O VINHO É UMA BEBIDA bastante susceptível a variações de temperatura. Estudos mostram que tão ruim quanto manter uma garrafa em temperatura acima do desejável é ter alternância de temperaturas em curtos espaços de tempo. Isso faz com que o vinho evolua de uma forma indesejada, comprometendo a sua apreciação. Pode-se dizer que, nesse aspecto, o vinho se comporta tal qual a videira. E, em um mundo cujas mudanças climáticas são cada vez mais prementes, a vitivinicultura está em alerta constante.
Talvez as primeiras considerações mais sérias sobre a questão climática mundial tenham ocorrido em 1972, em Estocolmo, em uma convenção da ONU. No entanto, somente 20 anos depois, na famosa Eco-92 (ou Rio-92), é que governantes do mundo todo se reuniram para definir alguns parâmetros para ações que ajudassem a preservar o meio ambiente. Na época, muitas das nações mais ricas e também as em desenvolvimento evitaram acatar compromissos mais severos em relação à redução de emissões de carbono, por exemplo, com receio de frear seus crescimentos econômicos. Ainda assim, algumas agendas foram elaboradas e novas reuniões ocorreram posteriormente, algumas com resultados um pouco mais promissores, outras menos.
A indústria do vinho é a mais susceptível aos problemas climáticos, sendo afetada diretamente por qualquer tipo de alteração mínima
Mas a verdade é que, até o momento, nada freou o aquecimento global e apenas as políticas governamentais – esporádicas ou permanentes – de alguns países não surtiram o efeito esperado. Em muitos locais, as questões ambientais e sustentáveis