Casca de Arroz1
Casca de Arroz1
Casca de Arroz1
• À Profª. Drª Gilda Maitelli que colaborou para os resultados deste trabalho,
em seu saber e generosidade;
LISTA DE FIGURAS...................................................... i
LISTA DE TABELAS........................................................ iii
RESUMO............................................................................ iv
ABSTRACT........................................................................ v
1. INTRODUÇÃO.............................................................. 01
1.1 PROBLEMÁTICA............................................................. 01
1.2 JUSTIFICATIVA............................................................... 02
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................. 04
2.1 CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS............................. 04
2.1.1 Classificação Climática....................................................... 05
2.1.2 Clima e Arquitetura............................................................ 06
2.1.2.1 Clima Quente-Úmido............................................................................ 07
2.1.2.2 Clima Quente-Seco............................................................................... 07
2.1.2.3 Clima Temperado.................................................................................. 08
2.1.2.4 Clima Frio............................................................................................. 09
2.1.3 Temperatura de Mato Grosso............................................ 09
2.1.4 Clima Urbano...................................................................... 10
2.2 CONFORTO AMBIENTAL.............................................. 13
2.2.1 Conforto Térmico................................................................ 14
2.2.1.1 Definições das Exigências Humanas.................................................... 16
2.2.1.2 Fatores Relacionados à Sensação de Conforto Térmico....................... 19
2.2.2 Transmissão de Calor nas Edificações.............................. 20
2.2.2.1 Regime de Transmissão de Calor......................................................... 21
2.2.2.2 Transmissão de Calor por Convecção................................................... 22
2.2.2.3 Transmissão de Calor por Radiação..................................................... 23
2.2.2.4 Transmissão de Calor por Condução.................................................... 24
2.3 ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO........................... 25
2.3.1 Temperatura Efetiva........................................................... 25
2.3.2 Carta Bioclimática.............................................................. 27
2.3.3 Voto Médio Previsto e Porcentagem de Pessoas
Insatisfeitas - Fanger........................................................... 28
2.4 NORMALIZAÇÃO VIGENTE......................................... 30
2.4.1 ISO 7730 – Voto Médio Estimado e Porcentagem de
Pessoas Insatisfeitas............................................................ 30
2.4.2 ISO 7726/96 – Ambientes Térmicos; Instrumentos e
Métodos para a Medição dos Parâmetros Físicos............ 32
2.4.3 ISO 8996/90 – Ergonomia – Detyerminação da
Produção do Calor Metabólico.......................................... 32
2.4.4 ISO 10551/95 – Ergonomia de Ambientes Térmicos –
Verificação da Influência do Ambiente Térmico
33
Usando Escalas Subletivas de Julgamento........................
2.4.5 ISO 9920/95 – Ergonomia de Ambientes Térmicos –
Estimativa do Isolamento Térmico e Resistência
33
Evaporativa de um Traje de Roupas.................................
2.4.6 ASHRAE Standard 55-92 Ambientes Térmicos –
Condições para Ocupação Humana................................. 33
2.5 CARACTERÍSTICAS DAS TIPOLOGIAS DOS
SISTEMAS CONSTRUTIVOS......................................... 34
2.5.1 Materiais Convencionais.................................................... 34
2.5.1.1 Tijolos................................................................................................... 35
2.5.2 Materiais Orgânicos Naturais ........................................... 37
2.5.2.1 Pó de Serra............................................................................................ 37
2.5.2.2 Casca de Arroz...................................................................................... 39
2.6 COMENTÁRIO.................................................................. 43
3. MATERIAIS E MÉTODOS........................................ 44
3.1 MATERIAIS........................................................................ 44
3.1.1 Placas de Argamassa Armada com Casca de Arroz........ 44
3.1.1.1 Cimento Portland.................................................................................. 45
3.1.1.2 Casca de Arroz...................................................................................... 46
3.1.1.3 Cal Hidratada........................................................................................ 46
3.1.1.4 Areia Lavada......................................................................................... 47
3.1.1.5 Água de Amassamento......................................................................... 47
3.1.1.6 Tela de Estuque..................................................................................... 48
3.1.2 Tijolo Cerâmico de Oito Furos.......................................... 48
3.2 MÉTODOS.......................................................................... 49
3.2.1 Escolha das Edificações...................................................... 49
3.2.2 Períodos de Coleta............................................................... 51
3.2.3 Equipamentos Utilizados.................................................... 52
3.2.4 Avaliação do Índice de Conforto....................................... 53
3.2.5 Análise Estatística dos Dados............................................. 55
3.2.5.1 Teste de Kruskal Wallis........................................................................ 55
3.2.5.2 SPSS – Statical Package for Social Sciences / PC................................ 58
5. CONCLUSÕES………………………………………... 75
6. BIBLIOGRAFIA............................................................ 76
6.1 BIBLIOGRAFIA CITADA................................................ 76
6.2 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.................................... 79
ANEXO A……………………………………………….. 86
ANEXO B.......................................................................... 88
i
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
Seeking the use of an alternative and badly taken advantage material, this research
focuses the analysis of the thermal acting of premolded plates of mortar armed with
the rind of rice, in comparison with the material conventionally used in the building
site, the ceramic brick of eight holes. Having been objective of technological
researches, the rind of rice, material with great readiness in the area, for being the
State of Mato Grosso a two larger producing of grains of the country, was verified
that its job in the building site, besides carting a reduction of about 30% in the final
cost of the house, solves problems of environmental focuses, for being an
atmospheric material of slow and pollutant environmental degradation when used for
it burns in ovens and kettles. Like this, this work has for objective a study of thermal
behavior of the alternative material (rind of rice), in a comparative analysis to the
conventional material (brick of eight holes), besides the analysis of the indexes of
comfort of the studied atmospheres, complementing researches already accomplished
on the physical and mechanical properties of the material, arriving finally to resulted
expected that propitiate improvements to environmental, technological and social
problems, where the comfort index made calculations for the studied spaces and the
statistical analysis of the collected data proved the thermal optimization of the
alternative material, establishing like this the space of this new product as more
favorable to the home inside of the climatic conditions of our area - continental
tropical climate.
1. INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMÁTICA
18° C, e em nenhum mês do ano têm-se médias inferiores a 20° C. Além disso, a
localização geográfica cercada por chapadas confere ao local característica de
depressão, com ventilação fraca – em torno de 1m/s, no período noturno, e chegando
a 2,6m/s, no início da estação chuvosa, no início da tarde.
O rigor climático intrínseco à sua localização geográfica é acentuado pelo
intenso processo de urbanização, responsável pelo fenômeno das ilhas de calor, que
confere ao ambiente urbano um superaquecimento como conseqüência do aumento
das áreas impermeáveis e diminuição das áreas verdes.
A variedade de materiais e processos construtivos, somados à lacuna na
normalização brasileira para a restrição de sua utilização e exigência do
conhecimento das suas propriedades térmicas, acarreta, muitas vezes, o emprego
inadequado nos aspectos referentes às condições de conforto térmico.
Visando a solução deste problema, cada vez mais se torna necessário o
conhecimento das propriedades e do desempenho térmico dos materiais construtivos,
a fim de se fazer indicações mais precisas dos mesmos, possibilitando novas técnicas
construtivas que garantam a qualidade de uma habitação digna e tragam melhorias de
conforto e custo.
1.2 JUSTIFICATIVA
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo são enfocados estudos desenvolvidos por outros autores sobre
clima, conforto ambiental, conforto térmico, transferência de calor, índice de
conforto térmico, métodos que determinam à medição do conforto térmico, painéis
de fechamento vertical com material convencional e material alternativo.
Demonstrando as possíveis condições de melhoria para os ambientes construídos.
a) Índices biofísicos:
Baseiam-se nas trocas de calor entre o corpo e o ambiente, correlacionados os
elementos do conforto com as trocas de calor que dão origem a esses
elementos;
b) Índices fisiológicos:
Baseiam-se nas reações fisiológicas originadas por condições conhecidas de
temperatura seca do ar, temperatura radiante media,umidade do ar e
velocidade do ar;
c) Índices subjetivos:
Baseiam-se nas sensações subjetivas de conforto experimentadas em
condições em que os elementos de conforto térmico variam.
À medida que o calor vai se tornando mais intenso, isto é, à medida que se
atingem temperaturas mais elevadas, o conforto e a eficiência dos ocupantes do
ambiente são gradativamente afetados. LAMBERTS (2000) afirma que, o organismo
humano reage ao calor e ao frio mediante uma série de respostas fisiológicas de
adaptação chamadas aclimatação, necessárias para que o organismo atinja o equilíbrio
térmico – o equilíbrio necessário entre organismo e o meio ambiente, para que o
indivíduo não sinta nem frio, nem calor.
Em conseqüências dessa característica do corpo humano se faz necessário a
termorregulação, que é a manutenção da temperatura interna do organismo e que
comanda a redução dos ganhos ou das perdas de calor através de alguns mecanismos de
controle, e só vai sentir sensação de conforto térmico quando perder para o ambiente
sem necessitar do mecanismo de termorregulação, (LAMBERTS, 2000).
LAMBERTS et al. apud DURANTE (2000), complementam que:
“Conforto térmico é definido como um estado de espírito que reflete
satisfação com o ambiente térmico que envolve a pessoa”.
Para FROTA & SCHIFFER (1995), a redução de trocas térmicas entre o
indivíduo e o ambiente se faz através do aumento da resistência térmica da pele por
meio da vasoconstrição e o incremento das perdas de calor para o ambiente ocorre por
meio da vasodilatação e da exsudação.
Se o balanço de todas as trocas de calor a que está submetido o corpo for nulo
e a temperatura da pele e suor estiverem dentro de certos limites, pode-se dizer que o
homem sente conforto térmico. Essa afirmação, contudo, é delicada, pois essa sensação
é muito subjetiva, extremamente dependente da pessoa. Assim, um determinado
ambiente que propicie absoluta neutralidade térmica à uma pessoa pode causar
desconforto – sensação de frio ou calor – à outra..
Segundo JABARDO (1984) apud DURANTE (2000):
“Um estudo de conforto térmico deve, portanto, ter como objetivo a
obtenção de condições ambientais que propiciem sensação de conforto
a um número maior de pessoas possível que estejam realizando
determinado tipo de atividade”
Segundo COSTA (2002), o calor liberado pelo corpo é dissipado através das
trocas térmicas entre o corpo e o ambiente, envolvendo as chamadas trocas secas e
estão descritas a seguir:
a) Condução:
É a passagem da energia calor entre elementos de um sistema ou de sistemas
em contato, devido a um gradiente de temperatura, porém sem variação
apreciável da posição relativa dos elementos do sistema ou dos sistemas.
Resumidamente, a condução é a forma de transmissão de calor sem transporte
de massa;
b) Convecção:
É a passagem da energia calor com variação da posição relativa dos elementos
do sistema ou de sistemas. Assim, a convecção é a forma de transmissão de
calor pela mistura de elementos que possuem maior energia térmica com os de
menor energia térmica. Esta mistura é a causadora das chamadas correntes de
convecção que aparecem no interior do sistema ou sistemas. Resumidamente,
a convecção é a forma de transmissão de calor com transporte de massa.
Quando este trabalho é ocasionado unicamente por uma diferença de
temperatura, temos a convecção natural. Quando ele ocorre com auxílio de
meios externos, temos a convecção forçada.
c) Radiação:
É a passagem da energia calor através de ondas eletromagnéticas. Podemos
também dizer que é a forma de transmissão de calor com transporte de
energia. Convém alertar desde já que a radiação eletromagnética não é forma
de energia calor em um sentido amplo, apesar de ser assim denominada em
um intervalo conveniente de freqüência. O efeito da radiação eletromagnética
neste intervalo somente aparece quando é cruzada a fronteira de um sistema
material absorvente. Quando isto ocorre há absorção de energia sendo esta
energia a causa do aumento da energia interna do sistema.
Essas trocas secas são denominadas de calor sensível. E o calor perdido para o
ambiente através das trocas úmidas é denominado calor latente e envolve mudanças
de estado de agregação: o suor líquido passa para o estado gasoso, de vapor, através
da evaporação. Para FROTA & SCHIFFER (1995) o adulto submetido a uma
temperatura ambiente de 20° C retira as seguintes quantidades de vapor d’água
fornecidas pelo próprio ambiente, sendo:
a) Em repouso = 45 g/h;
b) Em trabalho leve = 110 g/h.
q = hA(TP − T f ) Equação 01
Onde:
h = coeficiente de transferência de calor por convecção (W/m2 °C);
TP = temperatura da superfície (°C);
T f = temperatura do fluído (°C).
A transmissão de calor por radiação se dá entre dois corpos sem que haja
necessidade de contato entre eles. Os corpos emitem radiação térmica em
conseqüência de sua temperatura. Esta energia transmite-se em formas de ondas
eletromagnéticas de determinadas faixas de freqüência, com velocidade igual a da
luz, através do vácuo e de substâncias a elas transparentes, (UCHÔA, 1989).
Quando estas radiações incidem sobre um corpo opaco, isto é, não
transparente a esta radiação, parcelas da mesma podem ser absorvidas, transmitidas e
refletidas, dependendo da temperatura absoluta e das propriedades físicas da
substância.
Para equacionar as trocas de calor por radiação, alguns fatores devem ser
considerados: cada corpo possui seu fator de emissividade e nem toda a radiação
emitida por um corpo chega ao outro, (SOUZA, 1990).
(
q = Fe Fg βA T1 − T2
4 4
) Equação 02
Onde:
Fe = função emissividade, que leva em conta dimensões e emissividade das
superfícies;
Fg = fator forma, que relaciona uma superfície com a outra;
kA∂T
q=− Equação 03
∂x
Onde:
q = taxa de transferência de calor (W);
k = condutividade térmica característica de cada material (W/m °C);
A = área da superfície considerada (m2);
∂T
= gradiente de temperatura na direção do fluxo (°C/ m).
∂x
SOUZA (1990) explica que essa equação só deve ser considerada para um
sistema unidirecional, em que o regime seja permanente (a temperatura não muda
com o decorrer do tempo). Essa não é no entanto, a situação real a que está sujeito o
homem, pois a temperatura do ambiente está sempre variando com o tempo,
conforme as condições climáticas, estabelecendo um regime transitório. Além disso,
podem existir fontes de calor nos corpos. Para este caso, alguns outros aspectos
devem ser considerados e a equação seria:
2.5.1.1 Tijolos
a) Os adobes: São feitos com argila e erva ou palha para serem mais resistentes,
e são moldados manualmente. A utilização deste tipo de tijolo não é muito
vantajosa, visto não ter uma resistência mecânica que sustentem cargas
pesadas e resistem mal à umidade;
2.5.2.1 Pó de Serra
O pó de serra tem já vem sendo usado como material agregado por muitos
anos nos materiais de construção civil, tendo sido estudado no “Building Research
Station desde 1924”, um bom estudo foi feito por (PARKER, 1937) sobre o uso do
pó de serra.
As dosagens são normalmente de 1:1 a 1:4 (cimento e pó de serra) em
volume, de acordo com o propósito. Sabemos que o pó de serra contém grande parte
de celulose, também contém açúcares solúveis, ácidos, óleos, ceras, resinas e outras
substâncias orgânicas em graus distintos, de acordo com o tipo da madeira que o
produziu. Alguns dos pós de serra apresentam efeitos indesejáveis sobre resistência e
endurecimento do cimento, no melhor dos casos isto conduz a uma incerteza sobre as
propriedades do produto, ou ser sem serventia devido as suas propriedades pobres,
tendo-se que fazer pré-tratamento para evitar tais problemas, tais como: 1) oxidação
parcial; 2) impermeabilização; 3) neutralização com base para precipitar taninos; 4)
acelerador de pega, (MARTINEZ, 2003).
O mesmo autor considera ainda que a maioria das misturas de pó de serra se
torna compatíveis com o uso de uma mistura aglutinante de cal e cimento.
A tabela 01 a seguir mostra que a resistência obtida do concreto de pó de
serra não é alta, porém a condutividade térmica apresenta uma mudança satisfatória
com relação a outros concretos semelhantes. A contração depois de seco, é muito
alta, quase 10 vezes maior que a maioria dos outros concretos leves, o que limita o
uso deste material, (SHORT & KINNIBURGH, 1967 apud MARTINEZ, 2003).
O concreto de pó de serra tem sido utilizado para acabamento de pisos
sem juntas e cerâmicas para pisos, suas aplicações em muros tem tido êxito em
lugares onde a estrutura pode movimentar-se tais como placas pré-fabricadas e
firmadas entre pilares. Os blocos de concreto de pó de serra que contém certa
proporção de areia são agora utilizados comumente e dão bons resultados quando se
usa em posições adequadas, (MARTINEZ, 2003).
A areia é um material empregado na construção civil que tem o efeito de
aumentar o peso e reduzir o valor de isolamento térmico, mas limita efetivamente as
contrações após seco.
A produção de arroz, que é uma das maiores culturas agrícolas mundiais, gera
diversos resíduos, como palhas, grãos quebrados e cascas. As cascas não encontram
aplicação direta, pois apresentam baixo valor nutritivo, alto caráter abrasivo, baixa
densidade, alto teor de cinzas e alta resistência a degradação. Porém, este material
tem sido aproveitado na produção de madeira aglomerada e na geração de energia
elétrica, já que 1Mw de energia é gerado a partir da queima de 1 tonelada de casca de
arroz, na queima para obtenção de energia calorífica. Desse processo resta uma cinza
contendo sílica fina, capaz de gerar danos ao sistema respiratório levando à silicose.
Apesar de conterem agregados (mais ou menos 3,5% relativos ao peso da sílica) não
tem valor como adubo. Devido ao seu baixo custo, a sua baixa granulometria e alta
área específica, a sílica da casca de arroz tem sido motivo de vários trabalhos de
pesquisa visando as seguintes aplicações, carbeto de silício, na formulação de
cimento de baixo custo, como fonte de silício semi-condutor, bem como para uso em
substrato de componentes eletrônicos e também deve ser usado na produção de
outros materiais, tais como carga em resina fenol-formaldeido, polipropileno e
borrachas (HARIMA, 1996).
Segundo NAKATA et al. (1989) os principais constituintes da casca de arroz
são:
a) celulose (38% em peso);
b) lignina (22% em peso);
c) resíduo inorgânico (40% em peso).
TABELA 02 - Composição química do resíduo de casca de arroz (excluído 12% de C) obtido por
absorção atômica (% em peso).
Composto Químico Recebida Purificada
(% em peso) (% em peso)
SiO2 96,25 99,5
TiO2 0,07 -
CaO 0,64 0,06
MgO 0,57 0,06
K2O 1,69 0,02
Na2O 0,16 0,02
Al2O3 0,15 0,08
Fe2O3 0,08 -
Mn2O3 0,20 0,02
FONTE: SOUZA et al. 1996
Idade Dias 1 2 7 28 90
Aditivo Dosagem Tf C Tf C Tf C Tf C Tf C
Padrão
Onde:
Tf = Tração e flexão (Kg/ cm2);
C = Compressão (Kg/ cm2).
2.6 COMENTÁRIO
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
Este trabalho tem o propósito de fazer a análise comparativa do desempenho
térmico de um produto alternativo (placa de argamassa armada com casca de arroz) e
do produto convencionalmente utilizado para painéis de fechamentos verticais,
fazendo por fim a comparação dos resultados, visando o emprego que melhor garanta
o conforto térmico na construção civil. Foram realizados ensaios em ambientes
construídos, os quais não são habitados.
armadas de cimento, areia, cal e matéria orgânica (casca de arroz), com a finalidade
de serem empregadas em painéis de fechamento vertical em substituição aos tijolos
cerâmicos, os quais atestam a qualidade e desempenho do mesmo para a aplicação na
construção civil.
a) PH de 6,0 a 6,7;
b) Alcalinidade de 18 a 27 mg/L de CaCO3;
c) Turbidez < 1 Unidade de turbidez;
d) Cor até 5 UH;
e) Oxigênio consumido 0,8 a 1,2 mg/L;
f) Ferro igual a 0 (zero) mg/L na forma Fé+++;
g) Fosfato igual a 0 (zero) mg/L;
h) Nitrogênio amoniacal igual a 0 (zero);
i) Dureza de 18 a 25 mg/L de CaCO3;
j) Coliformes totais e fecais ausente;
k) Cloretos de 4 a 5 mg/L de Cl-;
l) Sulfetos e Sufatos indeterminados.
correspondente, o que resulta que em igual volume sejam mais leves que os
primeiros. A sua principal função é de enchimento e de isolamento térmico. A
vantagem dos furos é de se conseguir aumentar o volume – permitem, com igual
peso e facilidade de manejo, obter peças de maior volume e acelerar a construção.
Este material é largamente utilizado pela construção civil, pela acessibilidade e custo
compatível ao mercado, garantindo ainda bons resultados em suas propriedades
físicas e mecânicas, além de garantir bom conforto térmico.
3.2 MÉTODOS
FIGURA 15 - Radiômetro
− 3: muito frio
− 2: frio
− 1: leve sensação de frio
0: confortável (neutralidade térmica)
+ 1: leve sensação de calor
+ 2: quente
+ 3: muito quente
instantâneo dos índices. O Analysis CST é um software voltado para a obtenção das
condições de conforto e estresse térmico baseado não só em normas internacionais
como em estudos de campo efetuados em vários locais do mundo. Estes programas
foram desenvolvidos pelo Laboratório de Eficiência Energética em Edificações
(LABEEE) da Universidade Federal de Santa Catarina.
Assim, foram calculados os índices PMV e PPD para os dois ambientes
estudados – com tijolo cerâmico e com placa de argamassa armada, adotando as
seguintes variáveis: vestimenta de 0.5 clo, atividade sedentária com w = 58 w/m²,
temperatura de bulbo seco (Tbs) em °C, velocidade do ar em m/s, temperatura
radiante média em °C, e temperatura de bulbo úmido em °C.
A temperatura radiante média foi obtida através do termômetro de globo,
adotando a fórmula:
c. Calculando H:
k R2
12
H= ∑ j
N ( N + 1) j =1 n j
− 3( N + 1)
onde:
k = número de amostras
nj = número de elementos da amostra j
N = total de observações do conjunto das k amostras
Rj = soma dos postos ou ranks da amostra j
Rj2 = quadrado da soma dos postos ou ranks da amostra j
Rj2/nj = quadrado da soma dos postos ou ranks da amostra j dividido pelo
respectivo número de elementos
T
C = 1−
N ( N + 1)( N − 1)
Onde:
T = ∑ Ti
Onde:
Ti = f i 3 − f
Onde:
H
H =
C
e. Tomando a decisão:
e.1. Quando são três amostras com pequeno número de casos (k=3 e nj≤5)
Neste caso utiliza-se a tabela que fornece a probabilidade de H para três
amostras de diferentes tamanhos.
Se a probabilidade de H for menor que αrejeita-se H0.
e.2. Quando são mais que três amostras ou elas têm grande número de casos (k>3
e nj>5)
Neste caso H tem distribuição de x² com k-1 graus de liberdade. Uma vez
estabelecido α procura-se na tabela de distribuição de x² o valor crítico de x² para α e
k-1 graus de liberdade.
Se H/x²α,k-1 rejeita-se H0.
45,00
40,00
35,00
Temperatura (°C)
30,00
15,00
10,00
5,00
0,00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
FIGURA 19 - Valores médios das temperaturas para as paredes na posição norte – 1ª Medição (13 a
17/04/2004)
45,00
40,00
35,00
30,00
Temperatura (°C)
15,00
10,00
5,00
0,00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
FIGURA 20 - Valores médios das temperaturas para as paredes na posição sul – 1ª Medição (13 a
17/04/2004)
45,00
40,00
35,00
Temperatura (°C)
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
45,00
40,00
35,00
Temperatura (°C)
30,00
25,00 Tijolo Cerâmico
20,00 Placa armada
15,00
10,00
5,00
0,00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
armada, os valores foram 27ºC para máxima e 23ºC para mínima, como pode ser
visto na figura 23.
40,00
35,00
30,00
Temperatura (°C)
25,00
Tijolo Cerâmico
20,00
Placa armada
15,00
10,00
5,00
0,00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
FIGURA 23 - Valores médios das temperaturas da parede norte – 2ª Medição (21 a 25/06/2004)
Os valores medidos nas paredes sul demonstram-se pareados aos das paredes
norte, sendo semelhante em suas análises, igualmente ocorrido na primeira medição.
A diferença de temperatura chega também aos 3ºC em determinados períodos, e os
valores são: 29ºC e 23ºC, para máxima e mínima do tijolo cerâmico; e 27ºC e 23ºC,
para máxima e mínima da placa amada, conforme a figura 24 a seguir.
40,00
35,00
30,00
Temperatura (°C)
25,00
Tijolo Cerâmico
20,00
Placa armada
15,00
10,00
5,00
0,00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
FIGURA 24 - Valores médios das temperaturas da parede sul – 2ª Medição (21 a 25/06/2004)
40,00
35,00
30,00
Temperatura (°C)
Tijolo Cerâmico
25,00
Placa armada
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
40,00
35,00
30,00
Temperatura (°C)
25,00
Tijolo Cerâmico
20,00
Placa armada
15,00
10,00
5,00
0,00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
Estes valores de insatisfação foram obtidos pelo cálculo do programa Analysis CST,
não sendo comparado à um questionário de utilização, pois a edificação não se
encontra habitada.
3
Voto Médio Previsto (PMV)
0
Tijolo Cerâmico
Placa Armada
-1
-2
-3
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
1
Tijolo Cerâmico
0
Placa Armada
-1
-2
-3
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Horário (h)
Foi realizada também uma análise geral entre todos os horários estipulados
para as coletas dos dados, com todos os períodos em que foram realizadas as coletas.
Tal análise tem como intuito verificar o comportamento dos materiais em estudo, nos
mesmos horários e em diferentes épocas do ano. Segue uma análise de cada um
destes horários.
Para a análise da temperatura ambiente no horário das oito da manhã em
relação aos diferentes materiais, verificou-se que em todas as variáveis estudadas não
há uma diferença significativa entre os valores obtidos, evidenciados na tabela 09.
Para a análise das onze da manhã nos dois períodos, somente para a variável da
temperatura de superfície do teto encontraram-se valores com diferenças
significativas. Para as demais variáveis, permaneceu-se a homogeneidade dos
valores, não possuindo diferença significativa para a análise estatística, conforme a
tabela 10.
Já para a análise do horário das duas da tarde nos dois períodos de coleta, as
variâncias não são homogêneas, tendo diferença significativa entre si, como pode ser
vista na tabela 11.
Já para a análise do último horário do dia, oito horas da noite, nos dois
períodos de coleta, ao variante ficaram balanceadas, sendo para a temperatura da
superfície das paredes norte e sul os valores com diferença significativa; e para os
valores do teto, piso e índice de conforto, prevaleceu à homogeneidade dos dados,
não havendo diferença significativa para a análise estatística, conforme a tabela 13.
Foi realizada também a análise de cada horário de coleta para cada período.
Para o período da primeira medição (13 a 17 de abril), as tabelas a seguir
demonstraram a predominância da não homogeneidade dos valores abordados,
havendo uma diferença significativa entre si.
5. CONCLUSÕES
Como o intuito desta pesquisa foi fazer uma análise comparativa das
temperaturas superficiais dos materiais escolhidos – tijolo cerâmico de oito furos e
placa de argamassa armada com casca de arroz – tanto pela abordagem dos dados
obtidos nas coletas como pelo método adotado para a análise, considerou-se o
material alternativo (placa armada com casca de arroz) uma boa opção para a
aplicação na construção civil, tendo um isolamento térmico maior do que o material
convencionalmente utilizado (tijolo cerâmico de oito furos).
Além de possuir uma técnica simples de produção, em análises prévias de
custo realizadas na pesquisa de MARTINEZ (2003), constatou-se uma redução de
cerca de 30% em seu custo final, quando comparado ao material convencional.
Sendo assim, pode-se indicar para construções em larga escala, suprindo
demandas como as de habitações populares, resolvendo de maneira direta, problemas
tanto sociais como problemas ambientais, no reaproveitamento de material de nossa
região encontrado em abundância – casca de arroz - e que não se tem um estudo de
aproveitamento otimizado, chegando a ser considerado um entrave ambiental por sua
queima para geração de energia, a qual acarreta poluição atmosférica. Surge assim
uma opção ambientalmente correta, de baixo custo e de resultado de redução térmica
comprovadamente otimizado, vindo a incrementar estudos anteriores de análise de
resistência deste material alternativo, a fim de se indicar para a construção civil.
O índice de conforto calculado para os ambientes estudados e a análise
estatística dos dados coletados comprovam a otimização térmica do material
alternativo, estabelecendo assim o ambiente deste novo produto como mais propício
à moradia dentro das condições climáticas de nossa região - clima tropical
continental.
Sugere-se o desenvolvimento de pesquisas futuras que envolvam o
questionário aos usuários, para que se comprove os resultados obtidos neste trabalho.
5. CONCLUSÕES
Como o intuito desta pesquisa foi fazer uma análise comparativa das
temperaturas superficiais dos materiais escolhidos – tijolo cerâmico de oito furos e
placa de argamassa armada com casca de arroz – tanto pela abordagem dos dados
obtidos nas coletas como pelo método adotado para a análise, considerou-se o
material alternativo (placa armada com casca de arroz) uma boa opção para a
aplicação na construção civil, tendo um isolamento térmico maior do que o material
convencionalmente utilizado (tijolo cerâmico de oito furos).
Além de possuir uma técnica simples de produção, em análises prévias de
custo realizadas na pesquisa de MARTINEZ (2003), constatou-se uma redução de
cerca de 30% em seu custo final, quando comparado ao material convencional.
Sendo assim, pode-se indicar para construções em larga escala, suprindo
demandas como as de habitações populares, resolvendo de maneira direta, problemas
tanto sociais como problemas ambientais, no reaproveitamento de material de nossa
região encontrado em abundância – casca de arroz - e que não se tem um estudo de
aproveitamento otimizado, chegando a ser considerado um entrave ambiental por sua
queima para geração de energia, a qual acarreta poluição atmosférica. Surge assim
uma opção ambientalmente correta, de baixo custo e de resultado de redução térmica
comprovadamente otimizado, vindo a incrementar estudos anteriores de análise de
resistência deste material alternativo, a fim de se indicar para a construção civil.
O índice de conforto calculado para os ambientes estudados e a análise
estatística dos dados coletados comprovam a otimização térmica do material
alternativo, estabelecendo assim o ambiente deste novo produto como mais propício
à moradia dentro das condições climáticas de nossa região - clima tropical
continental.
Sugere-se o desenvolvimento de pesquisas futuras que envolvam o
questionário aos usuários, para que se comprove os resultados obtidos neste trabalho.
6. BIBLIOGRAFIA
LOMBARDO, M. A. Ilha de calor nas metrópoles. São Paulo: Ed. Hucitec, 1985.