Member of the Research Unit GOVCOPP (Governance, Competitiveness and Public Policies) - http://www.ua.pt/govcopp - and Assistant Professor at the University of Aveiro - http://www.ua.pt. Research interests include tourism development and planning, internationalisation, clusters and networks, tourism in Asia, tourism policies and economics.
Co-founder of the Observatory of China - www.observatoriodachina.org - and the Portuguese Institute of Sinology - http://www.ipsinologia.com, and senior consultant of idtour - www.idtour.pt. Supervisors: Carlos Costa Phone: +351 234 370 361 (ext. 23654) Address: Department of Economics, Management and Industrial Engineering (DEGEI) University of Aveiro Campus Universitario de Santiago 3810- 193 Aveiro PORTUGAL
A presente publicação documenta a primeira fase, correspondente à monitorização, realizada no âmb... more A presente publicação documenta a primeira fase, correspondente à monitorização, realizada no âmbito do projeto - Avaliação do impacto da Reestruturação Curricular do Ensino Secundário em Timor-Leste – um estudo no âmbito da cooperação internacional, financiado pela FCT (PTDC/MHC-CED/5065/2012).
Procede, assim, a uma contextualização breve da situação educativa em Timor-Leste, desenvolvendo, sobretudo, o enquadramento relativo ao Projeto de Reestruturação do Ensino Secundário Geral daquele país, desenvolvido entre 2009 e 2013, alvo central da referida monitorização. Nessa medida, o trabalho aqui reunido configura-se como uma importante aproximação à realidade timorense, com a qual a equipa que desenvolveu o projeto teve contacto assíduo, convocando diferentes vozes para darem conta, a partir de pontos de vista naturalmente diversos, das expectativas criadas em torno desta importante reforma, dos progressos verificados, bem como das dificuldades sentidas, com vista a aferir o impacto efetivo na comunidade educativa timorense.
A avaliação da qualidade dos materiais produzidos, da formação obtida, da seleção dos
formadores e formandos, das condições físicas e humanas das escolas são apenas alguns
dos pontos alvo de análise e reflexão. Trata-se de, com base no conhecimento obtido, não
só acompanhar a evolução da Reestruturação Curricular, mas sobretudo de obter dados
com vista a melhorar a sua implementação no terreno. Desta forma, são especialmente
relevantes os contributos recolhidos, seguindo uma metodologia investigativa rigorosa que
permite uma adequada identificação das necessidades a partir da audição de várias fontes. O estudo realizado contou com o apoio das autoridades educativas timorenses e a colaboração de um grupo considerável de participantes. Envolveu diferentes intervenientes no sistema educativo, desde os decisores políticos timorenses, passando pelos diferentes formadores,
portugueses e timorenses, professores e alunos. A variedade de perspetivas e a quantidade de testemunhos recolhidos permite conclusões que vão muito para além das constatações parciais e/ou subjetivas que o contacto esporádico com alguns agentes educativos poderá dar e que nos habituamos a ouvir e a tomar como verdades. E ainda que a recolha de dados seja de algum modo circunscrita a alguns distritos do território de Timor-Leste, a sua sistematização e análise confirma algumas hipóteses formuladas, ao mesmo tempo que abre portas para a melhoria dos produtos e da formação oferecida, acrescentando dados sobre o seu uso concreto, nomeadamente em sala de aula. Ao mesmo tempo, esses mesmos dados e conclusões condicionam claramente as opções futuras do país em termos do investimento na educação, revelando as necessidades prementes em termos de infraestruturas e de formação de professores. Discutem, ainda, a sensível questão da língua portuguesa e do seu efetivo domínio e uso, das exigências em termos de conhecimentos e competências dos professores e dos alunos, mas não passam ao lado da mudança veiculada em termos de metodologias de ensino (e consequentemente de avaliação).
Cremos que os resultados, mesmo se parcelares, aqui apresentados, apontam claramente a direção a seguir, evidenciando os progressos obtidos (em condições muito difíceis, às vezes mesmo adversas) e não escamoteando as dificuldades e os desafios do futuro. Oxalá os decisores continuem com coragem e perseverança no prosseguimento das reformas que os atores já reclamam.
1 Sociedades pré-industriais -o papel das famílias e das comunidades locais 2 Sociedades industri... more 1 Sociedades pré-industriais -o papel das famílias e das comunidades locais 2 Sociedades industriais e pós-industriais -produção, consumo e modos de vida 3 Transições e mudanças sociais 4 Desigualdades entre sociedades pré-industriais e industriais Unidade Temática 1 | Tipos de sociedade 8 A riqueza que as famílias conseguem acumular Como vimos atrás, as famílias, nas sociedades pré-industriais e agrárias, produzem, elas próprias, os produtos que precisam para a sua subsistência. A quantidade de bens que produzem tem como limite as suas necessidades alimentares e de vestuário, assim como os contributos que têm de dar para as atividades, festas e cerimónias da sua comunidade. Estes chamam-se obrigações sociais. A riqueza que as famílias conseguem acumular pode ser distribuída pelo seu grupo ou ser utilizada em trocas, entre famílias, ou com os vizinhos e outros grupos (presentes, ofertas nos nascimentos e funerais, pagamentos nos casamentos). O objetivo da acumulação de bens ou dinheiro não é, assim, habitualmente, o de adquirir ainda mais bens ou obter mais rendimentos. Para além da família também o conceito de comunidade é importante para compreendermos as caraterísticas dominantes nas sociedades tradicionais. Trabalho na agricultura em Timor-Leste Venda de bens excedentes pelas famílias Sociedades pré-industriais -O papel das famílias e das comunidades locais | 11 1.1.2 Noção de comunidade Nos textos anteriores utilizámos, muitas vezes, a palavra comunidade, quando falámos de vários aspetos da vida coletiva das sociedades. Chegou, agora, a altura de analisar melhor este conceito. O conceito de comunidade sempre foi muito usado na Sociologia. Um dos primeiros autores a falar deste conceito foi Ferdinand Tönnies (1855-1836). Este usou o conceito em contraste com o conceito de sociedade. Assim, fala-se de comunidade quando um grupo existe e se mantém pela vontade dos seus elementos. As pessoas sentem-se bem umas com as outras e consideram que, estarem associados a esse grupo, é bom em si mesmo. Uma sociedade é diferente. Ela existe quando a pertença a um grupo é considerada, pelos seus membros, um instrumento ou uma forma de se conseguir alcançar um fim ou um objetivo. Por exemplo, organizar a maneira de tomar decisões coletivas sobre assuntos importantes para resolver conflitos entre pessoas ou entre famílias. A comunidade é uma forma social caracterizada por relações pessoais intensas, constituída pela cooperação, pelos costumes e pela religião. Atividade Lê, com atenção, o texto seguinte: Em Timor-Leste aproximadamente três quartos da força de trabalho, entre 2001 e 2004, estava a trabalhar na agricultura, mas os níveis de produtividade eram muito baixos. O produto final do trabalho de cada um era muito inferior ao de outros setores, em particular a indústria e os serviços. A agricultura representava 1/5 do Produto Interno Bruto (PIB). As taxas de desemprego eram muito elevadas, particularmente entre os jovens, com um aumento neste período (2001-2004) de 15% para 23%. UNDP (2011) Timor Leste Human Development Report 2011. Managing natural resources for human development. UNDP. Na tua opinião: -Em Timor-Leste, existem muitas diferenças na forma como as famílias, grupos ou comunidades, nos diferentes distritos, se organizam para produzir, distribuir e consumir os seus bens? -Em conjunto com o teu professor e colegas, analisa os resultados do último Censos e discute como podes classificar Timor-Leste em relação à atividade económica dominante. Ferdinand Tönnies (1855-1936) Foi um sociólogo alemão que refletiu sobre os conceitos de comunidade e sociedade. Foi um dos fundadores da Associação Alemã de Sociologia. Sociedades pré-industriais -O papel das famílias e das comunidades locais | 13 Existem, igualmente, rivalidades nas comunidades. Os membros da comunidade procuram acumular bens, na sua maior parte objetos simbólicos (por exemplo, tais e jóias como no caso de Timor-Leste), mas, também, dinheiro, para manter ou conquistar um estatuto social elevado. Estes bens são um sinal de autoridade e prestígio social. São usados, por exemplo, para facilitar os casamentos. Mas, como já vimos atrás, são, também, oferecidos em momentos importantes para a comunidade, como as festas, comemorações, nascimentos e morte de membros da comunidade. Aprofundar os conhecimentos Uma lei da República Democrática de Timor-Leste reconhece o papel importante das comunidades locais na vida da sociedade timorense. Neste texto mostram-se alguns artigos dessa lei. Artigo 2º Definição de liderança comunitária A liderança comunitária é o coletivo que tem por objetivo organizar a participação da comunidade na solução dos seus problemas, zelar pelos seus interesses e representá-la sempre que necessário. A liderança comunitária é exercida pelo Chefe de Suco e pelo Conselho do Suco, nos limites do Suco e respetivas aldeias (...). Artigo 3º O Suco é uma organização comunitária formada com base nas circunstâncias históricas, culturais e tradicionais e que tem área estabelecida no território nacional e população definida. A aldeia compõe-se de um agregado populacional unido por laços familiares e ligado aos sucos por relações históricas e geográficas (…).
NOTA: Embora os autores estejam conscientes de que a linguagem não é apenas um vínculo pelo qual ... more NOTA: Embora os autores estejam conscientes de que a linguagem não é apenas um vínculo pelo qual as ideias são transmitidas, mas, também, um código criador de significados que contribui fortemente para moldar as práticas e as representações sociais, optámos pelo uso generalizado do masculino na linguagem. Esta opção prende-se com a necessidade de simplificar o texto e não traduz qualquer significado associado ao género. Não te esqueças que não deves escrever neste espaço. Copia este esquema para o teu caderno e preenche-o. ✓ Identificar as principais técnicas de investigação utilizadas em Ciências Sociais. Unidade Temática 1 A Sociologia como Ciência 1 Sociologia e Ciências Sociais 2 A criação de conhecimento na Sociologia 3 Metodologias de investigação em Ciências Sociais 4 A construção da Sociologia e da Antropologia em Timor-Leste 1 Sociologia e Ciências Sociais 1.1 A realidade social No nosso dia a dia, enquanto seres humanos racionais, relacionamo-nos uns com os outros na nossa comunidade. A existência do ser humano depende da sua capacidade de viver em grupo. Estas relações, que estabelecemos uns com os outros (relacionamento entre indivíduos e grupos), são aquilo a que chamamos realidade social. Podemos, então, dizer que a realidade social decorre da vida em sociedade. O conceito de sociedade é central na Sociologia. Uma sociedade pode ser definida como um conjunto de pessoas que ao relacionarem-se uns com os outros, partilham objetivos, gostos, preocupações e costumes. É um todo constituído por grupos que formam um sistema humano de relações. Por isso, uma sociedade é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Por viverem em grupo, os seres humanos, ao relacionarem-se entre si através do contacto e da comunicação, aprendem regras, valores e normas da vida em comum. Tudo o que aprendem influencia muito as suas ações e comportamentos. Os nossos comportamentos são, assim, o resultado do que nos é transmitido, desde o nosso nascimento, através da família, da escola, do grupo de amigos, das pessoas com quem trabalhamos, dos meios de comunicação (televisão, rádio, internet, jornais, revistas, livros), entre outros. Estas ações correspondem a práticas sociais que são influenciadas por diversos fatores, entre os quais, a nossa origem social, a maneira de viver da nossa comunidade, e até a religião que temos. As práticas sociais dependem da relação muito forte que existe entre o ser humano e o meio natural. A realidade social é diferente da realidade do meio natural. A realidade natural corresponde a um ambiente de natureza sem intervenção humana (ainda não tocada pelo ser humano). Esta é formada por elementos físicos e naturais, como o clima, o relevo, o solo, os animais, a vegetação, entre outros e influencia a realidade social. Por exemplo, em algumas regiões da Ásia, as fortes chuvas podem diminuir o cultivo e produção do arroz e alterar o modo de vida das populações. Embora o meio natural deva ser considerado um fator que condiciona as práticas sociais, é importante não esquecer que os seres humanos também podem atuar, e atuam, sobre este meio. Assim, se o meio natural influencia a realidade social, esta também influencia o meio natural. Estas Realidade natural Corresponde a um ambiente de natureza sem intervenção humana. Sociedade Conjunto de pessoas que partilham objetivos, gostos, preocupações e costumes, e que se relacionam entre si. Realidade social Relações que estabelecemos uns com os outros na comunidade. Unidade Temática 1 | A Sociologia como Ciência 8 Sociologia e Ciências Sociais | 11 Iluminismo Movimento cultural do século XVIII que defende a possibilidade de se compreender os problemas humanos através da razão. Revolução Francesa Movimento iniciado em França baseado nas ideias de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade". 12 | A Sociologia como Ciência O nascimento das Ciências Sociais é influenciado pelo surgimento do Iluminismo, Revolução Francesa e Revolução Industrial. i participação do povo na vida política. O povo passou a ver os seus direitos mais respeitados. No entanto, um dos acontecimentos que mais transformações trouxe para as sociedades e economias, de então, foi a Revolução Industrial. Embora tenha surgido num país europeu -a Inglaterra -chegou a uma grande parte do mundo e mudou muito as sociedades. Com a descoberta de novas fontes de energia (vapor, eletricidade e petróleo), e o desenvolvimento da tecnologia, verificou-se uma mudança no modo como os produtos eram produzidos. As oficinas, onde os artesãos desenvolviam o seu trabalho, desde que obtinham a matéria-prima até ao produto final, são substituídas pelas fábricas. Nestas fábricas, a máquina substitui a mão do homem. Na Revolução Industrial fabricavam-se mais produtos e de uma maneira mais rápida. Isso permitiu baixar os preços e aumentar a venda dos produtos. Mas trouxe, também, aspectos negativos. O trabalho nas fábricas era feito por um grande número de trabalhadores num mesmo espaço com más condições -eram locais com pouca iluminação, muito apertados, fechados, barulhentos e sujos. O trabalho durava muitas horas, era mal pago e, por vezes existiam castigos físicos para os trabalhadores. Havia grandes grupos de pessoas que saíam das suas aldeias para ir trabalhar para estas fábricas. Assim, enquanto que algumas regiões ficaram quase sem população, noutras, esta aumentou muito, como foi o caso das cidades. As condições em que as pessoas viviam nas cidades eram muito más porque estas não estavam preparadas para receber tanta população. A Revolução Industrial permitiu que determinados grupos de pessoas ganhassem mais poder. Novas relações sociais surgiram, assim como novas ideias políticas. Foi desta forma que as Ciências Sociais nasceram e os estudos sobre as sociedades começaram a ser desenvolvidos. O nascimento das Ciências Sociais inicia-se, então, nesta altura (séculos XVIII e XIX), embora nem todas tenham surgido ao mesmo tempo. Estava--se ainda longe da grande divisão que, mais tarde, se viria a verificar nas Ciências Sociais. Os fundadores das Ciências Sociais (primeiros estudiosos) ainda não as dividiam em várias disciplinas. A Sociologia e a Antropologia eram estudadas em conjunto. A Sociologia e a Antropologia são duas disciplinas muito próximas na sua preocupação com o estudo do ser humano. Mas estas disciplinas estão ainda mais próximas quando estudam temas sociais e culturais nas Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo cujo pensamento influenciou o surgimento da Revolução Francesa e da Revolução Americana e os desenvolvimentos teóricos modernos das Ciências Sociais. Diego Rivera, Detroit Industry. Detroit, Institute of Arts, 1932-1933 Esta pintura de Diego Rivera dá--nos uma ideia das pessoas que trabalhavam nas fábricas durante a revolução industrial. Sociologia e Ciências Sociais | 13 A Revolução Industrial traduz mudanças na sociedade e na economia originadas pela alteração no modo de produzir os produtos. i A Sociologia e a Antropologia são disciplinas muito próximas. i diferentes sociedades. Podemos, por isso, dizer que os assuntos que estudam são comuns. No entanto, a forma como tentam abordar a realidade social é diferente. A Sociologia procura perceber as relações entre os seres humanos, tendo em conta a forma como as sociedades estão organizadas. Ou seja, a Sociologia estuda como é que a sociedade influencia o comportamento, costumes e cultura das pessoas e dos grupos. Mas, por sua vez, também estuda como é que as pessoas e os grupos influenciam a sociedade. A Antropologia estuda o ser humano, principalmente naquilo que são as suas relações com a sua cultura. Procura conhecer o indivíduo e os grupos humanos, para, a partir desse conhecimento, alisar a realidade social mais geral. Assim, o seu principal tema de estudo é a cultura. Parte da ideia de que compreendendo a cultura do indivíduo ou do grupo pode, mais facilmente, também compreender a forma como a sociedade está organizada, de acordo com um conjunto de valores e tradições. No seu início, a Antropologia centrava-se no estudo das sociedades tradicionais e rurais, enquanto que a Sociologia se preocupava mais com os problemas das sociedades industriais. Os estudos da Sociologia, na grande maioria, eram feitos sobre o modo de organização e a vida dos grupos nas sociedades que se começavam a industrializar. Por sua vez, os estudos da Antropologia começaram por tentar compreender os grupos humanos e os povos que, nas várias regiões do mundo, viviam num meio pouco industrializado. Atividade Lê, com atenção, o texto seguinte: A Antropologia e a Sociologia são as duas Ciências Sociais que, nos temas que estudam, estão mais próximos. Às vezes é difícil separar as duas. Estas disciplinas querem compreender todos os aspectos sociais e culturais de uma sociedade. Alguns dos autores fundadores são comuns às duas disciplinas. Ambas utilizaram formas de pensar e uma linguagem semelhantes. Também usam formas de recolher informações muito próximas umas das outras. Há sociólogos e antropólogos que estudam a mesma coisa da mesma forma, com os mesmos interesses e temas, e utilizando meios de recolha de dados relativamente idênticos.
This thesis researches the path that the tourism industry followed in the People's Republic of Ch... more This thesis researches the path that the tourism industry followed in the People's Republic of China over the last fifty years, since the period when the country closed itself off from the rest of the world until it had become one of the big economic and politic players on the world scene. The tourism industry also followed the changes that were developing over time and became one of the most important economic sectors in China. This work examines the major policy changes that occurred within the sector, as well as the impact they had on the economy. It attempts to determine the extent to which the economic results accomplished by this industry were determined by the actions and programmes launched by the Chinese Government.
The literature is highlighting that research on the internationalization of destinations is scarc... more The literature is highlighting that research on the internationalization of destinations is scarce. This chapter presents a validation of the governance factors which contribute to the internationalization of tourism destinations. A survey was carried out on Portuguese DMOs with responsibilities in the areas of tourism and local/regional development (N=147). The ‘Questionnaire on Internationalization of Tourist Destinations' was submitted to content, reliability, and construct validations through exploratory and confirmatory second-order factor analysis. Governance factors influencing the internationalization of destinations were F1-Collaboration and F2-Networks. F1 associates items related to stakeholder involvement in destination decisions. F2 highlights the interaction between stakeholders, whose collective action is oriented towards active participation in decisions and leadership. The perception of Portuguese entities with different levels of influence on tourism development allows the systematization of results that meet some priority lines defined in the Tourism Strategy 2027.
Advances in hospitality, tourism and the services industry (AHTSI) book series, 2021
Community-Based Tourism (CBT) has been pushed as one of the strategies for poverty alleviation an... more Community-Based Tourism (CBT) has been pushed as one of the strategies for poverty alleviation and it might enhance the sustainability of marginalized regions and communities. However, tourism has also been argued to carry seeds for its own destruction and therefore presents a great dilemma and developmental paradox. This research sought to establish perceptions of the citizenry towards community-based tourism as a sustainable development strategy for rural regions in Kenya. The study focused on the awareness levels of CBT, and perceived contributions of CBT to the socioeconomic and physical sustainability of rural regions in Kenya. A descriptive research design was adopted with a sample of 395 respondents. Data collected were collated and analyzed using SPSS 25 and Nvivo 12. Findings revealed that agriculture and other economic activities can be integrated with tourism and hospitality to deliver sustainable development in rural regions given the vast resources and attributes ideal for CBT. The majority of the respondents were noted to have a fair understanding of what CBT entails and thus calling for more capacity building, training and appropriate technical support to unlock the full potential of CBT as a sustainable development strategy. Overall results showed favorable perceptions towards CBT as a tool that can contribute to the sustainability of the socioeconomic and physical environments in Kenya's rural region.
de produtos, de desenvolver os destinos salientando a sua identidade, de trabalhar em rede e de d... more de produtos, de desenvolver os destinos salientando a sua identidade, de trabalhar em rede e de diferenciar as opções turísticas nas diversas regiões.
There is a non-violent conflict over Taiwan's sovereignty, between the People's R... more There is a non-violent conflict over Taiwan's sovereignty, between the People's Republic of China (PRC) and the Republic of China (ROC). For PRC, this division cannot persist forever and does not exclude a possible military solution. While political divisions remain, the population on both sides of the strait interact, existing sociocultural and economic dynamics. These are usually interpreted as people-to-people dynamics, in which individuals act as peace agents or citizen diplomats. Tourism is a good example of this phenomenon, considering the increasing visitor flows between both sides. This dynamism sometimes pressures the political power to transform the conflict, but also acts as a throwing weapon in times of hostility. After 2016, the political landscape in Taiwan changed, and tourism became one of the sectors involved in political tensions. This chapter explores several dimensions of tourism in this conflict, particularly its role in peace and reconciliation between Mainland China and Taiwan, but also its vulnerabilities regarding high-level bilateral relations.
In spite of the high predominance of women working within tourism organisations, numerous factors... more In spite of the high predominance of women working within tourism organisations, numerous factors keep on affecting women's career advancement and strong inequalities in the workplace persist. Drawing on recent research conducted in Portugal on a nationwide scale, this study uses quantitative and qualitative analysis to investigate the awareness of gender equality within tourism organisations and the strategies these organisations employ in order to reduce gendered inequalities. An online survey and focus groups were conducted with leaders in the Portuguese tourism industry, in 2013 and 2014. In line with gender 'invisibility' theories, results indicate that there is some confusion regarding distinguishing genderbased discrimination at work among tourism leaders. Hence, organisational measures that are believed to endow female employees with more flexibility at work are seen to contribute to the perpetuation of stereotyped gender roles related to domestic and family duties. Furthermore, we find that SMEs, which largely dominate the tourism sector, have particular problems in implementing gender equality measures. Gaining a deeper understanding of the multiple and context-specific truths underlying the available opportunities to men and women in the different levels of the career ladder, is one of this paper's aims. Policymakers aiming to promote productivity and economic efficiency through increased gender equality at work, can be informed through the findings.
A presente publicação documenta a primeira fase, correspondente à monitorização, realizada no âmb... more A presente publicação documenta a primeira fase, correspondente à monitorização, realizada no âmbito do projeto - Avaliação do impacto da Reestruturação Curricular do Ensino Secundário em Timor-Leste – um estudo no âmbito da cooperação internacional, financiado pela FCT (PTDC/MHC-CED/5065/2012).
Procede, assim, a uma contextualização breve da situação educativa em Timor-Leste, desenvolvendo, sobretudo, o enquadramento relativo ao Projeto de Reestruturação do Ensino Secundário Geral daquele país, desenvolvido entre 2009 e 2013, alvo central da referida monitorização. Nessa medida, o trabalho aqui reunido configura-se como uma importante aproximação à realidade timorense, com a qual a equipa que desenvolveu o projeto teve contacto assíduo, convocando diferentes vozes para darem conta, a partir de pontos de vista naturalmente diversos, das expectativas criadas em torno desta importante reforma, dos progressos verificados, bem como das dificuldades sentidas, com vista a aferir o impacto efetivo na comunidade educativa timorense.
A avaliação da qualidade dos materiais produzidos, da formação obtida, da seleção dos
formadores e formandos, das condições físicas e humanas das escolas são apenas alguns
dos pontos alvo de análise e reflexão. Trata-se de, com base no conhecimento obtido, não
só acompanhar a evolução da Reestruturação Curricular, mas sobretudo de obter dados
com vista a melhorar a sua implementação no terreno. Desta forma, são especialmente
relevantes os contributos recolhidos, seguindo uma metodologia investigativa rigorosa que
permite uma adequada identificação das necessidades a partir da audição de várias fontes. O estudo realizado contou com o apoio das autoridades educativas timorenses e a colaboração de um grupo considerável de participantes. Envolveu diferentes intervenientes no sistema educativo, desde os decisores políticos timorenses, passando pelos diferentes formadores,
portugueses e timorenses, professores e alunos. A variedade de perspetivas e a quantidade de testemunhos recolhidos permite conclusões que vão muito para além das constatações parciais e/ou subjetivas que o contacto esporádico com alguns agentes educativos poderá dar e que nos habituamos a ouvir e a tomar como verdades. E ainda que a recolha de dados seja de algum modo circunscrita a alguns distritos do território de Timor-Leste, a sua sistematização e análise confirma algumas hipóteses formuladas, ao mesmo tempo que abre portas para a melhoria dos produtos e da formação oferecida, acrescentando dados sobre o seu uso concreto, nomeadamente em sala de aula. Ao mesmo tempo, esses mesmos dados e conclusões condicionam claramente as opções futuras do país em termos do investimento na educação, revelando as necessidades prementes em termos de infraestruturas e de formação de professores. Discutem, ainda, a sensível questão da língua portuguesa e do seu efetivo domínio e uso, das exigências em termos de conhecimentos e competências dos professores e dos alunos, mas não passam ao lado da mudança veiculada em termos de metodologias de ensino (e consequentemente de avaliação).
Cremos que os resultados, mesmo se parcelares, aqui apresentados, apontam claramente a direção a seguir, evidenciando os progressos obtidos (em condições muito difíceis, às vezes mesmo adversas) e não escamoteando as dificuldades e os desafios do futuro. Oxalá os decisores continuem com coragem e perseverança no prosseguimento das reformas que os atores já reclamam.
1 Sociedades pré-industriais -o papel das famílias e das comunidades locais 2 Sociedades industri... more 1 Sociedades pré-industriais -o papel das famílias e das comunidades locais 2 Sociedades industriais e pós-industriais -produção, consumo e modos de vida 3 Transições e mudanças sociais 4 Desigualdades entre sociedades pré-industriais e industriais Unidade Temática 1 | Tipos de sociedade 8 A riqueza que as famílias conseguem acumular Como vimos atrás, as famílias, nas sociedades pré-industriais e agrárias, produzem, elas próprias, os produtos que precisam para a sua subsistência. A quantidade de bens que produzem tem como limite as suas necessidades alimentares e de vestuário, assim como os contributos que têm de dar para as atividades, festas e cerimónias da sua comunidade. Estes chamam-se obrigações sociais. A riqueza que as famílias conseguem acumular pode ser distribuída pelo seu grupo ou ser utilizada em trocas, entre famílias, ou com os vizinhos e outros grupos (presentes, ofertas nos nascimentos e funerais, pagamentos nos casamentos). O objetivo da acumulação de bens ou dinheiro não é, assim, habitualmente, o de adquirir ainda mais bens ou obter mais rendimentos. Para além da família também o conceito de comunidade é importante para compreendermos as caraterísticas dominantes nas sociedades tradicionais. Trabalho na agricultura em Timor-Leste Venda de bens excedentes pelas famílias Sociedades pré-industriais -O papel das famílias e das comunidades locais | 11 1.1.2 Noção de comunidade Nos textos anteriores utilizámos, muitas vezes, a palavra comunidade, quando falámos de vários aspetos da vida coletiva das sociedades. Chegou, agora, a altura de analisar melhor este conceito. O conceito de comunidade sempre foi muito usado na Sociologia. Um dos primeiros autores a falar deste conceito foi Ferdinand Tönnies (1855-1836). Este usou o conceito em contraste com o conceito de sociedade. Assim, fala-se de comunidade quando um grupo existe e se mantém pela vontade dos seus elementos. As pessoas sentem-se bem umas com as outras e consideram que, estarem associados a esse grupo, é bom em si mesmo. Uma sociedade é diferente. Ela existe quando a pertença a um grupo é considerada, pelos seus membros, um instrumento ou uma forma de se conseguir alcançar um fim ou um objetivo. Por exemplo, organizar a maneira de tomar decisões coletivas sobre assuntos importantes para resolver conflitos entre pessoas ou entre famílias. A comunidade é uma forma social caracterizada por relações pessoais intensas, constituída pela cooperação, pelos costumes e pela religião. Atividade Lê, com atenção, o texto seguinte: Em Timor-Leste aproximadamente três quartos da força de trabalho, entre 2001 e 2004, estava a trabalhar na agricultura, mas os níveis de produtividade eram muito baixos. O produto final do trabalho de cada um era muito inferior ao de outros setores, em particular a indústria e os serviços. A agricultura representava 1/5 do Produto Interno Bruto (PIB). As taxas de desemprego eram muito elevadas, particularmente entre os jovens, com um aumento neste período (2001-2004) de 15% para 23%. UNDP (2011) Timor Leste Human Development Report 2011. Managing natural resources for human development. UNDP. Na tua opinião: -Em Timor-Leste, existem muitas diferenças na forma como as famílias, grupos ou comunidades, nos diferentes distritos, se organizam para produzir, distribuir e consumir os seus bens? -Em conjunto com o teu professor e colegas, analisa os resultados do último Censos e discute como podes classificar Timor-Leste em relação à atividade económica dominante. Ferdinand Tönnies (1855-1936) Foi um sociólogo alemão que refletiu sobre os conceitos de comunidade e sociedade. Foi um dos fundadores da Associação Alemã de Sociologia. Sociedades pré-industriais -O papel das famílias e das comunidades locais | 13 Existem, igualmente, rivalidades nas comunidades. Os membros da comunidade procuram acumular bens, na sua maior parte objetos simbólicos (por exemplo, tais e jóias como no caso de Timor-Leste), mas, também, dinheiro, para manter ou conquistar um estatuto social elevado. Estes bens são um sinal de autoridade e prestígio social. São usados, por exemplo, para facilitar os casamentos. Mas, como já vimos atrás, são, também, oferecidos em momentos importantes para a comunidade, como as festas, comemorações, nascimentos e morte de membros da comunidade. Aprofundar os conhecimentos Uma lei da República Democrática de Timor-Leste reconhece o papel importante das comunidades locais na vida da sociedade timorense. Neste texto mostram-se alguns artigos dessa lei. Artigo 2º Definição de liderança comunitária A liderança comunitária é o coletivo que tem por objetivo organizar a participação da comunidade na solução dos seus problemas, zelar pelos seus interesses e representá-la sempre que necessário. A liderança comunitária é exercida pelo Chefe de Suco e pelo Conselho do Suco, nos limites do Suco e respetivas aldeias (...). Artigo 3º O Suco é uma organização comunitária formada com base nas circunstâncias históricas, culturais e tradicionais e que tem área estabelecida no território nacional e população definida. A aldeia compõe-se de um agregado populacional unido por laços familiares e ligado aos sucos por relações históricas e geográficas (…).
NOTA: Embora os autores estejam conscientes de que a linguagem não é apenas um vínculo pelo qual ... more NOTA: Embora os autores estejam conscientes de que a linguagem não é apenas um vínculo pelo qual as ideias são transmitidas, mas, também, um código criador de significados que contribui fortemente para moldar as práticas e as representações sociais, optámos pelo uso generalizado do masculino na linguagem. Esta opção prende-se com a necessidade de simplificar o texto e não traduz qualquer significado associado ao género. Não te esqueças que não deves escrever neste espaço. Copia este esquema para o teu caderno e preenche-o. ✓ Identificar as principais técnicas de investigação utilizadas em Ciências Sociais. Unidade Temática 1 A Sociologia como Ciência 1 Sociologia e Ciências Sociais 2 A criação de conhecimento na Sociologia 3 Metodologias de investigação em Ciências Sociais 4 A construção da Sociologia e da Antropologia em Timor-Leste 1 Sociologia e Ciências Sociais 1.1 A realidade social No nosso dia a dia, enquanto seres humanos racionais, relacionamo-nos uns com os outros na nossa comunidade. A existência do ser humano depende da sua capacidade de viver em grupo. Estas relações, que estabelecemos uns com os outros (relacionamento entre indivíduos e grupos), são aquilo a que chamamos realidade social. Podemos, então, dizer que a realidade social decorre da vida em sociedade. O conceito de sociedade é central na Sociologia. Uma sociedade pode ser definida como um conjunto de pessoas que ao relacionarem-se uns com os outros, partilham objetivos, gostos, preocupações e costumes. É um todo constituído por grupos que formam um sistema humano de relações. Por isso, uma sociedade é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Por viverem em grupo, os seres humanos, ao relacionarem-se entre si através do contacto e da comunicação, aprendem regras, valores e normas da vida em comum. Tudo o que aprendem influencia muito as suas ações e comportamentos. Os nossos comportamentos são, assim, o resultado do que nos é transmitido, desde o nosso nascimento, através da família, da escola, do grupo de amigos, das pessoas com quem trabalhamos, dos meios de comunicação (televisão, rádio, internet, jornais, revistas, livros), entre outros. Estas ações correspondem a práticas sociais que são influenciadas por diversos fatores, entre os quais, a nossa origem social, a maneira de viver da nossa comunidade, e até a religião que temos. As práticas sociais dependem da relação muito forte que existe entre o ser humano e o meio natural. A realidade social é diferente da realidade do meio natural. A realidade natural corresponde a um ambiente de natureza sem intervenção humana (ainda não tocada pelo ser humano). Esta é formada por elementos físicos e naturais, como o clima, o relevo, o solo, os animais, a vegetação, entre outros e influencia a realidade social. Por exemplo, em algumas regiões da Ásia, as fortes chuvas podem diminuir o cultivo e produção do arroz e alterar o modo de vida das populações. Embora o meio natural deva ser considerado um fator que condiciona as práticas sociais, é importante não esquecer que os seres humanos também podem atuar, e atuam, sobre este meio. Assim, se o meio natural influencia a realidade social, esta também influencia o meio natural. Estas Realidade natural Corresponde a um ambiente de natureza sem intervenção humana. Sociedade Conjunto de pessoas que partilham objetivos, gostos, preocupações e costumes, e que se relacionam entre si. Realidade social Relações que estabelecemos uns com os outros na comunidade. Unidade Temática 1 | A Sociologia como Ciência 8 Sociologia e Ciências Sociais | 11 Iluminismo Movimento cultural do século XVIII que defende a possibilidade de se compreender os problemas humanos através da razão. Revolução Francesa Movimento iniciado em França baseado nas ideias de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade". 12 | A Sociologia como Ciência O nascimento das Ciências Sociais é influenciado pelo surgimento do Iluminismo, Revolução Francesa e Revolução Industrial. i participação do povo na vida política. O povo passou a ver os seus direitos mais respeitados. No entanto, um dos acontecimentos que mais transformações trouxe para as sociedades e economias, de então, foi a Revolução Industrial. Embora tenha surgido num país europeu -a Inglaterra -chegou a uma grande parte do mundo e mudou muito as sociedades. Com a descoberta de novas fontes de energia (vapor, eletricidade e petróleo), e o desenvolvimento da tecnologia, verificou-se uma mudança no modo como os produtos eram produzidos. As oficinas, onde os artesãos desenvolviam o seu trabalho, desde que obtinham a matéria-prima até ao produto final, são substituídas pelas fábricas. Nestas fábricas, a máquina substitui a mão do homem. Na Revolução Industrial fabricavam-se mais produtos e de uma maneira mais rápida. Isso permitiu baixar os preços e aumentar a venda dos produtos. Mas trouxe, também, aspectos negativos. O trabalho nas fábricas era feito por um grande número de trabalhadores num mesmo espaço com más condições -eram locais com pouca iluminação, muito apertados, fechados, barulhentos e sujos. O trabalho durava muitas horas, era mal pago e, por vezes existiam castigos físicos para os trabalhadores. Havia grandes grupos de pessoas que saíam das suas aldeias para ir trabalhar para estas fábricas. Assim, enquanto que algumas regiões ficaram quase sem população, noutras, esta aumentou muito, como foi o caso das cidades. As condições em que as pessoas viviam nas cidades eram muito más porque estas não estavam preparadas para receber tanta população. A Revolução Industrial permitiu que determinados grupos de pessoas ganhassem mais poder. Novas relações sociais surgiram, assim como novas ideias políticas. Foi desta forma que as Ciências Sociais nasceram e os estudos sobre as sociedades começaram a ser desenvolvidos. O nascimento das Ciências Sociais inicia-se, então, nesta altura (séculos XVIII e XIX), embora nem todas tenham surgido ao mesmo tempo. Estava--se ainda longe da grande divisão que, mais tarde, se viria a verificar nas Ciências Sociais. Os fundadores das Ciências Sociais (primeiros estudiosos) ainda não as dividiam em várias disciplinas. A Sociologia e a Antropologia eram estudadas em conjunto. A Sociologia e a Antropologia são duas disciplinas muito próximas na sua preocupação com o estudo do ser humano. Mas estas disciplinas estão ainda mais próximas quando estudam temas sociais e culturais nas Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo cujo pensamento influenciou o surgimento da Revolução Francesa e da Revolução Americana e os desenvolvimentos teóricos modernos das Ciências Sociais. Diego Rivera, Detroit Industry. Detroit, Institute of Arts, 1932-1933 Esta pintura de Diego Rivera dá--nos uma ideia das pessoas que trabalhavam nas fábricas durante a revolução industrial. Sociologia e Ciências Sociais | 13 A Revolução Industrial traduz mudanças na sociedade e na economia originadas pela alteração no modo de produzir os produtos. i A Sociologia e a Antropologia são disciplinas muito próximas. i diferentes sociedades. Podemos, por isso, dizer que os assuntos que estudam são comuns. No entanto, a forma como tentam abordar a realidade social é diferente. A Sociologia procura perceber as relações entre os seres humanos, tendo em conta a forma como as sociedades estão organizadas. Ou seja, a Sociologia estuda como é que a sociedade influencia o comportamento, costumes e cultura das pessoas e dos grupos. Mas, por sua vez, também estuda como é que as pessoas e os grupos influenciam a sociedade. A Antropologia estuda o ser humano, principalmente naquilo que são as suas relações com a sua cultura. Procura conhecer o indivíduo e os grupos humanos, para, a partir desse conhecimento, alisar a realidade social mais geral. Assim, o seu principal tema de estudo é a cultura. Parte da ideia de que compreendendo a cultura do indivíduo ou do grupo pode, mais facilmente, também compreender a forma como a sociedade está organizada, de acordo com um conjunto de valores e tradições. No seu início, a Antropologia centrava-se no estudo das sociedades tradicionais e rurais, enquanto que a Sociologia se preocupava mais com os problemas das sociedades industriais. Os estudos da Sociologia, na grande maioria, eram feitos sobre o modo de organização e a vida dos grupos nas sociedades que se começavam a industrializar. Por sua vez, os estudos da Antropologia começaram por tentar compreender os grupos humanos e os povos que, nas várias regiões do mundo, viviam num meio pouco industrializado. Atividade Lê, com atenção, o texto seguinte: A Antropologia e a Sociologia são as duas Ciências Sociais que, nos temas que estudam, estão mais próximos. Às vezes é difícil separar as duas. Estas disciplinas querem compreender todos os aspectos sociais e culturais de uma sociedade. Alguns dos autores fundadores são comuns às duas disciplinas. Ambas utilizaram formas de pensar e uma linguagem semelhantes. Também usam formas de recolher informações muito próximas umas das outras. Há sociólogos e antropólogos que estudam a mesma coisa da mesma forma, com os mesmos interesses e temas, e utilizando meios de recolha de dados relativamente idênticos.
This thesis researches the path that the tourism industry followed in the People's Republic of Ch... more This thesis researches the path that the tourism industry followed in the People's Republic of China over the last fifty years, since the period when the country closed itself off from the rest of the world until it had become one of the big economic and politic players on the world scene. The tourism industry also followed the changes that were developing over time and became one of the most important economic sectors in China. This work examines the major policy changes that occurred within the sector, as well as the impact they had on the economy. It attempts to determine the extent to which the economic results accomplished by this industry were determined by the actions and programmes launched by the Chinese Government.
The literature is highlighting that research on the internationalization of destinations is scarc... more The literature is highlighting that research on the internationalization of destinations is scarce. This chapter presents a validation of the governance factors which contribute to the internationalization of tourism destinations. A survey was carried out on Portuguese DMOs with responsibilities in the areas of tourism and local/regional development (N=147). The ‘Questionnaire on Internationalization of Tourist Destinations' was submitted to content, reliability, and construct validations through exploratory and confirmatory second-order factor analysis. Governance factors influencing the internationalization of destinations were F1-Collaboration and F2-Networks. F1 associates items related to stakeholder involvement in destination decisions. F2 highlights the interaction between stakeholders, whose collective action is oriented towards active participation in decisions and leadership. The perception of Portuguese entities with different levels of influence on tourism development allows the systematization of results that meet some priority lines defined in the Tourism Strategy 2027.
Advances in hospitality, tourism and the services industry (AHTSI) book series, 2021
Community-Based Tourism (CBT) has been pushed as one of the strategies for poverty alleviation an... more Community-Based Tourism (CBT) has been pushed as one of the strategies for poverty alleviation and it might enhance the sustainability of marginalized regions and communities. However, tourism has also been argued to carry seeds for its own destruction and therefore presents a great dilemma and developmental paradox. This research sought to establish perceptions of the citizenry towards community-based tourism as a sustainable development strategy for rural regions in Kenya. The study focused on the awareness levels of CBT, and perceived contributions of CBT to the socioeconomic and physical sustainability of rural regions in Kenya. A descriptive research design was adopted with a sample of 395 respondents. Data collected were collated and analyzed using SPSS 25 and Nvivo 12. Findings revealed that agriculture and other economic activities can be integrated with tourism and hospitality to deliver sustainable development in rural regions given the vast resources and attributes ideal for CBT. The majority of the respondents were noted to have a fair understanding of what CBT entails and thus calling for more capacity building, training and appropriate technical support to unlock the full potential of CBT as a sustainable development strategy. Overall results showed favorable perceptions towards CBT as a tool that can contribute to the sustainability of the socioeconomic and physical environments in Kenya's rural region.
de produtos, de desenvolver os destinos salientando a sua identidade, de trabalhar em rede e de d... more de produtos, de desenvolver os destinos salientando a sua identidade, de trabalhar em rede e de diferenciar as opções turísticas nas diversas regiões.
There is a non-violent conflict over Taiwan's sovereignty, between the People's R... more There is a non-violent conflict over Taiwan's sovereignty, between the People's Republic of China (PRC) and the Republic of China (ROC). For PRC, this division cannot persist forever and does not exclude a possible military solution. While political divisions remain, the population on both sides of the strait interact, existing sociocultural and economic dynamics. These are usually interpreted as people-to-people dynamics, in which individuals act as peace agents or citizen diplomats. Tourism is a good example of this phenomenon, considering the increasing visitor flows between both sides. This dynamism sometimes pressures the political power to transform the conflict, but also acts as a throwing weapon in times of hostility. After 2016, the political landscape in Taiwan changed, and tourism became one of the sectors involved in political tensions. This chapter explores several dimensions of tourism in this conflict, particularly its role in peace and reconciliation between Mainland China and Taiwan, but also its vulnerabilities regarding high-level bilateral relations.
In spite of the high predominance of women working within tourism organisations, numerous factors... more In spite of the high predominance of women working within tourism organisations, numerous factors keep on affecting women's career advancement and strong inequalities in the workplace persist. Drawing on recent research conducted in Portugal on a nationwide scale, this study uses quantitative and qualitative analysis to investigate the awareness of gender equality within tourism organisations and the strategies these organisations employ in order to reduce gendered inequalities. An online survey and focus groups were conducted with leaders in the Portuguese tourism industry, in 2013 and 2014. In line with gender 'invisibility' theories, results indicate that there is some confusion regarding distinguishing genderbased discrimination at work among tourism leaders. Hence, organisational measures that are believed to endow female employees with more flexibility at work are seen to contribute to the perpetuation of stereotyped gender roles related to domestic and family duties. Furthermore, we find that SMEs, which largely dominate the tourism sector, have particular problems in implementing gender equality measures. Gaining a deeper understanding of the multiple and context-specific truths underlying the available opportunities to men and women in the different levels of the career ladder, is one of this paper's aims. Policymakers aiming to promote productivity and economic efficiency through increased gender equality at work, can be informed through the findings.
This thesis researches the path that the tourism industry followed in the People's Republic of Ch... more This thesis researches the path that the tourism industry followed in the People's Republic of China over the last fifty years, since the period when the country closed itself off from the rest of the world until it had become one of the big economic and politic players on the world scene. The tourism industry also followed the changes that were developing over time and became one of the most important economic sectors in China. This work examines the major policy changes that occurred within the sector, as well as the impact they had on the economy. It attempts to determine the extent to which the economic results accomplished by this industry were determined by the actions and programmes launched by the Chinese Government.
Resumo | O turismo emissor da República Popular da China, embora com um atraso considerável face ... more Resumo | O turismo emissor da República Popular da China, embora com um atraso considerável face ao boom turístico ocorrido no período pós-2ª Guerra Mundial, registou um crescimento exponencial a partir 1983 e alcançou o título de maior mercado emissor à escala mundial, em 2012, com mais de 83 milhões de cidadãos chineses a realizarem viagens de âmbito internacional. Embora este crescimento apresente resultados mais significativos em destinos asiáticos, nomeadamente no Sudeste Asiático, as viagens internacionais de longa distância são, cada vez mais, uma realidade. Neste contexto, a Europa posiciona-se como um destino de eleição, pela multiculturalidade apresentada, embora seja a região de destino para 'apenas' 4% da totalidade do mercado chinês. Simultaneamente, poucos são os países europeus que se destacam enquanto recetores de turistas chineses-Rússia, Reino Unido, Alemanha e França. Portugal, por sua vez, motivou a visita de 52 mil chineses, em 2012, mas as ligações históricas com a Ásia e as recentes parcerias económicas sino-portuguesas podem estimular o crescimento deste mercado. Desta forma, o presente artigo pretende efetuar uma análise referente à evolução do mercado emissor chinês em Portugal e, posteriormente, delinear um conjunto de potenciais estratégias para a promoção de Portugal e a captação de fluxos turísticos chineses.
Resumo | O turismo de negócios assume uma grande relevância no panorama internacional. Com uma re... more Resumo | O turismo de negócios assume uma grande relevância no panorama internacional. Com uma representatividade superior a 14% ao nível das chegadas e mais de 23% no que respeita ao total de receitas, este produto demonstra um elevado dinamismo e potencial para a criação de riqueza a nível global, mas também a nível local. Sendo o turismo de negócios apontado como um dos dez produtos turísticos estratégicos em Portugal, a presente investigação propõe-se analisar o seu desempenho no contexto português, bem como dar a conhecer as suas forças e fraquezas. Para tal, e adotando uma metodologia qualitativa de natureza exploratória, foram inquiridas entidades com responsabilidades ao nível deste produto. Confirmou-se, desta forma, a relevância estratégica do turismo de negócios em Portugal, nomeadamente em três regiões particulares-Porto e Norte, Lisboa e Algarve-, e foi possível averiguar que, embora detendo uma posição de relevo no panorama mundial, Portugal deve colmatar algumas necessidades primárias, nomeadamente a falta de centros de congressos com maior capacidade ou a inexistência de ligações aéreas com países de extrema preeminência no contexto dos negócios.
The European Directive 2011/24/EU establishes the rules for the access to cross-border healthcare... more The European Directive 2011/24/EU establishes the rules for the access to cross-border healthcare to ensure the mobility of patients and promote cooperation between the different Member States. This study aims to understand its impact and the role that medical tourism can play in the healthcare context in Portugal. On the one hand, it makes a reflection on the challenges arising from its adoption, and, on the other hand, it discusses the possible impacts of its implementation, specifically in two sub-regions of the Central Region, and the role of medical tourism in light of the views of health policymakers and other local and regional stakeholders. The attractive conditions of Portugal translate into a potential destination for medical tourism; however, the transposition of the Directive reveals several weaknesses. Only through the design of a strategic plan of action, necessarily collective, participative, and accountable, that lists the supply, the potential demand, and priority options for the country and for each region, it is possible to effectively develop medical tourism.
Journal of hospitality and tourism management, Dec 1, 2019
Since the mid-twentieth century that several coastal areas in southern Europe began their tourism... more Since the mid-twentieth century that several coastal areas in southern Europe began their tourism development, attracting unprecedented numbers of tourists, and culminating in the emergence of mass tourism. Henceforth, several negative impacts occurred, leading to the loss of attractiveness and competitiveness in the face of emerging tourism destinations. Therefore, there is a need for greater diversification of products and markets that underpin the tourism economy of seaside territories and enhance their competitiveness, which should be based on innovation. Recent territorial innovation models rely on networks, considering that the relationships established among organizations play an important role in the development of new products and services. This research aims at identifying the international dynamics that coastal tourism destinations should adopt within tourism innovation networks, that most contribute to regional-level innovation. Social Network Analysis (SNA) is applied to tourism stakeholders located in the coastal region of Aveiro, being possible to identify the structure and the processes underlying the international ties established towards the development of tourism innovation. The results bring important contributions to coastal tourism policymakers and governance, as it allows to (i) design innovation strategies based on international networks that increase competitiveness; (ii) acknowledge the most important type of organizations in coastal tourism innovation; and (iii) promote the geographical diversity of stakeholders in the network in order to capture new knowledge leading to innovation and to avoid the "lock-in effect".
Abstract Tourism as an economic activity in Goa can be traced back to the 1960s, when many Wester... more Abstract Tourism as an economic activity in Goa can be traced back to the 1960s, when many Western hippy travelers discovered its untouched beaches, its laid-back and rural atmosphere, and easily found drugs at little cost. However, the lethargic nature of Goa only began to change in the mid 1980s with the establishment of charter flights, introducing to the territory a new type of tourism. The packaging of Goa as a major international tourist destination resulted in the number of visitors far exceeding the number of residents and ...
Resumo | O presente artigo pretende analisar os estudos cientícos existentes sobre o turismo acad... more Resumo | O presente artigo pretende analisar os estudos cientícos existentes sobre o turismo académico, nomeadamente a sua tipologia e impactes, sob a ótica de diversos autores. Com o intuito de alcançar este objetivo, foram realizadas pesquisas na base de dados Scopus, tendo-se obtido um total de 66 artigos publicados na última década. Da análise dos 17 artigos selecionados é possível concluir que: (i) os autores são relativamente consensuais quanto à importância do turismo académico para o desenvolvimento dos destinos e as experiências pessoais dos alunos; (ii) emergem essencialmente duas dimensões de análise nos artigos estudados, nomeadamente os impactes económicos e as motivações dos estudantes em mobilidade. Verica-se uma predominância de metodologias quantitativas nos estudos empíricos desenvolvidos, sendo o questionário o método de recolha de dados mais utilizado. O artigo conclui com algumas reexões sobre as necessidades de investigação futura nesta área.
Breda, Z., Costa, R., & Costa, C. (2005). Clustering and networking the tourism development proce... more Breda, Z., Costa, R., & Costa, C. (2005). Clustering and networking the tourism development process: A market driven approach for a small backwards tourist region located in central Portugal (Caramulo). In C. Petrillo & J. Sawrbrooke (Eds.). Networking and partnerships in destination development and management (Vol. II, pp. 469-484). Proceedings of the Atlas Annual Conference 2004. Naples: Enzo Albano. (ISBN 88-89677-03-1)
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Books by Zelia Breda
Procede, assim, a uma contextualização breve da situação educativa em Timor-Leste, desenvolvendo, sobretudo, o enquadramento relativo ao Projeto de Reestruturação do Ensino Secundário Geral daquele país, desenvolvido entre 2009 e 2013, alvo central da referida monitorização. Nessa medida, o trabalho aqui reunido configura-se como uma importante aproximação à realidade timorense, com a qual a equipa que desenvolveu o projeto teve contacto assíduo, convocando diferentes vozes para darem conta, a partir de pontos de vista naturalmente diversos, das expectativas criadas em torno desta importante reforma, dos progressos verificados, bem como das dificuldades sentidas, com vista a aferir o impacto efetivo na comunidade educativa timorense.
A avaliação da qualidade dos materiais produzidos, da formação obtida, da seleção dos
formadores e formandos, das condições físicas e humanas das escolas são apenas alguns
dos pontos alvo de análise e reflexão. Trata-se de, com base no conhecimento obtido, não
só acompanhar a evolução da Reestruturação Curricular, mas sobretudo de obter dados
com vista a melhorar a sua implementação no terreno. Desta forma, são especialmente
relevantes os contributos recolhidos, seguindo uma metodologia investigativa rigorosa que
permite uma adequada identificação das necessidades a partir da audição de várias fontes. O estudo realizado contou com o apoio das autoridades educativas timorenses e a colaboração de um grupo considerável de participantes. Envolveu diferentes intervenientes no sistema educativo, desde os decisores políticos timorenses, passando pelos diferentes formadores,
portugueses e timorenses, professores e alunos. A variedade de perspetivas e a quantidade de testemunhos recolhidos permite conclusões que vão muito para além das constatações parciais e/ou subjetivas que o contacto esporádico com alguns agentes educativos poderá dar e que nos habituamos a ouvir e a tomar como verdades. E ainda que a recolha de dados seja de algum modo circunscrita a alguns distritos do território de Timor-Leste, a sua sistematização e análise confirma algumas hipóteses formuladas, ao mesmo tempo que abre portas para a melhoria dos produtos e da formação oferecida, acrescentando dados sobre o seu uso concreto, nomeadamente em sala de aula. Ao mesmo tempo, esses mesmos dados e conclusões condicionam claramente as opções futuras do país em termos do investimento na educação, revelando as necessidades prementes em termos de infraestruturas e de formação de professores. Discutem, ainda, a sensível questão da língua portuguesa e do seu efetivo domínio e uso, das exigências em termos de conhecimentos e competências dos professores e dos alunos, mas não passam ao lado da mudança veiculada em termos de metodologias de ensino (e consequentemente de avaliação).
Cremos que os resultados, mesmo se parcelares, aqui apresentados, apontam claramente a direção a seguir, evidenciando os progressos obtidos (em condições muito difíceis, às vezes mesmo adversas) e não escamoteando as dificuldades e os desafios do futuro. Oxalá os decisores continuem com coragem e perseverança no prosseguimento das reformas que os atores já reclamam.
Thesis by Zelia Breda
Papers by Zelia Breda
Procede, assim, a uma contextualização breve da situação educativa em Timor-Leste, desenvolvendo, sobretudo, o enquadramento relativo ao Projeto de Reestruturação do Ensino Secundário Geral daquele país, desenvolvido entre 2009 e 2013, alvo central da referida monitorização. Nessa medida, o trabalho aqui reunido configura-se como uma importante aproximação à realidade timorense, com a qual a equipa que desenvolveu o projeto teve contacto assíduo, convocando diferentes vozes para darem conta, a partir de pontos de vista naturalmente diversos, das expectativas criadas em torno desta importante reforma, dos progressos verificados, bem como das dificuldades sentidas, com vista a aferir o impacto efetivo na comunidade educativa timorense.
A avaliação da qualidade dos materiais produzidos, da formação obtida, da seleção dos
formadores e formandos, das condições físicas e humanas das escolas são apenas alguns
dos pontos alvo de análise e reflexão. Trata-se de, com base no conhecimento obtido, não
só acompanhar a evolução da Reestruturação Curricular, mas sobretudo de obter dados
com vista a melhorar a sua implementação no terreno. Desta forma, são especialmente
relevantes os contributos recolhidos, seguindo uma metodologia investigativa rigorosa que
permite uma adequada identificação das necessidades a partir da audição de várias fontes. O estudo realizado contou com o apoio das autoridades educativas timorenses e a colaboração de um grupo considerável de participantes. Envolveu diferentes intervenientes no sistema educativo, desde os decisores políticos timorenses, passando pelos diferentes formadores,
portugueses e timorenses, professores e alunos. A variedade de perspetivas e a quantidade de testemunhos recolhidos permite conclusões que vão muito para além das constatações parciais e/ou subjetivas que o contacto esporádico com alguns agentes educativos poderá dar e que nos habituamos a ouvir e a tomar como verdades. E ainda que a recolha de dados seja de algum modo circunscrita a alguns distritos do território de Timor-Leste, a sua sistematização e análise confirma algumas hipóteses formuladas, ao mesmo tempo que abre portas para a melhoria dos produtos e da formação oferecida, acrescentando dados sobre o seu uso concreto, nomeadamente em sala de aula. Ao mesmo tempo, esses mesmos dados e conclusões condicionam claramente as opções futuras do país em termos do investimento na educação, revelando as necessidades prementes em termos de infraestruturas e de formação de professores. Discutem, ainda, a sensível questão da língua portuguesa e do seu efetivo domínio e uso, das exigências em termos de conhecimentos e competências dos professores e dos alunos, mas não passam ao lado da mudança veiculada em termos de metodologias de ensino (e consequentemente de avaliação).
Cremos que os resultados, mesmo se parcelares, aqui apresentados, apontam claramente a direção a seguir, evidenciando os progressos obtidos (em condições muito difíceis, às vezes mesmo adversas) e não escamoteando as dificuldades e os desafios do futuro. Oxalá os decisores continuem com coragem e perseverança no prosseguimento das reformas que os atores já reclamam.