatorial com 18 itens e uma tetrafatorial com 26 itens. A opinião pública sobre os profissionais de saúde é positiva, mas os psicólogos são percecionados numa posição intermédia entre os grupos avaliados com maior e menor favorabilidade. O público perceciona utilidade nos serviços de psicologia, mas a perceção da velocidade do processo e da humanidade dos psicólogos (mas não o estigma social) poderão inviabilizar uma maior adesão terapêutica. Conclusões: Urge informar o público sobre os serviços de psicologia, pois face à elevada prevalência de perturbações mentais na população portuguesa os psicólogos clínicos são recursos humanos subaproveitados, que podem contribuir para alavancar a economia. Mas importa continuar a investir na capacidade preditiva, na investigação, na automonitorização e na atualização da formação, para aumentar a qualidade dos serviços dos psicólogos clínicos.
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Objectives: In the absence of studies focused on public opinion about psychology in Portugal, three objectives were defined: (1) to obtain opinions about clinical psychologists compared to other health professionals; (2) to adapt a scale to capture attitudes about: stigma tolerance, psychologists’ expertness, and intention of psychotherapeutic adherence; (3) by crossing these two sources, contribute to a better psychologists-public interface. Methods: Quantitative study (N = 879) that used a semantic differential scale (Nunnally & Kittross, 1958) and the Beliefs About Psychological Services or BAPS (Ægisdóttir & Gerstein, 2009), which was subjected to four factorial analyzes. The results were analyzed with IBM-SPSS and IBM-AMOS software, with a significance level ≤ .05. Results: Two versions of the BAPS were validated: a trifactorial structure with 18 items, and a tetrafactorial structure with 26 items. Public opinion on health professionals is positive, but psychologists are perceived in an intermediate position among the groups evaluated with more, and less favorability. The public perceives utility in psychological services, but the perception of the speed of the process, and the humanity of psychologists (but not the social stigma) may thwart a greater therapeutic adherence. Conclusions: It is vital to inform the public about psychology services, because given the high prevalence of mental disorders in the Portuguese population, clinical psychologists are underused human resources, which can contribute to the economic growth. But, it is important to continue investing in predictive capacity, research, self-monitoring and updating of training, to increase the quality of the services provided by clinical psychologists.