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Comentário Bíblico Prazer da Palavra, fascículo 44 — Atos dos Apóstolos: Atos dos Apóstolos
Comentário Bíblico Prazer da Palavra, fascículo 44 — Atos dos Apóstolos: Atos dos Apóstolos
Comentário Bíblico Prazer da Palavra, fascículo 44 — Atos dos Apóstolos: Atos dos Apóstolos
E-book181 páginas2 horas

Comentário Bíblico Prazer da Palavra, fascículo 44 — Atos dos Apóstolos: Atos dos Apóstolos

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Sobre este e-book

O fascículo 44 da Bíblia de Estudo Prazer da Palavra discute o livro de Atos dos Apóstolos, que conta o início do Cristianismo. Nos perfis que traça, especialmente de Pedro e Paulo, temos as histórias de homens que alvoroçaram o mundo. O comentário dá ênfase aos aspectos teológicos, históricos e geográficos. Todas as perguntas que a leitura do livro bíblico suscita são tratadas pela comentarista, com profundidade e humildade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de abr. de 2021
ISBN9786589202349
Comentário Bíblico Prazer da Palavra, fascículo 44 — Atos dos Apóstolos: Atos dos Apóstolos

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    Comentário Bíblico Prazer da Palavra, fascículo 44 — Atos dos Apóstolos - Israel Belo de Azevedo

    O Livro dos

    ATOS DOS APÓSTOLOS

    Atos dos Apóstolos 1

    A promessa do Espírito Santo

    ¹ Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar

    Atos 1.1 — Lucas conecta o livro com sua obra anterior, a que a tradição deu o título de Evangelho de Lucas. Os dois são dirigidos a Teófilo (Lucas 1.1-4), possivelmente um homem de fala grega ainda não convertido ao Cristianismo.

    ² até o dia em que foi elevado às alturas, depois de haver dado mandamentos por meio do Espírito Santo aos apóstolos que tinha escolhido. ³ Depois de ter padecido, Jesus se apresentou vivo a seus apóstolos, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas relacionadas com o Reino de Deus. ⁴ E, comendo com eles, deu-lhes esta ordem:

    — Não se afastem de Jerusalém, mas esperem a promessa do Pai, a qual vocês ouviram de mim.

    1.4 — Os discípulos, com poucas exceções, estavam com Jesus quando da sua crucificação, mas eram todos da Galileia, ao norte de Israel.

    Imagem decoração

    Israel ao tempo de Herodes.

    ⁵ Porque João, na verdade, batizou com água, mas vocês serão batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias.

    1.5 — Até então os discípulos conheciam o batismo com água ministrado por João Batista, ao qual se submeteram, inclusive seu Mestre, mas agora seriam batizados com o Espírito Santo enviado por Jesus (João 16.4b-15), promessa que se cumpriu poucos dias depois, 50 dias mais precisamente. A natureza deste novo batismo tem sido objeto de discussões sobretudo a partir da eclosão do movimento pentecostal no século 20. Havia uma missão a ser desenvolvida pelo mundo (Mateus 28.19-20) e que exigia uma capacitação espiritual, moral e intelectual ainda maior. O pequeno rebanho (Lucas12.32) não devia se assustar: Jesus não estaria fisicamente com eles mas espiritualmente, por meio do Espírito Santo, estaria. Era preciso marcar a transferência de cuidador com um evento extraordinário, um novo batismo, o batismo com o Espírito Santo, totalmente espiritual. O batismo de João (com água) vinha para selar o arrependimento dos pecados; o batismo do Espírito Santo (com fogo) vinha para demonstrar de modo visível e público o poder do Espírito Santo para encorajar os seguidores de Jesus a testemunharem dele. Não há um sem o outro, até porque é o Espírito Santo quem convence os pecadores de que precisam se arrepender. Aos poucos, no livro de Atos, a compreensão da natureza deste batismo vai se solidificando. Por ora, tem a ver com a experiência no dia de Pentecostes (Atos 2.1-4).

    A ascensão de Jesus

    ⁶ Então os que estavam reunidos com Jesus lhe perguntaram:

    — Será este o tempo em que o Senhor irá restaurar o reino a Israel?

    ⁷ Jesus respondeu:

    — Não cabe a vocês conhecer tempos ou épocas que o Pai fixou pela sua própria autoridade. ⁸ Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.

    1.7-8 — O autor amplia as palavras que registrou de Jesus em Lucas 24.49.

    ⁹ Depois de ter dito isso, Jesus foi elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. ¹⁰ E, estando eles com os olhos fixos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois homens vestidos de branco se puseram ao lado deles ¹¹ e lhes disseram:

    — Homens da Galileia, por que vocês estão olhando para as alturas? Esse Jesus que foi levado do meio de vocês para o céu virá do modo como vocês o viram subir.

    A escolha de Matias

    ¹² Então os apóstolos voltaram do monte das Oliveiras para Jerusalém. A distância até a cidade é de cerca de um quilômetro. ¹³ Quando entraram na cidade, subiram para o cenáculo onde se reuniam Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago.

    1.13 — É desconhecida a localização do Cenáculo, que pode ter sido em algum dos seguintes lugares: 1) A mesma casa onde tomaram a primeira Ceia com o Senhor Jesus (Marcos 14.15), mas Lucas usa palavras gregas diferentes; no evangelho é katalyma (aposento, quarto de hóspede), mas aqui é huperoon (lugar alto). 2) a casa de Maria, mãe de João Marcos (Colossenses 4.10) e tia de Barnabé. 3) Alguma sala superior do templo cedida para a reunião.

    ¹⁴ Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.

    1.14 — Maria era uma discípula de Jesus; seus irmãos também o eram depois de relutarem em reconhecê-lo como Messias (João 7.1-9).

    ¹⁵ Naqueles dias, Pedro se levantou no meio dos irmãos, que formavam um grupo de mais ou menos cento e vinte pessoas, e disse:

    1.15 — Nos termos de hoje, podemos dizer que a igreja de Jerusalém tinha 120 membros.

    ¹⁶ — Irmãos, era necessário que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, a respeito de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus.

    1.16 — Possivelmente a profecia de Davi seja o Salmo 41.9.

    ¹⁷ Ele era um dos nossos e teve parte neste ministério.

    ¹⁸ Ora, este homem adquiriu um campo com o preço da iniquidade e, caindo de cabeça, rompeu-se pelo meio, e todos os seus intestinos se derramaram. ¹⁹ Isto chegou ao conhecimento de todos os moradores de Jerusalém, de maneira que em sua própria língua esse campo era chamado Aceldama, isto é, Campo de Sangue.

    E Pedro continuou:

    ²⁰ — Porque está escrito no Livro dos Salmos:

    "Fique deserta a sua morada,

    e não haja quem nela habite."

    — E:

    Que outro tome o seu encargo.

    ²¹ — Portanto, é necessário que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, ²² começando no batismo de João, até o dia em que foi tirado do nosso meio e levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição.

    ²³ Então propuseram dois: José, chamado Barsabás, também conhecido como Justo, e Matias. ²⁴ E, orando, disseram:

    — Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual dos dois escolheste ²⁵ para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se desviou, indo para o seu próprio lugar.

    ²⁶ Depois fizeram um sorteio, e a sorte caiu sobre Matias, que foi acrescentado ao grupo dos onze apóstolos.

    1.12-26 — Matias, o sucessor de Judas, foi escolhido por sorteio, uma prática comum no Antigo Testamento. Para entendê-la, a leitura de Provérbios 16.33 nos ajuda: Para fazer um sorteio são lançados os dados, mas toda decisão procede do Senhor. Em nenhum momento, os apóstolos confiaram na sorte mas na orientação de Deus a quem oraram.

    1.21-26 — Matias foi escolhido por sorteio. Se foi usado o Urim e o Tumim, esta é a última menção a estes objetos na Bíblia.

    Atos dos Apóstolos 2

    A vinda do Espírito Santo

    ¹ Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.

    2.1 — Ocorrido provavelmente no ano 30, o Pentecostes (que quer dizer quinquagésimo dia era uma festa do calendário judaico celebrada 49 dias depois da celebração da Páscoa em gratidão pela colheita realizada (Levítico 23.15 e Deuteronômio 16.9). É mencionado outras duas vezes no Novo Testamento: Atos 20.16 e 1Coríntios 16.8. Quanto ao lugar do encontro, o texto informa que os seguidores de Jesus se reuniam com regularidade. (Leia Atos 1.13)

    ² De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. ³ E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

    2.3 — As faixas de luz que encheram o lugar se movimentavam sobre as pessoas como se fossem línguas, como a sinalizar uma espécie de batismo de fogo. Aqui, se trata de uma imagem de capacitação, sem relação com idiomas.

    ⁴ Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.

    ⁵ Estavam morando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu.

    2.5 — A manifestação do Espírito Santo foi interna e externa. Internamente, os discípulos ficaram plenos da certeza que a promessa de Jesus, de que enviaria o Consolador, se cumpriu; externamente, eles começaram a falar em línguas, dom que tem suscitado diferentes interpretações. A menção às línguas (glossa em grego) ocorre uma vez em Marcos (Marcos 16.17), cinco vezes em Atos (Atos 2, 10 e 19) e 21 vezes em 1Coríntios (12, 13 e 14). No capítulo 2 de Atos (2.3-6, 2.8e 2.11), eram idiomas naturais: os seguidores de Jesus falavam em seus idiomas maternos e os ouvintes escutavam em seus idiomas maternos, como fica bem claro em Atos 2.8-11. Em Atos 10.46 e 19.6, as línguas não são naturais, mas espirituais, diferentemente do que ocorreu no dia Pentecostes. Em 1Coríntios, de igual modo, todas as referências são a línguas espirituais, um dom pelo qual o seguidor de Jesus falava uma língua desconhecida pelo ser humano e era compreendida pelo que ouvia se houvesse um

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