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A Fé E As Obras
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E-book162 páginas2 horas

A Fé E As Obras

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Sobre este e-book

Recebi da parte de alguns irmãos __ leigos, é verdade, mas aplicados ao estudo das divinas escrituras __ alguns escritos que separavam a fé cristã das boas obras, a ponto de sustentar que não se podia chegar à vida eterna sem a primeira e que se podia sem as segundas. Eu respondi a eles em um livro cujo título é A fé e as obras. Nele eu mostro não apenas como devem viver aqueles que foram regenerados pela graça de Jesus Cristo, mas também como se deve ser para ser admitido ao batismo da regeneração.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de jul. de 2018
A Fé E As Obras

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    A Fé E As Obras - Santo Agostinho

    Santo Agostinho

    A Fé

    e as

    Obras

    Tradução de: Souza Campos, E. L. de

    teodoro editor

    Niterói – Rio de Janeiro – Brasil

    2018

    A fé e as obras

    Santo Agostinho

    Refutação de três erros aos quais o autor opõe as três proposições seguintes: 1) Deve-se admitir indistintamente todo tipo de pessoa no batismo; a tolerância para com os pecadores deve se conciliar na Igreja com a manutenção da disciplina eclesiástica. 2) É preciso iniciar os catecúmenos nos mistérios da fé, junto com os deveres da vida cristã. 3) Quem recebeu o batismo é incapaz de chegar à salvação eterna somente pela fé, se não corrigir seus hábitos criminosos.

    Introdução

    ¹

    Recebi da parte de alguns irmãos __ leigos, é verdade, mas aplicados ao estudo das divinas escrituras __ alguns escritos que separavam a fé cristã das boas obras, a ponto de sustentar que não se podia chegar à vida eterna sem a primeira e que se podia sem as segundas.

    Eu respondi a eles em um livro cujo título é A fé e as obras. Nele eu mostro não apenas como devem viver aqueles que foram regenerados pela graça de Jesus Cristo, mas também como se deve ser para ser admitido ao batismo da regeneração.

    Capítulo 1

    Deve-se admitir todos os pecadores públicos no batismo?

    Segundo a opinião de algumas pessoas, deve-se admitir indiferentemente no banho sagrado que nos regenera em Jesus Cristo, todas as pessoas, mesmo aquelas que não consentiriam em reformar sua vida manchada de crimes e das infâmias mais notórias e que afirmariam a resolução de perseverar em suas desordens.

    Por exemplo, uma pessoa que viva em adultério. Na opinião daquelas pessoas deve-se conferir o batismo a este adúltero sem solicitar que ele rompa esse relacionamento criminoso. Mesmo que ele persevere nessa situação, que se compraza com isso e até mesmo se vanglorie publicamente de continuar nessa situação, deve-se admiti-lo no batismo e deixar que se torne um membro de Jesus Cristo o homem que quer permanecer se relacionando com uma prostituta². Espera-se que, ao ser batizado, ele entenda a enormidade de seu pecado e os meios de corrigir seus costumes.

    De acordo com esta opinião, ensinar alguém a viver como cristão antes que ele seja batizado é inverter e confundir a ordem das coisas. Primeiro é preciso conferir o sacramento e depois inculcar as regras da moral cristã.

    Se elas forem observadas fielmente, agir-se-á segundo seu interesse. Se não for assim, guardando a fé cristã __ sem a qual se é condenado à morte eterna __ mas se perseverando em todo tipo de infâmia, salva-se como que passando pelo fogo. Salva-se como aquele que ergueu sobre a verdadeira fundação __ ou seja, sobre a doutrina de Jesus Cristo __ um edifício, não de ouro, de prata ou de pedras preciosas, mas de madeira, feno e palha³. Em outros termos, obras não de justiça e de pureza, mas de injustiça e de despudor.

    Capítulo 2

    O escândalo dos adúlteros e dos pecadores públicos.

    Essas pessoas parecem ter levantado essa controvérsia por que veem com pesar a recusa do batismo aos homens e mulheres que, após terem se divorciado, contraíram novo matrimônio. Uma união assim, com efeito, não é um matrimônio, mas um adultério, como declara formalmente Nosso Senhor Jesus Cristo⁴.

    Não podendo assim negar o adultério, tão abertamente reconhecido pela própria Verdade nesses tipos de uniões e querendo, no entanto, admitir ao batismo, pelo peso de seus sufrágios, os pecadores que eles veem tão cegamente presos nas correntes da podridão e que, se lhes fosse recusado o batismo, prefeririam viver e até mesmo morrer sem sacramento algum, do que se livrarem dos laços do adultério, essas pessoas foram levadas por uma compaixão toda humana a se dedicarem à causa desses infelizes e com um zelo tal que pensaram que deveriam admiti-los no batismo e, com esses pecadores, os celerados e os libertinos, sem lhes dar nenhuma advertência, sem corrigi-los com nenhuma reprimenda, sem transformá-los pela penitência. Eles acreditaram que essas pessoas encontrariam a morte eterna sem o batismo, enquanto que, pela graça do batismo, eles se salvariam pelo fogo, apesar de sua obstinação em viver em seus desregramentos.

    Capítulo 3

    A salvação dos batizados pela fé católica e a tolerância dos maus na Igreja. Testemunhos das Escrituras: Moisés e São Paulo.

    Eu respondo a essas pessoas e lhes declaro primeiramente que não se deve interpretar as passagens onde as Escrituras assinalam no presente ou predizem para o futuro uma mistura dos bons e dos maus na Igreja, no sentido de relaxar ou até mesmo destruir a disciplina em seu rigor e em sua pureza. Assim não estaríamos mais sendo esclarecidos pelas santas Escrituras, mas enganados pelo seu sentido próprio. Moisés, o servidor de Deus, sem dúvida tolerou com uma paciência infinita essa mistura no povo primitivo, mas nem por isso ele deixou de condenar com a espada um grande número de culpados. O sacerdote Finéias surpreendeu adúlteros e os perfurou imediatamente com o ferro vingador⁵. A degradação e a excomunhão são os símbolos desses castigos na disciplina atual da Igreja, que fez retornar à bainha a espada visível.

    O santo Apóstolo se contentou em se lamentar no meio dos falsos irmãos⁶. Ele permitiu a alguns pregadores que anunciassem Jesus Cristo⁷, apesar da inveja diabólica, cujo espinho os molestava, mas não admitiu nenhuma tolerância para com o cristão que se casou com a mulher de seu pai e ordenou que a Igreja se reunisse e o entregasse a Satã, para a morte de sua carne e com o objetivo de que sua alma fosse salva no dia do Juízo Final de Nosso Senhor Jesus Cristo, que também entregou vários a Satã, para que eles aprendessem a não blasfemar⁸.

    Não fosse assim, as palavras seguintes não teriam nenhum sentido: Na minha carta vos escrevi que não tivésseis familiaridade com os impudicos. Porém, não me referia de um modo absoluto a todos os impudicos deste mundo, os avarentos, os

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