Os Sonhos
Os Sonhos
Os Sonhos
Dr. Laércio desde a infância se sentiu atraído estudo do misticismo, sem, entretanto,
nunca misturar conhecimentos científicos oficiais com as suas convicções filosóficas em torno do
sentido da vida em todos os seus aspectos.
Tem cerca de 50 livros escritos sobre misticismo e religiões comparadas, oito deles já
foram publicados. São obras no campo místico, área dos questionamentos que o envolveram a parir
dos três anos de idade.
Durante sua vida pertenceu a mais de 60 doutrinas, entre as quais Maçonaria (Brasil e
França), Rosacrucianismo, Pitagorismo, Cabala, Hermetismo, Celtismo, Xamanismo e Nagualismo.
Estudou por 3 anos vivencias de grupo céltico autêntico da Bretanha. Atualmente continua ativo em
três Ordens Iniciáticas e em uma Religião.
O Dr. Laércio considera muito importante em sua vida aquilo que um Mestre o ensinou,
e também uma curta, mas forte experiência mística vivida com nativos HOPI no Arizona, cujo
Xamã o orientou em curto tempo, porém suficiente ao desenvolvimento de muitos conhecimentos
que, somados ao que aprendeu em múltiplas doutrinas, vem transmitindo em seus livros, palestras,
cursos, publicações e conferências e em um dos seus sites (Acesso
www.joselaerciodoegito.com.br).
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Sumário
SONHOS ............................................................................................................................................. 4
SONHO - FANTASIA OU REALIDADE? ........................................................................................ 7
INTRODUÇÃO À NATUREZA DOS SONHOS ............................................................................ 10
SONHOS PERCEPTIVOS ................................................................................................................ 14
SONHOS BÍBLICOS ........................................................................................................................ 17
SONHOS PROJETIVOS ................................................................................................................... 21
TIPOS DE SONHOS PROJETIVOS ................................................................................................ 26
SONHOS LÚCIDOS ......................................................................................................................... 29
HIPÓTESES SOBRE O SONHAR ................................................................................................... 32
INTERPRETAÇÃO DE SONHOS ................................................................................................... 34
VISÃO HERMÉTICA DO SONHAR .............................................................................................. 37
ENERGIA E SONHOS ..................................................................................................................... 40
O PONTO FOCAL DA MENTE E OS SONHOS ............................................................................ 43
O PONTO DE PERCEPÇÃO E O SONHAR ................................................................................... 46
SONHO UM PORTAL PARA OUTROS MUNDOS ...................................................................... 48
O SONHO E A CREAÇÃO DE MUNDOS ..................................................................................... 51
MUNDO DOS SONHOS .................................................................................................................. 56
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SONHOS
“LEMBRE-SE: VOCÊ É DO TAMANHO
DOS SEUS SONHOS”.
ROBERTO SHINYGHASHI
2006- 3359
T E M A 1. 7 1 6
A não ser que a pessoa domine a Arte do Sonhar, não tem como saber se um sonho é a
realidade do dia a dia ou não; somente quando ela volta ao estado de vigília é que pode fazer a
identificação. Contudo, não tem muito significado se uma vivência se trata de um sonho ou não,
pois, na verdade, todos os sonhos são vivências. Dizer que um sonho é ilusão não tem sentido,
desde que este mundo que consideram real também é uma ilusão. Portanto, podemos indagar: que
diferença faz? Na Verdade o nosso mundo habitual existe apenas como uma posição específica no -
Consciência – “É”, a partir de onde a Mente saca as informações mediante e “monta” uma imagem
perceptiva. O mesmo acontece com referência ao sonho, o que faz a diferença é o grau de fixação
de cada um.
Para entender melhor vamos usar uma metáfora. Considere um arquivo de programa de um
computador. No ponto de registro não existe texto explicito algum assim como desenhos, planilhas,
música etc.. Isso se considere como o “É” do computador. Embora não exista de forma explicita
mesmo assim há um ponto no qual os registros estão presentes e donde podem ser acessados através
de um toque do “mouse”. Este faz o papel de Mente, e o registro no HD o de Consciência.
Para que se possa entender o mecanismo dos sonhos é preciso que antes seja entendido o
papel da percepção, pois tanto o que se vivencia no estado de vigília, quanto em um sonho, em
base, tratam-se de uma mesma coisa, a diferença, talvez, esteja no fator tempo de percepção. Como
a pessoa passa muitas horas em vigília e poucas dormindo, e menos ainda sonhando, então as
vivências do estado de vigília são aceitas como realidade enquanto aquelas oriundas deste estado
não são levadas em consideração, mas se ocorresse o inverso, então, o sonho seria a realidade e este
estado que chamamos de realidade seria um sonho.
O mundo de uma pessoa existe onde se focalizam as suas percepções; quando desperto o
mundo é o que ela vê, sente, detecta, e no sonho o plano de percepção é diferente, mas não o
processo. Na verdade para o sonhador as imagens oníricas compõem um mundo tão real quanto
aquele que chamam de mundo habitual – mundo da pessoa desperta. Não se tratam de dois mundos,
ou de um mundo real e outro ilusório; ambos são de uma mesma natureza – imagens holográficas.
Vamos iniciar com um exemplo que muitas vezes temos usado para ilustrar o papel da mente
e dá consciência. Consideramos como analogia a Mente se fosse um disco fonográfico no qual
todas as expressões de existência estivessem gravadas nele. Por outro lado, a agulha (ou feixe de
laser) como sendo a mente. Assim como a agulha capta uma pequena fração do disco, o mesmo
acontece com a mente, ela (agulha) capta da Consciência, ou seja, uma fração mínima de tudo o que
ali está registrado. Essa fração se constitui a percepção e o que é “extraído” tudo o que constitui o
mundo do ser. Assim podemos dizer que existem miríades de mundos, talvez em número infinito.
Qualquer um pode ser acessado dependendo do ponto em que a mente aborda a Consciência. Tal
como a música do disco, a que está sendo num determinado momento sendo tocada corresponde ao
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ponto em que a agulha está tocando o disco. Mudando-se a posição da agulha outra musica passa a
ser tocada. Na verdade ela não existe, mas é gerada a partir de informações contidas no disco. O
mesmo acontece com referência à Mente e à Consciência. O ponto em que a mente aborda a
Consciência dá origem a percepções que constituem o mundo. Este mundo que consideramos único
não é mais que o resultado de uma captação feita pela mente a partir da consciência. Se ele for
deslocado, o mínimo que seja, haverá consequentemente mudanças da percepção, e ocorrerá como
conseqüência outra realidade passa a existir para a pessoa.
A existência é a Consciência, fora dela Nada existe, portanto qualquer que seja o evento ele
tem origem nela. É algo que é captado na consciência pela Mente, podemos dizer que a nossa
realidade resulta da percepção obtida pela Mente a partir da Consciência. Deslocar esse ponto de
focalização equivale a modificar. 1
Pequenas oscilações da agulha deforma a música, porém se forem grandes pode surgir uma
das outras musicas que estejam gravadas. Pequenos deslocamentos ocasionam pequenas
modificações não suficientes para ser tocada outra música. O mesmo acontece com a percepção, se
o ponto detectado apenas comportar discreta alteração de posicionamento, então o mundo é o
mesmo, apenas apresentando certas nuanças diferenciativas. Isso é o que acontece quando a pessoa
passa por muitas situações tais como, sustos, medos, ingestão de drogas, hipotermia, febre, etc.
Nessas situações ocorre modificação do ponto de sintonia e o resultado são distintas alterações de
percepções que geram ilusões, alucinações, distorções da realidade habitual.
O sonho tem tudo a ver com o deslocamento do ponto de focalização da Mente na
Consciência. Na Consciência tudo está “registrado”, todas as possibilidades estão presentes
independentemente de espaço e de tempo. O momento e o local atual para nós nada mais é do que
um ponto focal captado pela mente no campo da Consciência. Por menor que seja um
deslocamento desse ponto de percepção por certo a realidade será outra. Quando o deslocamento é
mínimo as mudanças são igualmente mínimas, quando grande as mudanças podem ser
inconcebíveis.
No estado de vigília a área de percepção é muito fixa, só permitindo o fluir natural, aquilo
que chamamos de passagem do tempo. Essa relativa fixidez é que permite o sentimento de aqui e
agora, ou seja, do mundo tal como percebemos e pelo que nós consideramos real e mesmo único.
Durante o sonho a fixidez do ponto atenua-se o que permite a ocorrência de deslocamentos e
consequentemente de vivências. Desde que o ponto de sintonia saia de sua posição habitual ocorre a
sintonia de outro ponto e a percepção do que ali estiver registrado. Isto é o que acontece no sonho
comum, há um deslocamento não muito grande que permite distorções do padrão vivencial da
pessoa, mas não ao ponto de representar um mundo totalmente distinto. Em síntese, podemos dizer
que pequenas oscilações do ponto de abordagem da mente geram estados perceptivos distintos,
entre eles o estado de sonho. Não se pode dizer que uma agulha que é deslocada no disco o que é
reproduzido é aquilo que reproduz seja diferente daquilo que estava tocando antes, o novo trecho
musical é tao real quanto aquele. O sonho é um deslocamento do ponto de percepção não muito
distante do ponto original, mas ambas as percepções são similares, pelo que não se pode dizer o que
é percebido no ponto A seja outra coisa, ou uma ilusão no tocante àquilo que é percebido num
ponto B. Por tudo isso se pode afirmar que sonhar é perceber pontos distintos do “É”, ou seja, um
afloramento de outros pontos de registro.
Não se pode dizer que aquilo que é produzido pela agulha ao se deslocar pela superfície do
disco seja uma emissão de natureza diferente daquela que estava sendo emitida antes, o novo trecho
musical é tao real quanto o anterior. O sonho é um deslocamento do ponto de percepção para não
muito distante do ponto original, mas ambas as percepções são similares, pelo que não se pode dizer
que aquilo que e percebido no ponto A seja outra coisa de uma natureza diferente, ou uma fantasia
1
O Nagualismo (Carlos Castaneda) chama o ponto de percepção pelo nome de Ponto de Aglutinação, e
corresponde ao que o Hermetismo chama de Ponto de Percepção ( Ponto em que a Mente aborda a Consciência).
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no tocante àquilo que é percebido num ponto B. Por tudo isso se pode afirmar que sonhar é perceber
em outro ponto, a abordagem de outro ponto da Consciência, mas não se trata de uma fantasia
diferente dessa que consideramos nossa realidade.
É importante saber que esse mundo, mesmo constituído de miríades de coisas consideradas
concretas, não é mais do que uma percepção da mente, e que não há limite para a amplitude do
deslocamento, tudo é uma questão de disponibilidade de energia. Um deslocamento pode acorrer
para outras realidades, outros mundos e serem percebidos como realidades concretas. Eles existem,
não fisicamente, mas potencialmente. Coisa alguma existe fisicamente, essa condição é mais uma
daquela peças que a mente impõe. Por isso o Hermetismo diz que este Universo é Mental. Ele é
gerado pela percepção mental a partir de uma matriz – Consciência – mas nada implica que
inúmeros outros possam vir a existir objetivamente – condição mental. Eles não existem
concretizados, mas como infinitas possibilidades quânticas. Á primeira vista pode parecer entender
isso, mas é fácil se for tomado uma analogia. Existem os programas de redação em computadores,
como, por exemplo o Word da Microsoft. Nenhum escrito está explicito nele, mas mesmo assim ele
pode dar origem a um numero inconcebível de textos distintos. Quantos textos podem ser gerados
por um único programa? – É impossível se ter uma respostas porque tende a infinito o numero de
textos que podem ser gerados. Nesse exemplo a Consciência pode ser comparada com um programa
gerador de textos para o qual não existem limites.
Há muitas condições que podem gerar sonhos, mas sempre o processo é o mesmo, um
deslocamento do ponto de percepção. Assim, um sonho pode ser referente ao passado, ou ao futuro.
Uma faixa já tocada é acessada pela agulha, ou outra que ainda não o foi. Nisso reside a natureza
dos chamados sonhos premonitórios. Na consciência tudo quanto existe está registrado, tudo pode
ser repetido, ou previsto conforme o acesso que for feito.
O que temos dito nesta palestra diz respeito a pequenos deslocamentos, mas isso não que
dizer que deslocamentos muito pronunciados não possam ocorrer. Nesse caso o sonho pode ser
muito mais concreto, muito mais pronunciado e envolver valores incomuns. Ele pode se referir à
existências totalmente fora da faixa habitual. ( Na analogia feita: A música pode ser outra
totalmente diferente da original). O que importa no processo é o deslocamento da percepção. Este
mundo, mesmo constituído de miríades de coisas consideradas concretas não é mais do que uma
percepção da mente, resultante daquilo que existe como informação no ponto focalizado. Outros
mundos muito concretos existem. Não existem fisicamente, mas potencialmente, como algo que
lembra um registro no HD de um computador.
Da forma que mente gera este mundo, por ser o universo uma artifício da Mente (O Universo
é Mental) ela pode gerar incontável número de outros ( Na verdade ela não gera e sim apenas
percebe).
O verdadeiro iniciado sabe como viajar nesses planos, ou seja, como viajar e vivenciar
estando de vigília e também em estados chamados sonhos. Quando o processo é efetivado, o mais
importante é que a pessoa pode se da conta de que está vivenciando, vivendo outras realidades, o
que não acontece num sonho comum, aquele do dia-a-dia. Neste caso ele só tem ciência quando
volta ao estado comum de vigília, mas, com certa prática a pessoa pode saber que está sonhando e
até mesmo assumir o comando das situações como acontece no estado de vigília (No estado de
atenção chamado por Dom Juan de Segunda Atenção.
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SONHO - FANTASIA OU REALIDADE?
“ ONDE VIVES? PERGUNTA O POSSÍVEL
AO IMPOSSÍVEL. E ESSE RESPONDE: NOS
SONHOS ...”
RABINDRANATH TAGORE
1995
TEMA 0.358
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Temos evidenciado que a compreensão sobre o ponto de aglutinação citado seguidamente por Carlos Castañeda tem sido de difícil compreensão
para muitos leitores daquele autor. Na realidade o ponto de aglutinação é um ponto de confluência, situado no corpo energético, dos distintos níveis
de energia psíquica inerente aos estados de consciência da pessoa.
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respeito até mesmo a um mundo. Coisa alguma fica fora da Consciência, ela é o tudo, um infinito e
como tal coisa alguma pode ficar de fora. Em resumo, na Consciência pontos representativos de
todo o universo em todos os planos, vivenciá-los é apenas uma questão de sintonia mental.
Estimulando-se ( o que eqüivale a fazer mudar de lugar ) o ponto energético correspondente
aos níveis de consciência é possível se projetar a consciência para N níveis. Na realidade o que varia
são os métodos de como agir sobre ponto energético segundo o que se pretende obter.
Experiências fisiológicas mostram que estímulo exercido sobre pontos cerebrais obtém-se
inúmeras respostas psíquicas e sensoriais. Por exemplo, se um determinado ponto do cérebro for
estimulado mecanicamente a pessoa pode ter sensação tão real que é incapaz de perceber ser aquilo
algo não real provocado por um estímulo mecânico. Por esse tipo de experiência é possível a
pessoa sentir odores, perceber formas, cores, sensações auditivas e mesmo estados se cólera e de
tranqüilidade, sensações eróticas, etc.
Se, por exemplo, for estimulado um ponto correspondente a um odor a pessoa sentirá aquele
odor de forma não fácil de concluir ser ele provocado por algo real ou simplesmente ser resultante
de um estímulo mecânico cerebral. Agora vale outro ensinamento. Se aquele ponto em vez de ser
levemente estimulado o for com intensidade está sujeito a ocorrer um dano com resultado
definitivo, algo que passa a agir de forma perene e assim a pessoa jamais deixaria de sentir aquele
odor. Isto é valido para qualquer outro tipo de sensação.
O que descrevemos sucintamente sobre estímulos presta-se bem para o entendimento do
que ocorre com referência ao ponto energético. Ao ser estimulado o ponto de convergência (= ponto
de aglutinação) a pessoa vivencia outra realidade, quer em espaço, quer em tempo. Na realidade não
é um deslocamento do ponto energético. Uma pessoa que tenha a capacidade de perceber o corpo
energético vê aquele ponto de confluência nas diferentes situações. Vê que ele como que muda de
posição dentro do campo energético. Na realidade ele não muda de lugar, na realidade podemos
dizer que isso é só aparente, há deslocamento real do ponto de convergência energética e sim níveis
de vibrações que dão uma sensação, pois o que se percebe realmente é a alteração vibratória. Um
nível vibratório corresponde a um estado de consciência, uma vibração diferente corresponde a
outra realidade e assim sucessivamente. No nível em que o ponto energético estiver vibrando ali
está a consciência da pessoa.
Não é raro ter-se percepções de outros níveis de consciência e de registros de memória. Isto
em dado momento aflora parcialmente durante o sono e no estado de virgília é assinalado como um
sonho..
Acontece que os sonhos não são claros exatamente porque as percepções ocorridas durante
o sono são conscientizadas fragmentariamente, afloram segmentos de percepções de situações
diferentes misturados, e mais porque os elementos constitutivos da mente (associação, imaginação,
etc.) entram em ação e assim mascaram a percepção obtida no sonho. Esta é uma das razões pelas
quais os sonhos são alheios aos princípios que regem o pensamento lógico. Via de regra eles
violentam a lógica, a começar pela relação espaço tempo. Estas duas condições têm conotação
totalmente diversa daquelas que ocorrem no estado de vigília. O que uma pessoa considera ilógico
existe se fosse uma nada não se apresentaria como algo, assim podemos dizer que o ilógico também
faz parte do registro geral – Consciência – e por isso pode ser acessado. Uma conseqüência disso é
que aquilo que é lógico ou ilógico não são mais do que pontos de registros na consciência. Resulta
que a lógica é algo próprio de cada posicionamento.
Mas, não são apenas “viagens” que participam na elaboração dos sonhos. Quando uma
pessoa adormece, ela praticamente está no mundo astral e todas as condições que já estudamos a
respeito do astral se tornam presentes. Aquelas situações são rememoradas quando a pessoa volta ao
estado de virgília e então tem a sensação de haver tido um sonho. Assim uma pessoa através do
estado de sono pode ter acesso a diferentes níveis astrais que ela se dá conta como se fosse sonho.
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Num estado de sonho a pessoa pode ter acesso a níveis com escala espaço / tempo
totalmente diversa e assim em certas condições pode ter acesso aos registros do tempo e colher
eventos ainda por acontecerem no mundo objetivo. Neste caso são os sonhos premonitórios.
Por meio dos sonhos premonitórios é que muitas profecias são feitas. O futuro já está
registrado no tempo, ou como preferem chamar os orientais, nos registros akásicos, ou o
Hermetismo registro da Consciência. Aqueles registros podem ser consultados e assim sendo uma
consulta aos registros do tempo – consciência – pode aflorar parcialmente constituindo exatamente
um sonho.
No estado de sonho a mente de uma pessoa adormecida comporta-se num nível abaixo
daquele que ocorre no estado de virgília, muito embora as experiências que ocorrem num sonho
sejam muito mais elásticas desde que no estado de virgília há um enorme condicionamento físico da
mente exercendo uma filtragem, enquanto que no estado onírico a barreia imposta pelo corpo físico
é muito menor, por isso a clareza de consciência é menor do que no estado de vigília.
Concluímos afirmando que sonho não é uma quimera, e sim uma realidade tal qual aquilo
que se vivencia em estado de vigília. O estado onírico se for considerado uma ilusão, o mesmo
acontece com o estado de vigília, afinal o Universo é Mental.
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INTRODUÇÃO À NATUREZA DOS SONHOS
“ NEM SEMPRE ESTÁ DORMINDO
QUEM TEM OS OLHOS FECHADOS”.
1995
T E M A 0.3
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Em todas as épocas o sonhar exerceu grande influência sobre as pessoas. Para uns, é algo
sem significação, para outros é algo tão importante que muitos sonhos foram tidos como mensagens
dos deuses.
Na Bíblia há muitas citações a respeito de sonhos, muitos profetas receberam mensagens
das divindades através deles. Há muitas referências aos anúncios feitos em sonhos pelos anjos
anunciadores, assim aconteceu com o nascimento de Salomão e de Jesus.
Teriam os sonhos importância real? - Certamente, pois na Bíblia está escrito: Quando os
tempos forem chegados, as crianças terão visões e os velhos terão sonhos.
A fisiologia até o momento não pode explicar o que na realidade são os sonhos, apenas ela
consegue detectar quando uma pessoa está sonhando e alguns mecanismos cerebrais inerentes ao
processo, mas de forma alguma o que ele é em essência, contudo através da metafísica no campo do
Unismo isso se torna de fácil compreensão.
Sendo algo muito enigmático, é muito elevado o número de tentativas de explicá-los,
chegando mesmo a existir uma mística inerente aos sonhos. A arte divinatória tem nos sonhos um
dos seus principais suportes operacionais.
Sempre houve os que tentaram interpretar os sonhos. Na Grécia antiga as pitonisas previam
o futuro e adivinhavam os acontecimentos pelos sonhos, tal como faziam também os antigos
sacerdotes da Pérsia.
Para os Cristãos e Judeus e o mais conhecido de todos os sonhos é aquele que José, filho de
Jacó interpretou para um Faraó do Egito. Aquele sonho do Faraó constitui um dos tipos básicos e
classificados como Sonho Profético.
Na psicanálise o sonho tem um papel muito importante haja vista o que disse Freud: “O
sonho é na vida real o que conduz ao conhecimento do inconsciente”.
Os sonhos sempre foram envoltos por uma auréola de mistério, exatamente, não apenas
porque representam um estado de consciência totalmente discrepante do estado de virgília, pois que,
via de regra, são alheios aos princípios que regem o pensamento lógico. São condições que ocorrem
como que fora do espaço-tempo comum. Na realidade é assim, somente a mente objetiva tem essa
conotação de tempo, que vivenciamos no dia-a-dia, mas podemos afirmar que em outros níveis de
consciência se tem uma sensação temporal característica.
Conforme o plano de consciência em que se esteja a sensação de fluir do tempo vai desde o
patamar típico do dia a dia comum até um patamar em que se torna zero ao nível do NADA. Por
isso é que durante o sono a pessoa perde a noção de tempo físico, a noção de cronologia. Sonham-
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se alguns segundos e tem-se a impressão de uma vivência correspondente a horas ou mesmo dias e
meses do estado de vigília. Por outro lado, também cada ponto do “disco da consciência tem escala
temporal própria. Isto é o tampo linear é função do ponto de aglutinação – ponto de detecção da
Mente sobre a Consciência.
Diz a medicina que o sonho é indispensável à saúde mental. Se privar uma pessoa do sonho
por certo a sua mente entra em falência.
Poucos sabem que existem distintos tipos de sonhos como veremos:
• SONHOS DE TENSÕES
• SONHOS PROFÉTICOS
• SONHOS POR PERCEPÇÕES DO ESPÍRITO
• SONHOS POR PROJEÇÕES ASTRAIS.
• SONHOS POR VIVÊNCIA DE OUTRAS REALIDADES (MUNDOS).
A psicanálise admite que seja através dos sonhos que ocorre um extravasamento das tensões
internas. Freud disse que no sonho a mente fica liberta da auto-sensura, e assim se dá vazão aos
impulsos sem as contenções impostas pelo formalismo da vida.
As preocupações geram tensões que fazem com que a mente cerebral torne-se muito ativa
durante o sono. Assim, parte daquela atividade psíquica que ocorre durante o sono aflora em parte
ao nível da consciência de virgília sob a forma de sonho. Via de regra, este tipo de sonho é algo
confuso, incompleto e incoerente. Isso ocorre porque apenas parte daquela atividade é rememorada,
além do mais como ele é formado a partir de fragmentos de várias situações diferentes estruturando
um contexto muitas vezes sem segmento lógico algum. Portanto, o principal motivo do aspecto
confuso apresentado pelos sonhos resulta da ação de filtro exercido pela auto-sensura que apenas
deixa aflorar no estado de virgília apenas parte daquela atividade.
Somente aquilo que não envolve um grande conflito para a consciência moral é que aflora, o mais
fica totalmente bloqueado a nível de subconsciente. O filtro da censura, mesmo com a pessoa fora
do estado de virgulais, somente deixa passar fragmentos esparsos do contexto, por isso é que os
sonhos geralmente são confusos.
Indubitavelmente um dos tipos de sonho é este: sonho de extravasamento da tensões. Ele
nada mais é do que um afloramento de condições que no estado de vigia é contido pela censura
pessoal.
A dificuldade de muitos analistas é o não admitir que existam outras razoes, outros
processos que se manifestam como sonho. É o querer que tudo seja tão somente um
extravasamento do conteúdo inconsciente da pessoa. Nisso praticamente é que se baseiam algumas
linhas de psicanálise. A psicanálise estabelece como norma de tratamento a utilização dos sonhos
no sentido de tornar a pessoa consciente daquilo que está reprimido dentro dela. Dormindo a auto-
sensura rompe-se em parte deixando aflorar o problema como sonho aquilo que estava reprimido
em níveis profundos da mente cerebral e que era a causa de algum distúrbio somático ou de
conduta.
Por isso para Freud o sonho seria uma tentativa da mente de realizar um desejo que no
estado de vigília, ou está contido por uma série de fatores, especialmente pela censura. De forma
alguma negamos isso, apenas queremos salientar que tal representa apenas um dos tipos possíveis
de sonho.
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Neste grupo situa-se grande parte dos sonhos eróticos. Para a psicanálise o sonho erótico
nada mais representa do que o afloramento das repressões exercidas sob a sexualidade. As religiões
sempre exerceram grande repressão à sexualidade por várias razões. Algumas delas estudamos na
palestra A MÍSTICA MATRIMONIAL. Assim se estabelece a censura moral para impedir que a
pessoa utilize-se da sexualidade de forma indiscriminada. Parece ser isso uma imposição
prejudicial desde que ela pode ser fonte de distúrbios. Mas Queremos dizer que mais sério é a
liberdade sem limites como veremos depois. Mas, por outro lado a sexualidade pode servir de
mecanismo para sonhos projetivos.
Se a liberdade sexual por um lado diminuiria as tensões, por outro lado ela ocasiona
seríssimos problemas para a pessoa, não apenas a nível social como especialmente a nível
energético.
Na temática referente às repressões de natureza sexual deve ser considerado tudo aquilo
que já ensinamos sobre a Energia Sutil.
Mas queremos dizer que nem sempre um sonho erótico representa um afloramento de uma
repressão sexual, pois existe outro mecanismo que estudaremos numa palestra futura desta série e
que é algo bem diferente e que está sujeito, a ser perigoso.
SONHOS PROFÉTICOS:
Na Mente Cósmica – Consciência – tudo quanto há ou que possa vir a ser já existe e aquilo
que chamamos mente individual nada mais é do que uma parcela daquela. Assim sendo na
consciência já está o presente, o passado e o futuro. Por tal razão é possível em determinadas
situações a pessoa ter acesso a um nível que ela pode ter ciência até mesmo daquilo que ainda não
se manifestou cronologicamente no seu mundo. Esse tipo de acesso à mente atemporal é possível
mesmo no estado de virgília, porém é mais comum durante o sono quando há o silencio do diálogo
interno, quando há contenção do pensamento.
“ O pensamento é como um caçador ” disse o M. G. que está a todo tempo se movendo de um
lugar para ouro, permanentemente espreitando. No estado de virgília a pessoa permanentemente
está com a mente em grande atividade sob a forma de pensamentos. À cada segundo o pensamento
muda de um lugar para outro, de uma coisa para outra, de uma circunstancia para outra. A pessoa
tem um tagarelar interno permanente e isso constitui a primeira grande dificuldade ao acesso a
níveis mais elevados de consciência. Durante o sono o diálogo interno é atenuado acentuadamente e
assim torna-se mais fácil a pessoa ter acesso aos planos mais altos da sua natureza cósmica.
Abordando a Centelha Cósmica inerente à cada pessoa é possível se ter acesso ao futuro e
isso pode aflorar como um sonho. Aquilo que consideram realidade habitual é apenas um dos
incontáveis posicionamentos – registros – de afloramento daquilo que existe na Consciência. Na
realidade quando tal acontece trata-se de uma visão além do tempo cronológico. Tudo já existe na
consciência, por isso é bastante uma consulta aos registros da consciência para que ocorra é
provável a antevisão do futuro. A abordagem de distintos pontos da Consciência é mais fácil de
ocorrer em estado onírico do que no de vigília.
Quando a pessoa tem acesso aos registros do tempo, que é parte de sua própria natureza,
durante o sono ela ao acordar, ao voltar ao estado de virgília tem uma sensação exata de haver tido
um simples sonho.
A mente tem um escudo protetor natural que protege a pessoa contra grandes perigos
inerentes aos sonhos como estudaremos em outra palestra. Esse perigo diz respeito à identificação
que pode ocorrer não apenas no estado de virgília como também no sonho. No estado de virgília a
pessoa vive sem consciência de si, vive quase todo tempo identificado com as tensões, com aquilo
que lhe chega pelos canais dos sentidos. Praticamente só em poucos momentos a pessoa está
consciente de si. Durante o sonho ocorre exatamente o contrário, a pessoa mesmo que normalmente
não esteja consciente de si mesmo assim ela assiste a coisa como um espectador.
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Durante séculos o homem se recusou a aceitar o sonho como coisa de sua autoria. Ao
sonhar a pessoa tem a impressão dele ser apenas um espectador de seu próprio sonho, e só rara e
vagamente ela percebe como se fosse uma produção pessoal, algo à semelhança de um filme em
que ele é um espectador. Mesmo que ele seja um dos personagens naquele episódio do sonho
mesmo assim ele sente-se como se fosse um mero espectador.
Em tema futuro veremos uma situação muito séria exatamente quando em vez de for um
espectador a pessoa se identifica com o próprio sonho. Quando isso ocorre podemos afirmar, por
razoes que estudaremos numa próxima palestra, existe uma situação real de perigo. Para a
psicanálise o sonho é uma produção da pessoa embora a sensação de quem sonhou do sonhador seja
o oposto disso. Ele tem a sensação de haver sido algo que ele apenas assistiu, mesmo que haja sido
um dos personagens.
Outro ponto que merece consideração diz respeito à linguagem dos sonhos. Em uma
palestra anterior em que tratamos de outros mundos dissemos que a linguagem de comunicação
entre o mundo físico e o mundo hiperfísico se processa tem como expressão a linguagem simbólica.
São os símbolos que servem de linguagem entre diferentes mundos. Assim, o conteúdo onírico tem
grande percentual de símbolos.
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SONHOS PERCEPTIVOS
“ OS SONHOS ENQUANTO DURAM
SÃO UMA VERDADE ”.
ALFRED TENNYSON.
1995
T EM A 0.359
Quando a pessoa adormece há uma atenuação da ligação entre o espirito e o corpo. Assim
sendo o espírito como que viaja para lugares distantes. Na realidade ele não faz viagem alguma, o
que ocorre é um afloramento da consciência para além do lugar onde está o corpo físico. Há
projeção da consciência, mas não num nível tão intenso que ela se projete num outra dimensão,
num outro plano, ou mundo.
Sendo assim é como se fosse uma viagem na própria terra.
Em tal situação o espirito visita lugares e torna-se ciente de um mundo de coisas. Quando a
pessoa desperta tem lhe afloram as lembranças de tudo o que percebeu. É claro que a lembrança é
incompleta, ele recorda fragmentariamente e muitas vezes um fragmento de uma “viagem” se une
ao de uma outra tornando o sonho um tanto incoerente.
Dissemos que o espirito viaja quando a pessoa está dormindo, na realidade não é bem uma
viagem física e nem um deslocamento físico. Na realidade é um afloramento da consciência em
outros níveis, mas sempre dentro do plano terreno. Há um afloramento nesse mesmo mundo porque
e não em outro como acontece no quarto tipo de sonhos. Como veremos na próxima palestra, a
consciência pode aflorar num nível de consciência alem do mundo em que estamos, isto é, num
outro mundo com uma realidade totalmente diferente desta que Vivenciamos na matéria densa, ou
seja, o afloramento pode ser numa outra oitava, numa árvore da vida diferente da nossa.
Agora faremos algumas observações quanto a algo de real importância que é o ponto de
convergência energética. Na próxima palestra nos aprofundaremos mais no estudo desse item, mas
anteciparemos um pouco afim de que esta palestra possa ser mais bem compreendida.
O ponto de convergência energética – Ponto de Sintonia da Mente sobre a Consciência) – é
aquele representativo do nível de consciência do ser. Na realidade não se pode falar de uma
representação espacial mesmo que de natureza energética. Será melhor dizer que é um ponto
energético apenas. Mas quando percebido é como se houvesse uma área energizada em torno da
pessoa e dento dela presente um ponto de concentração de grande intensidade energética.
Quando uma pessoa habilitada observa o corpo energético percebe alguns vórtices de
energia. Existem 7 vórtices que são os denominados chacras. São pontos que poderíamos
analiticamente chamados de “plugs”, pontos por onde a energia penetra ou sai do corpo. Também é
possível serem visualizados outros 7 vórtices que são os centros psíquicos. Há correspondência
entre cada um destes pontos um determinado órgão físico. Analogicamente podemos compará-los a
“antenas”, pontos em que não é energia em si, mas por onde através da energia as mensagens
adentam o corpo.
Mas além desses l4 pontos, existe mais um que poucas pessoas percebem sendo por isso
pouco citado. Trata-se de um de um ponto para onde há uma convergência das forças inerentes aos
14 vórtices. É um ponto bem menos conhecido que os chacras e centros psíquicos embora tenham
importância maior que qualquer um dos l4 existentes.
14
Todos os l4 pontos convergem para um ponto energético único. Numa visão espacial
daquele ponto pode-se o percebes com diferente grau de intensidade energética assim como a
ocorrência de mudanças de posição.
O “lugar” do corpo energético em que o ponto de convergência se situa depende da natureza
vibratória dos l4 canais. ( chacras e centros psíquicos.) De conformidade com o grau e o nível de
consciência da pessoa ele pode estar num ponto ou noutro.
É a partir do ponto de convergência que se estabelece o comando de todo o organismo,
incluindo, por absurdo que possa parecer, o plano de existência do ser. O viver no plano denso, na
terra, é função de um comando que surge a partir do ponto de convergência. O que parte dali é que
através dos corpos intermediários funciona como modelo organizador biológico. Dali provém o
estado de consciência e o comando de toda a estrutura orgânica.
Qualquer modificação que ocorra no ponto de convergência resulta em algum tipo de
alteração sobre o corpo denso e vice-versa. Disto resulta que através de praticas mistificas podem
ocorrer manipulações do ponto de convergência havendo como resultado uma gama imensa de
conseqüências.
Muitas praticas existem que permitem quer sejam alterações na intensidade, quer alterações
na aparente localização espacial do ponto de convergência. Na realidade tudo isso nada significa do
que alterações no nível de vibração pessoal. Tudo o que modifique a resultante vibratória de uma
pessoa por certo altera também a localização do ponto de convergência e isso determina reflexos
imensos sobre o organismo.
Num sonho perceptivo é possível se visualizar quando ocorre alguma alteração na
intensidade do ponto de convergência e também quando há algum deslocamento (voltamos a insistir
que não há realmente um deslocamento real e sim uma exteriorização superficial que parece ser um
deslocamento. Isto na essência, no sentido prático, não faz diferença alguma, por isso pode-se
aceitar como deslocamento).
Num sonho perceptivo se for visualizado o ponto de convergência ver-se-á a ocorrência
somente de pequenos deslocamentos. Nisto difere dos sonhos projetivos (estudados na palestra
seguinte) em que o deslocamento é acentuado. Em decorrência do deslocamento pequeno, as
modificações do ponto de afloramento da consciência situa-se dentro do nosso plano existencial,
portanto é como se apenas houvesse ocorrido simplesmente uma “viagem” da qual a pessoa ao
acordar tem recordações parciais.
Quando há deslocamento para planos astrais geralmente é alcançado apenas o mundo astral
mais próximo do plano material.
Nesse nível de sonho, ou seja, nesse nível de afloramento da consciência, a pessoa pode
perceber coisas, assistir, participar de eventos, auxiliar, aprender e ensinar. Muitos conhecimentos
apresentados por pessoas, até mesmo descobertas científicas ocorrem por esse canal.
Pelo que dissemos antes sim é que a Bíblia refere:
“Deus fala uma vez, e segunda vez não repete uma mesma coisas. Por sonho
de visão noturna, quando cai sopor sobre os homens, e estão dormindo no seu
leito, então abre os ouvidos os homens, e admoestando-os lhe adverte o que
devem fazer”. Bíblia, Jó, 33-14.
O que vamos revelar agora tem muito significado. Um estado de sonho pode ocorrer
espontaneamente, automaticamente, ou pode ser induzido mediante determinadas práticas. Portanto
a própria pessoa pode induzir os seus próprios sonhos e deles tirar proveitos. Mas, por assim agir
ela está sujeita a também ter sérios prejuízos espirituais.
15
O trabalho desenvolvido pelos adeptos da projeciologia ocorre nessa área. Basicamente eles
se projetam acordados, mas pode ocorrer também através dos sonhos, seria melhor dizer que
recordados como sonho.
Mas, como toda moeda tem duas faces, ou seja, em decorrência da lei da polaridade,
pessoas maldosas podem mesmo dormindo prejudicar outras pessoas e isso é possível de ser
rememorado como um sonho.
Não é raro uma pessoa sonhar e saber que aquilo tudo não passa de um sonho e assim até
mesmo assim comandar, e se deslocar pela ação do querer. Mas, então esse tipo de sonho já está no
limiar do quarto nível, que estudaremos na palestra seguinte, e que é perigoso porque está sujeito a
ocorrência de situações sobre as quais é possível a pessoa não ter controle, ou por incapacidade de
conhecimentos ou por carência de sutil.
Um dos problemas mais simples que ocorrem quando desses sonhos, com ciência de que se
está sonhando, é a possibilidade de sugestionar outras pessoas. Na história da humanidade existiram
pessoas altamente habilitadas para usarem esse tipo de sonhos visando à consecução de seus
propósitos pessoais. Conhecem-se pessoas que usam isso como uma forma de magia para
condicionar paixões e coisas assim; para induzirem pessoas a fazerem determinados negócios; para
conquistas amorosas e muito mais.
Por existir tal possibilidade é preferível que a pessoa simplesmente deixe o sonho evoluir
naturalmente e evitar tomar decisões, pois todo prejuízo que possa causar, todos os transtornos que
possa motivar, mesmo ocorrendo numa situação que e a ela parece um mero sonho, por ter um
reflexo na vida real, por certo ela terá que responder carmicamente.
Uma coisa que normalmente as pessoas menos afeitas aos conhecimentos místicos ignoram
é que o mundo dos sonhos é tão real quanto este que Vivenciamos no estado de virgília. No mundo
onírico o que parece irreal é este mundo que estamos. Quando uma pessoa sonha e sabe que está
sonhando aquele mundo parece-lhe mais real que esse que vivenciamos quando no estado de
virgília.
Quando uma pessoa sonha e sabe que está sonhando o seu nível de consciência é no mínimo
o quarto, aquele correspondente ao estado de virgília.
Queremos salientar e dar maior ênfase ainda à afirmativa de que os sonhos podem ocasionar
sérios transtornos e por isso a pessoa por certo será responsável por tudo o que determinar, mesmo
no estado de sonho consciente. Assim deve-se adormecer sem pensamento preso em negatividades.
O adormecer deve ser um momento um tanto sagrado, um momento de recolhimento e de prece
verbalizada ou mentalizada. Não se deve brincar com os sonhos do terceiro e quarto nível porque a
pessoa fica sujeita a sérios transtornos. Não é sem razão que está escrito na Bíblia:
“Porque os sonhos tem feito extraviar a muitos, que caíram, por terem posto
neles a sua confiança”: Eclesiástico, 34-7.
16
SONHOS BÍBLICOS
“ ONDE VIVES? PERGUNTA O POSSÍVEL
AO IMPOSSÍVEL. E ESTE RESPONDE: NOS
SONHOS DOS IMPOTENTES “
RABINDRANATH TAGORE.
1995
T E M A 0.3 6 1
O que falamos a respeito de sonhos nas palestras anteriores pode parecer um amontoado de
informações sem quaisquer sentidos, mas na verdade há um substancial embasamento tanto se
forem analisados pelo prisma científico quanto religioso. Não é somente a psicanálise que tem
grande parte da sua metodologia baseada na análise dos sonhos.
Os profetas e iniciados de muitas doutrinas basearam-se muitas vezes em sonhos. Nos livros
sagrados o sonho é mencionado amiúde quer norteando os profetas, quer estabelecendo normas de
conduta para o povo.
Como no mundo ocidental o livro sagrado básico é a Bíblia vamos por isso analisar as
principais sonhos nela citados.
Os sonhos do tipo perceptivos são mencionados na Bíblia muitas vezes. Como dissemos
numa palestra anterior o mais citado é que foi interpretado por José, filho de Jacó, sobre um sonho
que tivera o Faraó sobre 7 vacas gordas e 7 vacas magras. José interpretou como sendo 7 anos de
fartas colheitas seguidas de 7 anos de penúria que viria a ocorrer.
Aquele sonho do Faraó foi do tipo perceptivo. Por ele o rei estava recebendo um aviso de
que viria a ocorrer 7 anos de fartura e 7 anos de penúria, simbolizados por 7 vacas gordas que eram
devoradas por 7 vacas magras. Como podemos ver, tratava-se de um sonho de percepção de algo
ainda por ocorrer, logo aquele sonho foi do tipo premonitório, profético. Como o sonho se
manifestou através de uma linguagem simbólica o Faraó não o compreendeu pelo que necessitou
de José para interpretá-lo.
No caso citado antes, José interpretou um sonho tido pelo Faraó, mas anos antes ele mesmo
havia tido um sonho profético que contou para seus irmãos”·.
Parecia-me que atávamos no campo os feixe, e que o meu feixe como que se erguia, estava
direito, e que os vossos feixes, estando em roda, se prostravam diante do meu feixe.
Neste sonho José anteviu o futuro através de um sonho que mostrava que ele chegaria uma
posição de superioridade sobre os seus irmãos, que chegou a ser superintendente do Egito e os seus
irmãos sem reconhecê-lo prostram-se diante dele.
Trata-se neste caso de um sonho perceptivo de conotação profética. José percebeu o que
iria acontecer de uma forma simbólica. Os símbolos são a forma de linguagem mais comum dos
sonhos perceptivos. Também é um sonho profético, pois dizia respeito uma situação que viria a
acontecerão.
17
Ainda na Bíblia são citados os sonhos dos prisioneiros e interpretados por José. O capitulo
40 versa sobre os sonhos dos prisioneiros, companheiros de infortúnio de José: José previu pelo
sonho do Copeiro que este seria posto em liberdade três dias depois e que seria reconduzido à sua
função no palácio. Interpretando o sonho do padeiro previu que este seria decapitado três dias
depois. Foram sonhos perceptivos e proféticos. José percebeu o sentido e previu o futuro.
No capítulo 42 é descrito o sonho do Faraó e a interpretação dada por José. Este sonho é do
tipo perceptivo e premonitório, profético.
No cap. 40-8 há uma clara referencia à natureza divina de alguns sonhos como evidencia a
seguinte referência a José : “Porventura não pertence a Deus a interpretação?”- É uma afirmativa
de que uma pessoa pode ter acesso às determinações divinas através de sonhos. Neste caso o sonho
pode ser do tipo projetivo.
Na Bíblia em Números, cap. 12 - 6 diz Deus de Israel: “Se entre vós algum é profeta do
Senhor, eu lhe aparecerei em visão, ou lhe falarei em sonhos, mas não é assim a respeito do meu
servo Moisés, o qual é fidelíssimo em toda a minha casa; 12-8 porque a ele eu falo face a face; e
ele vê o senhor claramente e não sob enigma...
Vemos por essa afirmativa que é possível tanto à força inferior quanto à FORÇA
SUPERIOR se manifestarem visualmente ou através de sonhos.
Em Gênesis 20-3 “Mas Deus apareceu de noite em sonhos a Abimelec, e disse-lhe: Eis que
morrerás por causa da mulher que roubaste, porque ela tem marido”.
Em Deuteronômio 13-1 “Se, se levantar no meio de ti um profeta, ou alguém que diga que
teve um sonho, e predisser algum sinal ou prodígio, e suceder o que ele anunciou, e te disser:
Vamos e sigamos os deuses estranhos que não conheces, e sirvamo-los não ouvirás a palavra de
tal profeta ou sonhador, porque o Senhor vosso Deus vos pões à prova, para se tornar manifesto...”
Aquele profeta ou inventor de sonhos será posto à morte, porque vos falou para vos afastar do
Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da escravidão.
Vemos que pelos sonhos uma pessoa está sujeita a ser enganada por forcas opostas.3
Em Samuel 28-6 : “...Consultor o Senhor, o qual não lhe respondeu nem por sonhos, e nem
por sacerdotes, e nem por profetas.”
Neste caso é Saul que quer saber sobre os filisteus. A referência bíblica deixa claro que Saul
poderia ser atendido no seu desejo através de sonhos. Como não obteve a informação desejada ele
mandou buscar uma necromante para invocar o espirito de Samuel e deste obter uma resposta. O
versículo mostra que não apenas através de sonhos mas também através de invocação de espíritos
isso é possível.4
Bíblia - REIS 3-4 “Apareceu o Senhor a Salomão, em sonho, de noite, dizendo: Pede-me o
que quiseres...
JUIZES 7-13 - Sonho profético de Gedeão.
Bíblia Gênesis 31-24 “... Viu em sonhos Deus , que lhe dizia: Guarda-te de dizer contra
Jacó alguma palavra áspera”. Referência a um sonho de Labão em que o Deus de Israel protegia
Jacó.
DANIEL 2 - Refere-se a sonho profético interpretado por Daniel para o rei Nabucodonosor.
Bíblia - Daniel 1- 19. Daniel tem uma visão durante o sono. Os sábios da Babilônia não
conseguiram interpretar o sonho mas Daniel sim. Desta forma ele evitou ser morto pelo que rei
bem como todos os sábios da Babilônia que não haviam interpretado o sono do rei.
Sonho de percepção premonitório.
3
Nesta palestra estamos mencionando alguns versículos da Bíblia que mostram que os sonhos não são fantasias da mente e sim um meio de
comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual. Não estamos indicando qual a força referida nas diversas citações. Pelo que já
estudamos a respeito do terceiro interesse é fácil distinguir QUEM é QUEM.
4
Na Bíblia em II SAMUEL fala das promessas feita pelo deus dele que se intitulava senhor dos exércitos.
18
Mateus 1-20 “ ... andando ele com isto no pensamento, eis que um anjo do Senhor lhe
apareceu em sonhos, e lhe disse; José, filho de Davi, não temas receber em tua casa, tua esposa,
porque o que nela foi concebido é do Espirito Santo. 1-21 Dará a luz um filho, ao qual porás o
nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados...
Referencia aos sonhos ligados as nascimento e Jesus e aos Reis Magos. O Poder Superior
falou através de um sonho a José, esposo de Maria anunciando a vinda de Jesus.
Mateus 2-12 Os Reis magos “...e avisados por Deus em sonhos para não retornarem a
Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra.
Sonho perceptivo dos Reis Magos a respeito das intenções de Herodes contra Jesus.
Atos dos Apóstolos. 2-17 - E acontecerá nos últimos dias que eu derramarei o meu Espirito
sobre toda a carne; e profetizarão vossos filhos e vossas filhas, e os vossos jovens terão visões, e os
vossos anciãos sonharão....
Em Jó 33-14: Deus fala uma vez, e na segunda vez não repete uma mesma coisa. Por sonho
de visão noturna, quando cai sobre os homens, e dormindo nos seus leitos, então abrem os ouvidos
dos homens, e admoestando-os lhes adverte o que devem fazer Jó.
Neste versículo o sonho é classificado diretamente como sonho de visão.
Jó: - No horror duma visão noturna, quando o sono costuma ocupar os sentidos do homens
assaltou-me o medo, e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram. E, ao passar diante de mim
um espírito, os cabelos da minha carne se arrepiaram. Jó 4.13.13.15 Parou alguém diante de mim,
cujo rosto eu não conhecia, um vulto diante dos meus olhos, e ouvi uma voz como de grande
viração.
Eclesiástico 347 “Porque os sonhos têm feito extraviar a muitos, que caíram, por terem
posto neles a sua confirmação.
Esta referência é muito importante porque mostra que há possibilidade de males decorrentes
de sonhos. Na realidade os sonhos projetivos envolvem relações com seres de outros planos de
existência, quer de nível inferior quer de nível superior. Evidentemente é muito mais fácil o
contacto com formas de existências de oitavas inferiores do que superiores porque neste caso há
necessidade de grande quantidade de energia sutil enquanto na outras situação é muito mais fácil a
pessoa dispor da energia necessária.
Em decorrência da possibilidade do deslocamento da consciência para outros níveis é que
reside o perigo citado na Bíblia. O perigo é a pessoa ter o ponto de manifestação da consciência
transferido através dos sonhos para um nível inferior e voltar envolvido com as influencias
negativas daqueles mundos. Pior ainda é ela ir àqueles planos e depois não ter a suficiente
quantidade de energia para voltar, neste caso, como já dissemos antes, a mente fica retida naqueles
mundos enquanto a estrutura física permanece neste mundo.
O que dissemos é evidente em muitos casos de alienação mental, é o caso de muitos
alienados que existem no mundo. Muitas vezes quando a consciência pessoa retorna de um daqueles
planos, em decorrência das tremendas discrepâncias das escalas de valores existentes entre os
planos de oitavas ( “ árvores ” ) diferentes, ela passa a ter comportamento anômalo. O “choque” de
valores faz com que a pessoa mude totalmente a sua maneira e de conformidade com o plano para
onde ela se desloque e piorar, a manifestar qualidades negativas o que antes não fazia.
O que dissemos antes explica o sentido da citação bíblica: “...porque os sonhos têm feito
extraviar a muitos”...
Esse mecanismo do sonhar é muito parecido com aquele que atinge pessoas que fazem uso
de drogas psicoativas tóxicas. Eles fazem a “viagem” através de drogas que alteram a capacidade
preceptiva mas que não fornecem suficiente energia para elevar o padrão vibratório da pessoa. São
drogas que apenas rebaixam o padrão, o que significa que ela apenas leva a pessoa para algum dos
mundos inferiores e o que é pior muito delas não tem energia suficiente para que a mente da pessoa
19
volte integralmente ao plano normal de existência. Como não há energia suficiente e na maioria das
vezes nem sequer propósito positivo algum, então, com certeza a consciência se projeta via em
algum dos “palácios da impureza”, em algum dos planos dos mundos inferiores onde passam a
sofrer influencias ou mesmo podendo a chegar a ser totalmente dominado por forças negativas.
Muitas vezes não há a energia suficiente para trazer de volta o foco da consciência e como resultado
fica preso e cuja decorrência a pessoa passa a se apresentar na terra com um nível maior ou menor
de alienação.
O que acabamos de dizer refere-se a um grau muito intenso de deslocamento mental através
dos sonhos mas às vezes alguma mudança de caráter pode ocorrer em decorrência de fantasias
própria de níveis subconscientes da própria pessoa. Neste casos trata-se do primeiro tipo de sonho
no primeiro tipo de sonho, daqueles em que o sonho nada mais é do que um afloramento de
condições contidas nos planos mais profundos da mente da própria pessoa, de algo reprimido pela
auto-sensura.
Libertos que sejam sentimentos reprimidos a pessoa pode mudar de conduta e sendo assim
atender à citação bíblica mencionada antes.
Os sonhos têm contribuído positivamente até mesmo no desenvolvimento da civilização.
Muitos pontos do desenvolvimento cultural e cientifico da humanidade foram direcionados por
sonhos. Para não nos estendermos muito vamos citar apenas, na área científica, dois nomes.
Kekulé, pesquisador da química inorgânica, descobriu o ciclo benzênico através de um sonho. Ele
procurava construir a cadeia dos compostos orgânicos sob forma linear. Essa tentativa se estendia
por muito tempo até que uma vez ele sonhou com uma serpente mordendo a própria cauda
formando um circulo e a serpente se transformava numa cadeia de átomos. Então, ao acordar
Kekulé fechou a cadeia linear de átomos de carbono formando assim o núcleo benzênico. Disto
derivaram todas os conhecimentos básicos do que resultou o surgimento da química orgânica. Sem
isso a química orgânica não teria se desenvolvido e o mundo seria totalmente com diferente, o
desenvolvimento do mundo teria ficado estagnado.
Outro exemplo é o de Singer. Este inventor tentou por muito tempo descobrir uma máquina
para costurar e não conseguia porque tentava construí-la com uma agulha comum em que o orifício
por onde é introduzido o fio se localiza na base. Foi quando através de um sonho ele viu que o
orifício deveria ser colocado na ponta da agulha e não na base como acontecia com a agulha de
costurar de mão. Baseado na visão do sonho ele conseguiu construir a primeira máquina e desde
então o progresso na área foi acelerado imediatamente.
Com essa série de temas referente aos sonhos acreditamos haver deixado um tanto mais
claro a importância que eles apresentam. Na realidade os sonhos não são apenas fantasias e nem se
deve dar a eles apenas um sentido simbólico . Bem mais que isso, muitos sonhos são portais para
outros planos de realidade por isso devemos ter cuidados especiais quer na análise quer na
condução dos próprios sonhos.
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SONHOS PROJETIVOS
“ GUARDA-TE DE SONHAR. O SONHO
É A SEIRA DAS ALMAS: ANTA, CHAMA,
VAMOS E NÃO VOLTAMOS ”.
GUSTAVE FLAUBERT
1995
T EM A 0.360
5
- Carlos Castañeda chama “ponto de Aglutinação”. Na realidade é um nome bem escolhido porque é o ponto em que a natureza da
consciência da pessoa está reunida, como que aglutinada. Chamamos indistintamente “ponto de convergência”, ponto de representação
energética”, ponto de convergência vibratória” São apenas palavras diferentes para representar uma mesma coisa.
21
Temos ensinado que o grau do espírito está relacionado com o seu de vibração, que dos atos
e da maneira de ser estabelece-se uma resultante vibratória típica. Agora queremos salientar que
aquela resultante vibratória está assinalada nos corpos intermediários, isto é, em nível de corpo
energético.
Dissemos, numa palestra em que tratamos de mundos paralelos, que, desde que a sintonia de
um plano entre em batimento de onda com a de outro é possível até mesmo a ocorrência de
transposições físicas. Falamos de casos de desaparecimentos fantásticos, assim como do
aparecimento de coisas e até mesmo de seres no nosso mundo.
O ponto de convergência está mais ativo na pessoa quando em estado de virgília. Quando
ela adormece há um bloqueio do dialogo interno, do tagarelar do pensamento e assim as amarras
que ancoram o ponto de convergência tornam-se menos intensas e, deste modo, com mais
facilidade, aquele “elástico” puxa o ponto para outro nível. Automaticamente a consciência aflorará
no nível correspondente.
Quando em temas anteriores falamos em da consciência dissemos que é mais fácil uma
projeção de cima par baixo do que de baixo para cima, isto é, mais fácil do energético para o físico
do que o inverso. Disto advém que é mais fácil um deslocamento do ponto de convergência para
localizações correspondentes aos planos inferiores da mente do que para planos superiores. É bem
mais fácil se reduzir uma freqüência do que aumentá-la. Para diminuir há eliminação de energia e
para aumentar é preciso incrementar energia. Energia para isso é a energia sutil e, como já vimos, o
universo material não é muito pródigo desta energia. Nestas condições, durante o sono é muito
comum uma pessoa ter a consciência projetada não apenas no mundo material, como dissemos no
tema anterior, mas também num outro mundo, num plano fora do plano material. Isto envolve um
tremendo perigo porque é provável que a consciência seja projetada num nível inferior, numa oitava
inferior o que corresponde a um dos mundos infernais.
A rigor isso nem pode ser chamado de sonho se assim é chamado é porque a pessoa tem a
sensação de haver sonhado, na maioria das vezes de haver tido um pesadelo.
A pessoa que tem tendência a esse tipo de sonho via de regra está sonhando e sabe que está
sonhando. Num caso assim ela está dormindo fisicamente, mas está no quarto plano de consciência,
no plano de virgília.
Quando falamos que a virgília é o quarto nível; dissemos que o primeiro eqüivale ao coma,
o segundo ao sono fisiológico, o terceiro ao do sonho. Na realidade não dissemos que o primeiro é o
coma, e assim por diante dissemos que o nível de consciência eqüivale àquele nível. Vale salientar
isso porque uma pessoa dormindo pode ter a consciência desperta do quarto nível, do quinto ou até
de outro mais elevado.
O estar dormindo diz respeito a uma condição fisiológica. Por isso na condição dormindo
fisiologicamente a consciência pode estar bem desperta. Isso acontece quanto uma pessoa está
dormindo, e está sonhando e sabe que aquilo é um sonho. É um estado pouco comum, mas de forma
alguma raro. Não podemos afirmar que isso seja uma vantagem real porque é nesse estado que a
pessoa está mais sujeita a se envolver com mundos altamente negativos. No sonho normal é mais
difícil haver o envolvimento, pois a identificação é menor, mas quando se está sonhando e se sabe
que aquilo é um sonho o nível de consciência está muito mais ativo e por conseqüência ele pode se
identificar com muito mais intensidade com aquilo que esta “sonhando”. 6
A pessoa que perceber que está diante de uma situação em que tenha consciência que está
sonhando o primeiro cuidado que ela deve ter é não seguir seja lá o que for, pois ele com certeza
está pisando em “terreno minado” num estado em que as leis físicas e morais são diversas e que isso
torna a pessoa altamente vulnerável.
6
- Para os que desejarem detalhes sobre o que acabamos de citar recomendamos a leitura do livro de Carlos Castañeda “A ARTE DO
SONHAR”. Tudo aquilo que lá está descrito é real e muito mais ainda. Vale salientar que em nenhum momento o autor deu a entender que
tudo aquilo não eram simplesmente outros mundos e sim que todos eram mundos inferiores, os chamados na Cabala de Palácios da
Impureza”.
22
Muitos magos, feiticeiros, místicos e pessoas ingênuas têm se deixam envolver, tem se
identificado com aquilo que vê e se deixa envolver até um nível de ser dominado totalmente. Num
caso assim o retorno é difícil e podem haver situações em que o espírito fique preso num daqueles
mundos por milênios. Terá o mesmo problema de um ser dos palácios da impureza para voltar a
encarnar na terra.
Os seres que têm existência naqueles níveis fazem de tudo para reter a pessoa, pois ela serve
como ponte energética, serve de elo entre os dois mundos, através do que eles captam energia sutil.
O mundo quanto mais inferior menos dispõe de energia sutil, assim para os seres dos
palácios da impureza um elo com a terra, uma ponte é importante para a captação da energia sutil. E
através da consciência dos seres aprisionados que eles podem colher energia. Como são seres
conscientes, mesmo que diabólicos, eles lançam mão de mil laços para fisgar a pessoa. Podemos
afirmar que diariamente um grande número de espíritos encarnados na terra por esse meio, ou por
outros, tornaram-se “prisioneiros” dos planos infernais. Por isso é importante o lado sagrado do
local em que se dorme. É muito perigoso se pernoitar em ambientes desconhecidos, especialmente
em motéis e outros lugares em que ocorrem manifestações instintivas. Quando por alguma razão a
pessoa tiver que dormir num lugar assim deve fazê-lo buscando escudos protetores. Para a pessoa
que não sabe criar uma defesa psíquica é totalmente uma oração sincera, um pedido aos senhores do
bem ou, como muitos preferem chamar, ao “anjo da guarda” para ser guarnecido devidamente. Esse
tipo de sonho é perigosíssimo, pois se uma pessoa perde a ligação com o mundo em que vive ela
está sujeita a ir e não voltar. Isso é algo como aquilo que a Igreja Católica refere a respeito do
purgatório. Um lugar infernal que só depois de grandes sofrimentos é que o espirito consegue
novamente sair de lá.
O espirito retido num daqueles planos pode ser resgatado, tanto é assim que a própria Igreja
Católica diz que a pessoa que usar um escapulário, e outros “talismãs” se for para o purgatório a
Virgem Mãe a retirará de lá. Isto tem um fundo de verdade. Claro que a Virgem tem a energia para
isso, mas há seres, há mestres encarnados e desencarnados que têm também essa capacidade de
resgatar espíritos aprisionados nos planos inferiores.
Assim como um espírito pode ser resgatado dos planos infernais a reciproca é verdadeira, um
espirito pode ser levado e deixado lá. Todo esse mecanismo envolve altíssimos coeficientes de
energia sutil.
Nem sempre ocorre transposição de um para outro mundo apenas nível de consciência.
Muitas vezes pode até mesmo ocorrer transposição física, nesse caso, por incrível que pareça, a
pessoa simplesmente desaparece do plano material. Acredite aquele que quiser acreditar, não faz
diferença, mas isto pode ser tido como uma certeza. Nos sonhos conscientes esse mecanismo é bem
mais fácil do que no estado de virgília razão pela qual nesse tipo de sonho a pessoa deve se
conduzir com extrema cautela.
Também a transposição é prática citada no Espiritismo com o nome de Transporte. Um
objeto físico é transportado de um lugar para outro, muitas vezes surge de um lugar ignorado. A
parapsicologia tem estudado esse fenômeno e tem registrado muitos casos autênticos de
desmaterialização.
A literatura religiosa de muitos povos cita casos de transporte e de desmaterialização. O
próprio catolicismo cita casos de pessoas que agiram como se estivessem em dois lugares ao mesmo
tempo denomina o fenômeno com o nome de dom de ambigüidade, sendo um dos casos mais
conhecidos citados pela Igreja Católica aquele ocorrido com Santo Antônio de Pádua, em que ele
estando em Pádua se manifestou fisicamente em Lisboa no mesmo momento a fim de salvar o
próprio pai.
Todos os fenômenos acima quando se manifestam, se uma pessoa estiver vendo em nível de
energia, com certeza vê o ponto de convergência se deslocar dentro do corpo energético. Com
certeza o deslocamento nos casos clássicos, citados pela literatura espírita e parapsicológica, não é
23
muito grande porque se o for o corpo simplesmente deixará o plano material e se manifestará em
outro mundo qualquer (= plano).
Na da transição (morte do corpo físico) sempre um deslocamento do ponto porque não para
uma localização que represente a transposição da matéria e sim para um ponto em que somente a
consciência é deslocada.
Quando fizemos uma analogia com os centros nervosos centrais dissemos que um estimulo
faz surgir uma determinada sensação, mas queremos dar ênfase agora, se o estimulo for muito forte
pode ocasionar dano cerebral de um centro e a manifestação correspondente não será apenas
transitória e sim definitiva. No campo energético do ser essa mesma condição se faz presente, uma
ação muito intensa sobre o ponto de convergência energética pode deslocá-lo de uma forma tal que
depois ele não mais retorna à sua localização habitual. Num caso assim possivelmente ocorre uma
rotura do elo que faz o ponto de convergência energética voltar para o seu ponto básico sempre que
dele for afastado. Neste caso é como se aquele o “elástico” da analogia que fizemos antes fosse
rompido e assim sendo a consciência não mais volta ao ponto original.
Numa situação como a acabamos de referir, se o ponto apenas houver sido deslocado,
apenas o nível de consciência da pessoa será desviado para outro plano, mas não o corpo físico. O
corpo físico havendo permanecido na terra a pessoa recobra os sentidos físicos, mas será um desses
tipos alienados sem que o corpo esteja presente num lugar, mas a sua mente não. Muitos alienados,
pessoas que vivem aqui, mas mentalmente estão como que fora deste plano e que mais parecem
mentecaptos, na realidade são pessoas com o corpo físico num nível e a consciência num outro; o
corpo e a mente realmente estão em mundos diversos.
Também queremos dizer que uma situação de êxtase é assim, durante algum tempo o corpo
está neste plano, mas a consciência está num nível muito levado. Nesse caso não há danos porque
descer é muito mais fácil, o nível de positividade administra tudo de uma forma amena e perfeita.
Estando num nível superior a pessoa não requer acréscimo de energia para voltar. Estando num
nível inferior dá-se exatamente o inverso, è preciso muito energia para voltar, para acelerar a
vibração e isso não é fácil.
Os seres dos mundos inferiores são ávidos por energia sutil desde que aqueles mundos
carecem de fontes geradores específicas em abundância como acontece em nosso plano habitual.
Por isso lançam mão de muitos disfarces para atrair os espíritos do plano terreno para sugar-lhe
energia e assim satisfazer seus intentos.
Já referimos em palestras anteriores que no orgasmo há grande desprendimento de energia
sutil não importando se a pessoa esteja ou não dormindo. Já dissemos que uma parte dos sonhos
eróticos são do primeiro tipo, uma liberação de algum conteúdo sexual reprimido. Mas são comuns
sonhos eróticos induzidos nesse quarto tipo de sonhos.
Formas de consciência alienígenas dos mundos inferiores induzem as pessoas adormecidas
a se excitarem sexualmente. Manipulam a mente das pessoas para que tenham sonhos eróticos com
orgasmo, pois haverá assim haverá liberação de energia sutil para ser assimilada. A pessoa torna-se
tal qual uma vaca leiteira ordenhada para saciar a sede de energia sutil dos seres dos mundos
inferiores. Quando acordam lembram-se de tudo sob a forma de sonho.
Num sonho erótico há uma fora de satisfação sexual, sem duvidas, mas a perda de energia
sutil é tremenda. Uma pessoa vampirizada pelos seres dos mundos inferiores não tem muitos anos
de vida, a sua energia sutil decai rapidamente.
Os seres dos palácios da impureza se apresentam nos sonho como uma beldade qualquer,
até mesmo assumindo o aspecto de uma pessoa querida, bonita e boa. Mas isso é só uma aparência,
um laço, um engodo. Por detrás está na verdade um demônio qualquer.
Muitas vezes o domínio exercido se torna tão intenso que as formas que se apresentam nos
sonhos têm uma aparência bem próxima daquela que lhe é própria.
24
A literatura da Idade Média fala muito de relações sexuais entre pessoas. São formas que
recebem o nome de íncubus e súcubos. Jamais devemos pensar naqueles seres ao adormecer, deve
ser evitado adormecer com o pensamento preso em sexualidade, pois isso facilita muito o trabalho
dos vampiros sexuais oriundos dos mundos infernais.
Podemos dizer que o tabu da sexualidade tem raiz no desprendimento de energia sutil. Isto é
o que faz o sexo para muitas religiões ser considerado um pecado. Assim é tido pelo envolvimento
energético em nível de energia sutil e a avidez dos seres inferiores por esse tipo de energia. Poucas
pessoas sabem o porquê do sexo ser considerado coisa demoníaca. É o lado oposto da sexualidade,
ele tem um lado divino, mas a reciproca é verdadeira e a causa isso é a energia sutil.
Para concluir esta palestra queremos salientar que é importante um direcionamento positivo
da mente no momento de se adormecer, pois assim podemos estabelecer ligação com os mundos
superiores, com formas de consciências do lado do PODER SUPERIOR.
*********
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TIPOS DE SONHOS PROJETIVOS
“SER PEDRA É FÁCIL, O
DIFÍCIL É SER VIDRAÇA”
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T E M A 1. 7 0 9
7
Em algumas palestras comparamos a relação Consciência / Mente como um disco fonográfico e uma agulha. Onde a
agulha estiver é reproduzido – percebido – precisamente o que estiver contido naquele ponto.
26
O ponto habitual de percepção é o chamado nosso mundo, por isto este não pode ser
considerado como sendo uma realidade concreta, mas sim como uma imagem virtual. Ele é criado
pela Mente, mas acontece que ele não é único, uma quantidade incalculável de outros pontos estão
presentes na Consciência e a abordagem de qualquer deles resulta em mundos tão objetivos quanto
este.
O sonhar é uma abordagem de distintos pontos da Consciência. Se a abordagem habitual
compõe este mundo, deslocar o ponto de percepção é como que “viajar” por outros mundos. Em um
determinado ponto a mente está criando este mundo, em outros ela igualmente pode criar outros
distintos. (Na verdade não é abordar outros mundos, mas compô-los mediante informações contidas
na Consciência). Assim como a mente está gerando o aqui e agora pela abordagem de um
determinado ponto, ela igualmente pode gerar infinitos mundos através da abordagem distintas, ou
melhor, gerar tal como este, um incalculável número de mundos, Este é mero mundo virtual, e não
há limites para outros. Nada indica que a mente só possa gerar um mundo.
O sono é um estado fisiológico que afrouxa a fixação do ponto de percepção. É a análise
racional faz com que o ponto se desloque com dificuldade no estado de vigília, sendo muito mais
fácil quando a pessoa está dormindo. A vantagem desse processo é contar com um menor nível de
fixação do ponto o que permite maior volatilidade, consequentemente mais fácil deslocamento.
Toda dificuldade no uso dos sonhos reside na capacidade do não estar ciente durante e sonho.
A condição da pessoa se sentir “aqui e agora” é um artifício mental. Só existe um Ser, mas a
Mente estabelece uma forma de descontinuidade, fazendo com que eles pareçam uma
multiplicidade. Vale aquela analogia do peixe num aquário. Mesmo que ele seja um só, ainda assim
sua imagem pode ser filmada e projeta em incontável número de telas. Nenhuma daquelas imagens
é o Ser real, é apenas um reflexo dele. Se a percepção for associada à imagem refletida, então
ocorre como se houvesse seres distintos e o cenário onde estivesse sendo projetados o seu mundo.
Um sonho consiste no ser evidenciar outras telas, outros mundos. Todos são projeções, mas
ele (a pessoa) não tem como verificar, não tem como detectar e identificar alguma delas. Assim
sendo, viver o agora é vivenciar uma projeção, sendo a mais fixa exatamente aquela que é aceita
como realidade, a principal apenas por ser a mais fixa diante de outras possíveis. Tudo isso pode ser
efetivado de forma objetiva, ou em sonho. Em sonho é mais fácil pela atenuação do ponto de
fixação, embora requeira certa disciplina mental.
Podemos agora dizer que os sonhos podem ser projetados, isso quer dizer a percepção do ser
pode ser deslocada para distintos posicionamentos, e,então estaremos diante de sonho projetivos,
sonho direcionados intencionalmente para fora do mundo habitual (a percepção tirada para fora do
local habitual. Assim pode haver direcionamento para aquela condição que chamamos de passado,
ou de futuro, para pontos próximos ou distantes.
27
fixo. Praticamente a pessoa sonha muitas vezes durante ao sono, mas só bem mais raramente tem
percepções de vigília.
Num sonho a pessoa como que vai se projetando de um cenário para outro – de um mundo
para outro –, mas o mesmo pode acontecer também no estado de vigília, ir – percebendo – mundos
e sucessivamente projetando neles a sua percepção. Naturalmente o índice de energia para
efetivação desse processo é bem menor do que no estado de vigília porque durante o sono o grau de
fixação do ponto é bem menor.
Vimos nesta palestra que os sonhos podem ser fontes de projeções do ser para vivência de
outros mundos. Estamos neste mundo sendo ele mental, por isso podemos vivenciar e até mesmo
passar a ter outro como real, tudo vai depender apenas do nível de fixação estabelecido. Este mundo
se parece real para nós porque a nossa mente está relativamente visa nesse nível de consciência,
mas se ocorrer m descolamento para outro ponto e nele se estabelecer um suficiente grau de
fixação, então este ponto passara a ser a realidade da pessoa, ele passa a ser o mundo real.
Não queremos dizer que a operacionabilidade desse processo mental seja fácil; na verdade é
muito difícil a pessoa de deslocar deste mundo considerado real para outro, mas, na verdade, é
assim, vivencia-se um mundo criado pela mente, mas se pode vivenciar incontáveis outros.
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SONHOS LÚCIDOS
“A NATUREZA DO UNIVERSO TRANSCENDE AO
“MAIS ALTO NÍVEL DE COMPREENSÃO HUMANA”.
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T E M A 1. 7
80
Nem as neurociências e nem a psicanálise têm explicações para os sonhos, e mais ainda para
aquele tipo denominado de Sonho Lúcido que tem se constituído um desafio. Na verdade as
neurofisiologias juntamente com a psicanálise têm dado uma contribuição ao estudo dos sonhos.
Tudo o que dizem mesmo sendo verdadeiro, ainda assim o que abordam é tão somente a uma etapa
intermediaria dos sonhos. De forma alguma são sequer tocam de leve na gênese dos sonhos, apenas
estudam os processo ao nível cerebral. Enquanto isso algumas doutrinas, principalmente o
Nagualismo e o Hermetismo é que vão até a causa primeira. Somente se admitindo a natureza unista
do Universo é que se pode entender o que em nível ais profundo acontece no processo do sonhar.
Na palestra 1.781 apresentaremos os mais destacados estudos sobre os sonhos tal como
apresentado pelos neurofisiologistas e psicólogos, e as comparações com os conceitos unistas.
Nesta palestra daremos ênfase a um dos tipos de sonhos para os quais a ciência não tem
sequer uma hipótese que mereça consideração. Trata-se dos chamados Sonhos Lúcidos, aquele em
que o sonhador sabe que está vivenciando um sonho.
Durante o sonho algumas pessoas sabem que estão vivenciando um sonho, ou seja, que estão
sonhando. “Mesmo estando dormindo profundamente ainda assim elas são capazes de exercer um
alto grau de domínio sobre o conteúdo do sonho” – palavras de Stephen LaBerge.
Comumente, durante um sonho a pessoa não pensa sobre o fato de estar sonhando, mas nem
sempre é assim, pois há casos que se constituem um total desafio à ciência neurofisiológica e a
psicologia tradicional, exatamente porque é viável pensar e tomar decisões durante o sonho. As
suposições atribuídas aos sonhos lúcidos, e também aos sonhos proféticos, não auxiliam em nada o
porquê e como acontece aquele tipo de sonho, pois nenhuma atividade cerebral permite que o futuro
seja percebido num sonhar presente e nem que muitas das atividades exercidas no estado de vigília
possam ser levadas a efeito num sonho.
No Sonho Lúcido a pessoa tem pleno domínio de suas faculdades cognitivas, tais como,
raciocinar com clareza, ter consciência das condições de quando acordado, incluindo o fato de que
foi dormir, e se tornou consciente dentro do sonho; de agir voluntariamente e refletidamente e de
agir de acordo com planos feitos antes de adormecer.
No Sonho Lúcido, mesmo que a pessoa esteja em estado de sono profundo, ainda assim ela
experimenta de forma vívida um mundo onírico o qual que parece plenamente real, tal qual o
mundo habitual. Nele os sentimentos e as impressões vivenciadas são idênticas às do estado de
vigília.
Um dos pontos a ser considerado é que no sonho comum a pessoa não tem controle algum, e
na maioria das vezes o que acontece tem conotação aberrante, ou mesmo disforme e sem um padrão
de coerência qualquer. Enquanto isso num sonho lúcido tudo pode ter lógica, mesmo que se trate de
situações aberrantes ainda assim é possível haver coerência. No sonho comum a pessoa não tem
como se deslocar intencionalmente, e quando se desloca ela não comanda o deslocamento e nem
29
sequer sabe para onde vai ou de onde veio, pois não é ela quem intencionalmente direciona o
deslocamento. No sonho lúcido dá-se o contrário, a pessoa tem toda a possibilidade de se
locomover, é como acontece no dia-a-dia, com a diferença apenas de estar dormindo, e saber que
está em um estado onírico.
No sonho lúcido é possível haver tomada de decisões racionais, o que não é no sonho comum.
No passado recente, muitos pesquisadores de sonhos acreditavam que o sonho lúcido não era
algo mais do que imaginação, contudo foi há poucas décadas essa hipótese foi afastada com base
em experiências feitas em laboratórios de sono de respeitáveis universidades. Contatou-se que
durante a fase REM do sono os olhos se movimentam de um lado para outro quando a pessoa
adormecida está sonhando. Em 1980, no laboratório de pesquisa do sonho na Universidade de
Stanfor os pesquisadores Vicent Zarcone, William Dement e Stephen LaBerge pediram a cinco
voluntários que habitualmente tinha sonhos lúcidos para que movimentasse os olhos de um lado
para outro segundo um padrão preestabelecidos, ou seja, pediram para que realizassem determinada
seqüência de movimentos oculares voluntariamente tão logo percebesse que estavam sonhando. O
resultado foi que todos os movimentos foram apresentados e registrados conforme o padrão
estabelecido durante a fase REM do sono. Dessa forma ficou provado que o sonhador afirmar sua
capacidade de ação durante o sonho não se tratava de imaginação, mas sim de uma ação durante o
sonho.
Um ponto muito importante a ser considerado no sonho lúcido é que a pessoa tem capacidade
de agir de forma consciente tal como o faz normalmente no estado de vigília, ou seja, no sonho
lúcido tem capacidade de exercer atos voluntários, entre as quais a de locomoção, e bem mais, de se
deslocar de forma instantânea de um lugar para outro como se estivesse com ausência de peso sem
necessidade de membros ou de veículos.
O sonhador lúcido, com o tempo aprende a se deslocar para qualquer lugar, de inicio apenas
para as imediações, podendo chegar, com a prática, a lugares muito afastados, até mesmo para
outros mundos, tudo depende dele ter suficiente energia.
Para efetivar um deslocamento, basta ter a intenção ou fixar a atenção em algum objeto
distante, tal como uma árvore, uma montanha, etc. e intencionar ir até lá. Para lugares
desconhecidos o processo consiste em expressar verbalmente o desejo ou mentalizar outro mundo 8.
Para a ciência não é fácil explicar o porquê desse deslocamento para planos totalmente
distinto do ambiente pessoal. A psicologia acadêmica e os neurocientistas dizem que isso pertence
ao reino da fantasia mental, que o sonhador ao narrar um mundo distinto o habitual, na verdade, ele
está apenas delirando vivenciando estado de fantasia. Contudo, algumas doutrinas dizem que
aquelas viagens e aqueles mundos são tão reais quanto o mundo de vigília.
O Hermetismo ensina que tudo é UM, que tudo quanto há está contido no “E” – Eterno Agora
– e passível de ser acessado. Diz que o mundo pessoal é o local do”disco da consciência” em que a
percepção está ativa. Sendo assim, todo o processo de ser ter ciência do existir consiste na
localização do ponto de percepção. O Sonho Lúcido ocorre quando a pessoa consegue manter ativa
a percepção durante o sono. Sonhar reflete a detecção do que está implícito numa determinada
“localização” da Consciência, precisamente aquela em que a percepção – mente – estiver ativa. Por
isso, afirma-se que tantos são os mundos quantos os pontos abordáveis. Deslocar o ponto e
percepção equivale a crear um mundo. Os deslocamentos do ponto durante o sono ocorrem sem que
a pessoa comande o processo os locais na Consciência para onde o ponto mental de percepção
houver sido “deslocado’, e isso se reflete como sonho se a pessoa estiver dormindo.
No sono há como que um "afrouxamento” na fixação do ponto e assim a percepção pode
flutuar geralmente de forma aleatória. Mas, quando a pessoa pode se da conta de estar sonhando,
então ela pode fazer uso desse “afrouxamento” e assim conseguir com facilidade comandar o
deslocamento e então ter percepções de planos e mundos inusitados.
8
O Universo e mental, assim a visualização mesmo de algo imaginário pode se efetivar.
30
O deslocamento do ponto mental ao longo da Consciência é muito mais fácil de ocorrer
quando a pessoa está dormindo, por ser a ocasião em que há afrouxamento dos laços de fixação do
ponto focal – ponto de aglutinação, como chamava Dom Juan. Por isso é quando a pessoa consegue
um estado de sonho lúcido ela tem muitíssimo mais possibilidades de efetivar deslocamentos Fo
ponto de percepção – “agulha da vitrola citada como analogia nesses temas – e assim perceber
“realidades existenciais” diferentes daquelas que lhes são habituais, ou seja de “conteúdos” do
ponto mental que integra o seu mundo habitual do seu estado de vigília.
Como tudo já está na Consciência qualquer ponto pode ser interceptado, quer diga respeito
àquilo que no tempo linear é tido como passado ou como futuro. Durante o sonho a pessoa pode
deslocar, bem mais facilmente a percepção, posicioná-la em outro ponto da consciência e assim ter
visões proféticas. Se isso ocorre num estado comum de sonhar, é então sentido como sonho
profético, e se ocorrer num sonho lúcido, ou em outro estado de deslocamento de forma consciente
do ponto, então se tratará de profecias, ou visão de futuro.
Vemos, portanto, como é simples a explicação dada pelo Hermetismo para algo que a
psicologia e a neurofisiologia tentam explicar sem sucesso. Para eles é difícil dar explicações
convincentes sobre esses ventos porque desconhecem, ou não aceitam, que o universo é Uno e,
portanto, tudo já está registrado, mesmo que seja como informação, em algum ponto da
consciência, e de onde qualquer coisa é passível de ser acessada. O desconhecer, ou não aceitar,
que o sonho, em primeiro nível, seja apenas fruto de uma percepção, é o que torna difícil o
entendimento de incontáveis condições, entre elas o sonho profético, a existência de muitos
mundos, e o deslocamento de um ponto para outro, ou seja, de um mundo para outro. No exemplo
do disco de vitrola, tudo quanto há consta do “disco cósmico”, e que o ponto focal da mente
corresponde à agulha – feixe laser.
Sonhar é detectar o que está fora do ponto habitual e que é efetivado durante o sono e, se a
pessoa tiver a capacidade de manter ativa a percepção durante o sono então ocorre o chamado
Sonho Lúcido.
31
HIPÓTESES SOBRE O SONHAR
2007–3360
T E M A 1. 7 8 1
O sonho é, sem dúvidas, a manifestação da mente que mais tem intrigado os povos de todas
as culturas, desde a Antiguidade até os nossos dias. Por isso, todas as civilizações têm dedicado
atenção aos sonhos, especialmente no afã de interpretá-los bem como entender qual o papel deles.
Na Antiguidade muitos povos consideravam-no mensagens dos deuses, e também de demônios. Até
meado do século passado, a ciência não contava com nenhum elemento que pudesse servir de
explicação do porque dos sonhos, qual o papel deles e como eram processadas ao nível cerebral, por
isso as pessoas mais racionais simplesmente os deixavam de lado, por considerá-los simples
expressões da imaginação e, conseqüentemente, sem valor prático tanto no tocante ao significado
simbólico quanto fisiológico.
Somente a partir da segunda metade do Século Vinte foi que passou a ser atribuído certo
valor prático ao sonhar, especialmente no campo da psicologia. Isso aconteceu graças aos trabalhos
de Freud, considerado o Pai da Psicanálise, e seus seguidores mostraram o papel dos sonhos no que
diz respeito ao comportamento mental. A seguir a ciência - neurociência – entrou em campo na
tentativa de elucidar o mecanismo cerebral implícito no sonhar. As pesquisas visaram não à
interpretação, mas sim quais os mecanismos cerebrais envolvidos no sonhar. Assim foram criados
em muitas universidades departamentos direcionados ao estudo aos distúrbios do sono em geral, e
do sonho em particular.
As pesquisas de Freud no campo da psicologia vieram mostrar que todo sonho reflete algum
desejo, em especial os de fundo sexual. Um dos discípulos de Freud, G. Jung aprofundou mais o
estudo dos sonhos chegado à idéia da existência de um inconsciente coletivo. Na verdade esse foi
um passo dado no sentido do verdadeiro mecanismo da gênese do sonho, como veremos em outra
palestra é o que ensina o Hermetismo baseado do Primeiro Princípio Hermético.
A partir da tese psicanalista freudiana de que o sonho é uma realização de desejos o estudo
em torno das repressões se intensificou. Freud disse ser o desejo o que move e dá alento ao existir.
Os desejos não atendidos gerariam uma tensão que se exteriorizaria como distintas formas de
psiconeuroses que podiam ser abordadas através de uma análise do conteúdo onírico, portanto,
ressaltando o apoio à importância da interpretação dos sonhos. Assim, eles deixariam de ser
considerados como meio previsões – arte adivinhatória –, para então ser considerado meio de
abordagem de tensões psicológicas reprimidas gênese de neuroses. Ficou patente que os sonhos
exteriorizavam sintomas oriundos de desejos não atendidos; eles queriam dizer alguma coisa
relativa às repressões, portanto datados de significação, e não meras fantasias como se acreditava
até então.
Esse nascer da psicanálise incentivou em diversas instituições a criação de laboratórios
especializados para o estudo do sono. A partir daí surgiram muitas conclusões bem interessantes
relativas ao entendimento do comportamento do cérebro durante o sono em geral e do sonho em
32
particular. Mesmo mediante rigorosas pesquisas o estudo do sonho até hoje não elucidou a origem
do sonhar em sua essência, quando muito mostram as localizações cerebrais das atividades
neurológicas, apenas mecanismos que se fazem presentes no processo do sonhar.
Com o monitoramento da atividade cerebral durante o sono, é possível se estabelecer uma
relação objetiva entre a atividade onírica e o funcionamento do sistema nervoso central. Na medida
em que foram surgindo métodos de registro de atividades cerebrais com o EEG – eletroenfalografia
– houve grande avanço no sentido da elucidação do que ocorre no cérebro durante o sono em geral e
o do sonho em particular.
O sono pode ser medido em estágios. Ao dormir o cérebro passa por 4 fases distintas, sendo
a primeira a que ocorre imediatamente depois do adormecer. Em seguida vem a fase de sono leve,
que é seguida por duas fases de sono profundo – fase REM. É nessa fase que se pode constatar a
ocorrência de sonhos graças à movimentação dos globos oculares. Nessa fase, embora o sono se
apresente profundo, ainda assim a atividade cerebral é igual, o mesmo maior do que no estado de
vigília.
No período inicial do estudo do mecanismo do sonho através da EEG acreditou-se se tratar
de uma atividade mental diretamente associada á fase REM do sono, cuja correspondência
neurofisiológica está ligada à ponte – grupo de neurônios - com localização no tronco cerebral.
Hoje se sabe que, embora exista forte relação entre o sonho e a ponte ainda assim o sonho não tem
origem somente a partir na citada localização, não são apenas os neurônios da ponte quem
determina o sonhar. Chegaram a essa conclusão porque ocorrem sonhos em todas as fases do sono e
não apenas na fase REM, embora que seja esta a fase que os sonhos tendem a ser mais detalhados.
Observações feitas em animais de laboratório, e bem como em pessoas em que por alguma injúria
neurológica houve destruição da ponte quando então deixa de existir a REM ainda assim há
ocorrência de sonhos mesmo com menor freqüência, intensidade, e clareza. Apesar da forte
correlação ente sonho e a fase REM do sonho, já não é mais possível aceitar que a atividade onírica
ocorre exclusivamente durante essa fase.
Graças ao REM se sabe que muitas são as espécies animais com capacidade de sonhar.
Perturbação do REM podem se manifestar como pesadelos, inquietude no dormir e terrores
noturno. Vale salientar que o sonho não é algo inerente à fase REM, e hoje já é citada a existência
de áreas ligadas ao sonho, situada na parte mais alta do cérebro em áreas que parecem nada ter a ver
com o sono REM, mas sim com o sonhar, pois podem ser estimuladas por algumas substancias
psicoativas, como a L-Dopa e dopamina que não afetam o sono REM, mas que provocam
acentuado aumento da freqüência, intensidade e clareza do sonho.
No sono REM sempre ocorrem sonhos, mas nem todos os sonhos correspondem à fase
REM. Estando em REM a pessoa está sonhando, por certo, mas, muitas vezes, nem sempre quando
se está sonhando o sono é de conotação REM. Pode-se afirmar isso porque a eliminação de aras do
tronco cerebral responsável pela fase REM não elimina a capacidade de sonhar.
Vimos que existem muitos estudos sobre o sonho, mas de forma alguma é explicado o que
ocorre no processo em sua base e a natureza daquilo que promove o sonho. A ciência afirma que
eles são motivados por repressões, especialmente na área do prazer, mas não há como explicar
sonhos que culminam com descobertas científicas e expressões artísticas.
33
INTERPRETAÇÃO DE SONHOS
"Nunca se afaste de seus sonhos,
pois se eles se forem,
você continuara vivendo.
mas terá deixado de existir".
(Charles Chaplin)
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T E M A 1. 7 1 5
As pessoas têm um desejo quase mórbido no tocante à interpretação dos sonhos, assim
como os estudiosos, indo mais longe, o têm no desejo de saber o que na verdade é o sonho. Sem
dúvidas os mais avançados estudos levam a crê que os sonhos não são meros devaneios da mente e
sim que existe uma conotação muito mais profunda em torno do seu significado.
Desde a Antiguidade os sonhos sempre intrigaram as pessoas, suscitando os mais variados
estudos e interpretações, de início através dos místicos, e profetas e posteriormente na Idade
Moderna através dos psicanalistas e neuro-fisiologistas.
E m todas as culturas clássicas, e filosofias, a interpretação dos sonhos sempre esteve
presente, tanto nas do Oriente Médio quanto nas do Mundo Ocidental, como se pode ver pelos
escritos de Aristóteles e Hipócrates.
Sobre interpretação de sonhos, a obra mais significativa da Antiguidade foi escrita em 5
volumes por Artemidoro sob o título Oneirocrítica. Autor importante que viveu no Século II d.C.
na cidade de Daldis na Ásia Menor.
Também vale citar Ambrósio Teodósio Macróbio, cristão neoplatônico, que viveu no século
IV d.C. que diz da importância da atividade onírica para o conhecimento da própria alma.
Em Roma a interpretação dos sonhos não era tão valorizada quanto na Grécia, em embora
que Tertuliano que viveu no século II afirmasse que os sonhos provinham dos deuses. e também dos
demônios .
A Bíblia várias passagem mencionam os sonhos mencionam os sonhos assim também o
Talmud – coleção de comentários religiosos judaicos coleados entre os séculos II a. C. que diz:
“Um sonho não interpretado é como uma carta que não foi aberta”
O Cristianismo em seu inicio aceitava a idéia que os sonhos eram de origem divina. Isso
justifica o porquê de Cipriano, bispo de Cartago em volta de 250 a.C. afirmava que os Concílios da
Igreja eram guiados por Deus através dos sonhos. Mesmo Santo Agostinho descreveu certos sonhos
como dádivas do Senhor. Conta que Sinésio escreveu em uma só noite um tratado sobre os sonhos,
defendendo a idéia de que eles são proféticos.
Não se pode esquecer que boa parte do Corão, livro sagrado, diz a tradição Mulçumana, foi
transmitida ao Grande Iniciado Maomé através de sonhos.
Também nas culturas primitivas americanas os sonhos têm relevante papel, pois graças a
eles era possível localizar os melhores campos de caça, ervas curativas, etc. Os sonhos chegam a
fazer parte do ritual de passagem dos jovens na cultura Ojibwa – nativos que vivem nos Estados
Unidos e no Canadá – antes da vida sexual ativa o jovem passa por um ritual de passagem em que é
submetido a um jejum prolongado e depois levado para um lugar isolado onde adormece e durante
34
o sonho percebe e interage com imagens protetoras não humanas. Também vale salientar que a
interpretação dos sonhos é fundamental na iniciação do xamã.
No mundo moderno, sem dúvida, quem mais deu ênfase à interpretação dos sonhos foi Freud
e seus seguidores. Ele se deu conta de que a interpretação os sonhos é muito importante porque eles
resultam de repressões, reflexos dos conflitos pessoais, especialmente na esfera sexual. Os sonhos
estudados por Freud constam em sua obra são estudados em as suas idéias foram estrepitadas na
obra A Interpretação do Sonhos. Para ele os sonhos têm um conteúdo manifesto, aquilo que aparece
sob forma de imagens, e um latente, de significado oculto. O conteúdo latente é disfarçado através
de processos simbólicos quando a fantasia inconsciente se manifesta sob a forma de um objeto; um
bastão pode ser o pênis; uma caixa ou uma caverna, a vagina, e assim por diante.
É bom que se leve em conta que o sonho envolve uma atividade cerebral intensa, o que pode
ser constatado através do eletro-encefalograma.
A visão da V.O.H. sobre o sonho é mais vasta, pois mostra que o processo ele tem como base
o próprio “E”, enquanto todos os sistemas consideram-no ou como uma atividade mental ou
intercessão de demônios e deuses. Somente a V.O.H. mostra que o sonho é uma abordagem
perceptiva do conteúdo da Consciência.
As pessoas procuram interpretar sonhos em decorrência deles comumente serem confusos.
Por que os eles são confusos? - Em parte porque são captações daquilo que existe no “É” onde tudo
está contido potencialmente, tanto as condições que consideramos lógicas quando as absurdas.
Existe outro motivo: Reportemos à metáfora do disco de vitrola. Quando a mudança da posição da
agulha é aleatória, como acontece durante o sono, então ocorre captação de informações de pontos
distintos. Num disco, se a agulha pular sucessivamente de pontos acaba a música sendo incoerente
por conter fragmentos de muitas sem que guardem uma seqüência harmônica. O mesmo ocorre na
captação da Mente a partir da Consciência. Durante o sono o ponto focal flutua por estar menos fixo
do que acontece no estado de vigília. Aquela flutuação faz com que aquilo que é captado, se
compõe de fragmentos mediante os quais a Mente estabelece associações 9. Assim, ela junta
eventos, ou coisas realmente díspares. Na metáfora do disco, podemos dizer que ao se deslocar
aleatoriamente músicas distintas são captadas, e a mente junta um pedado de uma com outras, o que
no final se reflete como um conglomerado de sons que não caracteriza uma determinada música,
resultando numa verdadeira cacofonia, uma melodia composta por uma somatória de sons sem
quaisquer sentido musical harmônico. A seu modo, também é isso o que acontece nos sonhos,
“fatias” de um mundo são captadas e mescladas com as de outros. Sendo assim a pessoa retorna ao
mundo de vigília não com imagens coerentes, uma recordação que não fazer sentido algum. Por isso
é preciso organizar um tanto para que possa aparecer alguma coerência.
As pessoas gostam de interpretações de sonhos, porém isso só tem significado quando um
sonho resulta de um deslocamento mental ordenado. Como isso não é o que habitualmente acontece
então surge uma sensação enigmática que requer interpretação. Em casos assim vale interpretar o
sonho, pois na verdade são eventos que após serem expurgados podem se tornar coerentes. O sonho
tem valor por refletir um deslocamento e detecção que pode ser convertido em um padrão
harmônico. Assim aquilo que é incoerente pode se tratar de percepção de um nível à frente –
permitindo perceber o futuro –, ou o passado10 dando chance a interpretações pretéritas. Nesse caso
a pessoa pode entender episódios que passaram “batidos”. Mas, quando a imagem de um sonho
reflete partes de vivencias distintas, algo que se assemelha a uma “colcha de retalhos”, então não
vale à pena tentar interpretações, são parcelas distintas sem interconexão alguma, pelo que deve ser
colocada no grupo das fantasias mentais.
9
No livro sobre a Mente falamos da tendência que ela tem em fazer associações. Associação é uma entre as dez
capacidades que caracterizam a Mente.
10
Passado e futuro são condições muito relativas e que só tem algum sentido em nível de Mundo Imanente.
35
Vamos referir à citação bíblica das estória de José do Egito. Não estamos afirmando que tal
realmente haja acontecido como consta na Bíblia. Em caso afirmativo, por certo foi uma percepção
de uma faixa avançada da linha do tempo do “disco” da Consciência. Como ele também acontece
com relação a todos os chamados sonhos proféticos. Neles õ ponto de percepção é levado para um
ponto distinto da consciência e no estado de vigília recorda aquilo que foi detectado.
Um sonho, segundo os conhecimentos do Hermetismo, é fruto de um posicionamento da
mente sobre a consciência. Sonho é um reflexo do deslocamento da mente do sonhador para outros
posicionamentos da percepção e assim tomar ciência do que for ali encontrado.
Assim fica fácil se entender os chamados sonhos proféticos, eles refletem deslocamentos na
linha do tempo para pontos ainda não vivenciados.
Durante o sonho a percepção não se desloca apenas para um ponto, assim sendo, quando a
pessoa acorda o que aparece na tela mente é uma mistura de visões incoerentes, e isso é o que torna
os sonhos confusos.
O escritor espanhol Calderón de La Barca (1600 – 1681) “La vida es sueño e los sueños,
sueños son”.Em contraposição podemos considerar mais justo: “Os sonhos não são apenas sonhos,
são uma porta de entrada para a nossa vida, que é esplendida e desafiadora mistura de sonho e
realidade”.
36
VISÃO HERMÉTICA DO SONHAR
“SONHAR É UM INSTRUMENTO
ARTÍSTICO POR EXCELÊNCIA ”.
SALVADOR DALÍ
2007–3360
T E M A 1. 7 7 8
Pelo que estudamos nas palestras recentes podemos ter em mente a indagação de até que
nível a Psicologia e a Neurofisiologia têm chegado, na tentativa de em essência explicar o
significado do sonhar. Tudo o que tem sido escrito sobre isso não atende a muitos aspectos do
sonhar, tais como os Sonhos Lúcidos, e os Sonhos Premonitivos – Proféticos – pois uma condição
gerada no cérebro não tem como poder servir para prever o futuro. Uma previsão de futuro pode ser
feita a partir de dados, estabelecendo uma probabilidade que por refletir exatidão, mas no caso de
uma previsão exata seria precisa a existência de um incomensurável banco de dados a partir do qual
um modelo pudesse vir a ser estabelecido. No cérebro não pode existir isso porque nele só há
registro de informações dos conhecimentos e vivencias adquiridas durante a vida. Por isso
tomando-se como base apenas a estrutura cerebral, não tem como explicar eventos futuros
complexos e amplos, isso por haver carência de dados em número suficientemente elevado para
sobre eles ser estabelecido um modelo exato. No caso de sonhos premonitivos ou explicativos
exatos com um que aconteceu com Mendeleiev pode ser justificado, como eventos ainda não
ocorrido, e mais ainda, como modelos ainda não surgidos podem ser percebidos em estado de
sonho? – Até mesmo descobertas cientificas e criações artísticas ainda inexistentes podem ser
antecipadas em visões oníricas.
A neufisiologia não tem como explicar, por exemplo, um sonho tido por Dimitri
Mendeleiev, que o levou à descoberta da “tabela dos elementos” a qual veio se constituir um
modelo clássico em química. Uma descoberta pesquisador russo Mendeleiev foi muito importante
e conforme ele declarou, ela apenas lhe foi mostrada através de um sonho. Trata-se de uma tabela
que permitiu a previsão da existência de muitos elementos químicos então desconhecidos. Na época
só eram conhecidos cerca de 50 elementos e na tabela havia bem mais de 100. Isso vem sendo
confirmado com exatidão até hoje quando esse número já foi elevado mais alem, em torno de 120
elementos. Até mesmo propriedades químicas de novos elementos podem ser conhecidas com o
auxilio da citada tabela. Numa época em que só se conheciam cerca de 50 elementos Mendeleiev
viu em sonho mais do que o dobro o que se confirmando com exatidão.
Evidentemente no cérebro de Dimitri Mendeleiev não podia haver registros de elementos
desconhecidos de onde pudessem ser colhidas em sonho as informações, então o sonho dele não foi
uma evocação em nível cerebral, como é explicado pela neurofisiologia. O sonho de Kekulé sobre
os compostos benzênicos até pode ser enquadrado nas hipóteses formuladas pela neurofisiologia,
mas não o de Mendeleiev, pois não é fácil entender como perceber o número de elementos químicos
ainda não conhecidos, e de suas propriedades. Através de um sonho aquele pesquisador criou a
tabela dos elementos químicos que até hoje é tida como exata. Segundo ele ela foi visualizada por
ele em sua integra durante um sonho. Ainda hoje não foram isolados alguns elementos, mas graças
à tabela é possível se prever suas existências e propriedades químicas. Nos derradeiros anos foram
descobertos alguns elementos “novos” e que mostram a exatidão daquela tabela vista por Mendleiev
em sonho.
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Coisas assim mostram que no sonho são mostradas coisas ainda não descoberta e nem ao
menos suspeitas de existirem. Isso mostra que o sonho tem poder de solucionar grandes enigmas e
de efetivar “criações novas” como as que ocorrem não somente no campo da ciência como também
no campo das artes em geral.
Podemos afirmar que as dificuldades encontradas pela ciência para explicar muitos
questionamentos residem no fato dela não saber, ou de não querer aceitar a verdade de que tudo
quanto há já existe no “E” – Consciência Cósmica. A V∴O∴H∴ afirma que tudo preexiste. Tudo
quanto há preexiste no nível do “disco da Consciência”. Tudo quanto se afirma existir é apenas um
efeito de percepção. Onde ela é focada o ser se dá conta da existência de algo, de que aquilo existe
realmente. Nosso aqui e agora é tão somente fruto do que está sendo focalizado pela mente em nível
de percepção.
A nossa realidade decorre do ponto de focalização da mente; o dia-a-dia resulta de um nível
de percepção; resulta de um ancoramento da percepção em um determinado ponto de registro da
Consciência. Tudo aquilo que for “sacado” dele se constitui a realidade pessoal.
A mente vive focada em um ponto que não é estático, mas sim estacionário “diante” da
consciência graças a uma força de coesão que mantém a percepção sem grande flutuação, embora
seja possível aquele ponto ser deslocado de sua posição habitual. Voltemos à analogia que temos
freqüentemente feito, comparando a mente e a consciência com se fosse um disco e uma agulha de
vitrola. No disco de vitrola, o ponto de incidência da agulha dita aquilo que é reproduzido no
momento, é, por assim dizer, o aqui e o agora que está sendo vivenciado. Em se tratando da
Mente/Consciência é a mesma coisa, a Mente capta aquilo que está registrado no ponto de
incidência na Consciência. Na analogia podemos sentir que a manutenção da agulha num
determinado ponto do disco requer certa força mantenedora da posição, mas é plenamente possível
haver mudança, é possível o deslocamento da agulha para qualquer ponto do disco, desde que um
impulso seja adicionado.
O ponto focal da Mente é mantido por uma força de coesão que no estado de vigília é
relativamente forte, e é por isso que a percepção da pessoa tem dificuldade de ser deslocada. Para
que isso aconteça é mister certo nível de prática e de energia. Durante o sonho naturalmente há uma
atenuação da força de fixação e assim ocorre uma flutuação da percepção que passa a abordar
outros pontos ( na analogia: a agulha se desloca na superfície do disco com certa facilidade). Cada
ponto acessado pela flutuação da percepção mental durante o sono se manifesta como sonho.
Na verdade o ponto acessado não é menos real do que aquele que caracteriza o estado de
vigília. O sonhar é, portanto, perceber distintos pontos do nível da consciência (pontos do disco).
Percepção do futuro é igual à acessamento de pontos ainda não percebidos. Por isso no sonho a
percepção pode se fazer sentir independentemente em nível de passado, de futuro ou de detecção de
qualquer expressão de existência, pois na consciência não existe tempo linear e sim todas as
possibilidade de existência, que, talvez, seja em numero infinito.
Um ponto já percebido pode voltar a ser visto e isso é recordação, enquanto que um ainda
não acessado é futuro. No sonho a percepção flutua e assim pode abordar pontos correspondentes a
passado e a futuro. Coisas ainda não descobertas já constam no “E” e dessa forma muitas coisas
ainda a serem descobertas podem ser percebida. Isso foi o que aconteceu no sonho de Mendeleiev,
ele viu o futuro. O mesmo pode ser dito com referência ao sonho de Kekulé que o levou a descobrir
o ciclo benzênico abrindo uma porta para o desenvolvimento da química orgânica.
Medos, sustos, stress, assim como drogas psicoativas apenas agem como elemento
desencadeador de mudanças de posicionamento do ponto de percepção. As percepções não são
geradas no cérebro, é algo de nível muito mais elevado. Nenhuma substancia é capaz de gerar
imagens de futuro, elas apenas podem levar a percepção para outros pontos de detecção, que
chamam d planos ou de mundos.
Na fase REM o deslocamento do ponto de detecção é mais fácil, por isso o sonho nessa
fase é mais claro. É natural que a funções cerebrais estejam mais ativas.
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Quando a pessoa consegue se manter ciente na fase REM então ocorrem o Sonho Lúcido.
Ela mesmo estando dormindo ainda assim toma ciência do que a mente está detectando. Assim
como a pessoa pode direcionar sua mente para um ponto qualquer da consciência, nada implica que
isso aconteça durante o sono, bastando para tanto que por estar desperta e ativa direcione o foco de
percepção para algum lugar.
Normalmente evito falar de vivências pessoais, mas vou fazer uma exceção pela sua
importância como ilustração do que dissemos nesta palestra. Certa vez em estado modificado de
percepção, vi uma seqüência incomensurável de pinturas(quadros), muitos deles já existia pintados
e eu as conhecia; um número muitos maior que certamente já existiam pintados, e mais ainda outros
que por certo ainda não haviam sido trazido para o nosso plano de existência (mundo). Outra feita, a
percepção foi de musicas, musicas conhecidas, musicas desconhecida e um numero talvez infinito
de músicas inéditas. Com essas percepções pude entender que aquilo que chamam de criar algo na
verdade é de trazer ao nível da percepção de outras pessoas. Então tenho como entender o que
aconteceu com Kelulé, com Medeleiev, com Salvador Dali e inúmeros outros. Eles apenas
perceberam aquilo que já existe no “E”, mas que ainda não fora vivenciado no mundo habitual
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ENERGIA E SONHOS
A NOITE É TEMEROSA...
2008 - 3361
T E M A 1.9 1 9
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A origem dos sugadores de energia (demônios) será alvo de estudo no futuro.
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gama muito vasta de conceitos de atos pecaminosos, embora não expliquem a razão disso, mas
no fundo visa exatamente o controle da energia. Tudo aquilo que reflete perda desnecessária de
perda de energia elas etiquetam de pecado. A ética e a moral das religiões, mesmo que os
próprios orientadores desconheçam, têm como objetivo a poupança de energia.
O ser para se libertar dos grilhões do Mundo Imanente precisa dispor de um gradiente
muito elevado de energia, por isso algumas doutrinas, entre elas a V O H , mostram
claramente o porquê disso. Na verdade a recomendação das religiões no tocante a pecados tem
eco nas doutrinas iniciáticas como perda de energia. As religiões não falam de energia, dizem
diferente de certas doutrinas, dizem que a pessoa para se salvar é preciso não pecar.
Paralelamente o Hermetismo afirma que para se salvar é preciso tem um quanto elevado de
energia, evitar perder energia, cujo objetivo é se tornar um ser de grande poder de poder pessoal.
Somente tendo suficiente energia é que a pessoa pode se libertar das “garras” do mundo da
ilusão – Mundo Imanente. As religiões não explicam porque não se devem fazer isso ou aquilo,
que muitos atos são pecados, que vão contra a vontade de Deus, mas não explicam porque Deus
impõe tais ou quais padrões de comportamento existencial, qual o objetivo disso... O
Hermetismo, pelo contrário, mostra o porquê de muitas coisas deverem ser evitadas pela pessoa.
As religiões privam a pessoa de muitas coisas, interditam determinadas práticas e
condutas, que por não serem explicadas acabam sendo meras repressões. O Hermetismo não
interdita nenhum tipo de conduta, não reprime a pessoa, desde que apenas mostra o que bom
fazer ou não. Ele da ênfase dizendo por que a pessoa deve se abstiver de muitas atividades e
atitudes. Libera o ser da idéia de pecado, de condenação divina; em especial mostra onde e
quando agir ou não agir de determinado modo, ou seja, ele ensina a administrar de forma distinta
aquilo que as religiões impõem como códigos imposto como ameaça de ser pecado, ou coisa
assim (infrigência de códigos = pecado).
As religiões ensinam desde criança a pessoa orar antes de dormir, mas não explicam bem
o porquê dessa prática. O Hermetismo diz o mesmo, mas explica, diz que durante o sono a
pessoa comum fica a mercê de muitas forças sugadoras.
Na verdade a noite é temerosa, nela a pessoa dorme e é durante o sono que tremendas
perdas de energia podem ocorrer. Muitas vezes isso pode ser evidenciado através de sonhos, mas
nem sempre a pessoa sequer se lembra que sonhou. É fundamental ela saber administrar o sonho,
mas isso não e fácil. Entre as recomendações que visam o desenvolvimento espiritual uma das
mais necessárias é saber como administrar os sonhos. Nesse campo as religiões não oferecem
meios, nem mesmo explicam porque algo deve ser feito, apenas diz que a pessoa deve orar antes
de dormir para evitar o assedio satânico.
Uma das razões do desenvolvimento espiritual ser é muito demorado decorre exatamente porque a
prática de muitas métodos envolverem um aprendizado difícil e até mesmo espinhoso. Por essa razão é que,
no dizer das religiões, a salvação é um processo muito difícil.
O campo sexual é tremendamente fértil na emissão de energia, por isso as religiões primam em
dizer ser necessário a abstinência sexual, a menos que a pessoa conte com o beneplácito do matrimônio
religioso. O Hermetismo diz que isso não tem importância espiritual alguma, que o importante é amestrar a
perda energética desde que ela sempre ocorre independentemente do casamento. O casamento não imuniza
a pessoa contra a perda de energia através do orgasmo, portanto o matrimonio é uma prática meramente
formal. Casada ou não, a pessoa tende a ser altamente espoliada através do coito. É um absurdo
normalmente se pensar ser possível viver sem atividade sexual, a exceção à regra é mínima. Na quase
totalidade dos casos de abstinência o que existe não é libertação e sim repressão. Sendo a sexualidade algo
tão poderoso na própria natureza biológica, então é quase impossível viver sem ela, portanto o que cabe
fazer é administrá-lo bem, de forma responsável para que a perda da energia desprendida seja mínima.
Nenhuma religião confere através do ato litúrgico – sacramento do matrimonio – defesa contra a
espoliação de energia. O ato sexual quer dentro do casamento religioso quer fora dele, é um canal imenso
de drenagem energética, e não é nenhum ritual religiosos que evita que isso aconteça.
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É através de sonhos que a pessoa mais emite energia durante o sono. Um sonho é uma forma de
vivência ilusória, mas o estado de vigília também o é. Assim como as atitudes pessoais em estado de vigília
são tal qual as do estado onírico. Tudo o que ocorre em sonho tem a mesma natureza do que ocorre no
estado de vigília, portanto se emoções atuam como emissor de energia no plano de vigília também o faz no
plano onírico – sonhos. No sonho a pessoa pode brigar, ter emoções de todos os tipos, e mesmo ter
atividade sexual intensamente. Tudo isso atua como canal de fluxo de energia do organismo para o exterior,
o que possibilita perdas ou mesmo ser captado pelos sugadores.
Doar energia para quem precisa até pode parecer um ato de bondade, mas, em se tratando de um
sugador, é perigoso porque ele tende a dominar a pessoa, a usá-la sem nada dar em troco, usando-a como se
fosse uma “vaca leiteira”. Por isso a pessoa não age como doador, mas sim como espoliado. Os sugadores
não têm limite, sempre querem mais e mais energia, não importando os danos causados a doador,
retardando a sua libertação, mantendo-o preso ao mundo imanente.
Os adeptos das religiões não se dão ao trabalho de indagar do porquê do demônio querer conquistar
a pessoa? O que ele ganha com isso? As religiões não têm explicação para isso, mas algumas doutrinas sim,
entre elas o Hermetismo, que afirmam que o que interessa a um elemento satânico é simplesmente a
energia, pois tudo no universo é regido por ela, e assim sendo quanto mais ele dispuser maior será o seu
poder. Até mesmo no nível humano, não se pode comparar um “homem de poder” – rico em energia – com
uma pessoa comum.
Há muitos meios da pessoa se defender das perdas de energia. Isso é mais fácil quando em estado
de vigília desde que nesse nível a pessoa pode através até pelo uso do pensamento do controle do
pensamento se defender contra a atuação de sugadores, mas durante o período de sono não é assim. A
mente fica “solta” sem qualquer controle pessoal. Na verdade, o Iniciado aprende a se manter em constante
vigia no tocante às perdas energéticas, o que é também possível durante o sonho, e especial durante os
sonhos, contudo para isso é preciso certo treinamento que não é tão fácil como se possa julgar.
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O PONTO FOCAL DA MENTE E OS SONHOS
“OS SONHOS, ENQUANTO DURAM, SÃO UMA
VERDADE. O VIVER NÃO SERIA APENAS UM
SONHAR?”
ALFRED TENNYSON
2004- 3356
T EM A 1.459
12
Temas 356, 359, 360 e 361.
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Qual é o querer que está no comando, determinando o critério de escolha. Sabemos que o orifício
pode ocorrer em outro ponto da campânula e então ser emitido outros dados que se manifestarão
como mente ligada a outras realidades, a um outro mundo.
Seja comparado o processo com uma agulha, feixe laser, ou como orifício, o que se sabe é
que isto constitui uma limitação que não permite o acesso à totalidade da consciência, mas persiste
a indagação sobre o que limita o orifício, o que determina a posição natural da agulha. Não é fácil
se entender o porquê a consciência não se manifesta como um todo, talvez porque isso invalidaria o
conceito do existir, nada haveria em ação, seria como que um total inexistir.
A vida é constituída de eventos. Na plenitude da consciência nenhum evento ocorre, tudo
simplesmente “É”. Os eventos como que são lançados dele, mas se desconhece que poder comanda
o querer para que isto ocorra. Em outras palavras, o que retém a agulha numa determinada faixa.
Já dissemos algumas vezes nestas palestras que a percepção não está retida de forma total,
que ocorre um “suave” deslocamento que em certas condições pode se acelerar muito, ou mesmo
dar grandes pulos para trás ou para diante. Na linguagem de Dom Juan: O ponto de aglutinação se
desloca suavemente, mas em dadas circunstancias ele pode se deslocar para qualquer outro ponto
do “casulo” ocasionando as mais dispares percepções. Disse (Arte do Sonhar): “O nosso mundo,
que acreditamos ser único e absoluto, é apenas um em meio a um conjunto de mundos
consecutivos, arrumados como as camadas de uma cebola. Apesar de sermos energeticamente
condicionados a perceber apenas o nosso mundo, ainda temos a capacidade de entrar nessas
outras regiões – que são tão reais, únicas, absolutas e envolventes como o nosso mundo”
Por certo um dos fatores que retém a mente em um posicionamento mais ou menos fixo é a
convicção de habitarmos um mundo único e que só é real aquilo que percebemos, sem nos darmos
conta de que as percepções são algo extremamente falho e limitativo.
Um outro fator é o medo da perda da auto-identificação, isto faz com que a mente se
apegue ferozmente ao ambiente, se apegue a algo que ela deveria sentir como efêmero, como uma
sombra ou ilusão da realidade.
Levada pelo princípio do movimento, a mente não para, pois para ela o parar equivale a um
não existir. Ela associa o diálogo interno com o existir. O tagarelar sempre diz respeito as coisas
circunstantes, ao mundo, e isto prende a pessoa a esse mundo (segura a agulha da vitrola numa
determinada faixa), Como o impulso do movimento do existir é muito forte, ele consegue fazer com
que não seja vista a totalidade e que não ocorram saltos bruscos. Se a pessoa não estivessem tão
prezas ao aqui e ao agora, mesmo que não conseguisse ver a consciência como um todo, ainda
assim poderia perceber sucessivos mundos, infinitas realidades.
Quando ocorre um afrouxamento nos elementos retentores da mente num determinado
ponto focal ela então pode se deslocar com mais facilidade. Dormindo, a pessoa não tem a
sofreguidão de se manter neste mundo, não se gera um intento forte, por isto o deslocamento é mais
fácil, e isto faz com que outras percepções, e até mesmo outros mundos, se façam sentir. Isto
compõe grande parte dos sonhos.
Nos temas citados em rodapé falamos de muitos tipos de sonhos, vezes são meros
afloramentos do conteúdo daquilo que chamam impropriamente de subconsciente, mas outras vezes
são frutos dos posicionamentos do foco da mente diante da consciência.
A ciência pode detectar se a pessoa está sonhando pelas variações que ocorrem nas ondas
cerebrais vistas através de um encefalograma, mas para quem pode ver o ponto de aglutinação isto
ainda é mais perfeito porque se torna perceptível o deslocamento do ponto de aglutinação de um
local para outro dentro da área correspondente aos posicionamentos do ponto.
Os sonhos de natureza cerebral são fáceis de entender como sendo resultantes de
exacerbação das funções cerebrais motivado por tensões emocionais, por preocupações e outros
fatores de natureza psicológica. Mas quando se trata do deslocamento do ponto focal, ainda não
sabemos dizer o que o ocasiona.
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As vivências bizarras que ocorrem em muitos sonhos se podem evidenciá-las pelo
deslocamento do ponto para pontos incomuns, contudo não sabemos o porquê eles se deslocam para
determinados pontos, são desconhecidas as causas determinantes. O que sabemos é que são frutos
de deslocamentos do ponto focal, mas tais sonhos nada mais se sabe além do próprio deslocamento.
Uma simples observação mostra que se tratam de deslocamentos aleatórios, e indiscriminados do
ponto focal da mente.
Quando a pessoa dorme ocorre um afrouxamento dos laços mantenedores da mente no
mundo habitual, e então a mente passa a se deslocar, e conforme o ponto atingido, surge então a
percepção correspondente. Mas o deslocamento que o ser pode determinar em estado de vigília, ou
mesmo aquele que é efetivado pela ação de terceiros, pode ser programado. Isto quer dizer que a
pessoa pode direcionar os sonhos e como ensina Dom Juan e Castaneda, isso pode ser feito visando
determinados fins, ter percepções intencionais.
O que visamos nesta palestra é mostrar que o deslocamento do ponto mental é o
responsável pelos sonhos lúcidos. Castaneda, em seus magníficos livros fala disto diversas vezes,
especialmente em “A ARTE DO SONHAR”, livro dedicado a essa temática. Ali ele descreve tudo
isso de forma muitíssimo mais completo do que estamos fazendo, apenas o nosso objetivo é dizer
que é a mente é quem gera os sonhos segundo o posicionamento que ela assume.
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O PONTO DE PERCEPÇÃO E O SONHAR
S EG U NDA P A RTE
2 0 0 7 - 3 3 5 9 – J.L.E.
T E MA 1.723
O que existe basicamente no Universo é Consciência, é ela quem dita que eu seja quem sou, ou
seja, o se dar conta de si mesmo A “consciência minha” agora está se manifestando sob uma forma
humana, mas poderia sesta rendo por outra forma. Assim a consentia é uma só manifestada nessa
forma humana apenas poderia estar sendo na forma de uma águia ou de outro animal. Assim na
verdade não importa se a fração em mim manifesta no aqui e agora, possa se manifestar em uma
forma qualquer. Por isso sabendo deslocar o ponto de percepção outra forma pode corresponder e
naturalmente a consciência que chamo de minha se tornar expressa em algo distinto, em uma forma
animal. Assim as transformações xamânicas podem ser projeções de imagens mentais, mas também
podem ser objetivas. Nesse caso, se tornar uma águia pode ser algo objetivo. A recíproca é
verdadeira por isso é natural a volta a forma original.
Sonhar é deslocar o ponto, quer seja dormindo ou em vigília. A pessoa adquire controle
sobre o sonhar em função da disponibilidade de energia sutil. Assim ele tem todo o universo para se
deslocar (crear), forma de sair deste mundo e existência outros e outros. Ele crea para si o mundo
que bem entender, e fica liberto de tudo isso que o prende aqui.
O existir nesse mundo a que tanto as pessoas amam é como um casulo que prende o ser. Na
verdade é uma forma de vida confinada, e o que é pior, vive sendo energeticamente espoliado por
outros seres.
O casulo que limita o Ser é estabelecido pelas percepções, pelo posicionamento do ponto de
acessamento da Mente sobre a Consciência (libertar a agulha desse ponto é tornar livre o ser, é a
manifestação de ser livre para flutuar na existência sem amarras.
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SONHO UM PORTAL PARA OUTROS MUNDOS
“ COM O CONHECIMENTO SE
ACRESCENTAM AS DÚVIDAS”.
GOETHE
2 0 0 5 - 3 3 5 8 – J.L.E.
T EMA 1.726
É dada ao ser humano a possibilidade não apenas perceber outros mundos além deste em
que vive, mas até mesmo se transportar fisicamente para eles; para isso basta exercer uma perfeita
concentração mental e ter bastante energia. Para penetrar pelo portal de outros mundos, quando no
estado de vigília há necessidade de muita disciplina e concentração mental. Contudo, não pode
haver boa concentração mental sem que o “diálogo interno” seja silenciado, portanto para que haja
um deslocamento o primeiro passo é parar o diálogo interno, isso é, não procurar ver coisa alguma
do seu meio ambiente, não pensar em coisa alguma a não ser na visualização de um deslocamento.
Por isso, antes de se tentar acessar outros mundos se faz necessário primeiramente aprender a parar
o diálogo interno.
Há pessoas que têm certa facilidade para transporem portais que separam os mundos, que
em muitas ocasiões isso ocorre espontaneamente, é como um dom o que na maioria das vezes
resulta de encarnações anteriores. O processo não é fácil porque a mente da pessoa vive fortemente
ancorada no seu mundo habitual. Durante a vida a dúvida quanto à existência de outros planos de
existência como que consolida – cristaliza – a posição mental num ponto que corresponde ao
mundo habitual. A dúvida auxilia a fixar a percepção de modo que somente aquele deslocamento
mínico que diz respeito ao dia-a-dia se faz sentir.
Em segundo, podemos citar o medo que muitas pessoas têm quanto ao ter percepções a
novas e diferentes das habituais. Tudo isso faz com que o ponto de percepção não se desloque
facilmente. A vida inteira a pessoa vai sendo induzida a não aceitar nada além do que pode ser
detectado neste plano existencial e isso acaba por estabelecer laços que “seguram” a mente num
plano que passa a ser o seu habitual. Por isso não é fácil em condições normais a pessoa deslocar o
seu ponto de percepção. Para isso primeiro é preciso parar o diálogo interno e afastar qualquer
sentimento de dúvida quanto à possibilidade da existência de outros planos.
Uma criança é bem mais fácil perceber outros planos porque ela ainda não ancorou o ponto
com muita intensidade. Depois, na medida em que cresce vão lhe dizendo que tudo aquilo que
percebe é mera fantasia, ou até mesmo sendo ridicularizada em falar sobre o que tenham percebido.
Assim é estabelecido um processo de inibição, que reflete na cristalização da percepção; por isto é
que o primeiro portal não é facilmente transposto.
Um segundo portal é através de sonhos isso porque durante o sono há um afrouxamento dos
liames que fixam a percepção num mesmo ponto. Durante o dormir é mais fácil a pessoa libertar o
seu ponto de percepção permitindo ultrapassar deste plano para outro qualquer. O sonhar, portanto é
um portal para outros mundos, um estado que permite a percepção de outros mundos. Enquanto a
pessoa dorme há um “afrouxamento das amarras” e o ponto passa a flutuar, e cada ponto atingido na
flutuação se reflete como imagens que são sentidas como sonho.
Os sonhos que a pessoa tem todas as noites resultam de percepções originadas pela
flutuação do ponto de aglutinação – ponto de percepção. Na verdade o ponto durante o sono comum
não se distancia muito do original, por isso nesse tipo de sonho as coisas podem ser um tanto
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enigmática, mas geralmente não chegando a ser aberrantes, como aquela que ocorrem numa viagem
mais profunda.
Alguns videntes podem perceber o ponto – ponto de aglutinação – e ver que enquanto a
pessoa dorme o ponto flutua, se desloca de um ponto para outro aleatoriamente, mas não atinge
pontos afastados.
Embora qualquer sonho seja o resultado de uma mudança de ponto de percepção, acontece
porém que a pessoa não tem controle algum, portanto que não é dado um direcionamento. No sonho
comum a pessoa está à mercê do processo, não dirige nada. Certas pessoas, contudo, como que
acordam dentro do sonho, ou seja continuam sonhando mas sabendo que aquilo é um sonho. Nesse
caso ela pode facilmente direcionar a percepção para qualquer lugar, apenas sendo necessário que
saiba como manipular o sonho. É possível sair de um sonho intencionalmente e penetrar em outro
formando uma cadeia de sucessões de mundos.
Para ter sonhos conscientes, também chamados de sonhos lúcidos, é preciso certo
treinamento, mesmo que às vezes eles aconteçam naturalmente. Para facilitar os sonhos lúcidos a
pessoa deve fazer silenciar o diálogo interno, mas para isso é preciso certo treinamento. Castaneda
recomenda para parar o diálogo, antes de adormecer colocar alguma coisa entre os dedos, algo que
possa exercer certo nível de pressão. Por exemplo, por entre os dedos cristais de quartzo com cinco
a sete centímetros de comprimento, ou algumas pedras de rio finas e lisas. Dobrar ligeiramente os
dedos e apertar os cristais, ou as pedras. Igualmente eficazes são pinos de metal do tamanho e da
grossura dos dedos. Os cristais são os mais recomendados, mas com a prática qualquer coisa serve.
Diz ser bem eficiente cristais nos espaços interdigitais. Também Castaneda diz que é muito
importante durante o sonho visualizar a mão. Em nossa opinião, quando a pessoa se dá conta para
visualizar a mão durante o sonho ela já está consciente de que tendo um sonho lúcido. Afirmamos
que esse método é bom apenas para a pessoa se certificar de que está sonhando acordado, por certo
ela já está ciente de que está desperto durante o sonho, mas não como um meio de levar a pessoa se
tornar consciente dentro de um sonho.
É difícil a pessoa não iniciada – pessoa comum – aceitar a idéia de que existem outros
mundos; isso é uma decorrência de ter na mente cristalizada a idéia de que esse plano é único. Mais
difícil ainda é aceitar que outros planos e mundos podem ser detectados, explorados e mesmo
vivenciamos. Ainda mais inusitado é saber que tais mundos podem ser não apenas explorados em
nível de percepção, e mais ainda saber ser possível uma pessoa se transportar fisicamente para um
deles. Parece o cúmulo do absurdo a afirmativa de que é possível a pessoa poder se transportar
fisicamente para mundos incomuns. Mas o autêntico iniciado não tem a mínima dúvida quanto a
essa possibilidade. Analise isso: “Nós somos energia condensada e mantida numa forma, e numa
posição especifica pela fixação do ponto de aglutinação, ou seja, num determinado
posicionamento. Se esse posicionamento for modificado então a forma e a posição dessa energia
irá mudar de acordo. Tudo o que tem que ser feito para que ocorra uma transposição é colocar o
ponto de aglutinação no posicionamento exato”.
É possível se vivenciar mundos alem da imaginação.
Penetrar em outros mundos é fácil, o que é difícil é ter suficiente energia. É fácil mas muito
cheio de percalços e mesmo de perigos. Por isso Dom Juan disse: “O caminho do sonhar é cheio de
armadilhas ... evitá-las é o problema pessoal de cada sonhador”. O mundo por detrás do portão do
sonhar é muito traiçoeiro, talvez porque a pessoa pouco sabe a respeito dele e ali existem
incontáveis formas seres que têm por objetivo vampirizar a energia pessoal. Em outros mundos há
uma variedade enorme de formas de existência, e que é dado ao Iniciado conhecê-las. Já falamos
dos inorgânicos, mas esses são apenas uma classe integrante de um mundo apenas; existem muitos
outros e cada um portando seus próprios habitantes, mas sempre se trata terrenos desconhecidos,
com objetivos e leis próprias, por isso o visitante deve ter muitas cautela e estar devidamente
preparado.
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Dom, Juan dizia a Castaneda: “Quero que seja ainda mais disciplinado e que trate com
luvas de pelica tudo que for relacionado ao sonhar. Seja vigilante, acima de tudo. Não posso
prever de onde virá o ataque”.
A projeciologia pode levar a pessoa a muitos mundos, e os praticantes sabem bem o quanto
é comum se defrontarem com seres inóspitos. Só seres que estão sempre prontos a atacar. Neste
mundo uma pessoa com muito dinheiro não se aventura em bairros de marginais, pois ali ele está
sempre em perigo, sempre sujeito a ser atacado e tomado o seu dinheiro. O mesmo acontece em
muitos outros mundos, lá a pessoa facilmente é atacada por seres cuja intenção é roubar-lhe a
energia.
Como sair e voltar ao mundo habitual quando se está vivenciando outro através do sonhar?
Num sonho lúcido a pessoa pode se deslocar para incontáveis mundos, basta desejar e espessar
verbalmente. Para voltar o sonhador deve fixar sua atenção em algo do mundo habitual, algo que
tenha levado consigo. Para isso os feiticeiros recomendam a pessoa ter consigo algo da terra, quer
seja um objeto tal como um anel, mas podemos dizer que até mesmo a veste serve perfeitamente. O
importante é ele saber que deve fixar sua atenção no objeto e mentalizar o seu mundo habitual. No
filme Amor Alem da Vida o ator penetrou no passado somente quando deixou de ter um gravador
de som de sua época. Ele voltou ao presente quando fixou a atenção em uma moeda atual.
Não existem apenas mundos tétricos e hostis para os humanos, também há outros bem
interessantes e acolhedores. Seria falar de uma sucessão enorme de mundos nessa palestra, o que
não é o nosso objetivo agora. Só como ligeira citação: Há mundos em que a linguagem é totalmente
ausente, os meio de comunicação são bem diferentes. Não estamos falando apenas de telepatia, ou
de formas de linguagem sonora, mas sim de outras expressões, tal como a linguagem feita através
de flores, ou de formas geométricas, ou de números, ou de sons musicais. Por outro lado, também
se conhece mundos em que ritmo musical é desconhecido, os seres inteligentes lá existentes não
têm memória para música, desconhecem o sentido de melodia, portanto são incapazes de criar
músicas tal como a conhecemos. Por isso a linguagem deles é muito monótona, é uma forma de
expressão sonora monocórdica, mesmo assim eles podem ouvir sons melódicos, mas são incapazes
de produzi-los ou mesmo de reproduzi-los vocalmente. Quando ouvem ficam extasiados, mas
incapazes de reproduzi-la ou de compô-las.
No estudo do Hermetismo superior, na Quarta Câmara a pessoa aprende a administrar a
energia e conservá-la para feitos mágicos. Deve acumular energia para poder por em prática muitas
atividades e em especial fazer viagens para outros mundos, para vivenciar outras realidades.
Aquele que se propuser a conhecer outros mundos, tem que acumular energia bastante para
consegui ir atravessar incontáveis portais intermúndios. Só assim poderá ter vivências
espetaculares, sensacionais, umas terríveis e outras maravilhosas. As portas do mundo mágico só se
abrem para dar passagem ao viajante ousado.
Nessa palestra referimos mais nessa palestra viagens através do sonho, por ser a mais fácil,
mas ela podem ser feita por muitos outros meios, sem necessidade do sonho. Para isso a
projeciologia ensina métodos.
Sabemos que o que estamos afirmando parece ser delírio, ou mesmo alienação mental
devido ao caráter inusual, mesmo assim tudo que temos dito, e muito mais, é verdade tendo como
base aquilo que preceitua o Primeiro Principio Hermético: O Mundo é mental. Assim existem
tantos planos e mundos quantos a mente possa conceber. O iniciado deve ser prudente quando
narrar suas experiências para evitar ser considerado um mentalmente insano. Por isso o Hermetismo
recomenda: Ousar e calar. Não se deve duvidar antes de praticar.
50
O SONHO E A CREAÇÃO DE MUNDOS
“O CONHECIMENTO CONDUZ À UNICIDADE,
COMO A IGNORÂNCIA À DIVERSIDADE”.
Ramakrishna
2 0 0 5 - 3 3 5 8 – J.L.E.
T E M A 1. 7 1 7
Nosso mundo habitual resulta das percepções mentais, razão pela qual o primeiro dos Sete
Princípios Herméticos diz: O Universo é Mental.
Segundo os ensinamentos de Dom Juan, o Universo é o resultado do posicionamento daquilo
que ele chama de “O Ponto de Aglutinação”, cujo equivalente no Hermetismo é o “Ponto de
Sintonia da Mente sobre a Consciência”. Tudo quanto existe está registrado na Consciência de onde
pode ser acessado pela Mente, e aquilo que ela acessa pode constituir um mundo independente, ou
condições que podem determinar modificações no modelo comum de mundo das pessoas que
habitam na terra.
Não seria cabível se indagar se a sucessão de mundos é penetrável, pois, na verdade, eles não
são estruturas, são registros das expressões mentais existentes em todo o Cosmos, imagens mentais
ordenadas pela Mente dos seres em que cada um tem um mundo ordenado a seu modo.
Levar o ponto de sintonia para qualquer “lugar” fora do habitual acarreta a manifestação de
percepções distintas daquelas que compõem o mundo habitual. Esse deslocamento pode ser feito
desde que haja dois fatores: Intento e energia. Atendido esses dois fatores, facilmente é possível
promover um deslocamento que resulta num acessamento das percepções que compõem tanto
mundos de outros seres, quando mundos totalmente inéditos.
É uma arte mágica deslocar à vontade o ponto de sintonia e assim poder ampliar o âmbito do
que pode ser percebido. Uma percepção de um mundo não é algo fugaz, ela pode ser mantida
estabilizada desde que a pessoa consiga ancorar o ponto de sintonia no nível percebido; ocorrendo
então uma “cristalização” da percepção. Isso equivale a crear um mundo no qual ele pode existir,
afinal o mundo habitual onde nós acreditamos existir não é mais que isso. O mundo habitual é
apenas uma creação mental muito intensa que assim nos dá a ilusão de concretitude.
As vivências em outros mundos podem ser feitas, estabelecidas, mas há uma grande resistência
para que o foco de atenção da Mente possa se deixar levar para pontos de sintonia adequados. Há
como que uma inércia tendente a manter o ponto ancorado num nível corriqueiro compondo o
mundo habitual. Para deslocar o ponto de sintonia é preciso haver bastante energia. Um dos fatores
que mais contribui para a fixação do ponto de fixação no mundo habitual é a fé, é a certeza de que
tudo isso que percebemos no modelo de mundo habitual é real. Duvidar disso é um elemento
favorecer as vivências em outras realidades, outros mundos.
Percepção a respeito de um outro mundo distinto deste, é favorecida pelo pensamento. Ele
contribui para deslocamento do ponto, mas precisa haver energia a ser comandada por um forte
intento. Se não for assim o pensamento dificulta o processo, pois quando vagueante dificulta a
fixação capaz de condicionar uma imagem que possa ser considerada como um mundo. A fé
contribui decisivamente para a fixação do ponto, por isso para dele sair se faz precisa a pessoa
duvidar da realidade do mundo habitual e da fé na possibilidade de que existem incontáveis outros.
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A dúvida enfraquece a “força de fixação” do ponto (força de aglutinação), por isso para a pessoa
vivenciar outras realidades é de fundamental importância duvidar de que o mundo habitual é único
e de que não possam existir muitos outros. Por isso existem muitos mecanismos que permitem a
quebra da resistência. Todos dos fatores que abalam a mente podem atenuar a fixação, assim agem
os fatores emocionais muito fortes, determinadas substâncias psico-ativas, as sugestões de tipo
hipnótico, traumatismos cranianos, etc. Muitas são as substancias que agem assim, algumas são de
natureza endógena, como a melantonina, a histamina e derivados, serotonina, e diversas
substâncias do grupo das morfinas, muitas são geradas por alimentos, mesmo por estado de fome e
de sede, por canção muscular, etc. A par existem as substancias exógenas oriundas dos três reinos
da natureza; muito comuns as de origem vegetal e mesmo animal. Nos três reinados. Grande parte
desses fatores pode causar ruptura na integridade mental e acarretar danos, muita vezes irreparáveis.
O estado de esquizofrenia resulta disso, da presença ou ausência, de determinadas substâncias
que atuam em nível de neuro-receptores. Dizem que a esquizofrenia (alucinações) resulta de
distúrbios da estrutura cerebral Em parte isso é verdade, mas na essência é que a desestruturação dá
lugar para deslocamento da mente originando visões. Nesse caso o que acontece é que o processo
ocorre desordenadamente, sem uma orientação precisa. Trata-se de uma captação aleatória de
fragmentos de registros dando lugar a percepções incoerentes. A Consciência comporta-se como se
fosse uma colcha de re talhos em que as frações podem ou não serem distribuídas de forma
harmônica, ou desarmônica; daí o resultado poder ser uma imagem mental de mundo coerente ou
incoerente’.
Através dos séculos feiticeiros e iniciados aprenderam como conduzir o processo de interação
entre distintas realidades sem provocar danos estruturais ao cérebro, aprenderam como ordenar
aquilo que é captado dando certa coerência ao que é observado (criado pela mente).
Para se sair do mundo cotidiano é necessário muito energia, tanto mais quanto mais
“consciente” a pessoa se torne. Se houver pouca energia a percepção será muito tênue. Mas se o
índice for mais vasto, então, a pessoa pode se dar conta de uma outra realidade, e mesmo se manter
ali por certo tempo.
Para se manter consciente em uma dessas investidas em outro mundo é preciso de um forte
intenso no que pode ser auxiliado pela persistência. Vale o ditado “Água mole e pedra dura, tanto
bate até que fura”. No início o discipulo encontra grande residência em provocar um deslocamento,
mas com um intento inflexível, com “teimosia” ela acaba por conseguir. Daí por diante é como
andar de bicicleta, só é difícil a primeira vez, a partir de então se torna algo muito fácil. O único
requisito básico é o ter energia.
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SONHOS E MUNDOS
“Antes que se possa escutar, deve-se
ter perdido a capacidade de ouvir”
2006- 3359
T E M A 1. 7 1 4
Em palestra anterior afirmamos que quando a pessoa está dormindo ocorrem deslocamentos
do foco mental que se efetivam sob a forma de sonho. No estado de vigília há uma maior fixação do
ponto de focalização, a atenção está muito direcionada para um mesmo ponto, por isso é chamada
de Primeira Atenção. A atenção está focalizada apenas no nível que compreende o nosso mundo.
Em decorrência disso, deslocar intencionalmente o ponto de focalização mental não é muito fácil.
Por outro lado, durante o sono, quando a pessoa está dormindo a focalização da mente sobre a
consciência está menos fixa o que permite a ocorrência de flutuações aleatórias até mesmo de forma
espontânea, e é isso que gera percepções que se manifestam como sonhos. Em tal condição mesmo
que não haja intencionalidade – intento – as flutuações ocorrem e a pessoa sonha
independentemente de estar querendo sonhar.
Tudo quanto o ser percebe resulta de focalizações da Mente sobre a Consciência; deslocar o
ponto de focalização, por menos que seja, por certo haverá modificações de percepções, pois tudo
quanto há são registros – memória - da Consciência e o deslocamento significam sair de um
registro e acessar outro.
Durante o estado de vigília o ponto de focalização (representado ao nível do corpo astral pelo
chamado Ponto e Aglutinação, na linguagem de Dom Juan ) se desloca de forma lenta e mais ou
menos uniformemente. Na metáfora do disco e da agulha, podemos dizer que durante a vigília
corresponderia a deslocamento natural determinado pelo rodar do disco, que lentamente faz com
que a agulha saia de um ponto e focalize o seguinte, sucessivamente. Mas, em certas condições,
podem ocorrer grandes ou pequenos deslocamentos. Durante o sono esse fluir parece ficar
interrompido e em substituição ocorrem pequenos deslocamentos aleatórios e assim as percepções
resultantes são sentidas como sonhos.
Quando uma pessoa está em estado de vigília a “primeira atenção” predomina; há uma
fixação muito forte a um modelo de existência que é tido como “mundo real”. Ao despertar o ponto
focal da mente retorna ao nível anterior e a pessoa se sente no mundo real. Contudo, se ela não
voltasse ao nível de percepção habitual, por certo o seu mundo seria exatamente o do sonho.
Quando a pessoa está num nível outro qualquer parece sonho, tanto é assim que ela pode ter um
sonho dentro de outro sonho e assim sucessivamente. É possível a pessoa manter o ponto em que
vivencia um sonho e não retornar. Para isso depende do coeficiente de energia disponível e do
intento.
A pessoa pode deslocar seu ponto de sintonização; quando o faz em estado de vigília e isto é
sentido como uma projeção de consciência, uma viagem astral ou vivência em outra realidade
situada como passado, futuro ou mesmo de outro contexto relacionado com espaço. Quando isso é
feito durante o sono acontece, quando a pessoa sonha e sabe que está sonhando, então pode se
deslocar a partir daí para outras realidades. Trata-se de um sonho dentro de outro sonho.
Durante o dormir ocorrem os sonhos que são deslocamentos, algo como flutuações em torno
daquele que constitui o dia a dia da pessoa. Ocorrem percepções sem que haja grandes
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deslocamentos, mas isso não quer dizer que deslocamentos muito pronunciados não possam
ocorrer, tanto em estado de vigília quanto no de sono.
Dependendo do intento da pessoa, o ponto pode se efetivar com maior ou com menor
intensidade ou seja, ser mais ou ser menos fixo. O pondo no dia a dia é muito intenso porque a
pessoa tem fé, acredita nele, não estabelece dúvidas, e isso responde pelo grau de fixação. A
realidade de algo é ditada pelo nível de crença. Este mundo que vivenciamos é tido como realidade
única exatamente porque as pessoas acreditam que assim seja. No tocante ao sonho dá-se o inverso,
a própria pessoa não crê que aquilo seja real, pois o intento é fraco, se é que existe realmente. Por
isso os mundos vivenciados em sonho são tênues, mas se houver fé na possibilidade de gerar
mundos através de sonhos ele pode ser bem consistente. Neste caso o sonho pode ser muito mais
concreto, aparentemente muito mais real e envolver valores incomuns, chegando ao nível da pessoa
não ser capaz de distingui-lo deste que chamamos de mundo real (preferimos chama-lo de mundo
habitual).
A par do mundo habitual a pessoa pode vivenciar inúmeros outros, e quando isso acontece
ela não crê ser objetivos por serem pouco consistentes, e por isso dá o nome de sonho. Não verdade
são creações mentais assim como também o habitual também o seja.
Dependendo do nível em que a percepção é levada pelo intento um sonho pode dizer respeito
às existências totalmente fora da faixa de percepção habitual, nesse caso a natureza do mundo pode
ser totalmente diferente, ou mesmo muito aberrantes. Na analogia com o disco, podemos dizer:
Uma pequena variação de posição da agulha motivada por um deslocamento na faixa pode provocar
certa alteração na música que está sendo tocada, mas diante de um deslocamento mais amplo pode
acontecer que a música passe a ser outra totalmente diferente da original.
Para entender bem os sonhos, basta considerar que no sonhar habitual, naquele que ocorre
sem um intento, sem um comando direcionado, eles resultam de flutuações aleatórias do ponto de
percepção favorecida pelo abrandamento da capacidade de fixação, côo acontece no estado de
vigília. Neste caso o mudar a percepção do nível do dia-a-dia – habitual – é deveras difícil, mudar o
do sonho é muito fácil desde que a pessoa saiba que está sonhando. Neste caso o difícil é a pessoa
estar consciente – se dando conta – do sonho, saber que ela pode mudar de intento. No sonho
comum a pessoa como que perde a sua identidade, perde a facilidade de dizer eu sou fulano e agir
como tal.
Uma pessoa treinada pode ter quanto sonhos ela quiser, mas para isso é preciso dispor de
muita energia e forte intento. Mas a primeira habilidade a ser adquirida é sonhar sabendo que está
sonhando. O ponto de partida é um sonho comum, mas depois a pessoa pode entrar em um nível em
que chega a um estado idêntico ao de sonho sem precisar estar dormindo.
A indagação que pode ser feita é se é possível permanecer num dos mundos oníricos. A
resposta é afirmativa. Para permanecer há um ponto a ser considerado; não acordar dentro do
mundo habitual, ou e sim em outro qualquer, ou seja, evitar sair de um sonho e acordar em outro.
Mas essa prática, se por um lado é algo magnífico, por outro também pode ser perigoso,
desde que pode se manifestar um mundo tão absurdo, com características tão bizarras, que a pessoa
fique muito chocada ao ponto de gastar lá sua energia se defendo de situações inusitadas. Desse
modo ela pode não ter condições de voltar. Sair de uma situação dessa somente se houver um
resgate vinco de fora. Castaneda refere que certa feita teve que ser resgatado por uma das
discípulas de Dom Juan. Se assim não fosse ele ficaria retido em outro mundo. Por outro lado, se o
mundo for delicioso nada indica que a pessoa queira ficar e o faça. Ficar lá não é difícil o que é
difícil é ter energia para chegar lá. Dom Juan citava que no passado um grande número de
feiticeiros foram e não mais regressaram.
Na verdade no que estamos comentando não há viagem alguma, mas sim, apenas focalização
mental. Esse mundo é um foco mental o qual nós vivenciamos como real, mas outro qualquer pode
ocupar essa posição. Quando um iniciado – feiticeiro – atinge esse grau de domínio sobre a mente,
então sua vida pode ser indescritível, pode vivenciar quantos mundos quiser e quantas situações
aprouver. Nesse nível, o ser fica muito diferente, mesmo que ele volte para essa realidade comum,
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ainda assim as coisas daqui não o satisfazem por poder dispor de muito mais que o mundo habitual
pode lhe oferecer. O único problema diz respeito ao índice de energia sutil, a energia é a única coisa
da qual depende para vivenciar paraísos inusitados.
Nesses deslocamentos a pessoa pode se defrontar com seres inusitados, seres maléficos e
seres benéficos. Por isso no sonhar a pessoa deve saber, e poder, regressar de lá para outro mundo,
ou mesmo para o habitual, diante de qualquer ameaça, pois do mesmo jeito que uma pessoa pode
ser espoliada, ou fisicamente ser morta, perseguida, ou cativa de outra pessoa, nos mundos
possíveis isso pode acontecer até mesmo com maior intensidade do que neste habitual.
Carlos Castaneda cita o que Dom Joan disse a respeito: “Esses lugares existem em posições
específicas do Ponto de Aglutinação. Exatamente como o seu mundo existe no ponto de aglutinação
na posição habitual”.
Há concordância entre os ensinamentos do Nagualismo ensinado por de Carlos Castaneda /
Dom Juan e o que diz a V.O.H. a respeito das percepções em geral e dos sonhos em particular. A
diferença é que Dom Juan cita o “Ponto e Aglutinação” como o local em que se processam as
modificações, e pelos ensinos da V.O.H. ele se situa essencialmente no plano de interação Mente
/Consciência. Nós comparamos com a localização de um registro na memória de um Computador.
Nessa analogia a Consciência é comparada com o registro no HD, e o Mouse como a Mente. Nesse
caso o chamado “Ponto de Aglutinação” compreende os ícones, sobre os quais o internauta clica
para fazer aparecer um determinado programa. Num futuro não muito remoto o clicar do Mouse não
fará aparecer apenas uma imagem em tela, mas uma imagem virtual em 3 dimensões, ou por certo
algo muito mais denso e real, com o que a pessoa possa interagir.
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MUNDO DOS SONHOS
A FÉ GERA O MUNDO, E
O MUNDO GERA A FÉ.
2005- 3358
T E M A 1. 5
49
O mundo básico, este em que vivenciamos, como vimos em palestra anterior, não pode ser
fruto da manifestação limitada de uma pessoa, por ser ele tremendamente amplo e complexo. A
mente, em nível de individuo, só poderia criar um mundo muitíssimo mais reduzido, compatível
com o seu conhecimento próprio ou, no máximo, com a capacidade de sua imaginação. A mente só
crea aquilo que tem registro de memória ou que pode ser imaginado.
Somente se pode criar um mundo com base em elementos conhecidos ou, pelo menos,
imagináveis. Como uma mente de um ser humano poderia construir um modelo matriz contendo
coisas inimagináveis? Indagamos, ela poderia incluir, por exemplo, aves desconhecidas, ou incluir
bactérias, todas as variedades de espécies da fauna e flora, etc., e muitas outras coisas que nem
mesmo ramos da ciência especializados atual suspeita?. Se um ser incluísse modelos de dinossauros
no seu mundo criado, no mínimo ele deveria ter capacidade de imaginá-los. Em qualquer campo a
imaginação é à base da creação. Neste nosso modelo coisas das mais inimagináveis vêm sendo
descobertas a cada dia e como tais ou são imaginadas ou já constam na matriz deixada pelo
“creador”.
Se não existisse um texto matriz então nenhum texto básico tão amplo poderia ser redigido
pela limitação de qualquer indivíduo, como este que transcende qualquer capacidade individual. Ao
ser só resta a possibilidade de gerar primariamente mundos altamente limitados, ou apenas oriundos
de modificações parciais e limitadas do mundo que ele vivencia.
Para um melhor entendimento devemos considerar o sonho. Um sonho é uma manifestação
de mundo tão real quanto esse que vivenciamos e assim o consideramos. Pode-se ver claramente a
limitação que existe nos mundos dos sonhos. Aquilo que temos dito sobre a impossibilidade de este
mundo vivenciado ser uma criação básica do ser, pode ser sentido se analisarmos um sonho. Isto
pode ser visto quando comparado o mundo habitual com um que se manifeste através de um sonho.
Primeiramente devemos ver que o habitual oferece uma tremenda riqueza de detalhes, o que não
acontece num mundo de sonho. Neste a mente cria um lugar, um ambiente, no qual ela coloca
coisas, que passam a ser tão reais para o sonhador quanto o que ele vivencia em estado de vigília.
Muitos podem duvidar de que um sonho seja a manifestação de um mundo distinto desse de
nossa realidade habitual, dizendo ser uma fantasia, uma ilusão da mente, mas é precisa se ter em
mente que este mundo habitual também é uma ilusão – Mundo de Maya. Ninguém que desconheça
determinadas nuances da mente duvida de que um sonho seja um mundo, que muitos dizem ser
imaginário por ser tratar de algo subjetivo, contudo só subjetivo quando analisado a partir do
mundo habitual, ou seja quando a pessoa acorda, quando ela “volta” para o se mundo do dia a dia,
mas enquanto está sonhando o real é o do sonho.
O mundo habitual é imenso e complexo, enquanto que o mundo de um sonho é muito
limitado. Jamais se vê em um sonho algo que não seja conhecido, ou que passível de ser idealizado
pela pessoa. No mundo habitual isto não é verdade, a cada momento surgem elementos totalmente
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desconhecidos. No mundo de um sonho o desconhecido inexiste, e aquele mundo vivenciado é
limitadíssimo. Nele a riqueza de detalhes é mínima, a riqueza de coisas idem; mas as
complexidades quase não existem. Qualquer mundo vivenciado em sonho é incomensuravelmente
mais simples, mais limitado, do que o mundo que o que é vivido em estado de vigília, mas nem por
isto menos real para o sonhador. Por outro lado, um mundo gerado pela mente em um sonho –
mundo onírico – é muito limitado, ele não tem amplitude comparável a qualquer mundo gerado em
estado de vigília, até mesmo pelo mais erudito e sábio.
As pessoas têm tremenda dificuldade em admitir que este mundo habitual seja mental e que
nele podem ocorrer modificações sucessivas. Só vêem o mundo como um fluir contínuo, dentro
daquela condição que é impropriamente chamada de evolução, mas não admitindo que haja saltos.
Já foi dito: “A natureza não dá saltos”, mas isto é uma afirmativa muito relativa, pois muitos
fenômenos da área psíquica, e mesmo material, mostram que sim, embora que a existência de tais
“fenômenos” seja posta em dúvida pela ciência ortodoxa.
Os mundos dos sonhos normalmente são admitidos pelas pessoas como sendo artifícios da
mente, contudo a ciência até hoje não disponha de uma hipótese satisfatória que explique
satisfatoriamente o que é o sonho.
Quando uma pessoa está sonhando ela não tem como sentir que aquele mundo não é real.
Mesmo quando ela tem sonhos lúcidos – sonho que a pessoa sabe que aquilo está sonhando – ainda
assim o mundo onírico vivenciado é tão real para ela quanto o de vigília, apenas que ela sabe estar
vivenciado um mundo de sonho, mas ao mesmo tempo sabendo que existe um mundo de vigília,
mas não tem como evidenciar que aquilo que esteja sendo vivenciado não é uma realidade. Tanto é
assim que até funções fisiológicas se alteram, a pessoa pode ter angustia, taquicardia, e inúmeras
sensações que se refletem no corpo físico. Há casos em que a pessoa morre vitimada por uma
vivência emocional durante o sonho. Se uma vivencia de certo tipo pode prejudicar, pode
desequilibrar, ou até mesmo “matar” no mundo habitual, o mesmo pode ocorrer na vivência de um
sonho. Vejam o quanto grande é a interpendência existente entre o “mundo real” e o “mundo do
sonho”.
A Psicologia não duvida que o sonho seja uma criação mental e que o inimaginável se
manifesta como sonhos. Inúmeras vezes sonha-se com coisas aparentemente irreais, com absurdos
que contrariam a lógica, e que não existem manifestados no mundo habitual. Isto acontece porque,
mesmo não sendo algo manifestado no mundo habitual, mesmo assim, é passível de ser imaginado
pela pessoa. Vale salientar que não é preciso que a pessoa se dê conta de que está imaginando, pois
o pensamento tem um nível subliminar, um nível impropriamente chamado subconsciência
inundado de “recalques”, de anseios, de fantasias, e muito mais que a psicanálise chega a abordar.
Até mesmo instrumentalmente isto pode ser constatado. Há atividades mentais em que pessoa está
“desligada” da “realidade” constatáveis mediante um eletro encefalograma.
O cérebro sempre está ativo, mobilizando, comparando e associando registros de memória
mesmo que a pessoa esteja “desligada”. Uma pessoa em estado de coma o E.E.C. registra atividades
cerebrais, mas que queremos salientar é que elas não dizem respeito apenas a comandos orgânicos,
também dizem respeito a atividades mentais de nível subjetivo, mas que não chegam ao nível de
intelecto. Mesmo que não sejam muito aceitos pela psicologia mesmo assim há depoimentos de
pesquisadores que têm analisado uma gama de experiências intituladas de “vivências pré-morte”
que indicam atividades psíquicas em condições finais de vida biológica. Pessoas que “recobraram a
consciência” em situações extremas se recordam do ambiente e até mesmo do que sentiram do
mundo habitual naqueles instantes, como por exemplo atividades desenvolvidas para salva-la e,
mais ainda, o que pensaram de tudo aquilo. Se verdade, isto mostra que certas atividades da mente
não se processam apenas no estado de vigília. Assim muitas ideações independem do pensamento
ativo, por isso não é necessariamente preciso algo se fazer presente na “tela” do intelecto para gerar
um mundo; pensamentos e anseios subliminares podem indubitavelmente fazer isso.
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Uma pessoa que esteja sonhando e se dando conta daquilo se tratar de um sonho pode
evidenciar o quanto aquele mundo é limitado se comparado com o mundo habitual. Isto acontece
porque no sonho ele vivencia um modelo mental próprio e não uma simples modificação operada na
matriz. Assim no mundo creado – mundo onírico - todas as limitações impostas por sua capacidade
de agir ou de imaginar, se fazem presentes, enquanto que no mundo “real” ele está dentro de um
mundo que não é o seu próprio, ele está dentro do mundo cuja matriz não é propriamente gerada por
ele, um mundo que chamam de Mundo de Deus. Ele não precisa compor um mundo integral, um
texto existencial completamente novo, mas apenas promover pequenas modificações, manipular o
básico com alguns acréscimos ou eliminações.
Esse mundo é uma ilusão – Mundo de Maya – que as religiões com base nos Vedas dizem
não ser mais que um “Sonho de Brahman”. Sendo assim todos os seres que nele vivem, na verdade
o fazem em um mundo de ilusão, em um mundo de sonho. Então quando se adormece e se sonha,
na verdade se está vivenciando de um sonho dentro de outro sonho. Vivenciando outra ilusão a
partir de outra ilusão. Um sonho do dia a dia é portanto um sonho dentro de outro sonho, um mundo
de ilusão dentro de outro mundo de ilusão.
Quando uma pessoa está sonhando ela está em um mundo dentro de outro mundo, em um
sonho dentro de outro sonho. Vemos, portanto, que uma pessoa pode ver a si mesma dentro de uma
seqüência de sonhos, integrando uma cascata de sonhos, envolto em uma sucessão de ilusões.
Neste momento vale se indagar se esse mundo habitual é o primeiro dessa cadeia. A
resposta para esta indagação pode ser encontrada desde que seja aceito que todas as formas de
existência em nível de Imanência são meras imagens holográficas.
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