Por que popularizar?
No enfrentamento dos desafios sociais, ambientais, econômicos e políticos, entre outros, que caracterizam o século XXI, faz-se cada vez mais necessário fomentar a ciência, a tecnologia e a inovação que contribuam para o bem-estar social, fortalecendo as ciências interdisciplinares e transdisciplinares que possam contribuir para atingir objetivos socialmente definidos, em diálogo com outros modos de conhecimento e com a participação da sociedade. O desenvolvimento científico e tecnológico introduziu novos temas de pesquisa, que foram levados à pauta do debate na sociedade, e grande parte deles se refere à relação do homem com o meio ambiente. Discutidos em nível mundial, esses temas colocam os desafios da proteção ambiental conjugada ao desenvolvimento sustentável e despertam na sociedade a necessidade de mais informações e maior participação e controle.
Lixo, poluição da água, da terra, do mar e do ar, desmatamento, perda da biodiversidade, destruição da camada de ozônio, chuva ácida, mudanças climáticas, pandemias, gases de efeito estufa, incêndios florestais, secas, inundações, escassez de água e de saneamento, pobreza, fome, desigualdades de gênero, racismo, desigualdades sociais, dificuldades de acesso à educação, saúde, cultura, ciência e tecnologia, entre outros, são problemas que afetam a todos e que podem por em risco a sobrevivência, a segurança e o bem-estar de toda a sociedade. O enfrentamento desses desafios locais, regionais, nacionais e globais envolve valores e atitudes de indivíduos, da coletividade e do poder público, em busca de assegurar os direitos à educação, à saúde, à paz social, ao emprego, à segurança alimentar e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações.
A democratização do conhecimento científico tem papel fundamental nesse contexto, no sentido de promover o direito à informação e à participação social, por meio do debate e do acesso à produção do conhecimento de excelência. Os avanços da ciência, do conhecimento da natureza da ciência, da influência da sociedade na ciência e da ciência na sociedade, do conhecimento de quem produz ciência, dos pesquisadores, das instituições científicas e de fontes válidas de informação, a partir das relações entre ciências e outras linguagens que promovem interação, diálogo e engajamento, em especial as artes, as pessoas podem se utilizar de seu pensamento crítico e reflexivo para se posicionar diante dos problemas que as rodeiam. Assim, se promove o diálogo de saberes e de conhecimentos e a participação da sociedade na transformação da realidade.
Nessa direção, é preciso que os resultados científicos e tecnológicos sejam divulgados para além dos espaços acadêmicos, fortalecendo a educação formal e não formal e a formação para a cidadania, no processo de popularização da ciência. Para tal, a pesquisa científica e tecnológica necessita interagir mais com a sociedade, favorecendo a participação ativa das pessoas interessadas em seu desenvolvimento, por meio da divulgação científica para distintos e variados públicos e pela promoção de um diálogo mais efetivo.
Assim, reconhecemos a atividade de divulgação científica como complexa, envolvendo equipes inter e transdisciplinares, devendo ser orientada para que os conhecimentos científicos e tecnológicos sejam colocados não apenas ao alcance da população, mas em diálogo com distintos públicos, promovendo uma reflexão crítica e participativa, permitindo a compreensão e a apropriação social da ciência nas tomadas de decisão pessoais e coletivas, no cotidiano em sociedade.
A percepção dos brasileiros sobre a ciência e a Tecnologia reforça a importância da popularização da C,T&I
Ao pensarmos no aprimoramento do fomento à popularização e educação em ciências faz-se essencial conhecer e analisar o grau de informação, o conhecimento geral, as atitudes e as visões da população brasileira sobre C&T. Nesse contexto, as pesquisas nacionais de percepção pública da ciência e tecnologia, realizadas periodicamente sob a forma de enquetes (nos anos de 1987, 2006, 2010, 2015 e 2019), revelam importantes considerações sobre o que os brasileiros pensam acerca da ciência e tecnologia. Além de possibilitar análises da evolução histórica da percepção pública sobre C&T no Brasil, a cada edição se busca aprimorar e avançar nesse conhecimento, incorporando questões quanto ao contexto em que as pessoas estão inseridas, suas percepções acerca de temas mais atualizados, entre outros. Pesquisas similares também têm sido realizadas em outros países da América Latina, nos Estados Unidos e na Europa, muitos deles associados ao movimento da compreensão pública da ciência (Publica Understandig of Science – PUS).
A razão para tais pesquisas é que a compreensão das implicações econômicas, políticas, educacionais, culturais e éticas da percepção pública da C&T pode contribuir para verificar se os esforços de divulgação científica realizados pelas agências de fomento e instituições de pesquisa estão se refletindo na sociedade e se o interesse pela ciência está avançando nos diferentes estratos sociais e faixas etárias, por exemplo. De modo especial, possibilita a formulação mais adequada de políticas públicas em educação científica e em comunicação pública da ciência, bem como para a inclusão social, para estimular os jovens para as carreiras científicas e ampliar a compreensão quanto às suas escolhas; e para o fortalecimento de competências individuais e coletivas na tomada de decisão e no exercício da cidadania.
A enquete de percepção pública da ciência de 2019, realizada pelo CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), buscou averiguar como os brasileiros percebem os efeitos da C&T, qual é a imagem do cientista, o grau de confiança por fontes de informação, os temas de interesse, os hábitos culturais e o acesso à informação sobre C&T, entre outros. A pesquisa abrangeu também o conhecimento sobre a ciência brasileira, a percepção de riscos, a avaliação sobre a C&T no Brasil, as noções sobre a ciência, a relação entre as crenças e as evidências científicas, além de atitudes sobre C&T e questões visando um melhor entendimento acerca do grau e das razões de rejeição ou aceitação de novas tecnologias por parte de setores da população. Em comparação com edições anteriores, reafirmou o interesse dos brasileiros por temas de natureza da ciência e a elevada confiança na ciência e nos cientistas, mas também um escasso acesso à informação científica, uma baixa apropriação do conhecimento e uma desigualdade tanto na informação quanto na participação em atividades de difusão cultural, entre outros aspectos.
Como popularizar?
A difusão da ciência para o público é tão antiga quanto a própria ciência e atendeu, ao longo da História, às mais diversas motivações e objetivos. As formas de divulgação e popularização das ciências evoluíram, acompanhando a própria evolução das ciências e da tecnologia. Hoje temos à disposição diferentes eventos e instrumentos: congressos, seminários, colóquios, palestras, conferências, publicações variadas (livros, revistas, jornais, folhetos, infográficos e outros), museus com exposições abertas ao público, jardins botânicos, planetários, filmes, vídeos, programas de rádio e TV, internet, centros de ciência, parques temáticos, além das próprias escolas, faculdades e universidades.
Este processo geralmente se inicia na formação escolar, capaz de permitir ao estudante o desenvolvimento de hábitos mentais e atitudes que atendam não apenas às suas necessidade formativas e informativas, mas para que ele se torne efetivamente um cidadão consciente de seus direitos e deveres e capaz de exercer a democracia, lidando com o diferente e o antagônico.
Reconhecendo-se que o uso das novas mídias e tecnologias sociais é amplo e capaz de influenciar públicos de diferentes faixas etárias e formações, entende-se que a formação integral do indivíduo está cada vez menos restrita ao espaço escolar. Os espaços de formação complementar estão ampliados, revelando-se novas maneiras pelas quais espaços reais e virtuais dedicados à divulgação e educação científica, como museus e centros de ciência, exposições, publicações, páginas na rede mundial de computadores, canais de vídeos e imagens e outros, contribuam efetivamente para a cultura científica e para o despertar do interesse pelas ciências. Assim, cada vez mais se ampliam as possibilidades de apropriação do conhecimento científico e do reconhecimento de sua importância no cotidiano da vida social moderna, além de se constituírem em novos espaços e formas de conservação do patrimônio histórico e cultural de um povo.
Desta forma, o novo desafio para a formação de um pesquisador é estar aberto às questões éticas do desenvolvimento científico e tecnológico, se habilitando também para discutir a responsabilidade ético-político-social como cientista e para o uso de novas tecnologias. Esse desafio também se aplica aos professores e professoras de todas as áreas das ciências.
Desde quando a divulgação científica e a popularização da ciência estão na agenda dos cientistas brasileiros?
O Brasil possui, atualmente, um Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) estruturado, sob a coordenação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Há normas próprias para o desenvolvimento da ciência, expressas no Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, basicamente envolvendo a Emenda Constitucional n° 85, de 26 de fevereiro de 2015; a lei n° 13.243, de 11 de janeiro de 2016 e o decreto n° 9.283, de 7 de fevereiro de 2018.
Entretanto, para a constituição e organização do SNCTI, as Conferências Nacionais de Ciência e Tecnologia (CNCT) foram as precursoras fundamentais para levantar e discutir com a sociedade as necessidades de políticas públicas para a área. A primeira CNCT ocorreu em 1985, ano de criação do MCT, por iniciativa do Ministro Renato Archer, com o objetivo de ampliar a participação da sociedade brasileira na definição de uma política científico-tecnológica para o País. Para exemplificar a importância dessas conferências especificamente no tocante à educação científica e popularização da ciência, destacamos a evolução das discussões travadas nestas Conferências Nacionais em torno da temática.
A segunda edição da conferência só veio a ocorrer em setembro de 2001, após as transformações do final do século passado, quando a busca por maior competitividade nos intercâmbios comerciais já se deparava com um mundo globalizado, em que o tempo entre descoberta científico-tecnológica e sua utilização em novos produtos, processos e serviços era cada vez menor, sendo marcada pela incorporação da inovação nas políticas públicas do setor e cujos resultados estão sintetizados no Livro Branco. O destaque da necessidade de políticas públicas para a popularização da ciência aparece neste trecho:
"Para se atingirem avanços efetivos e permanentes e educar a população para a sociedade do conhecimento, torna-se necessário um conjunto amplo de ações consistentes, complementares e contínuas, voltadas para a estrutura formal de ensino e para a comunidade em geral. Ao lado da modernização e do aperfeiçoamento do ensino de ciências nas escolas, tornam-se prioritários a elevação da qualidade e do interesse da cobertura dos meios de comunicação aos assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação; o desenvolvimento de redes de educação a distância e a ampliação e o aperfeiçoamento de bibliotecas virtuais; o treinamento de professores e produção de conteúdos para internet relacionados à divulgação científica; o fortalecimento e a ampliação de museus e exposições de Ciência e Tecnologia. São elementos eficazes para a divulgação científica e para despertar o interesse da sociedade, a intensificação da promoção de feiras de ciência, fóruns, prêmios, olimpíadas de ciência de âmbito nacional e concursos abertos para a população."
No terceiro evento, realizado em novembro de 2005, com a palavra inovação já incorporada ao nome da conferência, a 3ª CNCTI pautou as discussões de temas voltados à questões regionais, como Amazônia e Semiárido, além de analisar o andamento dos novos mecanismos de apoio ao setor, como a Lei de Inovação e a Lei do Bem. No livro-resumo há uma série de recomendações específicas em relação à divulgação científica, consideradas medidas de caráter urgente, contínuo e permanente, com o objetivo de corrigir a visão distorcida de alguns setores da sociedade acerca da capacidade brasileira de gerar conhecimento, com vistas a “valorizar a contribuição nacional em ciência e tecnologia para o desenvolvimento econômico e social da nação, tanto quanto para o enriquecimento do patrimônio cultural do país e o atendimento da necessidade intrínseca de toda pessoa para alcançar a plenitude de suas potencialidades humanas". Desse modo, foram propostas ações para:
• Incentivar iniciativas de fomento e apoio à divulgação científica, fortalecendo particularmente o Comitê de Divulgação Científica do CNPq.
• Estabelecer um Plano Nacional de Divulgação e Popularização da Ciência, incluindo ações como:
1) organização de conferências para leigos, tratando de temas singulares e de grande interesse para o público em geral como astronomia, evolução, código genético, nanotecnologia, entre outros;
2) apoio a museus de ciência, planetários e casas de ciência, com estímulo à produção de instrumentos de demonstração interativos.
• Estimular a produção de livros-texto, em todos os níveis, organizados a partir de um enfoque interdisciplinar do conhecimento científico.
• Patrocinar o estudo e a divulgação de casos exemplares de conquistas brasileiras que contribuíram para o desenvolvimento científico e tecnológico, executadas aqui e no exterior. Devem ser destacados os fatores que levaram ao sucesso quando executadas aqui, e os obstáculos que impediram a sua plena realização ou as razões que transferiram as iniciativas para fora do país.
Assim, após a 3ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, em 2006, a promoção da popularização e o ensino de ciências, a universalização do acesso aos bens gerados pela ciência, e a difusão de tecnologias para a melhoria das condições de vida da população foram considerados como um dos eixos prioritários orientadores da Política Nacional de C,T&I. O PACTI 2007-2010 (Plano de Ação em Ciência e Tecnologia 2007-2010) estabeleceu uma prioridade estratégica relacionada à "Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social", na linha de ação "Promover a popularização e o aperfeiçoamento do ensino de ciências nas escolas, bem como a produção e a difusão de tecnologias e inovações para a inclusão e o desenvolvimento social". São objetivos dessa linha de ação:
“Contribuir para o desenvolvimento social do país, promovendo a popularização da C,T&I e colaborando para a melhoria da educação científico-tecnológica e de inovação, por meio de: apoio a programas, projetos e eventos de divulgação científico-tecnológica e de inovação; realização anual da Semana Nacional de C&T, com ampliação do número de cidades abrangidas; estabelecimento de cooperação internacional para a realização de eventos de educação e divulgação científico-tecnológica e de inovação; criação e desenvolvimento de centros e museus de ciência; desenvolvimento de programas de educação científico tecnológica e de inovação, em colaboração com o MEC, como olimpíadas de matemática e de ciências, feiras de ciências; produção de material didático inovador e de conteúdos digitais na internet para apoio a professores e estudantes e para divulgação científico-tecnológica e de inovação mais ampla."
A 4ª CNCTI realizada em maio de 2010, trabalhou na temática “Política de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação com vista ao Desenvolvimento Sustentável” e teve suas discussões norteadas pelas linhas do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (PACTI 2007-2010): Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação; Inovação na Sociedade e nas Empresas; Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Áreas Estratégicas; e Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social. O livro-resumo apresenta, de forma condensada e ordenada em grandes temas, o conjunto de recomendações que foram sugeridas nas 25 Conferências Estaduais, nas 5 Conferências Regionais, e na Conferência Nacional de C,T&I, e no Fórum Municipal de C&T. Em relação ao meio-ambiente, tratou-se dos Biomas Amazônia, Semiárido, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa e Bioma Marinho. Já em relação à definição de estratégias e de ações programáticas relacionadas à difusão e popularização da ciência, ao fomento e disseminação das tecnologias sociais, à política de inclusão digital e de expansão de redes de banda larga, e à preservação do patrimônio cultural e ambiental brasileiro estão sintetizadas e ordenadas em 27 recomendações relativas à temática, resumidas abaixo:
a) Estabelecimento de um Programa Nacional de Popularização da C,T&I que envolva órgãos governamentais, instituições científicas, universidades, museus, escolas, ONGs, entre outros, incluindo a criação de programas estaduais e locais de educação para C,T&I, nos três níveis de ensino, abrangendo inclusive espaços não formais (CVTs, parques tecnológicos, museus de ciência e outros) e estímulo às parcerias por meio de projetos de pesquisa e extensão em rede. As recomendações citam a “tríplice aliança virtuosa" entre C,T&I, extensão universitária e políticas públicas que envolve a constituição de fóruns nacionais e regionais para definir novos patamares de desenvolvimento social, políticas integradas para a sua consecução e estratégias para a sua universalização, criando-se mecanismos de interlocução entre os setores da população excluídos do acesso às políticas sociais e de C,T&I e o poder público responsável por essas políticas, via atividades de extensão. O diálogo construtivo dos saberes, com a valorização da diversidade socioambiental, a apropriação das tecnologias sociais pelas comunidades locais e a constituição de demandas integradas por públicos-alvo prioritários e por territórios podem ocorrer por meio de oficinas de integração e de outras atividades, interdisciplinares e portadoras de novas tecnologias e inovações em políticas públicas e em gestão de serviços públicos.
b) Formação de recursos humanos com apoio e promoção de cursos de capacitação em C&T para o desenvolvimento social para gestores públicos, pesquisadores, estudantes e movimentos sociais; cursos especializados nas áreas de comunicação e jornalismo científico; realização de seminários descentralizados sobre “Padrões de Desenvolvimento Social”; criação de programas de capacitação de profissionais em Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (CTDS); investimentos na formação de professores e criação de pólos irradiadores de C,T&I. A tônica é de promover a formação a partir de mecanismos participativos, seja para a concepção e produção de indicadores de gestão e de impacto nas gestões públicas, no campo dos serviços públicos municipais e estaduais, seja para a incorporação e avaliação de novas tecnologias e inovações ou para publicação dos resultados dessas formações.
c) Investimento na transferência de conhecimentos, pelo aumento do número de editais em áreas como: agricultura familiar (pecuária leiteira, horticultura, fruticultura e apicultura); sociedades indígenas e quilombolas, pantaneiros, ribeirinhos e fronteiriços; patrimônio cultural e linguístico, entre outras, além do apoio à criação de instrumentos que estimulem, possibilitem e catalisem a inovação social no setor público, além da promoção e fortalecimento dos mecanismos e incentivos à transferência do conhecimento técnico-científica à sociedade, nos âmbitos nacional, estadual e local, seja com a criação, ampliação e melhoria de museus de ciência, bibliotecas, feiras, publicações especializadas, bem como de eventos públicos de divulgação científica (como a Semana Nacional de C&T), além do apoio à geração de serviços de extensão e disponibilização virtual de acervos pela web, bem como à presença mais intensa e qualificada da C,T&I nos meios de comunicação, em particular nas emissoras públicas, na internet e nas novas plataformas sociais de comunicação.
Saiba mais
As pesquisas de percepção pública em ciência e tecnologia já foram objeto de estudos adicionais, com publicações de teses e artigos a respeito. Alguns documentos podem ser acessados a partir dos links disponibilizados abaixo:
- O que o brasileiro pensa da ciência e da tecnologia? (1987) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq/GALLUP. Questionário da pesquisa
- Percepção pública da ciência e tecnologia no Brasil (2007). Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Museu da Vida. Questionário da pesquisa
- Percepção pública da ciência e tecnologia (2015) - Ciência e tecnologia no olhar dos brasileiros. Quarta edição da enquete, foram ouvidos cerca de 2 mil jovens e adultos, em todas as regiões do país, sobre aspectos como: interesse pertinente à C&T; grau de acesso à informação; avaliação da cobertura da mídia sobre o tema; opinião a respeito de cientistas e papel da C&T na sociedade, entre outros. De acordo com o estudo, a maioria dos brasileiros entende que a ciência e tecnologia estão tornando a vida das pessoas mais confortável, que a pesquisa científica é essencial para a indústria e que a C&T poderá contribuir para a redução das desigualdades sociais no país. O índice dos interessados em C&T era de 61% dos entrevistados, percentual comparável às médias dos países que realizaram pesquisa semelhante. No Brasil, o tema é o quinto que mais atrai a atenção da população – está atrás de medicina e saúde (78%), meio ambiente (78%), religião (75%) e economia (68%); o interesse por C&T supera o pela arte e cultura (57%), esportes (56%), moda (34%) e política (27%). O interesse dos brasileiros pela C&T se reflete na confiança dos pesquisadores como fontes confiáveis de informações; em relação à 10 profissões perguntadas, assim como em 2006 e 2010, a confiança nos cientistas foi a mais alta (0,89), ficando à frente do índice dos jornalistas (0,74) e médicos (0,7). Saiba mais na análise realizada pelo CGEE, via Relatório ou pelo vídeo informativo.
- Percepção Pública da C&T no Brasil (2019). O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE apresenta o Resumo Executivo e oferece o acesso interativo aos resultados.
Além disso, sugerimos a leitura atenta dos livros-resumo das CNCTI, disponibilizados em portais públicos como o do IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), parte da rede do MCTI, que trazem todo o contexto da ciência, tecnologia e inovação para o centro das discussões no sentido de formulação, revisão ou manutenção de políticas públicas, cuja efetivação ainda depende de priorização de recursos para a consecução de seus objetivos e, em última instância, para a garantia da cidadania a todas as pessoas da sociedade brasileira.
- 2ª CNCT (2001) – Livro Branco
- 3ª CNCTI (2005) – Livro Aberto
- 4ª CNCTI (2010) – Livro Azul - Consolidação das recomendações da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável