Modelo IS e LM
Modelo IS e LM
Modelo IS e LM
Grfico do modelo IS/LM O Modelo IS/LM, Modelo Keynesiano Generalizado (MKG), ou ainda Modelo Hicks-Hansen, um instrumento para fins de anlise macroeconmica de mbito didtico (por vezes esttico), cuja representao num espao cartesiano procura ilustrar os pares ordenados de taxa de juro nominal e Oferta Agregada (ou PIB) para os quais o equilbrio de curto prazo nos Mercados de Bens, Servios e no Mercado Monetrio verificado. A taxa de juro, o cmbio, o ndice de preos , o volume de emprego, o Produto e a Renda (= Despesa) so as variveis endgenas relevantes e da a importncia do modelo - detalhe: todas essas variveis esto determinadas na extenso do IS/LM conhecida por IS/LM/BP ou Modelo Mundell-Fleming.
ndice
[esconder]
1 A Proposta de Interpretao 2 Aplicao 3 O IS/LM Hoje 4 Fundamentao Terica e Evidncia 5 Causao 6 Curva IS 7 Multiplicador keynesiano 8 As Componentes da Igualdade Macroeconmica 9 O modelo IS/LM na economia aberta: IS/LM/BP ou modelo Mundell-Fleming 10 Curva LM: Colocando o Dinheiro Pra Rodar! 11 Soluo Qualitativa 12 Referncias
A formalizao do modelo IS/LM atribuda, originalmente, a John Richard Hicks, tornado-se conhecida nos EUA por meio de Alvin Hansen. Na realidade, o modelo trata da "Sugesto de Interpretao" de Hicks da "Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda". A "Teoria Geral", publicada em 1935, muito difcil de ser interpretada numa primeira leitura; mesmo porque, quando Keynes a escreveu, o fez pensado num pblico profissionalizado com as anlises do Equilbrio Geral Walrasiano. Pior, ao revolucionar a Metodogia da Economia, Keynes foi o pioneiro na construo dos Modelos de Equilbrio Agregativo, dificultando a interpretao dos at ento profissionalizados! Na realidade, o IS/LM o mais conhecido exemplo desse tipo de anlise. Lendo a "Teoria Geral", percebe-se mesmo que Keynes segue escrevendo acerca das peculiariedades de um aparato que s existia mesmo na mente dele. O que Hicks fez foi tentar formalizar a consubstncia da "Teoria Geral" ao propr a sua Sugesto de Interpretao: essa sugesto, publicada pela Revista Economtrica no ano de 1937, o prprio Modelo IS/LM!
[editar] Aplicao
Em grandes traos, de fato, o modelo consegue explicar muita coisa que envolva o agregado da moderna economia monetria da produo, mesmo que de maneira simplria e imediatista. Existem diversas verses do modelo, modificadas a gosto das escolas de teoria macroeconmica que procuraram contornar estas deficincias (modificam-se os pressupostos, algum sentido de causao especfico, etc). O domnio das verses mais avanadas far por impr ao investigador conhecimentos sofisticados em economia matemtica, bem como em econometria, caso da necessidade de se computadar estimativas - por vezes no muito confiveis, por conta dos problemas de causalidade reversa e/ou de tendncias desintegradas.
Na Macroeconomia Keynesiana a igualdade entre o Volume de Consumo Postergado, bem como o Volume das Inverses Planejadas (ou Planeadas, segundo o portugus de Portugal) vlida; ainda que a relao de causualidade temporal entre ambos os Agregados seja de Natureza Reversa - visto que os Produtores no possuem a prerrogativa de determinar, com exatido, o quanto aferiro de Renda pelas prximas semanas; aps o desencalhe de suas respectivas mercadorias, priori estocadas. O Volume Poupado (ou Postergado) da Renda (ou Rendimento, segundo o portugus de Portugal) auferida, a qual se procura prognosticar agora, s ser conhecido posteriori. Da o nome da primeira Curva: IS, de Investiment-Saving: o Volume Poupado efetivarse- aps a atuao do Efeito-Multiplicador dos Gastos, aqui designado pela entidade x. No mais, o Investimento Real igualar-se- ao Planejado se, no decurso da Realizao das Vendas, no houver o encalhe das mercadorias nos respectivos estoques. O Modelo IS/LM trabalha sob hiptese de que o Investimento Planejado igual ao Realizado, implicando na Nulidade do Volume Estocado quando o Equilbrio Esttico-Dinmico do Modelo satisfeito. Ao contrrio do "velho" Modelo Clssico Agregado, em que o Volume de Produo Postergado determinado de forma ex-ante, no Aparato IS/LM esse Equilbrio se dar ex-post. De fato, a leitura da "Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda" nos leva a concluir que John Maynard Keynes rebateu, de forma lgica e veemente, o raciocnio implcito da Teoria dos Fundos de Emprstimo; base na qual Knut Wicksell construiu a anlise do seu "Processo Cumulativo" - a famosa "Conexo Wickselliana", a qual relaciona Bancos Emissores, Oferta de Crdito e Inflao. Por sua vez, a curva LM, de Liquidity Money, representa a igualdade que deve ser verificada entre a Base Monetria (supondo dado o Multiplicador dos Meios de Pagamento), contabilizada nos Passivos da Responsveis pela Gesto do Numerrio, e a Propenso Liquidez dos Agentes Econmicos. Com essas ferramentas determinar-se- a Taxa de Juros, entendida como o preo do dinheiro. Por sua vez, os Papis (ou Ativos) do Mercado Financeiro mantm relao inversa com o preo do dinheiro; de modo que, se o dinheiro est mais caro, os Agentes Econmicos agiro no sentido de recompor seus Portflios com mais Papis (que seguem sendo mais baratos por conta da elevao da taxa de juros) e menos dinheiro - que, de fato, nominalmente, no rende absolutamente nada, por se Ativo Prontamente Lquido! Um caso demasiadamente explorado pela literatura corrente aquele em que a Taxa de Juros, de tanto cair por conta de uma Poltica Monetria Relapsa da parte dos Banqueiros Centrais que detm o Monoplio da Emisso do Numerrio, faz com que a expectativa para o preo do dinheiro se eleve. Sabendo disso, os Agentes Econmicos livrar-se-o da posse dos Ttulos em busca da Liquidez Absoluta: a isso designamos por "Armadilha de Liquidez" (liquidity trap), evidncia essa que pode ser verificada atualmente nos EUA, bem como no Japo desde a quebra do ndice Nikkey no incio dos anos 90. Keynes acreditava que a se a Taxa de Juros Bsica de um pas descesse abaixo dos 2% ao ano e por l ficasse por uma longa temporada, configurar-se- uma "Armadilha de Liquidez" (ele mesmo duvidava que, algum dia, isso pudesse acontecer!). O detalhe: ao mesmo tempo em que parece ser "fcil" atirar a macroeconomia em direo a uma armadilha como forma de salvaguardar o sistema de intermediao de uma bancarrota
generalizada, os japoneses, h mais de 20 anos, esto tentando descobrir como retirar o Japo da armadilha. Para isso no se rogaram: colocaram a relao divida-PIB por cima dos 200%!
[editar] Causao
No aparato IS/LM as decises de Poltica Econmica representam Variveis Exgenas que so determinadas pelas Autoridades Monetrias e/ou Executivas; ou seja, faz-se aluso aos Instrumentos que permitem levar cabo as medidas tomadas na Esfera da Deciso. Uma anlise mais rigorosa diria que o Modelo IS/LM segue consubstanciado pela Metodologia do Macroeconometrista Jan Tinbergen; no que se refere a tudo aquilo que designamos por "Teoria da Poltica Econmica" (a necessidade de haver o mesmo Nmero de Instrumentos e Metas num Sistema de Poltica Linearmente Independente). Ainda sim, o Modelo padece da "Crtica Teoria da Poltica Econmica" atribuda ao Macroeconomista Robert Lucas (Nobel de 1994), por tratar as Expectativas dos Agentes Econmicos de maneira Esttica e Simplria (ainda que desde os anos 80 existam verses do IS/LM em expectativas racionais). No IS/LM o Equilbrio Esttico-Dinmico da Renda Agregada determinado pela interao (intercesso) entre o Lado Real da Economia (representado pela Curva IS) com o Lado Monetrio (representado pela Curva LM). Tratamos de analisar as curvas:
[editar] Curva IS
Para Sachs e Larrain (2000, p. 385)[1], o modelo IS/LM uma "representao grfica desenvolvida em 1937 pelo economista britnico, premiado com o Nobel, Sir John Hicks." Os autores explicam ainda que "a curva IS relaciona o nvel de demanda agregada com o nvel de taxa de juros, permanecendo constantes todas as outras variveis, como gastos do governo e tributos. "Um aumento da taxa de juros reduz a demanda agregada em virtude de seu efeito sobre o consumo e investimento. Quando representamos essa relao graficamente, encontramos uma curva com inclinao decrescente.
Y = Renda Agregada, C = Consumo das famlias, Yd= Renda Disponvel(ou seja, a diferena entre a renda agregada e a massa de impostos T = t.Y), I = Investimento Agregado, r = Taxa de juros, G = Dispndios do Governo, NX( )= Saldo em Conta Corrente e/ou a Tranferncia Lquida de Recursos NoFatores ao Exterior.
Se a Economia est Fechada, significando que a mesma permanece no Estado Autarquico, deve ser verdade que NX = 0. A anlise do Consumo Agregado parte da hiptese de que o mesmo uma Funo Estvel da Renda e que se ampliar a pari-passu do crescimento da mesma, ainda que no na mesma proporo - ocorre ento a "Propenso Marginal a Consumir", cujo valor influenciado por fatores como a Distribuio de Renda, Necessidades Metablicas, Avareza, Precauo, etc. A Propenso Marginal a Consumir varia entre 0 e 1 e, quando mais prximo da unidade a Propenso ao Consumo estiver, maior ser o "Efeito Multiplicador" associado a qualquer Dipndio priori planejado. Se 0 < c < 1, seguir-se- a Seguinte Srie Geomtrica Infinita: x = 1 + c + c.c + c.c.c + c.c.c.c + . . . Multiplicando a Srie por c: c.x = c + c.c + c.c.c + c.c.c.c + . . . Subtraindo a Segunda Srie da Primeira: x - c'x = 1 x = 1/(1 - c) Tem-se que x o "Multiplicador de Renda" atribuido a Richard Kahn. O raciocnio intuitivo o seguinte: para cada Unidade Monetria gasta ($1 na Primeira Srie), uma Frao da mesma ser Poupada por quem a receber, de forma que, de cada pagamento, fracionar-se- 1 - c para fins de Segurana. Sucessivamente, ter-se- que:
1 > c > c.c > c.c.c > ...
Segue da que, no linear do tempo, o aumento de Renda associado a cada Variao Despendida Decrescente, sendo determinado na totalidade pelo Montante x.
Ainda sim, a bem da verdade, essa histria de que Gasto gera Renda s pode ser "comprada" se, somente se, a Elasticidade Preo-Produo da Economia for aceita como Nula (modernamente isso aceito no curto-prazo, mas no no decorrer dos trimestres).
Consumo Autnomo (Co), que a parte do dispndio destinado subsistncia dos indivduos. Observe que essa componente independente de Yd. Propenso Marginal a Consumir c, que explica o Comportamento do Consumo ante um Acrscimo Marginal (ou infinitesimal) da Renda Agregada. Essa equao pode ser obtida por meio de uma regresso das sries histricas de C e Yd, respectivamente. Atentando-se para a necessidade de que os erros estimados estejam desintegrados; caso contrrio, ter-se- uma regresso espria; sem qualquer utilidade prtica.
Segue que a componente I(r,Y) poder ser especificada conforme: I = Io + aY - br O Investimento Agregado (as Inverses propriamente ditas) depende da "Eficincia Marginal do Acrscimo de Capital Proposto" ante uma dada Taxa de Juros determinada segundo explicado anteriormente. Modernamente, aceita-se que a "Eficincia Marginal" um eufemismo para o que em Anlise de Projetos designamos por Taxa Interna de Retorno (Interest Return Rate). Se a Taxa Interna de Retorno de um dado Fluxo de Capital superar a Taxa de Juros cobrada pelos Mutuantes, o VPL (Valor Presente Lquido) de determinado Fluxo de Investimento ser positivo; significando ento que os recursos financeiros devero ser Inversionados (Empregados). Note que o aumento do Juros reduz o VPL de uma determinada Inverso. Da o porqu da elevao das Taxas de Juros penalizar o Volume das Inverses Planejadas pelo Setor Privado. importante ressaltar que essa Taxa de Juros dever ser descontada da inflao, segundo a Equao de Fisher. A equao acima representa a Funo Investimento do Modelo IS/LM, no sendo l muito fidedigna com o que Keynes tinha na cabea. Existe uma parte do Investimento Agregado que autnoma, geralmente levada a cabo pela Poltica Fiscal: Io. As Inverses respondem diretamente Renda (a > 0), tal como no "Modelo do Acelerador", e inversamente Taxa de Juros Real (- b < 0). Na realidade, essa equao representa a Funo Investimento da "Sntese Neoclssica".
Por sua vez, o nvel de Renda interfere no Mercado de Ativos por conta da Demanda de Moeda por Motivo Transao. Portanto, a interligao entre Lado Real e Lado Monetrio segue possibilitada por meio da Taxa de Juros. Se as Inverses so entendidas como Inelsticas Taxa de Juros e/ou a "Armadilha de Liquidez" verificada, a citada inteligao no ser consubstanciada. Keynes valeu-se da segunda hiptese quando escreveu o Terceiro Captulo da "Teria Geral". Ao passo que os Economistas Marxistas, dentre eles e principalmente Michael Kalecki, fez uso da primeira hiptese nos seus trabalhos acercado do "Princpio da Demanda Efetiva" So Variveis Exgenas no Modelo IS/LM: a Poltica Monetria (cujo instrumento a Base Monetria) e a Poltica Fiscal, captaneada por G. O Nvel Geral dos Preos no poder ser considerado Varivel Exgena. Alis, os Preos no podem ser tratados como Exgenos (dados) nos Modelos de Ajuste Nominal Incompleto e o aparato IS/LM, modernamente, segue classificado como tal. Ocorre que, in Short-Run, os Preos padecem de lentido no que se refere aos seus respectivos reajustes. Essa hipotese, hoje questionvel, incomporada ao modelo IS/LM em deferncia "Teria Geral"; que sups elasticidade Preo-Produo Nula. Isso significa que a Oferta Agregada da Economia muito sensvel Produo e muito pouco sensvel Inflao. Quando isso ocorre a Economia atravessa uma Recesso Extrema, como bastante Capacidade Ociosa a ser ocupada. por isso tambm que o Modelo IS/LM contina referendado pelos Neokeynesianos, que acreditam que a Estrutura Concorrencial da Economia Imperfeita: quando isso ocorre, verificar-se- uma notria sub-utilizao do Aparato Produtivo. Ainda sim, grande parte da potncia do Modelo (no sentido de elevar os nveis de Renda e Emprego) ser perdida por conta do "Efeito Produtividade Marginal Decrescente" associado a uma Elasticidade Preo-Produo tendendo ao infinito (PlenoEmprego). Essa hiptese foi encampada por todos aqueles que criticaram o Modelo IS/LM. Por sua vez, a Transferncia Lquida de Recursos No-Fatores ao Exterior segue representada conforme: NX(e,Y,Yf) Onde:
e representa os termos-de-troca, ou o que se entende por taxa de cmbio real Y a Renda (ou Produto) Agregado da Economia Domstica Yf a Renda Agregada do "Resto do Mundo".
Fronteiras Nacionais (apesar do que, no captulo sobre o Mercantilismo e Dinheiro Carimbado, Keynes conseguiu explicar de forma tcnica e muito satisfatria o porqu da poltica bulionista dos Estados Nacionais do sculo XVIII). O Modelo IS/LM, no contexto de uma Economia Aberta, designado por IS/LM/BP; onde BP significa "Balano de Pagamentos". Esse remendo, no que diz respeito s implicaes de Anlise Macroeconmica numa Economia Aberta, se deve ao macroeconomista canadense Robert Mundell em parceria com seu amigo: Marcus Fleming (ambos estiveram associados ao FMI). Existem verses do IS/LM/BP para regimes e graus dspares de abertura da conta de capitais. A mais famosa atualmente em uso a que supe regime de cmbio livre e abertura total ao trnsito de portflios, conhecida por Modelo Mundell-Fleming. Essa verso tem tido relativo sucesso ao explicar o fenmeno fiscal/monetrio das economias desenvolvidas ps falncia do Sistema de Bretton Woods, desestruturado em 1971, quando Richard Nixon devenvencilhou a ona troy do ouro.
Se houver Excesso de Demanda por Moeda (EDM), haver Excesso de Oferta de Ttulos e vice-versa. Portanto, considerar-se- apenas o Mercado Monetrio - anlise essa validada pela "Lei de Leon Walras". A simetria entre o Mercado Monetrio e de Ttulos deve ser compreendida porque ela determinar a dinmica entre Taxa de Juros, a Moeda e Nvel da Renda. Agora, considerando apenas o Mercado Monetrio, adotaremos como premissa para o Lado Monetrio da IS/LM:
A Oferta de Moeda uma Varivel Exgena determinada pelas Autoridades Monetrias e pelos Bancos Comerciais. A Demanda por Moeda ir depender do "Motivo Transao" e do "Motivo Especulao" (ou de portflio), respectivamente. Ou seja:
L(r,Y) Onde cada Varivel Independente (Endgena) dessa Funo Bivariada no-especificada representa esses "motivos". L, portanto, representa a demanda por moeda. Especificarse-: Motivo Transao: diretamente relacionado com o nvel de Renda da Economia; quanto maior o nvel do Produto; maior ser o Volume das Transaes; logo, maior ser quantidade de Moeda Demandada para realiz-las. Motivo Portflio: o Agente Econmico alocar sua Riqueza comparando o Diferencial de Rentabilidade entre os diferentes ativos. A Curva LM satisfar a seguinte igualdade: Ms/P = L(r, Y) (2.a) A Taxa de Juros associada a essa igualdade corresponde ao "Custo de Oportunidade de Reter Moeda". A Demanda Por Moeda diminui conforme aumenta a Taxa de Juros, validando assim que o Juro o preo do dinheiro segundo prediz a "Teoria da Preferncia pela Liquidez".