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A Vida Feliz
A Vida Feliz
A Vida Feliz
E-book105 páginas41 minutos

A Vida Feliz

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Sobre este e-book

Este livro compreende três debates cujo objetivo geral é provar que a vida feliz consiste no perfeito conhecimento de Deus.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de jul. de 2018
A Vida Feliz

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    A Vida Feliz - Santo Agostinho

    Santo Agostinho

    A

    Vida Feliz

    Tradução: Souza Campos, E. L. de

    Teodoro Editor

    Niterói – Rio de Janeiro – Brasil

    2018

    A vida feliz

    Santo Agostinho

    Introdução¹

    O livro A vida feliz eu compus não após, mas junto com meu livro Contra os acadêmicos.

    A ocasião foi meu aniversário de nascimento e foi terminado em três dias de debates, como eu mesmo informo nele.

    Ele estabelece que todos nós que nos dedicamos a buscá-la concordamos que a vida feliz só pode consistir no perfeito conhecimento de Deus.

    Eu lamento ter concordado mais do que devia com Mânlio Teodoro, um homem sábio e cristão a quem dediquei este livro.

    Incomoda-me bastante ter utilizado muito nele a palavra fortuna, bem como ter dito que, nesta vida, a beatitude só mora na razão do sábio, qualquer que seja o estado de seu corpo, enquanto que o perfeito conhecimento de Deus, ou seja, o máximo que o ser humano pode conseguir, só pode ser esperado, de acordo com o testemunho do Apóstolo, na vida futura.

    Somente essa vida futura deve ser chamada de feliz, por que o corpo, transformado em incorruptível e imortal, estará então submetido à alma, sem nenhum sofrimento e sem nenhuma resistência.

    Eu encontrei entre meus manuscritos este livro interrompido e muito abreviado. Ele tinha sido transcrito assim por alguns de nossos irmãos e, desde que comecei esta revisão, eu não pude encontrar ainda um texto integral que pudesse me servir para fazer correções.

    Este livro começa assim: Se, para chegar ao porto da filosofia que conduza ao território e morada da vida bem aventurada, nós só temos como guias nossa razão e nossa vontade, talvez eu não me precipite muito ao lhe dizer, ó nobre coração e grande espírito Teodoro, que muito poucas pessoas, até o presente, chegaram a ela.

    Capítulo 1

    O infortúnio e a vocação para a filosofia.

    Se, para chegar ao porto da filosofia que conduza ao território e morada da vida bem aventurada, nós só temos como guias nossa razão e nossa vontade, talvez eu não me precipite muito ao lhe dizer, ó nobre coração e grande espírito Teodoro, que muito poucas pessoas, até o presente, chegaram a ela.

    Ainda hoje vemos que são raros e pouco numerosos aqueles que a atingem. Já que é Deus ou a natureza ou a necessidade ou nossa vontade ou a reunião de algumas destas causas ou o ajuda de todas estas causas ao mesmo tempo (um grande mistério que você já se propôs a desvendar) que nos jogou, por assim dizer, ao acaso e ao mar proceloso deste mundo.

    Muito poucas pessoas poderiam saber por elas mesmas para onde se dirigir ou se é preciso voltar sobre os próprios passos, se, às vezes, apesar de seus desejos ou esforços, algumas dessas tempestades que a irreflexão chama de infortúnios, não as empurrassem, em sua corrida cega e errante, rumo a essas praias tão desejadas.

    Capítulo 2

    As três categorias de navegadores.

    Os navegadores capazes de atracar no porto da filosofia podem, em minha opinião, se dividir em três classes.

    Primeiro são aquelas pessoas que, desde a idade da razão, tomam um pequeno impulso, dão umas pequenas remadas e vão se abrigar nesse porto tranquilo, onde constroem um farol brilhante para lembrar seu curso fácil e para informar, na medida do possível, seus concidadãos e guiar seus esforços até elas.

    Na segunda classe de navegadores, bem diferente da primeira, é preciso incluir as pessoas que, enganadas pela calma aparente de elementos

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