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riccardo migliore
  • Paulista, Brazil

riccardo migliore

“Teoria dos cineastas” é a designação que adotamos para a proposta de compreender o cinema a partir dos cineastas tendo como objetivo principal refrescar a teoria do cinema à luz do discurso e da práxis dos cineastas. No âmbito desta... more
“Teoria dos cineastas” é a designação que adotamos para a proposta de compreender o cinema a partir dos cineastas tendo como objetivo principal refrescar a teoria do cinema à luz do discurso e da práxis dos cineastas. No âmbito desta abordagem, o investigador privilegia os materiais vindos dos próprios cineastas: filmes, livros, manifestos, cartas, entrevistas, ou outra documentação verbal ou escrita. E, ainda que muitas investigações na área de cinema tenham já citado ou parafraseado, em especial, os “grandes cineastas”,o que a "Teoria dos cineastas" pretende é tornar esse procedimento numa aposta consciente e sistemática.

Em "Ver, ouvir e ler os cineastas" o leitor encontra, justamente, uma aproximação à reflexão dos cineastas. São disso exemplo: a discussão de conceito dos próprios cineastas, a relação com outros cineastas (por exemplo, realizador e montador), a leitura atenta de manifestos ou a exposição e discussão de pensamentos que revelam coerência reflexiva entre o discurso verbal/escrito e a práxis artística.
Neste estudo abordamos a utilizacao da mise en scene no âmbito do cinema documentario, atraves da analise de tres filmes que marcaram a historia do cinema nao-ficcional, sendo eles: Las Hurdes, tierra sin pan (Luis Bunuel, 1933), Les... more
Neste estudo abordamos a utilizacao da mise en scene no âmbito do cinema documentario, atraves da analise de tres filmes que marcaram a historia do cinema nao-ficcional, sendo eles: Las Hurdes, tierra sin pan (Luis Bunuel, 1933), Les maitres fous (Jean Rouch, 1955) e Vremena Goda (Artavazd Peleshian, 1975). Para suprirmos as carencias e ambiguidades que permeiam as categorias aqui utilizadas (documentario, mise en scene e representacao filmica), fomos impelidos pelas circunstâncias a comecarmos por uma busca conceitual plural e interdisciplinar, procurando auxilio nos campos da teoria do cinema e naquela do documentario, na teoria sociologica e antropologica, naquela da comunicacao social e ainda, na semiotica da imagem cinematografica. Foi a partir destes aprofundamentos que aproximamos o objeto de estudo, procurando dialogar tanto com autores da teoria do cinema, como tambem, com cineastas que, ao debrucar-se sobre a setima arte, introduziram conceitos complementares aqueles retratados neste trabalho academico. Enxergamos, pois, a mise en scene como uma articulacao multi-conceitual e uma praxis filmica igualmente complexa e heterogenea.
Neste artigo, evidenciamos o teor dialógico e polifônico de Ghost dog (Jim Jarmusch, 1999). O filme revela uma componente híbrida, tanto em termos temáticos, assim como modais. Considerando bricolage e patchwork, enquanto aspectos... more
Neste artigo, evidenciamos o teor dialógico e polifônico de Ghost dog (Jim Jarmusch, 1999). O filme revela uma componente híbrida, tanto em termos temáticos, assim como modais. Considerando bricolage e patchwork, enquanto aspectos metódicos e operacionais característicos de toda a obra de Jarmusch, e principalmente do longa-metragem aqui analisado, neste paper focamos em: paródia, pastiche e sátira. Neste sentido, é necessário frisar – para além do referido viés híbrido, peculiar do cinema deste diretor - que a classificação e hierarquização dos personagens, em Ghost dog, ocorre de maneira estritamente complexa e voltada para a superação do viés simplório associado a uma contraposição nítida entre "mocinhos" e "vilões". Mesmo quando trabalha com estereótipos, como é o caso dos gângsteres ítalo-americanos, ou dos afrodescendentes da periferia nova-iorquina, este cineasta opera por meio de toda uma ressignificação, reinterpretando-os e alcançando um nível mais elev...
Debrucar-se sobre um filme de nao ficcao como Albuns da memoria (Elisa Maria Cabral, 2000) implica a delicada tarefa da pessoa se deparar com tres objetos de dificil classificacao e definicao: fotografia, documentario e historia. O... more
Debrucar-se sobre um filme de nao ficcao como Albuns da memoria (Elisa Maria Cabral, 2000) implica a delicada tarefa da pessoa se deparar com tres objetos de dificil classificacao e definicao: fotografia, documentario e historia. O problema aumenta de maneira exponencial na medida em que se procura estabelecer uma hierarquia entre estes elementos no âmbito do filme, considerando tambem que este apresenta momentos explicitamente encenados, ou para melhor expressar, ha algumas cenas que, utilizando os termos adotados por Guy Gauthier, sugerem o recurso da reconstituicao (GAUTHIER, 2011).
Neste estudo abordamos a utilizacao da mise en scene no âmbito do cinema documentario, atraves da analise de tres filmes que marcaram a historia do cinema nao-ficcional, sendo eles: Las Hurdes, tierra sin pan (Luis Bunuel, 1933), Les... more
Neste estudo abordamos a utilizacao da mise en scene no âmbito do cinema documentario, atraves da analise de tres filmes que marcaram a historia do cinema nao-ficcional, sendo eles: Las Hurdes, tierra sin pan (Luis Bunuel, 1933), Les maitres fous (Jean Rouch, 1955) e Vremena Goda (Artavazd Peleshian, 1975). Para suprirmos as carencias e ambiguidades que permeiam as categorias aqui utilizadas (documentario, mise en scene e representacao filmica), fomos impelidos pelas circunstâncias a comecarmos por uma busca conceitual plural e interdisciplinar, procurando auxilio nos campos da teoria do cinema e naquela do documentario, na teoria sociologica e antropologica, naquela da comunicacao social e ainda, na semiotica da imagem cinematografica. Foi a partir destes aprofundamentos que aproximamos o objeto de estudo, procurando dialogar tanto com autores da teoria do cinema, como tambem, com cineastas que, ao debrucar-se sobre a setima arte, introduziram conceitos complementares aqueles retra...
O objeto retratado neste artigo e o filme Muriel, ou o tempo de um retorno (Alain Resnais, 1963), atraves do qual abordamos o metodo e o processo criativo do diretor, com o auxilio de uma coletânea de entrevistas com titulo Alain Resnais:... more
O objeto retratado neste artigo e o filme Muriel, ou o tempo de um retorno (Alain Resnais, 1963), atraves do qual abordamos o metodo e o processo criativo do diretor, com o auxilio de uma coletânea de entrevistas com titulo Alain Resnais: o metodo, a criacao, o estilo (2002). As ponderacoes, os relatos e as demais informacoes prestadas pelo cineasta sao reveladoras de alguns aspectos especificos de seu oficio de metteur en scene . Apesar da especificidade e originalidade do filme que e objeto deste paper , sua complexidade formal e sua dificil absorcao por parte do espectador, Muriel... pode ser considerado dentro da obra cinematografica deste realizador, para exemplificar e ressaltar algumas peculiaridades do processo criativo que distingue Alain Resnais de outros cineastas.
Notoriamente o dualismo entre cinema ficcional e de nao ficcao perpassa toda a historia da Setima Arte. Nas ultimas decadas a teoria do documentario comecou a ganhar certa consistencia epistemologica e tambem, certa autonomia perante a... more
Notoriamente o dualismo entre cinema ficcional e de nao ficcao perpassa toda a historia da Setima Arte. Nas ultimas decadas a teoria do documentario comecou a ganhar certa consistencia epistemologica e tambem, certa autonomia perante a teoria do cinema, gracas as contribuicoes de autores como Bill Nichols, Fernao Ramos, Silvio Da-Rin e Marcius Freire, entre outros. Contudo, qualquer definicao de filme nao ficcional das pretensoes conclusivas revela-se insuficiente e ambigua. O cerne do presente artigo e a questao da mise en scene, ou encenacao, no filme jamaicano Rockers (1976). Surgido como documentario, o longa-metragem de Ted Bafaloukos veio adquirindo, durante a producao, uma diegese meramente ficcional e paradoxalmente, e na encenacao peculiar de uma ficcao como esta que vamos procurar elementos uteis para alimentar o debate sobre documentario. Palavras-chave: Cinema. Ficcao. Documentario. Mise en scene. Comunicacao.
Este artigo retrata o olhar peculiar do fotografo e artista plastico Miguel Rio Branco sobre a prostituicao e o degrado presentes no Pelourinho (Salvador, BA) do comeco da decada de oitenta. Analisa-se o documentario "Nada levarei... more
Este artigo retrata o olhar peculiar do fotografo e artista plastico Miguel Rio Branco sobre a prostituicao e o degrado presentes no Pelourinho (Salvador, BA) do comeco da decada de oitenta. Analisa-se o documentario "Nada levarei quando morrer" em sua complexa estrutural multimidia: filme, fotografia, som ambiente e musicas nao originais. E reflete-se acerca das intersecoes entre as diversas linguagens e acerca da perspectiva humanista adotada por Rio Branco, que ultrapassa qualquer lugar comum, evitando faceis moralismos e banalidades para proporcionar ao espectador a experiencia de um verdadeiro mergulho sensorial no contexto do Pelourinho baiano de 1981.
Neste artigo trazemos uma análise reflexiva sobre o filme Ghost dog, do diretor independente Jim Jarmusch. Para tal propósito, trabalhamos com conceitos como representação e identidade, com ênfase nas interações dialógicas que, na tela,... more
Neste artigo trazemos uma análise reflexiva sobre o filme Ghost dog, do diretor independente Jim Jarmusch. Para tal propósito, trabalhamos com conceitos como representação e identidade, com ênfase nas interações dialógicas que, na tela, vêm a se criar entre as entidades ficcionais que compõem o universo diegético deste longa-metragem, assim como outros filmes do mesmo cineasta. Percebe-se que, neste filme e na obra de Jarmusch como um todo, o dialogismo e o reconhecimento do outro não são apenas elementos recorrentes, mas adquirem um papel meramente estrutural, tanto do ponto de vista temático, como modal. Por absurdo, isto ocorre mesmo num filme como Ghost dog, no qual, evidentemente, Jarmusch representa um conflito inter-cultural.