Apostila Pesquisa Mineral 3
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INSTITUTO FEDERAL DE CINCIA, EDUCAO E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS CAMPUS OURO PRETO
Uma vez que se tenham iniciado os trabalhos de pesquisa, o responsvel deve se encarregar de direcionar os trabalhos para etapas de maior detalhamento, como a sondagem. Antes do aprofundamento em tcnicas mais detalhadas, entretanto, realizada a pesquisa com tcnicas de superfcie e subsuperfcie. Tais tcnicas incluem a prospeco com martelo, por poos e trincheiras, geofsica, entre outras. A prospeco com martelo utilizada como etapa preliminar, permitindo a observao de afloramentos e caractersticas gerais do terreno. Pode tambm ser utilizada na etapa de elaborao do mapa geolgico. Em geral, a experincia do pesquisador conta muito nesta etapa. Nesta etapa, a pesquisa realizada atravs da busca por indcios de mineralizaes. Esses indcios podem ser: toponmia nas cartas topogrficas, geomorfologia, vegetao, colorao de solos, minerais guias e gossans.
A toponmia (topo [lugar] + nmia [nome]) estuda nomeao de locais que possam identificar existncia de mineralizaes pr-conhecidas. Exemplos = faisqueira: lugar onde se encontram restos de cascalho; grupiara: cascalho encontrado em topo de morros; altos do Nordeste brasileiro: presena de quartzo; crrego do ouro, etc. As caractersticas das rochas tambm auxiliam na identificao de
mineralizaes. Pode ser realizada, por exemplo, observao dos aspectos morfolgicos da rea. Afloramentos promissores percebidos por isso podem ser, por exemplo, cristas de morros silicificadas e gossans [chapus de ferro]. Gossans ou Chapu de Ferro so rochas que originalmente continham sulfetos e que foram submetidas a um processo de alterao supergnica. A cor avermelhada uma caracterstica importante dos Gossans. Ela se debe a transformao de sulfetos originais ricos em ferro em compostos 2 Felipe de Orquiza Milhomem
Apostila de Pesquisa Mineral oxidados. Os Gossans so o resultado da alterao fsica e qumica das rochas como conseqncia da ao de agentes como a chuva, o vento, sol ou as guas subterrneas. Esses processos produzem a alterao dos sulfetos, dissoluo e precipitao de outros minerais e uma importante lixiviao nas rochas. A formao de um Gossan depende de fatores distintos, como a paragnese original dos sulfetos, clima, relevo, tipo de rocha encaixante, nvel fretico, etc. Ocorrncias de gossan so importantes pois indicam a possvel existncia de minrio em profundidade.
Apostila de Pesquisa Mineral Cada tipo de rocha apresenta um padro prprio de topografia, vegetao, drenagem e solo. Este padro poder se diversificar substancialmente com pequenas alteraes de composio mineralgica da rocha, mas, por outro lado, rochas bem diferentes podero ter padres semelhantes. Observao de plantas tambm pode demonstrar a presena de mineralizaes. planta violcea calamina se desenvolve sobre alguns depsitos de zinco. Fosfato nutriente de plantas. Plantas exuberantes podem indicar presena de fosfato no local.
1.1 DICAS Algumas dicas sobre o procedimento a ser adotado para as anotaes de campo, para que se tenha o maior detalhamento possvel dos dados coletados colocada a seguir: Os dados de campo so registrados em uma caderneta de campo cuja capa deve ser dura tanto para proteo quanto para auxiliar na tomada de medidas de camadas com a bssola. As dimenses aproximadas so de 15x20cm. As folhas devem ser, de preferncia, quadriculadas em tom cinza esmaecido facilitando o desenho esquemtico de afloramentos e de sees geolgicas. Anote o roteiro de cada percurso e os valores de quilometragem se o mesmo for realizado com jipe. A descrio dos dados , normalmente, puntual: descreve-se afloramento por afloramento e estes so numerados sequencialmente na caderneta. Esta descrio acompanhada de sees (perfis longitudinais) e colunas (empilhamento de camadas) geolgicas esquemticas correspondentes a cada percurso ou local.
Apostila de Pesquisa Mineral A linguagem deve ser clara, direta, sem palavras desnecessrias. Frases curtas facilitam a compreenso do assunto. Evite usar termos rebuscados que dificultem o entendimento. O uso de abreviaturas nas descries de afloramento fato corriqueiro ao se buscar ganhar tempo e espao na caderneta. Procure manter, entretanto, uma padronizao de abreviaturas para que a caderneta no se torne um amontoado hieroglfico incompreensvel para colegas que trabalham na equipe ou para quem vai transcrever as informaes para banco de dados em computador. Na 1a pgina da caderneta, alm do nome do responsvel, coloque o telefone de contato (se a caderneta for extraviada esta informao importante), a empresa, a campanha de campo ou o projeto, a data de incio (e fim) do servio, a lista de abreviaturas (se no seguirem um padro), a declinao magntica usada na bssola e outros dados de interesse geral.
2. PROSPECO EM SUBSUPERFCIE TRINCHEIRAS E POOS 2.1 TRINCHEIRA Tem por objetivo complementar as informaes adquiridas durante o mapeamento geolgico de detalhe. Os principais meios utilizados correspondem abertura de poos, trincheiras e sondagens (rotativas, trado, Banka). Eles permitem verificar o litotipo e investigar as variaes estruturais, estratigrficas e litolgicas das formaes geolgicas profundas. Alm disso, permitem obter amostras das zonas mineralizadas para serem analizadas. Trincheiras so escavaes (valas) pouco profundas, retilneas, de larguras e comprimento variados. Sua profundidade de cerca de 2 m, aproximadamente. Tem como objetivos: Visualizar os contatos Determinar o carter das rochas subjacentes Verificao do estilo estrutural Coletar amostras superficiais
A prospeco por trincheiras usada nos casos em que se supe a existncia de capeamento pouco espesso e de consistncia razovel. Se o terreno for inconsistente, a abertura da trincheira pode ser impraticvel, devido segurana do trabalhador. Sua utilizao feita com inexistncia de mquinas para movimentar a terra. Com a utilizao de ferramentas manuais, a altura limitada. Em caso de se querer maiores alturas, poder se construir patamares laterais (socalcos).
No caso da primeira trincheira no apresentar resultado positivo, uma segunda ser feita, perpendicularmente a primeira; se algum corpo for revelado por uma das trincheiras, o mesmo dever ser acompanhado por uma trincheira em toda a sua extenso segundo a sua direo, at que seja completamente demarcado. As trincheiras devem ser feitas sistematicamente, ou seja, com espaamento fixo e pr-determinado. As caractersticas da trincheira (espaamento, altura, etc) dependero das caractersticas topogrficas e dureza do terreno.
A prospeco por poos aplicada para reas onde o capeamento do corpo mineral a ser mapeado relativamente espesso para a econmica execuo de uma trincheira, mas no muito duro, pedregoso ou altamente aqfero. Normalmente os poos apresentam uma abertura circular ou retangular, no caso da ltima (mais comum) as suas dimenses mnimas so 1,0 x 1,5 m. A escavao comumente feita com ferramentas manuais (picareta, p, alavanca, etc.), por vezes com equipamentos de ar comprimido (marteletes), raramente com mquinas mais possantes. A retirada do material desmontado feita com um balde iada para a superfcie via um sistema de roldanas ou sarilho. So usados para:
Visualizar os contatos; Determinar o carter das rochas subjacentes; Verificao do estilo estrutural; Coletar amostras superficiais.
Para proteger os poos das guas superficiais os mesmo devem ser cobertos e circundados por valetas. Quando o poo atinge o corpo mineral, prolonga-se um pouco mais o suficiente para atravess-lo, se possvel at atingir a sua lapa. Sempre que possvel, os vrios poos so locados sistematicamente, por princpio anlogo ao das trincheiras. 7 Felipe de Orquiza Milhomem
Apostila de Pesquisa Mineral Algumas dimenses caractersticas dos poos: at 1 metro de profundidade, seo retangular de 0,8 m x 0,5 m; de 1 a 3 metros, seo retangular de 1,8 m x 0,8 m, ou quadrada de 1,0 m x 1,0 m; abaixo de 3 metros de profundidade, programam-se poos circulares com 1,5 m ou 1,8 m de dimetro, ou poos retangulares com degraus e seo de 3,6 m x 0,8 m.
Para a abertura dos poos, so realizadas as seguintes etapas: 1. A escavao do poo dever ser iniciada aps a limpeza superficial de uma rea de 4,00 x 4,00 m e a construo de uma cerca, no desta, constituda de madeira ou com quatro fios de arame farpado fixados em moures. 2. No caso de escavao de poo prximo a edificaes ou em reas urbanas, dever ser mantido ao redor do poo um isolamento resistente e seguro contra o acesso de pessoas e animais, com dimenses de acordo com a rea disponvel, e sinalizao de advertncia. 3. Para evitar a entrada de gua da chuva no poo dever ser providenciado a abertura de um sulco para drenagem no permetro da rea cercada. 4. A dimenso mnima do poo a ser aberto ser 1,10 m. A sua forma dever ser de preferncia circular, para maior segurana e rendimento. 5. A escavao dever ser executada com picareta, enxado e p e prosseguir normalmente at uma profundidade que possibilite lanar para fora o material escavado. Para o prosseguimento da escavao, dever ser instalado um sarilho munido de corda, para a entrada e sada dos trabalhadores e retirada do material escavado. 6. Durante a fase de execuo, por razes de segurana, a Empreiteira dever manter uma corda de reserva estendida junto parede do poo e firmemente fixada na superfcie do terreno. Nas paredes do poo devero ser escavados os degraus, dispostos segundo duas fileiras diametralmente opostas que facilitem escalar o poo com o auxlio da corda de reserva. 8 Felipe de Orquiza Milhomem
Apostila de Pesquisa Mineral 7. No caso de serem detectados quaisquer indcios de instabilidade, por menores que sejam, dever ser imediatamente providenciado o escoramento das paredes do poo. 8. O escoramento a ser adotado dever garantir a estabilidade nos pontos considerados instveis, sem prejudicar a inspeo visual das paredes. Para tanto, o escoramento dever ter aberturas retangulares, verticais, com largura suficiente para permitir o exame de toda a seqncia vertical do terreno. 9. Caber nica e exclusivamente ao Empreiteiro a responsabilidade de verificar a estabilidade das paredes dos poos em execuo, interrompendo os trabalhos de escavaes to logo seja verificado indcio de desmoronamento, que possa colocar em risco a integridade dos trabalhadores. 10. A Fiscalizao opinar sobre a necessidade de dar continuidade ao poo, no caso de insegurana para o trabalho. Se seu aprofundamento for necessrio, o escoramento ser feito pela prpria Empreiteira, com base em sua experincia neste tipo de servio. 11. Em poo escavado em terrenos ricos em matria orgnica, dever ser providenciada ventilao forada, de modo a expulsar eventuais emanaes de gases txicos. 12. Todo solo retirado do poo dever ser depositado ao seu redor, em ordem seqencial, de maneira a formar um anel, fora da rea cercada, onde a distribuio vertical dos materiais atravessados fique reproduzida sem escala. 13. O controle da profundidade do poo ser feito atravs de medida direta entre o fundo do poo e um ponto de referncia na superfcie natural do terreno. 14. Quando a escavao estiver a uma profundidade de 0,10 m acima da cota prevista para a retirada da amostra indeformada, deve-se evitar o psoteamento do terreno sobrejacente superfcie do topo da amostra. 15. No caso de se atingir o nvel fretico a operao de escavao dever ser interrompida, anotando-se sua profundidade. No caso de artesianismo, dever ser registrado o nvel esttico. 16. O nvel d'gua dever ser medido todos os dias antes do inicio dos trabalhos e na manh seguinte aps a concluso do poo. 17. O poo ser considerado concludo nos seguintes casos: i. quando atingir a profundidade prevista pela programao dos trabalhos; 9 Felipe de Orquiza Milhomem
Apostila de Pesquisa Mineral ii. quando houver insegurana para a continuidade dos trabalhos; iii. quando ocorrer infiltrao acentuada de gua que tome pouco produtiva a escavao; iv. quando ocorrer, no fundo do poo, material no escavvel por processos naturais. 18. No final de cada jornada de trabalho a boca do poo dever ser coberta por uma tampa, apoiada sobre um cordo de solo, que impea a entrada de guas pluviais e animais. Tal procedimento dever tambm ser aplicado na concluso do poo, caso haja interesse em mant-lo aberto. 19. No havendo interesse na manuteno do poo aberto, aps a concluso dos servios, este dever ser totalmente preenchido com solo. 20. Para efeito de identificao, no local do poo dever ser cravada uma tabuleta contendo no mnimo os seguintes dados: i. nmero do poo; ii. profundidade; iii. cotada boca, quando fornecida.
3. PROSPECO HIDRULICA
Quando se dispe de bastante gua, esta pode ser um valioso auxlio para a pesquisa, tanto na remoo como no transporte das cobertura, ou mesmo do material mineralizado. Se a gua est em cotas mais elevadas, canalizada e so feitos recortes laterais no canal, permitindo desviar para os declives dos flancos. Por eroso, a gua abre sulcos no terreno, seguindo as linhas de maior declividade, ou acompanhando valetas, previamente delineadas. Tornando mais econmica a abertura de trincheiras inclinadas, com o auxlio de algum desmonte por enxada, e transporte pelas guas, da cobertura de solo.
A prospeco geofsica , fundamentalmente, um procedimento superficial em termos de ocorrncias profundas. Visa determinao de jazidas minerais ou de estruturas geolgicas pela medio superficial de grandezas fsicas. Na maioria das vezes envolve mtodos areos (AEROGEOFSICA) e, secundariamente, os terrestres (GEOFSICA TERRESTRE), j que quando se utiliza os terrestres, o alvo j foi determinado por outro mtodo. A classificao dos mtodos em areo e terrestre se refere apenas ao modo de operao e no tem significado fsico. A aerogeofsica mais rpida e mais barata que a geofsica terrestre. Um exemplo o custo do quilmetro analisado: 25 dlares por quilmetro na aerogeofsica contra 350 dlares para a geofsica terrestre aproximadamente. Partindo-se das principais propriedades fsicas gerais das rochas, como densidade, magnetismo, elasticidade e condutividade eltrica, foram criados os processos geofsicos que se seguem: Tabela I: mtodos de investigao geofsica PROPRIEDADES Densidade Susceptibilidade Magntica Condutividade Eltrica Radioatividade Elasticidade Condutividade Trmica Luminescncia Som MTODOS Gravimtrico/Gravimetria Magntico/Magnetometria Eltrico/Eletromagntico Radiomtrico/Radiometria Ssmico/Ssmica Trmico/Termometria Luminescncia Acstico
Apostila de Pesquisa Mineral A prospeco geofsica serve como complemento para os servios de mapeamento geolgico, realizados em etapas posteriores. utilizada no reconhecimento de grandes reas e antecede os trabalhos de sondagem Antes de empregar um mtodo de prospeco geofsica em uma rea, o prospector deve definir qual ou quais mtodos de prospeco geofsica sero utilizados. Alguns aspectos devero ser considerados atravs de estudos preliminares. So eles:
1) Caracterizao geolgica geofsica do alvo (atravs de estudos bibliogrficos): dependente tanto do alvo como do ambiente em que ele se encontra inserido; 2) Propriedades fsicas dos materiais: a seleo dos mtodos de investigao utilizados dependente da existncia de um contraste das propriedades fsicas em subsuperfcie. 3) Razo sinal/rudo: em geral, as medidas geofsicas englobam efeitos de interesse, ditos sinal, como tambm efeitos indesejveis, conhecidos como rudos. O sinal mais o rudo chamado medida, leitura, observao, dado, resposta ou informao. Uma razo sinal/rudo (S/R) muito baixa pode tornar proibitiva a aplicao da geofsica, pois as medidas se tornaro como uma amlgama de efeitos indistinguveis. Tipos de Rudos:
Rudos Instrumentais Rudos Operacionais: erros na leitura, erros posicionamento instrumento, topografia acidentada , vegetao densa. Rudos do Terreno (geolgicos, topogrficos ): espessura manto intemperismo relevo topogrfico Rudos parasitrios: tempestades magnticas, correntes telricas, linhas alta tenso, oleodutos, instalaes industriais Com relao s suas vantagens e desvantagens, cabe citar alguns: ocorrncias minerais,
1) No-invasivo: Mtodos geofsicos geralmente so no-invasivos e podem ser usados sem afetar o local. 2) Dados quantitativos: Tcnicas geofsicas rendem dados quantitativos que podem ser usados junto com teoria bem desenvolvida para identificar estrutura de subsuperfcie. 3) Cobertura espacial e vertical: Tcnicas geofsicas oferecem freqentemente a capacidade de mapeamento de grandes reas e propagando relativamente depressa a grandes profundidades. Esta caracterstica distingue tcnicas geofsicas claramente de mtodos hidrolgicos (que se concentram freqentemente em dados de fonte pontual poos) ou de mtodos geoqumicos (que normalmente confiam na anlise de amostras coletadas em pontos discretos). 4) Integrativo: Mtodos geofsicos no s provem informao sobre o problema ambiental (enfoque primrio superior a alguns metros), mas tambm sobre a geologia de subsuperfcie (de alguns metros a dezenas de metros).
Desvantagens:
1) Equipamento caro: Muitas ferramentas de amostragem hidrolgica e geoqumica podem ser obtidos por algumas centenas de dlares. Em contraste, equipamentos geofsicos custam milhares de dlares. 2) Falta de portabilidade: Alguns equipamentos geofsicos podem ser pesados ou incmodos, tornando o transporte para locais distantes no campo difcil. Alm disso, muitos tipos de equipamento requerem freqente recarga, tornando-se dependente da disponibilidade de um gerador ou de uma fonte de energia eltrica padro. 3) Manipulao de dados: Tcnicas geofsicas rendem dados que significam pouco sem interpretao adicional, clculos, ou modelamento. Assim, uma compreenso da base terica para vrios mtodos geofsicos de campo requerida.
Entre os mtodos aerogeofscos comumente utilizados encontram-se a magnetometria, a radiometria (gamaespectometria) e a eletromagnetometria (EM). Dos citados, o mais amplamente utilizado nos levantamentos geofsicos regionais corresponde ao mtodo magntico. Os sensores e/ ou transmissores so instalados na aeronave e possuem compensaes que eliminam os efeitos do vo. As anlises por avio ou helicptero cobrem grandes reas e viabilizam locais inacessveis geofsica terrestre, ou quando estas reas devem ser estudadas rapidamente. O relativo baixo custo destas anlises so atrativos para projetos de Explorao Mineral e Geotcnicos.
4.2.1 Magnetometria
o mtodo que mede as variaes do campo magntico terrestre. As variaes (anomalias) no campo geomagntico so produzidas em funo do teor de minerais com alta susceptibilidade magntica contido nas rochas da crosta, tais como magnetita, ilmenita e pirrotita. Como esses minerais participam na composio de vrias rochas da crosta, o mtodo magntico o mtodo geofsico mais utilizado na explorao mineral devido sua rapidez, o baixo custo e a resposta do mtodo. A concentrao de minerais magnticos produz distores locais no campo magntico da Terra, que podem ser detectadas e fornecem informaes sobre a superfcie. A faixa de variao de susceptibilidade magntica muito maior do que de 14 Felipe de Orquiza Milhomem
Apostila de Pesquisa Mineral densidades. Rochas bsicas apresentam valores altos de susceptibilidade magntica e rochas cidas apresentam valores baixos. A susceptibilidade das rochas sedimentares , geralmente, muito baixa. Em um levantamento magntico, as anomalias observadas seriam praticamente as mesmas com ou sem a presena dos sedimentos, razo pela qual as medidas magnticas so relacionadas diretamente com feies do embasamento ou presena de intrusivas bsicas. A magnetometria permite delinear as estruturas geolgicas presentes, mesmo quando estas se encontram encobertas por sedimentos. Porm, bom que fique claro que mesmo quando detectadas as anomalias magnticas so difceis de serem interpretadas, em termos de composio das rochas e forma dos corpos anmalos.
4.2.2 Gamaespectrometria
A radiao gama detectada na superfcie terrestre e resulta da desintegrao de elementos radioativos. A desintegrao decorrente da instabilidade do ncleo do tomo radioativo que libera energia pela emisso de partculas alfa, beta e radiao gama. As principais fontes de radiao gama provm da desintegrao natural do potssio (40K), urnio (238U) e trio (232Th) que esto presentes na composio da maioria das rochas em superfcie. Entretanto somente podem ser detectadas at aproximadamente 40 cm de profundidade. As emisses de radiao gama so influenciadas por diversos fatores, sendo sua medio prejudicada pela umidade, cobertura vegetal e intemperismo, que afetam no medidas por mobilizao qumica e fsica. O relevo tambm pode influenciar as aferies devido a lixiviao dos materiais que podem ser misturados, confundindo a interpretao. A prospeco de elementos radioativos realizada como quaisquer outras substncias minerais teis, atravs de fases e etapas bem definidas. Basicamente, envolve as seguintes fases:
Apostila de Pesquisa Mineral Prospeco regional; Prospeco detalhada; Avaliao ou definio de reservas.
Entretanto, antes de se iniciar uma campanha de prospeco de minerais radioativos, alguns requisitos so necessrios: O conhecimento da geologia do mineral, incluindo a tipologia dos depsitos; O conhecimento geolgico do territrio a ser pesquisado em diferentes nveis de informao; A disponibilidade de documentao cartogrfica geolgica e topogrfica, mapas gamaespectromtricos, alm de fotos areas, imagens de satlite, radar, etc, necessrias ao planejamento e execuo das investigaes. Normalmente detecta-se a radiao gama atravs de um cintilmetro ou contador Geiger. Os instrumentos radiomtricos foram desenvolvidos primordialmente para a deteco de urnio, mas logo apareceram outras aplicaes importantes. So usados mapas ternrios (ternary maps) para identificar os 3 elementos radioativos principais, de acordo com sua abundncia. Assim, produzido um mapa colorido, que demonstra a abundncia de cada elemento. Atualmente o mtodo muito usado para mapeamento geolgico, identificando as litologias pelo contedo radioativo. Outra aplicao comum consiste em injetar uma soluo radioativa artificial (traador) no subsolo ou em um aqfero, para acompanhar a trajetria dessa soluo. O objetivo nesse caso pode ser, por exemplo, verificar a possibilidade de infiltraes que possam vir a contaminar o aqfero. Em laboratrio pode-se tambm determinar com preciso a quantidade com que os elementos radioativos ou seus istopos comparecem numa rocha. Este estudo poder revelar vrios aspectos da histria geolgica dessa rocha, ou estabelecer comparaes entre vrios tipos semelhantes de um mesmo tipo de rocha. Por exemplo, se elas podem ter se formado a partir da mesma fonte de magma, no caso de rochas gneas, ou se derivam da mesma rocha-fonte, atravs da eroso, no caso de rochas sedimentares.
Enquanto a aerogeofsica utilizada para grandes reas (reconhecimento), a geofsica terrestre tem seu emprego nas investigaes de maior detalhe.
A prospeco gravimtrica envolve medidas das variaes do campo de gravidade terrestre. Deseja-se, com isso, identificar e caracterizar as massas locais de maior ou menor densidade que as formaes encaixantes a partir de irregularidades do campo medido na superfcie. Tais irregularidades, denominadas anomalias, so interpretadas como resultado das variaes na densidade dos materiais da subsuperfcie, provocadas por estruturas geolgicas ou corpos rochosos com diferentes densidades. A tabela abaixo contm os intervalos de variao da densidade de alguns tipos materiais geolgicos:
Apostila de Pesquisa Mineral Esses contrastes de densidade geram variaes locais no campo gravtico da Terra de pequena magnitude, mas que podem ser medidos com equipamentos prprios para isso. As medies da acelerao da gravidade (g) so efetuadas utilizando-se gravmetros. Medidas de g so efetuadas sobre a superfcie terrestre, em terra, lagos e oceanos. Mais recentemente, com o advento do sistema de posicionamento global por satlite (GPS= Global Positioning System) de alta preciso, comea a ser utilizada a gravimetria area ou aerogravimetria em locais de difcil acesso. A interpretao quantitativa da anomalia gravimtrica consiste em, partindo-se da curva de anomalia, determinar a fonte da anomalia, ou seja, as caractersticas fsicas do corpo ou estrutura geolgica causadora da anomalia. As caractersticas fsicas so a sua profundidade, extenso lateral e contraste de densidade. Com relao aos fatores que controlam a densidade das rochas, cita-se:
Nesse mtodo so medidos impulsos elsticos, reaes de corpos geolgicos campos fsicos. Geralmente h aplicaes de energia no terreno por choques mecnicos (comumente exploses) e so medidos os tempos de percurso das ondas produzidas, pelo intervalo entre a ao e a recepo, na superfcie dos impulsos elsticos, das ondas diretas refletidas e refratadas.
Como a profundidade de penetrao desses campos depende do espaamento entre os pontos de transmisso e de recepo, possvel condio da variao das propriedades fsicas dos terrenos em profundidade. O mtodo ssmico , portanto, bem apropriado para determinao das da profundidades dos contatos das formaes.
Os mtodos eltricos dependem, primeiramente, das grandes diferenas de condutividade eltrica, entre formaes contnuas. So bastante aplicados aplicado na prospeco de jazidas metlicas, pois os minerais metlicos so comumente bons condutores. O mtodo tambm muito utilizado na pesquisa de gua subterrnea, que tambm um bom condutor de eletricidade. Na prtica, em vez da condutividade, mais conveniente conveniente a determinao da resistividade dos terrenos. Essas Essa resistividades devem ser medidas in loco, pois h alteraes fundamentais com a perda de umidade, nas amostras. Assim, nesse mtodo, utiliza-se utiliza se uma fonte artificial de corrente eltrica no solo, solo que vai permitir a determinao da variao da resistividade em subsuperfcie.
A resistividade das rochas no alteradas (normais) quase totalmente devida umidade, contida nos poros, planos de juntas e fraturas. A corrente eltrica aplicada pode ser contnua ou alternada. A aplicao e a verificao da corrente e do campo eltrico produzido pode ser verificada por contato direto ou por induo. Os levantamentos podem ser feitos de duas formas:
Sondagens eltricas (SE): detecta-se a variao vertical da resistividade a partir do aumento do espaamento dos eletrodos em sucessivas leituras.
Caminhamento eltrico: neste caso, so detectadas tambm as variaes laterais de resistividade, mantendo-se fixa a distncia entre eletrodos e movendo-se todo o arranjo na superfcie.
O arranjo de eletrodos mais utilizado o Schlumberger, pois este tipo de arranjo o que apresenta melhor resoluo e maior profundidade de investigao. Neste arranjo, os eletrodos, so dispostos linearmente na superfcie e distribuio aproximadamente regular.
Por meio dos dois eltrodos externos A e B (eletrodos de corrente) introduzida no terreno uma corrente contnua fornecida por uma srie de pilhas ou por um gerador; atravs de dois eltrodos centrais M e N (eletrodos de potencial) medida a diferena de potencial gerada no subsolo da passagem da corrente entre A e B. As medidas de diferena de potencial (ddp) e de intensidade de corrente (I) so efetuadas com instrumentos de preciso, dotados de anulador dos potenciais espontneos existentes no terreno.
5. AMOSTRAGEM
5.1 Introduo A experincia com amostragem fato corrente no cotidiano. Basta lembrar como um cozinheiro verifica o tempero de um prato que est preparando, como algum testa a temperatura de um prato fumegante de sopa, como so realizadas as pesquisas de inteno de voto ou ainda um mdico detecta as condies de um paciente atravs de exames de sangue. Em todos os casos, o objetivo o mesmo: obter informaes sobre o todo, baseando-se no resultado de uma amostra.
Apostila de Pesquisa Mineral Entretanto, um procedimento amostral pode trazer resultados errados sobre o resultado. Assim, desejvel que se obtenham amostras que resultem em resultados confiveis. Para que ocorra esta representatividade, preciso adotar critrios e mtodos que permitam manter os erros de cada etapa, desde a coleta da amostra, at a interpretao dos dados, dentro dos limites aceitveis e controlados. Em todas as fases da prospeco mineral so coletadas amostras nos corpos mineralizados; entretanto, durante a explorao geolgica e a prospeco em superfcie, a amostragem menos densa e pouco regular, j que as amostras so recolhidas apenas em afloramentos, trincheiras ou poos-testes. O objetivo da amostragem nessas duas etapas dar uma ideia do teor mdio do minrio na superfcie a fim de compar-lo com os teores crticos em jazidas semelhantes, para decidir sobre a convenincia ou no de avaliar detalhadamente o depsito. Na fase de avaliao dos depsitos, a amostragem mais completa e conduzida de forma regular, devido abertura de novos poos ou trincheiras, e implantao de furos de sonda segundo malhas regulares de perfurao ou execuo de galerias de pesquisa. No fim da fase de avaliao deve ficar definido o teor mdio do minrio e as propriedades qualitativas e tecnolgicas do material at certa profundidade. De forma geral, a base de todas as avaliaes geolgicas est na amostragem. Amostragem deficiente resultar numa avaliao no-confivel da rea em questo.
5.2 Objetivos da amostragem A amostra uma poro reduzida de um corpo ou populao infinitamente maior, que resume em si mesma determinadas caractersticas do todo. Ao se realizar uma amostragem, deve-se levar em conta que um depsito mineral uma mistura de minerais em propores que variam de ponto a ponto da sua massa. Consequentemente, as propores de seus metais tambm variam de um local a outro. Assim, extremamente improvvel que uma NICA AMOSTRA represente com eficincia a composio global do depsito. O aumento do nmero de amostras, portanto, aumenta a certeza dos dados adquiridos. A amostragem deve ento buscar o equilbrio entre o menor nmero de amostras e o maior grau de preciso possvel. 23 Felipe de Orquiza Milhomem
Apostila de Pesquisa Mineral Assim, os objetivos gerais da amostragem litolgica podem ser assim relacionados:
Representar depsitos naturais ou artificiais (estoques e rejeitos) de rochas, minerais e minrios. Determinar propriedades fsica e qumicas dos materiais amostrados.
(a) classificao de rochas, minerais e minrios; (b) avaliao de potencialidade econmica; (c) cubagem de reservas; (d) seleo de processos de tratamento e transformaoindustrial; (e) interpretao dos processos de formao.
1 - A amostragem deve ser sempre sistemtica, independente da etapa e dos objetivos do trabalho. Isto significa que ela deve sempre obedecer aos critrios e mtodos da sua teoria. No existe vantagem em se recorrer a procedimentos mais fceis, quando eles prejudicam os resultados, pois talvez seja prefervel no ter dados a t-los falsos ou com erros acima dos limites aceitveis. 2 - Toda amostragem envolve erros, em todas as etapas, desde a coleta at a interpretao dos dados. Estes erros devem ser mantidos sob controle, por mtodos apropriados, para que se mantenham conhecidos e dentro dos limites admissveis para cada caso. fcil de verificar o quanto este princpio deixa de ser obedecido nos projetos de prospeco e
Apostila de Pesquisa Mineral mapeamento, pelas raras referncias feitas nos textos aos limites dos erros observados em cada tipo de amostragem. 3 - Uma amostra s pode representar uma zona de homogeneidade para um determinado atributo. Isto pode corresponder a uma zona visivelmente uniforme do corpo amostrado, por meio de alguma propriedade aparente (variaes litolgicas e zonas de alterao intemprica, por exemplo), ou uma zona de influncia determinada estatisticamente. O primeiro tipo de zona homognea tem valor somente quando confirmado e coincidente com o segundo, pois a representatividade um conceito estatstico. 4 - A escolha de qualquer esquema de amostragem exige a definio do comportamento estatstico dos atributos pesquisados atravs do corpo amostrado. Toda amostragem sistemtica exige uma fase inicial para determinao do comportamento estatstico dos atributos investigados, que definido pelo coeficiente de variabilidade, e planejamento do esquema de amostragem.
O coeficiente de variabilidade um conceito estatstico de aplicao universal para a caracterizao do comportamento estatstico dos atributos medidos numa populao. A sua equao simples:
Cv = d / x 100%
O coeficiente de variao a principal expresso quantitativa utilizada para definir a regularidade dos corpos mineralizados. Lembre-se que para um mesmo depsito mineral, vrios coeficientes de variao podem ser obtidos (teor, volume e parmetros de qualidade). Por exemplo, em depsitos de minrio de ferro, tem-se coeficientes de variao em relao a sua espessura, densidade, aos teores de Fe2O3, 25 Felipe de Orquiza Milhomem
Apostila de Pesquisa Mineral P2O5, slica, etc. Depsitos de bauxita, alm do teor de Al2O3 deve ser determinada sua variabilidade em relao ao teor de slica e minrios de nibio a relao entre Ca/Nb deve ser controlada. Assim, este coeficiente parmetro fundamental para a escolha dos mtodos de amostragem litolgica, como ser visto nos prximos itens. Ele permite classificar os depsitos minerais em trs categorias de variabilidade: Depsitos regulares; Depsitos irregulares; Depsitos muito irregulares e Depsitos extremamente irregulares.
Tabela de classificao dos depsitos minerais em funo de sua regularidade Regularidade Principais depsitos Jazidas de Fe, Mn, Ni, Co, S, bauxita, argilas, gipstia, sais, magnesita, caulim, materiais de construo, alguns depsitos de carvo Jazidas de fluorita, barita, grafite, corndon, asbestos, carbonatitos, minrios de U, bauxita fosforosa, minrio de ilmenita macia, associada com magetita e hematita, minrios de Cu e Ni em rochas bsicas ultrabsicas, tc. Jazidas de tungstnio em tactitos, depsitos de ouro e minrios de estanho, Pb, Zn, greisens, etc.
Regulares (V at 40%)
Pegmetitos com berilos, tantalita, columbita, cassiterita, Extremamente Irregulares (V > 150%) muscovita, platina e pedras preciosas, vrios depsitos de tactitos,e tc.
5.5 Processos para a coleta de amostras A tomada de amostras uma das fases mais difceis da investigao dos depsitos minerais. H diferentes mtodos de amostragem cujo emprego funo dos fatores geolgicos que condicionam a variabilidade natural.
Apostila de Pesquisa Mineral A amostragem pode produzir material que eventualmente contenha teor maior ou menor que o teor real, ou ainda pode fornecer material com granulao diferente da verdadeira, etc. Caso a variabilidade da propriedade a ser investigada seja pequena, toma-se um pequeno nmero de amostras, caso contrrio um nmero maior. Em consequencia, necessrio um conhecimento prvio sobre a variabilidade natural, para que melhor seja definido o mtodo a ser utilizado. Os dados prvios sobre a variabilidade so obtidos:
por amostragem preliminar; por analogia com corpos mineralizados (dados bibliogrficos); por definio da confiabilidade desejada ou da produo necessria;
Perda de material durante a tomada de material; Contaminao por mistura de material no pertencente amostra.
Por sua vez, esses erros podem estar sendo introduzidos por:
pela existncia de recipientes de coleta contaminados com material de outra amostra; pela adio de material estranho na amostra (ex: desmoronamento da parede de amostragem); pelo uso inadequado do equipamento por causa do retculo de amostragem.
Apostila de Pesquisa Mineral SISTEMA MTODO Amostras individuais PONTUAL Fragmentos Rocha desmontada Canal Poo LINEAR Trincheira Galerias Sondagem VOLUMTRICO PLANAR Amostra total Camadas
Mtodo mais simples de amostragem. uma amostra isolada, baseada na aparente homogeneidade do depsito. Em etapas preliminares, amostras de mo constituem a representao da populao. Algumas caractersticas:
Amostras pequenas: 0,5 a 2 kg teis para determinao de contedo mineralgico Rochas resistentes so difceis de coletar s vezes ocorre alterao da amostra aflorante
Amostragem de fragmento
Algumas regras para tornar mais significativa a amostragem por amostras individuais:
Coletar amostras de interesse; Coletar amostras no contato corpo mineralizado/encaixante; Coletar amostras de rocha fresca; Coletar amostras com tamanhos idnticos Coleta em frentes de lavra: pilhas de minrio ou caminhes usados para transporte. Neste ltimo caso, o ideal que cada vagonete ou caminho seja amostrado, amos embora nem sempre isso seja obedecido.
Caso o corpo tenha granulao fina e estrutura homognea, alguns poucos fragmentos so representativos. Dados sobre quantidade de fragmentos podem ser encontradas na tabela a seguir:
Apostila de Pesquisa Mineral Fragmentos recolhidos devem ter o mesmo peso (aproximado) e quantidade depende da variabilidade: Alguns estudiosos recomendam nunca usar esse mtodo em trabalhos de prospeco, mas apenas no controle de qualidade em frentes de lavra, quando o mtodo j foi comparado com canais e aprovado como suficientemente preciso. Mesmo as compostas ou coletadas em pilhas de estoque aplicam-se somente a minrios cujos teores independem do comportamento do minrio e do estril exploso, ou estoques j homogeneizados.
Amostragem linear
A amostragem linear usualmente empregada para detectar variaes quando a heterogeneidade do material no imediatamente percebida, ou quando no se tem uma tendncia perceptvel. Neste caso, a amostragem objetiva descobrir se as variaes so significativas ou no.
Amostragem de canal
Esse processo consiste em abrir, sobre a face exposta do minrio, pequenos canais com largura e profundidade constantes, recolhendo o material retirado em uma lona colocada em baixo do canal, quando o minrio aflora nas paredes dos poos, trincheiras e galerias, de tal forma que os fragmentos deslocados durante a abertura do canal caiam sobre a lona. Amostras de canal so recomendadas e utilizadas na pesquisa de rochas e minrios tabulares. A principal caracterstica da amostra de canal justifica a universalidade da sua aplicao: a regularidade de volume da amostra ao longo de uma dimenso do corpo amostrado. So realizadas amostragens de canais paralelos e perpendiculares direo da mineralizao, sendo a amostragem perpendicular a mais utilizada. A amostragem sempre da capa para a lapa. Quanto maior a granulometria do minrio, mais profundo devem ser os canais. As distncias entre os canais devem ser entre 10 a 20 m. Uma vez escolhida a distncia, ela deve ser mantida durante todo o trabalho. Numa mineralizao irregular as distncias entre os canais so diminudas para 5 a 8 m. A largura e profundidade devem ser constantes em todos os canais e a extenso
Apostila de Pesquisa Mineral deve cobrir a largura inteira da jazida. Na tabela a seguir, esto alguns dados sobre a geometria do canal, de acordo com a variabilidade do minrio.
Em geral, o canal no deve ultrapassar 1,5 m de espessura. Caso a amostra tenha espessura maior que isso, as amostras devem ser subdivididas, conforme mostrado na figura a seguir.
evita erros de enriquecimento ou empobrecimento, quando se coleta mais material rico do que pobre, ou vice-versa; 31
Apostila de Pesquisa Mineral h maior preciso nas informaes sobre as variaes de teores em correspondncia s mudanas litolgicas.
O canal corta a rocha no sentido da espessura do corpo tabular. Em paredes verticais, os canais so verticais quando o mergulho aparente menor que 45 e horizontais quando o mergulho for maior, conforme figura a seguir.
Por outro lado, quando o minrio aparece na forma de veio ou apresenta-se no teto ou piso de galerias e trincheiras, geralmente os canais so abertos perpendicularmente ao minrio.
h=
LE 2 t 2 Cv2
Onde: h distncia entre os canais; L extenso a amostrar (espessura) E erro percentual admissvel Cv coeficiente de variabilidade t constante de student Este tipo de amostragem indicado em quase todos os depsitos minerais. Porm no deve ser empregada em corpos de minrio cuja forma seja altamente irregular (a qualidade essencial dessa amostragem a regularidade).
Trabalhos com trincheiras e poos so realizados para visualizao e exame direto do corpo. Alm disso, uma caracterstica a coleta de amostras quando se tem um capeamento pouco espesso. Trincheiras so escavaes lineares, executadas em terrenos horizontalizados, com profundidade limitada a cerca de 2,5 m. So normalmente executadas em terrenos de consistncia baixa a mdia, quando o minrio est exposto ou capeado com estril pouco espesso. Poos so verticais, e normalmente so realizados em minrios brandos a medianamente duros, no pedregosos e com aquifero mais profundo que a extenso estimada para os poos. Quando comparados com a amostragem por sondagem, verifica-se que a execuo de poos mais lenta e mais dispendiosa, especialmente se os poos forem mais profundos ou exigirem escoramento.
Por outro lado, exibem melhor o corpo, a amostragem mais facilitada, o acesso imediato e permitem que dele saiam as galerias. Algumas desvantagens: Intercalao entre estril e minrio; Presena de gua; Instabilidade das paredes em terrenos friveis.
As galerias, do mesmo modo que poos e trincheiras, so servios de pesquisas que podem ser utilizados para fins de amostragem. Elas so utilizadas para investigar corpos tabulares subterrneos. Alm da amostragem volumtrica, pode ser realizada a amostragem por fragmentos, canais, etc. Dentre os mtodos que permitem amostragem, a abertura de galerias o mais caro e que exige maior tcnica. Por isto s deve ser feita quando as possibilidades de empregos de servios de superfcie se esgotam e quando as sondagens tem que ser complementadas com servios subterrneos. A amostragem praticada nas escavaes subterrneas feita por meio de fragmentos e canais. As escavaes subterrneas, quando utilizadas no s para amostragem, mas tambm com a finalidade de definir a geometria do corpo devem ser executadas no prprio corpo. Neste caso so estreitas e nem sempre regulares.
o mtodo mais rpido e de maior alcance que todos os outros. Alm disso, certos prospectos s so convenientes por meio de sondagens. Tal mtodo consiste na execuo de furos de comprimento relativamente longo, geralmente iniciados na superfcie, e destinados ao fornecimento de amostras dos terrenos subsuperficiais.
Amostragem de camadas
So usadas em veios ou camadas muito delgadas e de minrios irregulares, em que o canal acaba sendo a superfcie de exposio do corpo mineralizado, isto , extraise uma camada delgada de material ao longo da rea aflorante. No exstem regras para o seu dimensionamento. Elas podem ter espessuras de 5 a 10 cm e extenso de 1 m, ou correspondente prpria exposio. Entretanto, essas amostras so geralmente to demoradas e difceis de se coletar em materiais duros, que s devem ser coletadas em veios delgados de minrios altamente irregulares, como files aurferos com pepitas, ou para controlar outras amostras em depsitos de pequena espessura.
Essas amostras so normalmente usadas em avaliaes de depsitos, para determinao das caractersticas tecnolgicas dos minrios, na escala de laboratrio, bancada ou industrial. Mas, mesmo nas fases iniciais de projetos, elas so usadas para fornecer informaes preliminares sobre minerais industriais. Outros minrios podem exigir amostragem de volume, quando so altamente irregulares em teores e granulao ou porque os erros das demais amostras so muito grandes. Esses depsitos so normalmente de W, Sn, Mo, Au, Pt, micas e gemas. Assim, elementos como ouro, prata e platina, que possuem teor da ordem de alguns gramas por tonelada necessitam de grande volume de amostra para que a amostra seja representativa. Assim, as amostragens de canal e de fragmentos no so utilizadas. No existem frmulas disponveis para a determinao de seus volumes, apenas indicaes genricas. Na tabela a seguir esto algumas indicaes dos volumes a serem coletados de acordo com a aplicao.
Qualquer processo anterior d grandes volumes de amostras. Anlises qumicas necessitam de apenas pequenas dosagens. Necessidade, portanto, de reduo de peso das amostras antes do envio ao laboratrio. Se for utilizada apenas britagem, ter gasto de tempo e dinheiro para liberao dos constituintes metlicos. Assim, usualmente, faz-se apenas britagem inicial.
Apostila de Pesquisa Mineral Reduo de tamanho das amostras em comparao com o peso das mesmas
Os equipamentos usados podem ser britadores (de mandbulas e de rolos) e moinhos (de disco ou de bolas). Na etapa inicial: britador de mandbulas (para grandes amostras 50 a 60 mm), britador de rolos (amostras menores 1 a 15 mm); Na etapa final: moinhos de bola ou disco para uma frao mais fina (0,15 a 0,05 mm) A diviso das amostras pode ser feita principalmente por quarteamento em pilha cnica ou por divisor Jones.
Quarteamento em pilhas cnicas: homogeneizao do material e formar uma pilha cnica. O vrtice achatado e divide-se o material em quatro pores. Duas fraes em diagonal so reunidas e outras duas so rejeitadas. Se for preciso amostra menor, repete-se o processo.
Quarteador tipo Jones: a amostra seca adicionada no quarteador na parte central, de forma suficiente a cobrir o conjunto de calhas do mesmo. A distribuio da amostra sobre as calhas tambm deve ser uniforme (no deve ser concentrada em um dos lados da calha)
Quarteador Jones
6.1 Introduo
A Sondagem Geolgica tem por objetivo abordar as rochas em profundidades que no possam ser atingidas por trincheiras ou poos de pesquisa, podendo ser sistemtica ou assistemtica (eventual), dependendo dos objetivos do estudo de Pesquisa Mineral. Os objetivos podem ser definidos em:
Amostragem dos terrenos; Explorao Mineral para depsitos metlicos; Localizao de corpos recobertos (por gua, solo ou rocha); Verificao da continuidade de corpos j descobertos, em extenso ou profundidade; Localizao de lenis freticos ou localizao de guas subterrneas; Extrao de petrleo, gases, enxofre e sais solveis; Estudo de fundaes e barragens; Aberturas de furos para passagem de canos, cabos eltricos, etc.; Furos para drenagem de gua ou para injees de cimento com o objetivo de ved-las.
As Sondagens sistemticas obedecem a uma Malha de Sondagem definida por perfs (ou sees) geolgicos transversais e longitudinais. Perfs Diagonais (intermedirios) podem ser utilizados. A interseco de um perfil transversal com um longitudinal denominada N da Malha, sendo justamente nesse local onde se deve realizar o furo de sonda.
Uma sondagem assistemtica ou eventual realizada com os mais diversos objetivos, como estabelecer a estratigrafia de uma rea, comprovar a continuidade de uma camada em profundidade etc. Geralmente so furos de sonda isolados. A Sondagem Sistemtica somente utilizada em reas que tem sido selecionada como Alvo pela geologia, geofsica e/ou geoqumica. Com a sondagem se define as trs dimenses de um depsito, a geometria de sub-superfcie definida. A Sondagem fornece a maior parte das informaes para a avaliao final de um prospecto e, em ltima anlise, determinar se o prospecto uma Jazida Mineral (passivo de se tornar uma mina). Anlises geoqumicas de testemunhos de sondagens (amostras) fornecem as bases para determinar o teor mdio do Depsito Mineral. Essas amostras so cuidadosamente guardadas em caixas de madeira e ajuda a delinear a geometria do Depsito Mineral, calcular seu volume e fornece importantes detalhes estruturais. Com relao s suas vantagens e desvantagens, cita-se:
Vantagens: quando a presena de gua impede o uso de outros mtodos de pesquisa, tais como abertura de poos, trincheiras e galerias de pesquisa; As observaes podem ser obtidas com maior rapidez que pelos outros mtodos de pesquisa;
Apostila de Pesquisa Mineral Grande valia na obteno das informaes preliminares antes de se executarem obra de maior porte como a abertura de galerias de pesquisa, que por sua natureza mais cara e mais demorada; Grande alcance em profundidade, no tendo confronto com os outros mtodos de pesquisa.
Desvantagens: Nem sempre ser o mtodo de prospeco ou explorao mais barato; s vezes no oferecem todas as informaes desejadas; uma tcnica no muito empregada para: Veios estreitos e muito mergulhantes; Corpos pequenos e irregulares ou de teor muito varivel e ocorrncias esparsas.
Grosso modo existem dois tipos gerais de sondagem: Percusso e Rotativa. Na Sondagem a Percusso um peso cai em queda livre sobre o conjunto de equipamentos que penetra na rocha. Na Sondagem Rotativa a rocha perfurada pelo movimento de rotao que corta a rocha.
Tipos de sondagem
Basicamente, a escolha do mtodo de sondagem ir depender das propriedades fsicas da rocha, principalmente dureza, abraso, consistncia e grau de fraturamento.
Abraso: maior ou menor capacidade de uma rocha para desgastar o material que penetra no seu interior; Consistncia: as rochas podem ser repartidas em tenazes ou consolidadas e inconsolidadas; Tenacidade: a maior dificuldade consiste na penetrao (por isso sondagens so executadas com auxlio de mquinas); Fraturas: modificam localmente as caractersticas das rochas, reduzindo a resistncias de foras mecnicas, criando reas de maior permeabilidade onde podem ocorrer perda do fluido de circulao, faixas de desmoronamento, zonas de abraso, etc. Na tabela a seguir esto as principais diferenas entre os principais mtodos de sondagem:
Na Sondagem a Percusso um peso cai em queda livre sobre o conjunto de equipamentos que penetra na rocha. Esse peso desfere golpes ritmados contra o fundo do poo de sondagem cortando a rocha em fragmentos. As Sondagens Percussivas podem ser Manuais ou Mecnicas e com ou sem circulao de gua. A sondagem percussiva manual constituda por um trip, com uma roldana na parte superior, por onde passa uma corda grossa ou um cabo de ao, que se liga a um Peso de Bater contendo uma haste-guia
O peso de bater levantado por dois operrios, puxando a corda que passa na roldana. Um terceiro operrio introduz a haste-guia no orifcio do cabeote e o peso deixado cair em queda livre, iniciando a penetrao do amostrador. A sondagem manual utilizada para a pesquisa inicial de minrios inconsolidados e aflorantes (argilas, areias, diatomitos, minerais pesados). A Sondagem Percussiva Mecnica utilizada apenas para furos verticais, visando prospeco de minrios horizontais a subhorizontais que ocorrem em pequena profundidade e mostram uma distribuio regular de valores (teor e espessura). So principalmente depsitos sedimentares e aquiferos, embora na maioria dos casos a sondagem percusso possa ser substituda com vantagens pela sondagem rotativa. Por isso, a sondagem percussiva mais utilizada em terrenos muito fraturados, em que seria difcil realizar uma sondagem rotativa. Outra utilizao da sondagem percussiva seria para coleta de amostras para ensaios de beneficiamento, pois tal tcnica permite coletar grande quantidade de amostras, possibilitando ensaios tecnolgicos mais precisos.
A Sondagem Percussiva apresenta como principal vantagem o baixo custo por metro linear perfurado, possibilidade de coletar amostras maiores, inclusive para testes industriais, melhor recuperao de materiais inconsolidados, quebradios e muito friveis. Como principais desvantagens citam-se, sem excluir outras, as seguintes: a impossibilidade de realizao de furos inclinados, ascendentes (em subsolo), baixo rendimento em rochas duras, maior possibilidade de contaminao de amostras, testemunhos de sondagem em fragmentos dificultando identificao petrogrfica como textura, composio, estrutura e mergulho.
A sondagem rotativa vertical realizada para corpos superficiais ou profundos com disposio horizontal a subhorizontal. As perfuraes geralmente so implantadas segundo malhas regulares de perfurao. As Sondagens Rotativas podem ser Manuais (a 45 Felipe de Orquiza Milhomem
Apostila de Pesquisa Mineral trado, empire ou banka) ou Mecnica (a diamante, a grenalha ou calix e rotary). As Sondagens Manuais so utilizadas em rochas inconsolidadas, para coleta de amostras de solo de pouca profundidade entre outros. Por seu turno, a sondagem rotativa inclinada usada na pesquisa de corpos inclinados (normalmente acima de 30 de inclinao). um mtodo caro, mas ideal para jazidas com grandes mergulhos e as perfuraes algumas vezes no obedecem a uma malha regular.
Tipos de sondagem rotativa Perfurao Manual Sondagem a trado Perfurao mecnica Sondagem a diamante
Trado manual
A perfurao a trado um mtodo de perfurao rotativa em formaes no consistentes. O material desagregado trazido para a superfcie pelas hlices de ferramenta. Os furos permanecem desobstrudos e firmes, mesmo em formaes soltas, embora no seja usado fluxo de ar ou gua para limpeza. O furo feito lentamente, pois aps algumas voltas o operador tem que levantar a ferramenta para retirar o material preso na caamba. Ao atingir o nvel fretico necessrio descer um ou mais tubos que protejam a parede do poo, evitando seu desmoronamento. Para continuar a perfurao na zona saturada necessrio diminuir o dimetro da caamba para poder perfurar por dentro do tubo de revestimento. Quando da presena de muita gua, o avano se torna muito difcil, pois h a formao de lama no fundo, tornando-se quase impossvel a retirada do material. Outra condio desfavorvel para o trado manual que quanto maior for o dimetro do trado, mais pesado ficar o servio. Devido a adaptaes para melhor desempenho em determinados tipos de litologia, existem vrios tipos de Trados Manuais: em hlice (argila), caamba (areia e solos em geral), boca de lobo (para pequenos furos onde necessrio o emprego de fora percussiva e rotativa da poder ser utilizado em solos mais resistentes, porm de pouca profundidade < 1,0 m).
Trado manual
Mtodo manual que consiste em se introduzir uma tubulao no terreno inconsolidado e recolher o material que ficou retido no interior da mesma. Obtida a furao inicial com uma alavanca pesada, uma sapata lisa ou dentada parafusada ao lance de tubo de 1,5 m e dimetro de 4 polegadas. O tubo introduzido no furo e verticalizado. Aparafusa-se em seguida um cabeote especial na extremidade livre da tubulao e monta-se a plataforma sobre o mesmo.
Sondagem tipo Empire ou Banka Dois a quatro homens sobem na plataforma e a tubulao girada para apertar as juntas, em seguida, inicia-se a perfurao continuando a girar a tubulao com alavancas ou braos de madeira equipados com punhos e ligados a um dispositivo que morde a tubulao. Aprofundada a tubulao verifica-se sua verticalidade, fator importante na conduo da perfurao. Terminado o furo destaca-se o dispositivo de rotao remove-se a plataforma e prende-se a tubulao com um dispositivo mordedor e atravs de alavancas presas a esse dispositivo tenta-se sacar a tubulao. 48 Felipe de Orquiza Milhomem
Apostila de Pesquisa Mineral indicada na pesquisa de aluvies com espessuras de no mximo 30 m a 40 m dependendo da consistncia da aluvio, em reas de acesso difcil e com disponibilidade de trabalhadores braais. Indicadas para depsitos aluvionares, tailings de minas, argila, bauxita e minrio de ferro latertico, Camadas muito midas, Geoqumica de profundidade em solos saturados de gua, testes de solo para Geotecnia. Atualmente um mtodo pouqussimo utilizado.
As Sondagens Rotativas Mecnicas principais so: a diamante, a grenalha ou calix e rotary. A mais utilizada em Pesquisa Mineral a Sondagem a Diamante em que se desejam testemunhos contnuos para estudo petrogrfico (textura, estrutura incluindo mergulho, mineralogia etc) e litogeoqumico. No so indicadas para rochas inconsolidadas, pulverulentas, de matriz mole ou rochas muito fraturadas. Nas sondagens rotativas as rochas perfuradas so cortadas pelo movimento de rotao de um elemento cortante (broca, trpano ou coroa), que fica em contato, direto com as rochas. O material cortado trazido superfcie graas a um fluido de perfurao gua, lama ou ar), que circula sob presso no interior do furo, ou fica retido em tubos especiais (barriletes).
Sondagem a diamante
A sondagem rotativa a diamante o mtodo mais utilizado na explorao mineral e definio de jazidas e desenvolvimento de lavra, justamente porque obtem diretamente as amostras (testemunhos), propiciando oportunidade para uma srie de ensaios na rocha a ser explorada. Neste processo, a perfurao realizada com auxlio de uma coroa de forma anelar, contendo inmeros diamantes encravados, que, girando a alta velocidade, corta o
Apostila de Pesquisa Mineral terreno segundo uma seo circular, separando um cilindro do material penetrado do resto da rocha.
Coroa diamantada
Com equipamentos relativamente leves, de fcil transporte e manuseio, so obtidas amostras (testemunhos) desde a superfcie at grandes profundidades, que retratam fielmente as caractersticas fsicas, qumicas e geolgicas das rochas atravessadas.
1. mquina responsvel pela fora motriz, que origina o movimento rotativo; 2. bomba que injeta gua no furo para diminuir a abraso sobre a coroa e remover as partculas de formao atravessada; 3. um trip que permite manter a sondagem na posio correta e tambm facilitar a retirada da composio; 4. a coluna de perfurao, contendo hastes, barrilete, calibrador e coroa diamantada, que acoplada ao cabeote da mquina responsvel pelo movimento de rotao, atravs dp mandril. Possui diversas vantagens: 1. testemunhos contnuos; 2. furos em qualquer direo (inclusive ascendentes); 3. sondas leves e portteis at pesadas para furos profundos, oferecendo assim grande flexibilidade para atender todos os tipos de servios.
Apostila de Pesquisa Mineral Como restries (desvantagens) temos: 1. as despesas elevadas, e 2. o mtodo mal adaptvel a cascalhos, argilas, enfim em rochas com caractersticas fsicas muito heterogneas, que provocariam choques e quebra dos diamantes ou o empastamento da coroa impedindo a ao abrasiva dos diamantes. Nestes casos os diamantes devem ser substitudos por inseres de carboneto de tungstnio ou aos especiais.
Este mtodo tem um princpio de funcionamento semelhante ao da sondagem diamantada, sendo que, nas formaes atravessadas, a perfurao do terreno efetuada por seo, atravs de coroas lisas extremamente duras. Estas so comprimidas sobre os gros de quartzo ou esferas de ao de pequeno dimetro (grenalha), que por abraso no fundo do poo, vo cortando as rochas. S so utilizadas em terrenos de dureza mdia, como folhelhos e calcrios. E s so econmicas em perfuraes de grandes dimetros, com furos verticais ou de inclinao inferior a 300 m com a vertical
Sondagem rotary
O processo de perfurao realizado com o auxlio de trpano ou broca, que,girando rapidamente no terreno, corta e reduz a rocha a pequenos fragmentos, medida que ocorre a penetrao nas formaes. O fluido de perfurao, que bombeado atravs de hastes, sai com forte presso por orifcios existentes na broca e sobe ainda com grande presso at a superfcie, carregando o material cortado e efetuando, desta forma, a limpeza do furo.
Apostila de Pesquisa Mineral Na superfcie, a lama de perfurao dirigida para um tanque de decantao e peneirada, para se recuperarem os fragmentos das rochas cortadas, que constituem as amostras de calha indicativas das formaes atravessadas. No uma sondagem propriamente de amostragem de terreno. A sondagem rotary de grande importncia no campo da pesquisa e lavra do petrleo e gases combustveis, no qual suplantou totalmente a sondagem por percusso mecnica. Seu emprego nas demais operaes mineiras excepcional. Mas suas adaptaes, em graus variados, tm aplicao muito grande, desde a execuo de furos para o desmonte a explosivo, para captao de guas subterrnea ou tneis, com alguns metros de dimetro usandose mquinas especiais denominadas tuneleiras ou toupeiras.
Sondagem rotary
Testemunho de Sondagem o nome dado as amostras coletadas por ocasio da realizao dos Furos de Sonda. Nos tipos a percusso os testemunhos so fragmentos de rocha, enquanto nas Rotativas, a depender do material perfurado, so amostras ntegras e contnuas (tm aspecto de cilindro). cil
Testemunhos de sondagem
Normalmente, o testemunho lavado, removendo a lama que o envolve, e, aps a descrio inicial, os intervalos mais interessantes so partidos ao meio, utilizando aparelhos denominados divisores de testemunho. O testemunho partido ao meio enviado para anlise. O teor do minrio no intervalo considerado obtido por mdia ponderada entre o volume do minrio e o teor do minrio no testemunho e nas amostras de calha.
6.6 Recuperao
A recuperao corresponde ao avano avano da sondagem (metros avanados) em relao ao tamanho do testemunho recuperado. Por exemplo, se o avano proporcionado durante uma manobra da sondagem foi de 3 metros (o equivalente ao comprimento do barrilete) e o testemunho nele contido foi de 2,4 metros, metros, a recuperao foi de:
Os valores de recuperao aceitveis encontram-se sempre acima de 90% (para cada metro perfurado, no mnimo, 0,9m de testemunho recuperado).
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