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Ser professor e sentir a docência no contexto da cultura digital
Ser professor e sentir a docência no contexto da cultura digital
Ser professor e sentir a docência no contexto da cultura digital
E-book186 páginas2 horas

Ser professor e sentir a docência no contexto da cultura digital

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Sobre este e-book

Este livro teve origem na pesquisa de mestrado em Educação defendida na PUC-Rio em 2013. Com o objetivo de identificar e discutir elementos do imaginário tecnológico vivenciado por professores, buscou analisar como estes atravessariam as práticas pedagógicas e as relações que os docentes estabeleciam com os estudantes no contexto da cultura digital. Também visou compreender como os professores percebiam e sentiam o "seu lugar" face às mudanças pelas quais vinha passando a profissão, em tempos de massificação do acesso às tecnologias digitais. Por meio da realização de entrevistas com docentes de Ensino Médio, de escolas estaduais de formação docente localizadas na cidade do Rio de Janeiro, os resultados indicaram que o imaginário tecnológico partilhado por esses profissionais apresentava aspectos do mito da digitalização, segundo o qual prevalecia a crença de que haveria maior distanciamento entre gerações na cultura digital e a concepção de que os jovens seriam experts na utilização de tecnologias, frente a adultos pouco qualificados nesse quesito. Além de questões como formação insuficiente para a utilização das tecnologias e falta de tempo para o desenvolvimento de diferentes propostas pedagógicas, o imaginário tecnológico pareceu ser um fator que incidiu sobre o baixo uso das tecnologias em sala de aula. Diante desse panorama supostamente negativo, a profissão docente ainda seria legítima? Uma nova forma de mediação, a "mediação tecnológica", pareceu nos indicar que sim.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de abr. de 2023
ISBN9786525278957
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    Ser professor e sentir a docência no contexto da cultura digital - Luciana dos Santos Barcelos

    1 PROFESSORES E TECNOLOGIAS: NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO

    Já há algum tempo, a inserção das tecnologias na escola angariou espaço significativo nos debates políticos. No contexto dessas discussões, o docente vinha sendo alocado como protagonista de inúmeras iniciativas de formação para a utilização das tecnologias em sala de aula. Um exemplo disto foi o ProInfo (Programa Nacional de Informática na Educação), um programa de educação elaborado pela Secretaria de Educação a Distância (SEED) em parceria com o Departamento de Infraestrutura Tecnológica (DITEC), por meio da portaria n. 522/MEC, de 9 de abril de 1997.

    Em termos de estrutura tecnológica, o projeto viabilizou a instalação de laboratórios de informática nas instituições públicas de Educação Básica. Quanto ao aspecto da formação, com vias ao desenvolvimento de práticas pedagógicas, (...) o ProInfo tinha como uma de suas metas prioritárias a formação continuada de professores (SILVA, 2011, p. 536), entendida como um dos principais parâmetros de sucesso da proposta. Assim, pretendia-se favorecer a pesquisa e a elaboração de práticas que envolvessem concepções de tecnologias e metodologias com o uso das mídias em sala de aula. Entretanto, no âmbito da proposta, os cursos direcionados aos docentes foram considerados por eles próprios como precários, tanto por conta da ínfima carga horária, quanto devido ao conteúdo tecnicista das proposições curriculares (SILVA, 2011). Por meio do Decreto n. 6.300, de 2007, a nova versão do projeto, que passou a ser denominado Programa Nacional de Tecnologia Educacional, apresentou objetivos muito similares à versão anterior (de 1997) em torno da integração das TICs à rede pública de educação básica, quais sejam:

    I – promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas escolas de educação básica das redes públicas de ensino urbanas e rurais;

    II – fomentar a melhoria do processo de ensino e aprendizagem com o uso das tecnologias de informação e comunicação;

    III – promover a capacitação dos agentes educacionais envolvidos nas ações do Programa;

    IV – contribuir com a inclusão digital por meio da ampliação do acesso a computadores, da conexão à rede mundial de computadores e de outras tecnologias digitais, beneficiando a comunidade escolar e a população próxima às escolas;

    V – contribuir para a preparação dos jovens e adultos para o mercado de trabalho por meio do uso das tecnologias de informação e comunicação; e

    VI – fomentar a produção nacional de conteúdos digitais educacionais (BRASIL, 2007, não paginado).

    Argumentações como as finalidades do ProInfo (2007), expostas acima, avançaram na questão do acesso e da utilização das tecnologias, mas, na direção de um formação conceitual, ainda não priorizavam a dimensão do debate acerca da relação entre os aparatos tecnológicos e a Educação. Segundo Pretto (2005), a relação entre a escola e as tecnologias precisa ser repensada a fim de que se desconstrua a proeminência instrumental das mídias no imaginário dos professores. Neste sentido, textos como o das diretrizes curriculares nacionais para a formação de docentes da Educação Básica (Parecer CNE/CP 009/2001 aprovado em 08/05/2001) também apontaram para a carência de discussão no campo das formações para as mídias. Ainda assim, o parecer oferecia destaque às tecnologias na Educação, discorrendo sobre a aprendizagem no contexto das TIC:

    As transformações científicas e tecnológicas, que ocorrem de forma acelerada, exigem das pessoas novas aprendizagens, não somente no período de formação, mas ao longo da vida. Há também a questão da necessidade de aprendizagens ampliadas – além das novas formas de aprendizagem. Nos últimos anos, tem-se observado o uso cada vez mais disseminado dos computadores e de outras tecnologias, que trazem uma grande mudança em todos os campos da atividade humana. A comunicação oral e escrita convive cada dia mais intensamente com a comunicação eletrônica, fazendo com que se possa compartilhar informações simultaneamente com pessoas de diferentes locais (CNE/CP 009/2001, p. 9).

    Desta forma, as diretrizes curriculares (CNE/CP 009/2001) defendiam a importância das TICs na formação para o magistério, uma vez que, (...) se o uso de novas tecnologias da informação e da comunicação está sendo colocado como um importante recurso para a educação básica, evidentemente, o mesmo deve valer para a formação de professores (CNE/CP 009/2001, p. 24). No viés prático, o parecer avaliava que eram incipientes as propostas de formação que permitiam ao docente aprender a utilizar as tecnologias, e mais ainda, a conceber as TICs como recursos na elaboração dos conteúdos curriculares das disciplinas. No aspecto reflexivo, as diretrizes sinalizavam a relevância do debate em torno da temática das tecnologias na formação de professores, inclusive, no tocante a resistência para com as mídias. No contexto do parecer,

    de um modo geral, os cursos de formação eximem-se de discutir padrões éticos decorrentes da disseminação da tecnologia e reforçam atitudes de resistência, que muitas vezes, disfarçam a insegurança que sentem os formadores e seus alunos-professores em formação, para imprimir sentido educativo ao conteúdo das mídias, por meio da análise, da crítica e da contextualização, que transformam a informação veiculada, massivamente, em conhecimento (CNE/CP 009/2001, p.

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