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    P. Machado

    O capítulo, resultado de nossa dissertação de mestrado defendida no PPHIS da UFRJ, é uma nova proposta de interpretação do movimento messiânico-milenarista de Pau de Colher que ocorreu no município de Casa Nova, sertão da Bahia, entre os... more
    O capítulo, resultado de nossa dissertação de mestrado defendida no PPHIS da UFRJ, é uma nova proposta de interpretação do movimento messiânico-milenarista de Pau de Colher que ocorreu no município de Casa Nova, sertão da Bahia, entre os anos de 1934 e 1938. O evento guarda vínculos estreitos com Padre Cícero em Juazeiro do Norte e com a comunidade do Caldeirão dos Jesuítas, comandada por José Lourenço, ambos no Ceará. O diálogo entre essas manifestações religiosas deu-se pelas mãos de Severino Tavares, beato que circulou por vários Estados do Nordeste. A partir das suas pregações sobre Caldeirão, surgiu a comunidade messiânica nos sertões casa-novenses, fato que levou muitos pesquisadores a pensar Pau de Colher como uma “etapa” de Caldeirão, como se deste último não se distinguisse. Ocupamo-nos aqui de dois fenômenos religiosos que, acreditamos, possam desmentir essa hipótese e iluminar o caráter inovador e “autônomo” de Pau de Colher. O primeiro é a gestação do projeto de peregrinação ao Caldeirão, processo que ao longo da história do movimento sofreu mudanças e funcionou não como um fator de desarticulação, mas sim de coesão do grupo; e a demonização do cotidiano e seus episódios de violência, negligenciados em pesquisas anteriores, e tomados neste texto como desdobramentos do projeto de peregrinação e também como resultado de intrigantes leituras populares da tradição cristã ocidental.