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Sociedades Empresariasaula07

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Aula N 7 Sociedades Empresrias


Objetivos da aula:
Vamos conhecer quais so as sociedades empresrias no Direito brasileiro, suas classificaes, espcies, elementos constitutivos e as normas que as regulamentam.

1. A SOCIEDADE EMPRESRIA
As sociedades empresrias so pessoas jurdicas de direito privado interno. As pessoas jurdicas, no Direito brasileiro, em princpio, so classificadas de acordo com a norma que as rege. Assim, temos as pessoas jurdicas de pblico nacional e internacional, e as pessoas jurdicas de direito privado. As pessoas de direito pblico internacional so os Estados Estrangeiros e Organismos Internacionais; as pessoas jurdicas de direito pblico nacional so a Unio, os Estados-membros, os Municpios, Autarquias e algumas Fundaes. As pessoas jurdicas de direito privado, de conformidade com o artigo 44 do Cdigo Civil, so as associaes, as sociedades, as fundaes, as organizaes religiosas e os partidos polticos. As associaes constituem-se pela unio de pessoas que se organizam para fins no econmicos, tais como esporte, cultura, educao, filantropia e outros. As fundaes constituem-se em uma dotao especial de bens (reunio de bens) livres para fins religiosos, morais, culturais ou de assistncia.

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As sociedades podem ser simples ou empresrias. As sociedades simples so aquelas cuja atividade civil, ou no empresarial. Essa denominao foi determinada pelo Cdigo Civil de 2002, que substituiu as sociedades civis pelas sociedades simples. As sociedades empresrias so aquelas que exercem atividade empresarial, como j estudado. Segundo Fbio Ulhoa Coelho (2006, p. 111): A sociedade empresria pode ser conceituada como a pessoa jurdica de direito privado no-estatal, que explora empresarialmente seu objeto social ou a forma de sociedade por aes. Ressalte-se que a lei prev duas excees para a caracterizao das sociedades empresrias, ou seja, as sociedades annimas ou por aes sero sempre empresariais, qualquer que seja seu objeto; e as cooperativas sero sempre sociedades simples As sociedades empresrias podero ser das seguintes espcies: 1) sociedade limitada; 2) sociedade em nome coletivo; 3) sociedade em comandita simples; 4) sociedade annima; 5) sociedade em comandita por aes. De conformidade com o artigo 983 do Cdigo Civil, a sociedade empresria deve constituir-se segundo uma das 05 (cinco) espcies acima relacionadas. A sociedade limitada, a sociedade em nome coletivo e a sociedade em comandita simples so regulamentadas pelo Cdigo Civil, enquanto as sociedades annimas so disciplinadas pela Lei n 6.404/76, e as sociedades em comanditas por aes so regradas pelos dois diplomas legais.

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2. PERSONALIDADE JURDICA DA SOCIEDADE EMPRESRIA


De acordo com o artigo 45 do Cdigo Civil, comea a existncia legal das pessoas jurdicas de direito privado, com a inscrio de seus atos constitutivos no respectivo registro. A personalizao das sociedades empresrias (adquirem personalidade jurdica) d-se com o registro de seus atos constitutivos. A sociedade empresria que no obedece ao determinado em lei e no registra seus atos constitutivos uma sociedade despersonalizada e, portanto, irregular.

2.1 Sociedades despersonalizadas


Alguns doutrinadores, em razo de conseqncias processuais, ou para fazer prova de sua existncia, diferenciam as sociedades despersonalizadas em sociedades irregulares e sociedades de fato. A sociedade irregular seria aquela que, possuindo um ato constitutivo, no o registra, e a sociedade de fato aquela que nem ato constitutivo possui, embora exera atividade empresarial. No entanto, o Cdigo Civil no adotou essa diferena, tratando tanto a sociedade irregular como a sociedade de fato sob a mesma denominao, ou seja, sociedades em comum. A) Sociedade em comum So consideradas sociedades em comum aquelas que no possuem personalidade jurdica. O Cdigo Civil, com essa denominao, no pretendeu regularizar a situao dessas sociedades, mas designar uma situao irregular e normatizar as conseqncias dessa irregularidade.

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O artigo 990 do Cdigo Civil prev que, na sociedade em comum, todos os scios respondem, solidria e ilimitadamente, pelas obrigaes sociais. Assim, o patrimnio pessoal dos scios dessa sociedade responder pelas dvidas por ela contrada. B) Sociedade em conta de participao A sociedade em conta de participao um tipo especial, tem uma caracterstica secreta, e, por tal razo, seu ato constitutivo no dever ser registrado, sendo despersonalizada, mas no irregular. A atividade empresarial dessa sociedade ser exercida pelo scio denominado ostensivo, em seu prprio nome e sob sua exclusiva responsabilidade, sendo, portanto, um empresrio individual. Os demais scios so denominados participativos e ficam ocultos, somente participando dos resultados da sociedade. O ato constitutivo dessa sociedade (contrato social), que no registrado na Junta Comercial e tambm permanece oculto, s produz efeitos entre os scios, pois, perante terceiros, quem assume e responde pelas obrigaes o scio ostensivo.

2.2- Sociedades personalizadas Aula 07 - Sociedades Empresrias


Personalizadas so as sociedades dotadas de personalidade jurdica, com seus atos constitutivos devidamente registrados. O princpio fundamental que rege a personalizao determina que: a pessoa jurdica no se confunde com a pessoa fsica de seus scios. Em razo desse princpio, o incio da personalidade jurdica da sociedade empresria gera trs efeitos: 1) Titularidade negocial: a sociedade empresria que exerce direitos e contrai obrigaes, e no a pessoa de seus scios. Ainda que a

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sociedade, na celebrao de um negcio jurdico, seja representada por seu scio, no este o titular desse negcio, mas a sociedade. 2) Titularidade processual: a sociedade poder, em nome prprio, demandar e se defender em juzo. 3) Responsabilidade patrimonial: a sociedade empresria possui patrimnio prprio, que no se confunde com o patrimnio pessoal de seus scios. Os scios, em regra, no respondem pelas obrigaes contradas pela sociedade, havendo excees.

3. CLASSIFICAO DAS SOCIEDADES EMPRESRIAS


3.1- Classificao quanto ao regime de constituio e dissoluo:
a) Sociedades contratuais So as sociedades cujo ato constitutivo um contrato social. So as sociedades em nome coletivo, em comandita simples e limitadas. O capital social dessas sociedades dividido em cotas (quotas) e o titular dessas cotas o scio. O Cdigo Civil prev as causas especficas de dissoluo dessas sociedades. b) Sociedades institucionais Tambm chamadas de estatutrias, so aquelas sociedades constitudas por um estatuto social. Seu capital social dividido em aes, e o titular das aes denominado acionista. Institucionais so as sociedades annimas e a sociedade em comandita por aes. A lei n 6404/76 regulamenta a forma de dissoluo dessas sociedades.

a) Sociedade ilimitada Os scios, nesta sociedade, respondem, ilimitada e subsidiariamente, pelas obrigaes contradas pela sociedade.

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3.2- Classificao quanto responsabilidade dos scios pelas obrigaes sociais:

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A responsabilidade dos scios, em qualquer tipo de sociedade, ser sempre subsidiria, ou seja, em primeiro lugar deve haver o total exaurimento do patrimnio da sociedade, para, depois, responsabilizarem-se os scios. Conforme Fbio Ulhoa Coelho (2006, p.226.):
Quando se diz, portanto, que a responsabilidade do scio pelas obrigaes da sociedade subsidiria, o que se tem em mira , justamente, esta regra de que sua eventual responsabilizao por dvidas sociais tem por pressuposto o integral comprometimento do patrimnio social. subsidiria no sentido de que se segue responsabilidade da prpria sociedade. Esgotadas as foras do patrimnio social que se poder pensar em executar o patrimnio particular do scio por saldos existentes no passivo da sociedade.

Assim, se o patrimnio da sociedade no foi suficiente para o pagamento das obrigaes por esta contradas, o saldo devedor dever ser cobrado dos scios, pois estes tm responsabilidade ilimitada. b) Sociedade limitada Nesta sociedade, a responsabilidade dos scios subsidiria e limitada. A limitao ser regulada de conformidade com o tipo societrio. Assim, temos regras especficas para a sociedade annima, para a limitada, para a comandita simples e comandita por aes. Para ingressar em uma sociedade, o scio deve realizar a subscrio de parte do capital social, ou seja, deve contribuir para a formao do capital social, comprometendo-se a efetuar o pagamento do valor correspondente das cotas ou aes subscritas. Esse pagamento poder ser feito vista ou parcelado. No momento em que realiza o pagamento, diz-se que o scio est integralizando o capital. Quando o scio cumpre com sua obrigao e efetua o pagamento, o capital social est integralizado.

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De acordo com o artigo 1.052 do Cdigo Civil, na sociedade limitada, a responsabilidade de cada scio restrita ao valor de suas cotas, mas todos respondem, solidariamente, pela integralizao do capital social. Assim, nas sociedades contratuais, os scios respondem pelas obrigaes da sociedade at o limite do capital social no-integralizado. A solidariedade diz respeito possibilidade de um scio que j tenha integralizado totalmente suas cotas, ser responsabilizado pelo pagamento do valor nointegralizado por outro scio. Por exemplo: 10.000 cotas subscritas Scio A = 5.000 cotas - 2.500 integralizadas Scio B = 2.500 cotas - 2.500 integralizadas Scio C = 2.500 cotas - 2.500 integralizadas Os scios A, B e C respondero, solidariamente, pelo valor das 2.500 no integralizadas. Se o scio C efetuar esse pagamento (embora j tenha quitado sua parte), poder regressar contra o scio A e B para efetuar a cobrana. No tocante s sociedades institucionais, os acionistas s respondem pelo valor correspondente ao capital subscrito e no integralizado, no havendo solidariedade entre estes. Concluindo, se o capital social subscrito j estiver totalmente integralizado, os credores da sociedade no podero requerer a responsabilizao pessoal dos scios, devendo arcar com os prejuzos dos negcios realizados.

H, nesta sociedade, uma parte dos scios com responsabilidade limitada e outra com responsabilidade ilimitada. Por exemplo: as sociedades em comandita por aes e comandita simples.

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c) Sociedade mista

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3.3 Classificao quanto s condies de alienao da participao societria:
a) Sociedade de pessoas Estas sociedades valorizam as caractersticas pessoais e subjetivas dos scios, seus defeitos e qualidades, que interferem, diretamente, no sucesso do empreendimento. Existe um vnculo de confiana entre os scios que impede o ingresso de terceiro estranho sociedade. Por tal razo, nessa espcie societria, o ingresso de um scio estranho depende da anuncia ou autorizao dos demais scios. Logo, os scios podero vetar o ingresso de um novo scio. Por exemplo: A morte de um scio gera o ingresso de seus herdeiros no quadro social. No entanto, os scios sobreviventes podem vetar o ingresso desses herdeiros, quando se dar a dissoluo parcial da sociedade. b) Sociedades de capital Os atributos pessoais dos scios, neste tipo de sociedade, so irrelevantes, basta a sua contribuio para o desenvolvimento da empresa. Os demais scios no podem vetar o ingresso de terceiro na sociedade, e a alienao da participao societria independe da autorizao dos demais scios. Por exemplo: a possibilidade de negociao de aes (representativas de capital social) na Bolsa de Valores.

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4. PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIO DAS SOCIEDADES EMPRESRIAS


So pressupostos ou requisitos fundamentais para a constituio de toda sociedade empresria: a) affectio societatis: a disposio, o nimo, a vontade que uma pessoa tem ao ingressar em uma sociedade, com a finalidade de associar-se para a realizao de um objetivo em comum: a atividade empresarial. b) Pluralidade de scios: o direito brasileiro no autoriza a sociedade unipessoal (integrada por um nico scio), com exceo da unipessoalidade incidental e da subsidiria integral. Para a constituio de uma sociedade, necessria a existncia de, no mnimo, dois scios. Se uma pessoa sozinha deseja desenvolver atividade empresarial, dever faz-lo na forma de empresrio individual. c) Capital social: para a constituio de qualquer sociedade, h a necessidade da existncia de um capital social. Em regra, a lei no determina um valor de capital social, mas, para os bancos e seguradoras, h a determinao de um capital mnimo. d) Participao nos lucros e perdas: todos os scios devero ter o direito a auferir os lucros e a obrigao de suportar as perdas da sociedade. nula qualquer clusula que exclua do scio o direito de participao nos lucros e o libere de suportar as perdas. Ressalte-se que a diviso proporcional ou desigual dos lucros permitida, vedando-se somente a excluso total.

Sntese
Conhecer as sociedades empresrias existentes no Direito brasileiro. Classificar as sociedades empresrias de acordo com sua constituio, objetivos e normas regulamentadoras. Aprender sobre os pressupostos de constituio de uma sociedade empresria.
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Nesta aula, fomos capazes de:

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Referncias
BRASIL. Cdigo Civil. 3. ed. So Paulo: Saraiva, 2007. COELHO, Fbio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 17. ed. So Paulo: Saraiva, 2006. GONALVES, Maria Gabriela Venturoti Perrotta Rios; GONALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Comercial Direito de Empresa e Sociedades Empresrias. So Paulo: Saraiva, 2006.

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