Direito Empresarial 2
Direito Empresarial 2
Direito Empresarial 2
DIREITO EMPRESARIAL II
____________________________________________________________
REFERÊNCIA HISTÓRICA
III. Idade Média: na idade média, especialmente nas cidades italianas, o modelo similar
ao que se tem hoje se formou inicialmente com os membros da mesma família que a
geriam em comum: cum panis - “sentados à mesa e comendo do mesmo pão”. Naquela
época, não tinha como passar os negócios para mulheres {filhas}, e por vezes o casal
não tinha filhos homens ou então estes morriam, portanto, passou a ter uma
necessidade de acolher terceiros estranhos por meio de contratos. Esses contratos
sociais eram registrados nas Corporações de Ofício para que a existência da
sociedade fosse de conhecimento público. Assim houve também a necessidade de
criar um sinal identificador da sociedade, para separar os negócios celebrados em
comum daqueles celebrados por cada qual individualmente. Tem-se, aí, a origem da
expressão “em nome coletivo” a designar a atuação coletiva. Quando se cria a sociedade
também se cria o nome social {tem que ser identificada a sociedade como uma entidade
diferente do sujeito que participa dela}.
A. Organização:
B. Empresa é toda atividade econômica {no direito italiano há uma divisão, a atividade
econômica comercial é relativa ao empresário e atividade não econômica é dos
outros}. Uma fundação pode exercer atividade econômica, porque atividade
econômica é objeto de seu estatuto e pode ser qualquer coisa.
IV. Vontade social: se a pessoa jurídica é sujeito de direito e é tratada como uma pessoa
natural, com capacidade, personalidade, ela tem vontades. Quando a pessoa jurídica é
criada, sua principal característica é a autonomia patrimonial {tudo que ela tem
pertence somente a ela}, assim como a autonomia da vontade {ela pode transferir seu
patrimônio de acordo com seu próprio entendimento}. A diferença entre capacidade
da pessoa física e da pessoa jurídica é que, esta uma vez registrada, tem capacidade
plena, ou seja, desde seu nascimento já tem capacidade plena, enquanto nessa, há uma
gradação de capacidade.
A. Exemplo: uma sociedade tem 3 sócios {A: 30%; B: 40; C: 30%} os sócios
deliberam sobre um determinado assunto, e A e C decidem por SIM e o sócio B
decide por NÃO - então, a vontade social da sociedade é por SIM. A vontade social
é composta por uma simples analise matemática. Entretanto, o(s) sócio(s) que
perde(m) podem se negar à vontade dos outros que ganharam caso essa vontade
seja viciada desde seu início. Há de se lembrar que o sócio administrador tem dizer
igual aos outros, ele não dita a vontade social.
Nem toda sociedade é uma pessoa jurídica Nem toda pessoa jurídica é uma sociedade
Sociedade em comum não tem personalidade; Art. 6º, ILIV - EIRELI: empresa individual de
Sociedade em conta de participação não tem responsabilidae limitada (para permitir a
personalidade unipessoalidade)
Sociedade Limitada
Sociedade Anônima
Sociedade em Conjunto
4
Naomi Sugita Reis
Toda sociedade é constituída para cumprir um objetivo {seja comercial, seja filantrópico,
seja de lazer}. Sociedade é uma reunião de pessoas por conta de algum motivo
determinante, seja por convivência em uma coletividade, seja por escopo de alcançar ou
realizar um objetivo determinado. Sociedade é um negócio jurídico destinado a constituir
um sujeito de direito, distinto daquele ou daqueles que o produziram, para atuar na
ordem jurídica como um novo ente, como um organismo, criado para a realização de uma
finalidade econômica específica.
Existem três elementos específicos que darão o tom societário ao ato jurídico.
Tais elementos são:
II. Participação de todos os sócios nos lucros e nas perdas: é dispositivo que se aplica
tanto às sociedades simples, quanto às sociedades empresárias. Não é essencial que
todo resultado seja dividido entre os sócios, mas é essencial que todos os sócios
participem dos resultados. Considera-se nula apenas a cláusula que exclua algum
sócio da participação nos lucros ou nas perdas {apenas a cláusula leonina e não todo o
contrato social}.
A. Lucro: não precisa ser igualitária a divisão, mas precisa que todos os sócios
recebam uma parte. Normalmente, é feita de forma desigual, se atendo às cotas do
capital social que cada sócio detém.
B. Perda: pelo menos a sua contribuição para o fundo social deve entrar pra cobrir as
perdas, portanto não há uma responsabilidade 100% limitada, pois sempre todos
5
Naomi Sugita Reis
os sócios terão que arcar com as perdas da sociedade, nem que seja com a quantia
correspondente à sua cota.
III. Affectio societatis: é a vontade de cooperação ativa dos sócios, a vontade de atingir um
fim comum. Necessidade de uma vontade exteriorizada de forma expressa na entrada
da sociedade e sem que haja a vontade de atingir uma finalidade comum.
COMUNHÃO SOCIEDADE
Pode se formar independente da vontade das partes Constituída pela vontade dos sócios
ASSOCIAÇÃO E SOCIEDADE
ASSOCIAÇÃO SOCIEDADE
Regramento específico {arts. 53 a 61 CC} Regramento específico {arts. 981 e seguintes CC}
FUNDAÇÃO E SOCIEDADE
6
Naomi Sugita Reis
FUNDAÇÃO SOCIEDADE
Se dissolvida, seus bens irão para entidade Se dissolvida, seus bens serão rateados entre seus
congênere sócios
Podem ser divididas de acordo com sua estrutura econômica, entre sociedade de
pessoas e sociedade de capital. A Sociedade Limitada dependendo se comporta como
sociedade de pessoas e dependendo se comporta como sociedade de capital {depende do
seu contrato social - a regra é ser uma sociedade de pessoas}. Para a sociedade limitada de
pessoas, importam as pessoas - é a qual a entrada e saída dos sócios depende da anuência
dos demais - todos os sócios precisam consentir. Na sociedade limitada de capital,
importa o $, a entrada e saída de pessoas não importa - as ações são pulverizadas no
mercado e compra ou vende quem quiser - não se obsta a entrada e saída de sócios. A
sociedade é formada pelos sócios em razão da pessoa jurídica.
A administração só pode ser exercida por quem é Há uma dissociação entre a administração e
socio propriedade
Pelo menos uma classe de sócios possui Todos os sócios possuem responsabilidade limitada
responsabilidade solidária e ilimitada à sua contribuição ou ao total do capital social
Morte ou incapacidade dos sócios pode gerar a A morte ou incapacidade dos sócios não influi na
dissolução parcial ou total da sociedade vida da sociedade
Admite a exclusão de sócios pela quebra da affectio Não admite a exclusão de sócios pela quebra da
societatis affectio societatis
AUTONOMIA PATRIMONIAL*
7
Naomi Sugita Reis
Se uma sociedade é personificada, ela possui autonomia patrimonial, ou seja, ela tem
um patrimônio separado dos patrimônios dos sócios. Autonomia patrimonial pode ser
entendida como a possibilidade de contratar sozinho, comprar sozinho. Já quando uma
sociedade é não personificada/ despersonificada, ela não possui autonomia patrimonial,
ou seja, não pode contratar sozinha e nem comprar sozinha.
I. Limitada: o sócio só se obriga com o valor ao qual ele se comprometeu no valor social.
A limitação da responsabilidade dele é dada pela obrigação ao qual ele se
comprometeu. Quando o sócio A se subscreve {se compromete} a 40 de 100 cotas, o
sócio B se subscreve a 30 de 100 cotas e o sócio C se subscreve a 30 de 100 cotas.
Quando eles integralizam o valor correspondente, ou seja, pagam o valor das cotas aos
quais se subscrevem, eles passam a possui-las e a serem responsáveis apenas por elas,
no caso da responsabilidade limitada. A responsabilidade do sócio para com as dívidas
da Pessoa Jurídica se limitam ao valor subscrevido {quantia de cotas}.
CAPITAL SOCIAL
8
Naomi Sugita Reis
Pessoas jurídicas são entidades a quem a lei confere personalidade, capacitando-
as a serem sujeitos de direitos e obrigações. A principal característica das pessoas
jurídicas é a de que atuam na vida jurídica com personalidade diversa das pessoas {físicas
ou jurídicas} que as compõe. O artigo 52 do CC afirma que “aplica-se às pessoas jurídicas,
no que couber, a proteção dos direitos das personalidade”.
• Liceidade de seu objetivo: se tiver um objeto ilícito, não passará na Junta portanto
não adianta preencher todos os requisitos se o objetivo da sociedade for ilícito;
• Existência jurídica diversa de seus integrantes: por isso que sócio não é dono;
• Não podem exercer atos que sejam privativos de pessoas naturais: casar ou adotar.
V. Gratuidade da Justiça: faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com
ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os
encargos processuais.
10
Naomi Sugita Reis
E. Capacidade processual: decorrente da capacidade de fato e de direito. mesmo as
sociedades despersonalizadas tê sua capacidade processual atribuída por força do
art. 75 do CPC {pela pessoa a quem couber a administração de seus bens}.
ATO CONSTITUTIVO
A. Agente:
B. Objeto: o objeto deve indicar atividade econômica lícita e possível. Livre iniciativa
como princípio norteador. O objeto social deve ser indicado de modo preciso
para sua segurança dos sócios e de terceiros, isso de dá porque o sócio irá agir nos
limites do objeto social. A partir do objeto pode-se verificar a prática de atos ultra
vires quando a sociedade mediante seu administrador atua fora de seu objeto, a
ação será considerada como inexistente, considerando o lim supracitado. A
deliberação qualificada para alteração do objeto social. CNAE {Código Nacional de
Atividades Empresariais - é usado em todos os níveis da administração pública}.
Quando faz um contrato social, existe todo um procedimento prévio que é feito na
prefeitura, hoje portanto é um sistema que passa pelo nível municipal, estadual e
nacional. Com base no CNAE {objeto}, a prefeitura vai liberar ou não e depois faz
o procedimento da junta {cadastro de CNPJ}, então a receita estadual tem que
liberar {se não, todas as etapas anteriores serão em vão}. O objeto das sociedades é
protegido porque os principios e fundamentos da ordem economica estão no artigo
170 da Constituição. A pessoa escolhe sua atividade e é protegida a atividade
economica. Dependendo da atividade escolhida, será necessário uma
autorização específica para tanto {ex. rede de televisão, empresa de gás…}.
Alteração de objeto deve ser por meio de deliberação de todos os sócios. Pode ter,
por vezes, uma sociedade com objetos sociais lícitos diferentes {ex. consultoria em
11
Naomi Sugita Reis
matéria ambiental, cursos de educação ambiental, reciclagens e coleta de lixo
especial}. O objeto acarreta em modificação de impostos sobre a sociedade.
C. Limitações/ cláusulas
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a
firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas {além das obrigatórias
administrativas};
II - denominação {na verdade, é nome empresarial - que é gênero}, objeto {pode usar a
descrição do CNAE, mas não o número}, sede e prazo da sociedade {determinado ou não
determinado};
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente {R$}, podendo compreender qualquer
espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la {tem que dizer quam
integraliza e como};
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais {não tem vedação legal contra PJ ser administradoreas, mas tem
vedação administrativa - o DREI disse que somente pessoas físicas podem administrar}
incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas {depende do tipo societário};
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais {depende do
tipo societário}.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto
no instrumento do contrato.
12
Naomi Sugita Reis
SOCIEDADE EM COMUM
13
Naomi Sugita Reis
Quando o sócio ostensivo age, age como EI ou sociedade, não como administrador da
sociedade em conta de participação e o sócio participante não aparece perante terceiros e não
assume qualquer responsabilidade perante terceiros e suas responsabilidades são limitadas
às obrigações que contratou com o sócio ostensivo.
“Sócio oculto” hoje em dia não é muito utilizada. Mas antes era usada para fazer
repasse de valores sem precisar pagar imposto de renda. Um indivíduo chegava numa sociedade
e fazia uma proposta de investir determinada quantia em dinheiro e deter uma
percentagem da empresa. Esse “contrato” não é registrado, pois é feito justamente para
ficar por baixo dos panos — independe de registro {o registro seria considerado um
reconhecimento de firma}.
14
Naomi Sugita Reis
SOCIEDADES PERSONIFICADAS
NOME EMPRESARIAL
COMANDITA SIMPLES - COMANDITA POR AÇÕES - LTDA - S/A -SOCIEDADE LIMITADA - EIRELI - COMANDITA POR
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO AÇÕES - SOCIEDADE SIMPLES
II. Sócio comanditário: impedido por lei de tomar a frente dos negócios. Possui
responsabilidade limitada ao valor com que se obrigou a contribuir, não pode
administrar a sociedade e pode ser procurador para ato específico {representando a
PJ}. Seu nome não pode configurar na composição da firma social, sob pena de
responder tal qual sócio comanditado. Tem direito a voto nas deliberações e a
participar nos livros da sociedades.
SOCIEDADE SIMPLES
O objeto é distinto das sociedades empresárias {art. 982 com 966}, ou seja, não é o
lucro, mas a prestação de serviços de atividades intelectuais {médicos, advogados,
dentistas, pesquisadores, escritores, chargistas}. A não ser se constituírem elemento de
empresa {organização de fatores de produção}, nesse caso se transformarão em sociedade
empresária {menos os advogados - vedação expressa da lei}.
16
Naomi Sugita Reis
rateados na proporção das respectivas quotas, já que outros fatores poderão ser considerados na
partilha dos resultados sociais. Sendo assim, nessa sociedade a responsabilidade dos
sócios é ilimitada até atingir a sua quota parte e a responsabilidade dos sócios depende
de previsão contratual. Entretanto, nas sociedades simples revestidas de sociedades
empresárias, não havendo estipulação que estabeleça divisão dos lucros e prejuízos em
percentual diverso, será correspondente às quotas.
O art. 983 afirma que a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um
dos tipos de sociedade empresaria previstos nos arts. 1039 a 1092, caso em que ficará
subordinada às regras do tipo de sociedade empresaria adotado {não pode ser sociedade de
capital, apenas sociedade de pessoas}. A sociedade simples, nesse caso, não é equiparada à
sociedade empresaria, não se sujeitando às obrigações legais desta e nem à falência, não
tendo, também, o direito de pleitear recuperação judicial. Isso se dá porque sociedade
empresaria se diferencia da sociedade simples {não pode ser feito um híbrido de leis, a
sociedade simples pode apenas se encobrir de uma sociedade empresária, sem perder sua
essência}.
17
Naomi Sugita Reis
O registro das sociedades simples se dão no Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas em até 30 dias da data da assinatura do contrato e as filiais
deverão ser inscritas na circunscrição correspondente e averbadas no registro civil
da sede. O contrato social é o ato constitutivo, para fazer modificações, será feita uma
alteração de contrato social com consolidação {transcrição do contrato social + todas as
modificações}.
Contrato social
Sócio 1
Sócio 2
Nome
Objeto: compra e venda de pneus
Sede rua X n Y
Administrador: Batman
Poderes do Batman: amplos, inclusive para alienar imóveis
Assinatura do Batman
1ª alteração de contrato social com consolidação
Cópia do contrato social +
Limitação dos poderes do administrador: não pode alienar imóveis
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos
sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações
serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das
quotas de cada um.
§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos
correspondentes a mais de metade do capital.
§ 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no
caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz.
§ 3o Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma
operação interesse contrário ao da sociedade, participar da
deliberação que a aprove graças a seu voto.
{Maioria absoluta é definida como "mais que a metade" do número total de indivíduos que
compõe o grupo. Ou, mais especificamente, "número subsequente à metade de todos os
membros”. Também pode ser explicada como sendo a metade do número total de
indivíduos que compõe o grupo mais um ou mais meio.
18
Naomi Sugita Reis
Assim sendo, caso o grupo tenha 40 integrantes, a maioria absoluta será 21 (metade mais
um), enquanto que se o grupo tiver 41 integrantes, a maioria absoluta também
corresponderá a 21 (metade mais meio, já que a metade de 41 é 20,5).}
I. Direitos pessoais {não se transferem nem inter vivos e em causa mortis}: espolio não
tem vez, pois o direito pessoal morreu com o sócio {não é mais parte na sociedade}.
19
Naomi Sugita Reis
A. Direito de fiscalização
Somente podem ser cedidas ou transferidas se houver anuência dos demais sócios e são
consideradas coisa móvel:
• Sociedade de pessoas;
• Pessoalidade no desenvolvimento da atividade objeto da sociedade.
Como as quotas são bens que fazem parte do patrimônio do sócio, quando ele é devedor,
poderão essa quotas serem penhoradas e liquidadas para satisfação dos direitos do
credor. → Penhora é constrição judicial e penhor é algo voluntário. Pode ser penhorado
mas não pode ser empenhado.
“Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos
sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações
20
Naomi Sugita Reis
serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor
das quotas de cada um.”
Admitida apenas a administração por pessoas naturais, pessoas jurídicas não podem
ser administradores da sociedade.
§ 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei
especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente,
o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação,
peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular,
contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da
concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a
propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
21
Naomi Sugita Reis
B. Sócios ou terceiros {não sócios} nomeados em ato separado: revogabilidade
dos poderes a qualquer tempo, deliberada pela maioria do capital social.
A. Dever de diligência;
B. Dever de lealdade:
I. Em virtude de morte;
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio,
não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo
indeterminado;
23
Naomi Sugita Reis
Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos
sócios, quando:
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio ser
excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta
grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade
superveniente.
Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou
aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos do parágrafo único do art. 1.026.
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no
contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade,
responderá perante esta pelo dano emergente da mora. → sócio remisso
Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a
execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação.
Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do
devedor, cujo valor, apurado na forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução,
até noventa dias após aquela liquidação. → penhora das quotas do sócio
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor
da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo
disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à
data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado.
24
Naomi Sugita Reis
SOCIEDADE LIMITADA
É estruturada como a SS mas não é uma SS
- Causas de dissolução
- Poderes dos sócios-administradores e suas responsabilidades
- Deliberação por maioria com quorum qualificado ou não
- Hipóteses de retirada e exclusão de sócio
- Preferência na aquisição de quotas pelos sócios
- Reconhecimento de firma por semelhança: qualquer pessoa vai ao cartório que tenha
o cartão de assinatura e diz que é relativo a tal cartão;
- Reconhecimento de firma por verdadeiro: a própria pessoa vai no cartório e assina na
frente do cartorário e por isso é mais importante.
NOME EMPRESARIAL
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
As regras que atendem à sociedade limitada estão previstas nos artigos 1.052 a
1.087 do CC. A sociedade limitada poderá se socorrer subsidiariamente nas regras da
sociedade simples, no que suas regras forem omissas. Além disso, o contrato social
poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade
anônima.
CAPITAL SOCIAL
25
Naomi Sugita Reis
O capital é dividido em quotas iguais ou desiguais. Existem duas formas de divisão,
pode ser dividido entre QUOTAS UNICAS QUE CADA SÓCIO VAI TER, ou então
dividido entres VARIAS QUOTAS IGUAIS, sendo cada quota equivalente a um $. O que
muda é o valor atribuído à quota. Isso funciona desde 1919.
Quotas desiguais: capital social de 100 dividido entre 2 sócios, cada um com uma quota.
A com quota de 60 e B com quota de 40.
Quotas iguais: capital social de 100 quotas iguais {valendo 1} dividido entre 2 sócios, A
com 60 quotas de 1 e B com 40 quotas de 1.
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a
quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não
houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social. Anuência de 3/4.
Os sócios têm direito a voto, retirada, fiscalização, partilha dos lucros apurados
e participação no produto da liquidação da sociedade.
Dois princípios regem o capital social: o primeiro é o princípio da fixidez {ele não
sofre alterações em razão da variação patrimonial da sociedade, somente por meio de
alterações formais de aumento e de redução será possível modificar o seu valor}, o segundo
princípio é o da intangibilidade {repasse de recursos sociais aos integrantes da sociedade
somente podem ser feitos quando o patrimônio líquido for maior que o capital social
informado}. É o valor necessário para a criação da atividade e seu desenvolvimento até o
inicio do retorno do investimento. Não são muitos os empresários que fazem isso, pois é
necessário que haja um plano para a atividade.
Atribui-se o valor ao capital social pelo quanto será necessário para o primeiro ano
de atividade da empresa, por isso que no começo patrimônio e KS são iguais, a partir do
26
Naomi Sugita Reis
desenvolvimento da sociedade, o KS permanece fixo, quem vai mudar é o
patrimônio da sociedade.
Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as quotas, pode ser o
capital aumentado, com a correspondente modificação do contrato.
§ 1o Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência para participar do
aumento, na proporção das quotas de que sejam titulares.
§ 2o À cessão do direito de preferência, aplica-se o disposto no caput do art. 1.057.
§ 3o Decorrido o prazo da preferência, e assumida pelos sócios, ou por terceiros, a
totalidade do aumento, haverá reunião ou assembléia dos sócios, para que seja aprovada a
modificação do contrato.
27
Naomi Sugita Reis
Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital será feita restituindo-
se parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-se as prestações ainda
devidas, com diminuição proporcional, em ambos os casos, do valor nominal das
quotas.
§ 1o No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da ata da assembléia que
aprovar a redução, o credor quirografário, por título líquido anterior a essa data, poderá
opor-se ao deliberado.
§ 2o A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabelecido no parágrafo
antecedente, não for impugnada, ou se provado o pagamento da dívida ou o depósito
judicial do respectivo valor.
§ 3o Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antecedente, proceder-se-á à
averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata que tenha aprovado a
redução.
Podem eles ser pessoas físicas ou jurídicas, assim como sociedade limitada
composta exclusivamente por pessoas jurídicas {nesses casos será indicada a pessoa
natural administradora - administração profissional}.
QUOTAS SOCIAIS
Caso não integralizada a quota de sócio remisso, os outros sócios podem toma-la
para si ou transferi-la a terceiros excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que
houver pago, deduzidos os juros da mora as prestações estabelecidas no contrato mais a
empresa. Se houver o sócio remisso pago parte do valor com que se obrigou, poderão os
demais reduzir a participação do sócio na sociedade {e as quotas que sobram dependem
de deliberação para saber se vai para os demais sócios ou se vai para terceiros}.
28
Naomi Sugita Reis
§ 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social
respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de
cinco anos da data do registro da sociedade.
PENHORABILIDADE DE QUOTAS
Assim como na sociedade simples, o penhor não é permitido pois é algo voluntário
mas a penhora pode ocorrer, tendo em vista que é uma constrição judicial. Na junta
comercial, é bloqueada qualquer movimentação da sociedade e então ela deve ser
informada de que estão sendo penhoradas as quotas dos sócios {é a melhor opção de
penhora}, se a sociedade não for intimada, ela não é obrigada a acatar — ela precisa ser
informada.
A sociedade pega as quotas do sócio penhorado vai fazer reserva dessas quotas em
secretaria e pode: transferir valores para a execução ou liquida as quotas transformando-
as em dinheiro, que vão para o juiz da execução e o sócio que teve suas quotas
penhoradas deixa de ser sócio porque ele teve suas quotas liquidadas. Assim, o capital
social vai ter que ser reduzido porque são extintas as quotas, porque o sócio executado sai
da sociedade por força de execução. Entretanto, se as quotas forem o único meio de
subsistência do sócio executado, não poderão ser penhoradas todas, apenas 30% de suas
quotas.
DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS
A sociedade limitada pode ser administrada por uma ou mais pessoas designadas
no contrato social ou em ato separado. Sendo que a administração atribuída no
contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente
adquiram a qualidade de sócio {o herdeiro recebe a quota que pertencia ao de cujus como
quota de sócio e não recebe a função de administrador}.
30
Naomi Sugita Reis
ENTRADA RETIRADA
ADMINISTRADOR SÓCIO NO
3/4 do K Social 2/3 do K Social
CONTRATO SOCIAL
ADMINISTRADOR SÓCIO EM
1/2 do K Social 1/2 do K Social
ATO APARTADO
O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se
ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
• Se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade
• Provando-se que era conhecida de terceiro
• Tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade {atos ultra
vires}
Se o sócio agir alem de seus poderes, ele responderá sozinho, mas se ele fizer isso
com a anuência de todos os sócios, respondem todos solidariamente.
31
Naomi Sugita Reis
equivalente com todos os lucros resultantes e, se houver prejuízo, ele também
responderá.
DELIBERAÇÕES SOCIAIS
II. Pelos votos correspondentes a mais de metade do capital social, nos casos de
designação de administradores, quando feita em ato separado; o modo de
remuneração dos adm, quando não estabelecido no contrato de destituição de
administradores.
CONSELHO FISCAL
DA DISSOLUÇÃO
Art. 1.087. A sociedade dissolve-se, de pleno direito, por qualquer das causas previstas no
art. 1.044.
Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas
no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência.
32
Naomi Sugita Reis
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não
entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
33