Aquicultura Sistema Recirculacao Agua
Aquicultura Sistema Recirculacao Agua
Aquicultura Sistema Recirculacao Agua
So Paulo
2.000
AGRADECIMENTOS
SUMARIO
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUO
07
1.
OBJETIVOS DO PROJETO
09
2.
O MERCADO CONSUMIDOR
09
3.
ESPCIE PRODUZIDA
10
4.
PROJETO E DESENVOLVIMENTO
12
4.1
4.2
4.3.
4.3.1
4.3.2
4.4.
4.4.1
4.4.2
4.5.
4.6.
4.7.
Galpo de criao
Tanque de criao
Filtro de slidos
Concentrador centrifugo
Filtro de tela
Filtro biolgico
Filtro biolgico de filme lquido
Filtro biolgico submerso
Ozonizao
Oxignao
Aquecimento
12
13
13
15
16
17
17
17
18
19
20
5.
ESPECIFICAO DA QUALIDADE
21
5.1
5.2
5.3
5.4
5.5
5.6
5.7
5.8
5.9
Temperatura
Oxignio
Amnia
Nitrito & Nitrato
Alcalinidade
Gs Carbnico
pH
Espuma
Luminosidade
22
22
23
24
25
25
25
26
26
6.
PROCESSO DE PRODUO
26
6.1
6.2
Cria
Recria
26
27
6.3
6.4
6.5
6.6
6.7
6.8
Engorda
Cuidados com o biofiltro
Arraoamento
Estocagem da rao
Cuidados com o sistema de produo
Doenas e estresse
27
28
28
31
31
31
7.
32
8.
34
8.1
8.2
35
35
9.
36
10.
CONCLUSO
37
11.
12.
BIBLIOGRAFIA
APNDICES
38
39
RESUMO
ABSTRACT
This work has for objectives to identify the equipments and techniques of production of
fish super in system intensive with recirculao of water, as well as the one of
determining some quality patterns in the production. The given were obtained in the
attendance of the project developed by the company RECOLAST Impermeabilizaes
LTDA and for bibliographical research. For being a new system in the country, they
still need the economical given and of production, should be made researches to this
respect the more possible abbreviation
INTRODUO
O pescado se encontra entre os primeiros alimentos utilizados pela humanidade e se prima
por ser uma fonte de protena de tima qualidade e alto valor biolgico. Em todo o mundo
encontramos seus consumidores, sendo que o pescado representa a principal fonte alimentar
para muitas culturas.
Aps a Segunda Guerra Mundial, o esforo de pesca aumentou devido a necessidade rpida
de alimentos e a um custo relativamente baixo para que fosse possvel acompanhar o
desenvolvimento dos pases que estavam em reconstruo no ps-guerra. Com isso tivemos
duas conseqncias diretas, a primeira foi que o peixe se firmou ainda mais no hbito
alimentar, gerando uma demanda crescente (tabela 1), e a segunda conseqncia foi a
diminuio dos estoques naturais de pescado devido ao excesso de pesca e as mudanas
ambientais provocadas pela ao humana (poluio, destruio de esturios e de outros locais
de reproduo dos organismos aquticos).
Tabela 1 (Hilsdorf 1999)
Dados do consumo mundial de pescado em relao ao crescimento da populao.
Ano
1950
1990
2000
2025
Populao
(bilhes)
2.5
5.3
6.3
8.5
Consumo
(milhes de toneladas)
48
101
119
162
FAO, 1995.
O dficit gerado pela pesca vem sendo progressivamente suprido pela criao racional de
organismos aquticos, principalmente os de gua doce. Hoje esta modalidade representa
100% da produo pesqueira continental de Israel e , no Japo, 70% dos peixes de gua doce
provem de cultivo. A aquicultura vem se projetando no mundo inteiro como fonte de
abastecimento de pescado para as populaes (tabela 2).
Tabela 2 (Hilsdorf 1999)
Projees mundiais de pescado, em milhes de toneladas para o ano 2010.
Projeo Mundial
Captura
Produo da Agricultura
Produo Total
Pescado/Consumo Humano
Pescado/Outros Fins
Cenrio Pessimista
80
27
107
74
33
Cenrio Otimista
105
39
144
114
30
A aquicultura hoje um dos sistemas de produo de alimento que mais cresce no mundo e
que poder contribuir com a demanda crescente mundial de pescado no prximo milnio. A
produo de pescado para a alimentao humana vem crescendo significativamente a uma
7
taxa mdia anual de 10,2% desde 1984, quando comparada com somente 2,8% das carnes
advindas de outras criaes animais. A produo mundial proveniente da aqicultura passou
de 6,69 a 18,44 milhes de toneladas entre 1984 e 1994.
O Brasil , sem duvida, o pas que apresenta o maior potencial do mundo para a produo de
pescados atravs da aqicultura, devido a sua vastido territorial, com mais de 2/3 em regies
tropicais, banhados por uma imensa rede fluvial, onde se destaca a bacia Amaznica,
responsvel por 20% de toda a gua doce drenada para os oceanos. Alm disso, j possumos
mais de 5 milhes de hectares de represamentos (audes e reservatrios para a gerao de
energia) , e cerca de 8.000 km de costa que poderiam estar sendo plenamente utilizados para
cultivos em gaiolas e tanques redes. E so estes fatores que vem promovendo a aquicultura
nacional, principalmente com a proliferao dos pesque-pagues e venda de peixes vivos. Ms
a prpria vastido do pas acaba por interferir em parte na expanso do setor, pois os grandes
centros consumidores no se encontram prximos aos melhores lugares de cultivo.
O desenvolvimento da criao nas regies norte e nordeste vem justificando a instalao de
grandes infraestrutura de abate e processamento, possibilitando a comercializao do
pescado, ms tambm abrem possibilidades para as criaes em sistemas super intensivos
com recirculao de gua, que pode ser instalados exatamente dentro dos mercados
consumidores devido ao seu tamanho compacto, ao baixo consumo de gua e ao controle total
do ambiente possibilitando uma produo contnua, com qualidade e gerando menor impacto
ambiental. Para isso, a Empresa RECOLAST Impermeabilizaes LTDA vem desenvolvendo
um sistema de produo em seu Centro de Aquicultura localizado em Atibaia, sendo que este
trabalho descreve os equipamentos e as tcnicas de produo empregadas neste sistema.
As diferenas relativas a produtividade entre o sistema convencional e o super intensivo so
enormes, visto que so necessrios 13.000 a 15.000 metros quadrados de viveiro para se obter
a mesma produtividade de uma unidade super intensiva de 250 metros quadrados. Enquanto
que o primeiro sistema necessita de uma renovao diria de gua em torno de 10 a 20 %, o
segundo sistema tem necessidade apenas de 3 a 5 % de entrada de gua nova .
Esta prtica comum em pases do hemisfrio norte, onde as temperaturas frias e o alto custo
dos recursos hdricos no possibilitam nenhuma outra alternativa para a criao de peixes
tropicais.
Por se tratar de um sistema onde h possibilidade de se controlar diferentes parmetros como,
os ambientais (qualidade fsico qumica da gua), zootcnicos (taxa de alimentao,
crescimento, manejo) e econmicos (custo de produo, otimizao de mo de obra, consumo
de energia), o SIRA possibilita utilizar conceitos de administrao comuns nas reas
industriais e de servios como programas de qualidade total, o que no seria possvel de ser
aplicado, com a mesma eficincia, em outras atividades do setor agrcola devido as
caractersticas peculiares do meio rural, onde fatores no controlveis como chuvas, geadas,
secas, pragas e doenas a tornam uma atividade de risco.
Nota 1 Pesqueiros: So reas onde encontramos um represamento ou viveiro povoados com
peixes e toda uma estrutura de pesca e laser em que os visitantes podem se dedicar a pesca
esportiva, pagando pelo peixe pescado ou por uma taxa fixa.
OBJETIVOS DO PROJETO
A criao de peixes em Sistema Super Intensivo com Recirculao de gua tem sido objetivo
de muitos produtores ou comerciantes de pescado que no possuem muitos recursos hdricos
e/ou de rea para produo. Dentro deste contexto podemos encontrar aqueles que j possuem
uma estrutura de comercializao, como pesque pague, restaurantes, supermercados e
peixarias, assim como outros produtores que, estando prximos a centros consumidores,
desejam iniciar ou ampliar a sua criao.
Por se tratar de um sistema de produo sem tradio no pas, todos os parmetros so obtidos
a partir de literatura estrangeira, devendo ser feito todo um levantamento de dados para que
possamos obter resultados que representem a nossa realidade e, como toda atividade de
produo nos dias atuais, tem que ter foco no consumidor. Para isso, todas as etapas de
produo devem seguir critrios que objetivam a qualidade total, tornando a criao
economicamente vivel, dentro de uma viso global em que se determine todos os passos para
se obter um produto esperado, com controle de produo, rastreabilidade dos insumos e
padro para a venda.
2
O MERCADO CONSUMIDOR
A piscicultura no Brasil comeou a tomar rumos a partir da demanda gerada pelos pesqueiros
que comercializavam pequenos volumes de peixes, a tempos irregulares e com uma demanda
para uma grande variedade de espcies. Ms o alto custo de transporte, a tendncia de
reduo de preos pagos pelo peixe vivo, a inadimplncia promovida por muitos pesqueiros,
e a limitao para o manuseio , transporte e pesca de algumas espcies nos meses de inverno
obrigaram aos piscicultores a procurar novos mercados.
A dificuldade inicial estava na imagem negativa que muitos possuem do pescado cultivado,
sendo as principais a) que se trata de um animal que foi alimentado com dejetos, b) que
possui muita gordura e , c) apresenta gosto de barro. Devido s caractersticas climticas das
regies sul e sudeste, em que o inverno marcado por baixas temperaturas, a produo passa
a ser sazonal, determinando perodos de safra e perodos em que no haveria oferta de peixe
fresco. Somando a tudo isso, a grande variedade de espcies cultivada, a falta de
padronizao do produto, muitos produtores com pequena escala de produo e a falta de
processamento criaram barreiras para a comercializao do pescado cultivado.
A produo de tilpias em sistemas Super Intensivo com Recirculao de gua permite a
quebra deste paradigma devido as caractersticas do sistema e da espcie criada. O sistema
possibilita a otimizao dos seguintes aspectos:
ESPCIE PRODUZIDA
10
11
PROJETO E DESENVOLVIMENTO
O sistema tem como caracterstica principal, proporcionar instalaes que garantam maior
conforto para os animais, reduzindo as variaes ambientais, promovendo um ambiente
higinico e reutilizando a gua do sistema atravs de um sistema de tratamento. O resduo
gerado pela produo de peixes sero utilizados para a produo vegetal em horta e
composta das seguintes partes:
01 galpo de criao
01 tanque de cria
01 tanque de recria
04 tanques de engorda
04 concentradores centrfugos
01 filtro de tela rotativo
02 filtros biolgicos
01 ozonizador
01 sistema de aquecimento de gua
4.1 Galpo de criao
Trata-se de um galpo do tipo estufa com 15 metros de largura por 17 metros de comprimento
e 2,2 metros de p direito. A estrutura formada por arcos metlicos com lanternim, sobre
colunas metlicas. O plstico de cobertura e das laterais feito com lona agrcola de 200
micras prprio para estufas agrcolas, a face externa de cor preta e a face interna de cor
branca. Este tipo de cobertura no permite a entrada de luz, que acarretaria em uma excessiva
produo de algas, prejudicando o sistema de tratamento de gua.
Durante o dia entra um pequeno feixe de luz atravs do lanternim, que dispersada pela cor
branca da lona. Esta luz suficiente para dar ao peixe a sensao de dia, regulando as funes
hormonais dos animais.
12
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tanque de sedimentao para concentrao adicional do lodo. A esta taxa de fluxo, um tanque
de sedimentao de 3500 litros proveria um tempo de reteno de 1 hora.
4.3.2. Filtro de tela.
O filtro de tela consiste em uma pequena membrana porosa para a remoo dos slidos em
suspenso na gua. A membrana do filtro a ser utilizada composta de tela de nylon de 100
micras, presa a um tambor transversal em movimento.
Trs fatores determinam a efetividade do sistemas de filtrao de tela; 1)a eficincia de
remoo de partculas, 2) a taxa de entupimento, e 3) a facilidade e eficincia de limpeza.
Tradicionalmente o sistema de tela filtrante so usados em processos industriais, ms no
muito empregado em sistemas de recirculao de gua para aquicultura. O tamanho da malha
da tela que determina a eficincia da remoo das partculas., a quantidade de rea aberta
em relao a rea da tela (% rea aberta), e se o sistema fora partculas moles sobre a tela.
Microtelas so comercialmente disponveis com tamanhos de telas extremamente pequenos.
A principal limitao com as telas filtrantes o desenvolvimento de bactrias e fungos sobre
a superfcie da tela e tcnicas de retrolavagem so ineficazes para fazer a remoo. Isto
particularmente verdadeiro em sistema de aquacultura de peixes tropicais. Os sistemas de tela
em movimento tambm tem uma tendncia de prensar as partculas macias contra a tela e
permitir a passagem dos resduos atravs da malha.
Aps a passar pelo concentrador centrifugo, o efluente encaminhado para um tanque de
5.000 litros, e internamente instalado um cilindro com a superfcie perfurada. Sobre esta
superfcie fixada a tela de nylon. Um motor acoplado a um redutor mantm este cilindro em
movimento rotatrio a uma velocidade de 2 a 3 RPM (rotaes por minuto). Parte do tambor
fica imerso no tanque, enquanto que o restante permanece fora da gua. O efluente entra
dentro do tambor, sendo filtrado por uma tela de nylon, e sai por uma tubulao instalada na
extremidade inferior. Ao passar pela tela, partculas superiores a 100 micras ficam retidas na
tela.
A medida em que roda o tambor, a superfcie da tela com partculas retidas submerge do
tanque, e um aspirador de p e lquidos remove o material depositado. Este sistema de
limpeza possibilita o desentupimento da tela que ir novamente imergir e reter as partculas
slidas. O aspirador de p e lquidos dever ser esvaziado pelo menos duas vezes ao dia, ou
quando necessrio. O lquido retirado apresenta uma grande quantidade de slidos que dever
ser descartado em um local apropriado e o volume retirado dever ser reposto com gua de
boa qualidade. A perda de gua do sistema projetada para ser inferior a 0,8 % do fluxo de
contribuio. Cerca de 100 litros so utilizados para reposio.
Um sistema semelhante de filtragem, o Triangelfilter, foi avaliado em alevinagens de salmo
na Sucia por Sweden by Enqvist and Larrson (1988?), e no Canada por Goldberg et al.
(1988). Nestas aplicaes este filtro removeu 80 a 100% dos slidos totais dissolvidos, 27 a
70 % do nitrognio total, 67 a 79 % do fosforo total, e 75 a 82 % da DBO. Foram atribudas
variaes a eficincia do filtro ao tamanho dos peixes da criao e a velocidade em que as
partculas eram retiradas. Peixes menores produzem finas partculas de desperdcio que
reduzem a eficincia do filtro o tanque autolimpante circular reduziu a desestruturao do
lodo e aumentou a eficincia.
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Ainda no foi feito uma avaliao do filtro de tela em uma criao de peixes tropicais em
sistemas de recirculao. O desenvolvimento de bactrias em guas com maior temperatura
podem causar a formao de uma crosta de bactrias na tela do filtro, semelhante ao
encontrado em outros sistemas de filtrao de tela. Se isto acontecer, um sistema de limpeza
com vapor de gua ser necessrio.
Sistemas de filtrao de tela variam consideravelmente quanto a energia requerida para seu
funcionamento. Filtros rotativos de tambor e de disco tem um grande consumo. Alguns
sistemas requerem bombas de alta presso ou geradores de vapor para lavagem. Eles
aumentam o custo de produo. Outra considerao a reposio da tela que ir se desgastar
com o tempo, ms ainda no temos dados sobre a taxa de reposio.
4.4. Filtro Biolgico
Filtrao biolgica o processo pelo qual amnia convertida primeiro em nitrito e ento
para nitrato. Este processo tambm chamado nitrificao e feito em um biofiltro. Esta
estrutura nada mais do que um meio slido contido em um recipiente em cima do qual a
gua de efluente j filtrada bombeada. O importante dimensionar um biofiltro que remova
o nitrognio amoniacal e o nitrito, com pouca manuteno e que esteja integrado no sistema
no qual est operando.
Existem cinco configuraes de biofiltros geralmente usados em sistemas de produo de
peixes: o submergido, por filme lquido, o biodisks, o biodrums, e o beds fluidized. Para este
sistema de produo ser empregado dois conjuntos de filtros biolgicos sendo que cada um
deles composto por um filtro de filme lquido que est sobre um filtro biolgico submerso.
A gua que sai do filtro de tela bombeada por uma bomba centrifuga de CV, com uma
vazo de 40.000 litros/hora, para o filtro biolgico de filme lquido, ao passar por ele a gua
passa por gravidade para o filtro biolgico submero.
4.4.1. Filtro Biolgico de Filme Lquido
O filtro biolgico de filme lquido constitudo de um tanque de chapa galvanizada de 0,5
mm, revestido por manta de PVC e internamente preenchido por 03 camadas de sacos de tela
plstica cheios de bilhas de poliestireno do tipo S5, densidade de 0,04, dimetro de 3 mm e
superfcie especfica de 1.200 m2/m3. A gua que sa do sistema de filtrao aspergida sobre
estes sacos, formando um filme lqido sobre a superfcie das bilhas. O fluxo distribudo de
maneira que o meio no fique inundado e o ar circule pelo filtro.
Este filtro biolgico tem mltiplas funes; alm de servir de substrato para o
desenvolvimento e ao de bactrias nitrificantes na superfcie das bilhas, ele possibilita a
oxigenao da gua e a liberao de gases como a amnia e o CO2.
4.4.2. Filtro Biolgico Submerso
O filtro consiste em um recipiente repleto por um meio que lhe confere uma grande superfcie
e que apresenta uma certa porosidade. A gua entra no filtro, entra em contato com o meio
onde as bactrias crescem, e sai do filtro. O meio pode ser quase qualquer material que
permitir a gua atravessar facilmente e seja atxico s bactrias nitrificantes que crescem na
superfcie do meio. Para este projeto ser usado bilhas de poliestireno do tipo S5, densidade
de 0,04, dimetro de 3 mm e superfcie especfica de 1.200 m2/m3. Alguns dos tipos de meio
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mais comuns incluem pedra, areia, e meio plstico de vrios formatos. O tanque que
armazena a gua e o meio confeccionado por chapa galvanizada de 0,5 mm revestidos por
manta de PVC. O fundo do tanque concavo com um dreno central para a retirada da matria
orgnica mineralizada.
A caracterstica que distingue um filtro submerso que o meio sempre est completamente
imersos na gua. A gua entra pelo alto do tanque, atravessa as bilhas de poliestireno que fica
contida em sacos de tela plstica, sofre a ao das bactrias nitrificantes e saem por uma
tubulao instalada a 10 centmetros do fundo.
4.5. Ozonizao
O oznio formado por um grupo de 3 tomos de oxignio formando uma nica molcula.
So produzidos por uma descarga de um arco eltrico no ar unindo trs molculas de oxignio
para formar duas molculas de oznio. O aparelho utilizado no sistema utiliza um canho de
eltrons para gerar 0,3 miligramas de O3/minuto, o que daria uma concentrao do gs
dissolvido na gua de recirculao de 5 miligramas por litro.
O oznio provou ser 20 vezes mais efetivo, 3 120 vezes mais rpido, 100 vezes mais solvel
em gua e possuir um espectro de ao muito mais amplo do que o cloro, O oznio tambm
muito efetivo contra vrus comparado outros oxidantes como o cloro, permanganatos, iodo e
bromo. As vantagens apresentadas so descritas a seguir:
O tratamento da gua dos tanques com oznio um processo que permite alcanar uma
qualidade de gua boa para o cultivo e manuteno de qualquer tipo de peixe. A efetividade
alta do oznio conhecida, inclusiva para a purificao de guas de consumo humano,
processo que usado em numerosas estaes de tratamento de gua em cidades importantes,
e que garante a obteno de gua com magnifica pureza bacteriolgica e timas
caractersticas como: transparecia, ausncia de cor, propriedades organolpticas e fsicoqumicas, assim como a ausncia de qualquer tipo de resduo indesejvel.
18
Para o tratamento da gua de cultivo, o sistema de ozonizao da gua integrado aos outros
sistemas de tratamento, sendo aplicado na gua que sai do filtro biolgico atravs de uma
sada alternativa (by pass) do sistema de bombeamento (recirculao) do filtro biolgico, em
que a gua passa por um venturi de 01 polegada. Este venturi aspira o oznio gerado pelo
ozonizador e, na prpria tubulao vai ocorrendo a mistura. Ento a gua ozonizada
conectada com a gua que sai do filtro biolgico e circula por uma tubulao com 06 metros
de comprimento at chegar no tanque de cultivo.
Neste percurso o oznio vai reagindo oxidando a matria orgnica e os metais que possam
estar presentes. O oznio muito instvel, voltando a ser oxignio rapidamente. A tubulao
de 06 metros tem a funo de possibilitar a mistura e a reao do gs alm de evitar o excesso
de oznio no tanque de cultivo.
O consumo de energia pelo gerador de oznio pequeno ms deve ser contabilizado no custo
de produo do pescado.
4.6. Oxignao
O sistema de aerao deve fornecer a quantia de oxignio dissolvido na gua necessrio ao
sistema. Em uma produo super intensiva com recirculao de gua difcil de determinar o
oxignio solicitado, contudo tal informao importante (Losordo, 1991). Podemos
identificar os consumidores principais de oxignio como a biomassa, a matria orgnica
(DBO), e o biofiltro. Cada um destes tem suas funes influenciadas por fatores fsicos e
biolgicos.
A taxa de consumo de oxignio (taxa metablica) principalmente uma funo de
temperatura de gua, tamanho e fase de desenvolvimento do peixe. Estes mesmos parmetros
so usados para determinar nveis de alimentao timos. Por conseguinte, o consumo de
oxignio um parmetro constante para a alimentao.
Se mantivermos uma entrada de oxignio acima de 5 mg/l estaremos suprindo as
necessidades de oxignio para os peixes e para parte da DBO, j que o filtro biolgico
aerado ;pelo sistema de asperso sobre o filtro biolgico de filme lquido.
Como temos um conjunto de 04 tanques de 30.000 litros, o volume estocado de 120.000
litros
Alm da aerao promovida pelo venturi, cada tanque possui um conjunto de airlift
impulsionado por um blower. Estes equipamentos tem a capacidade de injetar um grande
volume de ar, ms com pouca presso (Tabela 3). importante que toda a tubulao de ar
seja bem dimensionada, com o mnimo de curvas e divises para que no haja perda de carga.
Tabela 3
Capacidade de bombeamento de ar de acordo com a potncia do motor:
Potncia (CV)
Volume de ar (m3/h)
0,5
0,75
2,00
4,00
7,50
84
120
192
252
492
19
Esquema do airlift:
1
2
3
4.7. Aquecimento
Para se obter uma produo contnua, o fator mais importante a manuteno da
temperatura, que dever ficar entre 25 a 27C. Para o aquecimento dos 04 tanques de 30.000
litros sero utilizados 02 aparelhos a gs como suporte para aquecer os tanques.
Clculo para o dimensionamento:
Volume total:30.000 litros
Delta t desejado = 5 (exemplo se a gua estiver com 22 elevar para 27)
Energia necessria =30.000 X 5=150.000 Kcal
Potncia til de 03 Aquecedores 02 X 26.400 K/Cal/h = 52.800Kcal/h
Tempo do primeiro aquecimento (Delta 5)
150.000 Kcal / 52.800 Kcal/h = 2.84 h/min. (que seria igual a 3 horas e 24 minutos...)
Tempo de recuperao:
Perda trmica para o tanque fechado sem ndice de ventos = 180 Kcal/h/m2.
Superfcie do tanque (6m2) X 180 Kcal/h/m2 = 1080 Kcal/h
20
21
5.1. Temperatura
A temperatura fator de grande importncia para a criao de peixes, visto que se ela
aumentar os animais iro crescer mais rpido ocorrendo o inverso se ela diminuir. Isso se
deve ao fato dos peixes serem animais pecilotrmicos, ou seja, a sua temperatura varia com a
do ambiente. Este aumento ou diminuio da temperatura deve ser feito dentro de certos
limites para no provocar a dormncia dos animais em caso de temperatura baixa, ou de
estresses calrico em temperaturas elevadas. Temperatura fora da zona de conforto ou
variaes bruscas podem causar a morte nos animais.
A temperatura tambm influi na concentrao de oxignio e na eficincia do biofiltro, sendo
ente mais afetado pela variao de temperatura que os peixes .
A temperatura do sistema determinado pela espcie a ser criada. No caso de se alterar a
espcie cultivada e, consequentemente alterarmos a temperatura da gua, devemos esperar
por um perodo para que ocorra a adaptao das bactrias.
Temperaturas inferiores exigida pela espcie cultivada torna-os suscetveis a doenas
(parasitas, fungos e bactrias). Isso se deve ao fato do animal reduzir a alimentao,
diminuindo sua resistncia consequentemente. Nessas condies no recomendado manejar
os animais. Temperaturas elevadas tambm podem ser perigosas pois a cada 10C que a
temperatura aumenta, o efeito das substncias txicas duplicam e a concentrao de gases,
principalmente o O2D, ficam reduzidos.
5.2. Oxignio
Por serem animais aerbios os peixes necessitam do oxignio para a sua sobrevivncia. Este
se encontra na gua na forma de soluo e sua concentrao depende da temperatura (quanto
menor, maior a concentrao de oxignio) e da demanda qumica (substncias qumicas que
absorvem o oxignio) ou biolgica (oxignio consumido pela respirao dos seres vivos
aquticos). No nosso caso a espcie cultivada, seu metabolismo, a densidade estocada e a
atividade do biofiltro que sero responsveis pelo consumo do oxignio.
A quantia de oxignio que pode ser dissolvido na gua diminui com o aumento da
temperatura, da altitudes e da salinidade (Tabela 4 ).
Tabela 4.
Solubilidade de oxignio (ppm) em gua a vrias temperaturas, salinidades, e altitudes.
Varivel
Salinidade (ppm)
0
5,000
10,000
Altitude (ft)
0 (Nvel de mar)
1,000
2,000
Temperatura
68.0
71.6
9.2
8.7
8.3
8.8
8.4
8.0
8.2
7.8
7.4
7.9
7.5
7.1
7.6
7.3
6.9
9.2
8.8
78.5
8.8
8.5
8.2
8.2
7.9
7.6
7.9
7.6
7.3
7.6
7.4
7.1
Na gua o oxignio dissolvido (O2D) varia entre 0 e 13 mg/l. As guas a 15C podem conter
at 10,05 mg de oxignio dissolvido e com 30 apenas 7,57 mg de oxignio dissolvido. O
22
oxignio proveniente da atmosfera, da fonte de renovao de gua ou das plantas que vivem
na gua (fotossntese). No caso do sistema de recirculao de gua, o oxignio totalmente
transferido para os tanques atravs de venturis e de airlift. Dependendo da espcie o excesso
de oxignio dissolvido pode provocar a morte dos peixes por embolia e a falta por asfixia.
Peixes tropicais so mais resistentes a baixos nveis de oxignio do que peixes de guas frias.
Nveis de oxignio abaixo do ideal para a espcie pode provocar estresse, reduzindo a
alimentao, aumentando a converso alimentar e tornando-os mais suscetveis a doenas. A
concentrao ideal de O2D dever ser mantida em torno de 5 mg/l, suficiente para as
atividades dos peixes, da oxidao da matria orgnica e dos microorganismos do biofiltro.
Como as determinaes sero feitas vrias vezes por dia, recomendado que o equipamento
para leitura da concentrao de oxignio seja simples e rpido.
O nvel de oxignio costuma variar aps a alimentao dos peixes. Para que esta variao no
seja muito grande, recomenda-se ministrar o alimento dirio em vrias refeies durante o
dia, evitando-se uma alta carga de rao num curto perodo. Os peixes podero ser arraoados
de 6 a 12 vezes por dia. O arraoamento poder ser feito com cochos automticos ou o
alimento poder ser distribudo manualmente pelo tanque, 30 a 45 minutos aps o
arraoamento fazemos o monitoramento do nvel de oxignio.
A quantia de oxignio consumida pelo peixe uma funo de seu tamanho, taxa de
alimentao, nvel de atividade, e temperatura. Peixes pequenos consomem mais oxignio
que peixes grande por apresentarem taxa metablica mais alta.
A falta de O2D tambm pode ser observada pela presena de peixes na superfcie . Nesse caso
devemos suspender o fornecimento de rao, aumentar ao mximo a renovao da gua e o
sistema de aerao at que o quadro se reverta.
O biofiltro menos exigente em oxignio que os peixes, apresentando um bom
funcionamento em concentraes acima de 2 mg/l de O2D.
5.3. Amnia
A amnia entra no sistema atravs do metabolismo dos peixes e pela degradao de rao no
consumida. Por isso que devemos fazer a retirada do material slido da gua e limpar a tela
anti-fuga e a rede de escoamento de gua periodicamente, evitando-se o incio da
decomposio deste material orgnico.
A amnia encontrada na gua na forma de NH3 (amnio ) e de NH4 (amnia), o primeiro
altamente txico, ocorrendo em no tanque de acordo com o pH e a temperatura (Tabela 5). A
leitura feita pelo teste determina a concentrao das duas formas , o que explica a presena de
peixes saudveis em guas com mais de 20 mg/L de amnia em pH cido. Com pH neutro a
concentrao de NH3 relativamente baixa. Concentrao de amnia total em torno de 6 ppm
pode ocasionar alguns problemas aos peixes, principalmente com baixos nveis de O2D.
Tabela 5
Porcentagem de amnio totais que so no ionizadas a vrias temperaturas e pH. Para
determinar a concentrao de amnia no ionizadas, multiplique concentrao de amnia
total pela porcentagem que mais prxima temperatura observada e pH da amostra de gua.
23
Por exemplo, uma concentrao de amnia total de 5 ppm a pH 9 e 20C seria: 5 ppm amnio
totais X 28.5% = 1.43 ppm.
pH 12C 16C 20C 24C 28C 32C
7.0 0.2 0.3 0.4 0.5 0.7 1.0
7.4 0.5 0.7 1.0 1.3 1.7 2.4
7.8 1.4 1.8 2.5 3.2 4.2 5.7
8.2 3.3 4.5 5.9 7.7 11.0 13.2
8.6 7.9 10.6 13.7 17.3 21.8 27.7
9.0 17.8 22.9 28.5 34.4 41.2 49.0
9.2 35.2 42.7 50.0 56.9 63.8 70.8
9.6 57.7 65.2 71.5 76.8 81.6 85.9
10.0 68.4 74.8 79.9 84.0 87.5 90.6
por este motivo que, mesmo com uma concentrao ideal de oxignio, podemos no obter o
desenvolvimento esperado dos peixes ou nos depararmos com peixes muito debilitados ou at
mesmo com uma alta mortalidade .
Para reduzirmos a intoxicao por nitrito adicionamos cloreto no viveiro, na proporo de 6
partes de cloreto para cada parte de nitrito. Dessa forma o peixe ir absorver o cloreto no
lugar do nitrito. Como medida preventiva, podemos manter de 100 a 150 ppm de cloreto em
soluo na gua do viveiro. Alm de reduzir a intoxicao por nitrito, o cloreto reduz o
estresse, reduz infees por fungos e reduz a energia gasta para transporte de substancias
pelas membranas celulares.
O nitrato o produto final do biofiltro e no causa muitos problemas aos peixes. Uma
renovao de 5 a 10 % do volume total de gua dos viveiros so suficientes para o controle do
nitrato.
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5.5. Alcalinidade
Representa a quantidade de Carbonato de Clcio (CaCO3) presente na gua. guas duras
apresentam mais de 40 mg/litro, abaixo deste ndice so consideradas macias. guas com
menos de 20 mg/litro apresentam baixa produtividade por no apresentarem respostas a
Adubao.
Est relacionada com o pH, gs carbnico e a nitrificao da amnia. As bactrias
nitrificantes do biofiltro retiram o carbonato da gua para formar o seu esqueleto, o processo
de oxidao da amnia que fornece energia para o processo. Dessa forma que aumentando
o nvel de amnia no sistema que se reduz a concentrao de carbonato de clcio e a falta
deste elemento compromete o funcionamento do biofiltro.
Diariamente monitoramos os nveis de Carbonato de Clcio para que fique entre 70 a 120
ppm. Para cada grama de amnia que entra no sistema so necessrias 7 gramas de Carbonato
de Clcio para sua neutralizao.
A presena de CaCO3 promove um efeito tampo na gua, evitando grandes mudanas de pH
geradas principalmente pela transformao do gs carbnico em cido carbnico.
5.6. Gs Carbnico
O gs carbnico ou dixido de carbono (CO2) produzido pela respirao e decomposio da
matria orgnica no sistema.
As concentraes de gs carbnico acima de 2 ppm acidificam a gua (transformando-se em
cido carbnico). O carbonato de clcio pode evitar a mudana de pH formando uma soluo
tampo:
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26
27
28
O tipo, forma e tamanho do alimento influem diretamente na converso alimentar, que por
sua vez deternima boa parte do custo de produo e o bom funcionamento do biofiltro.
As raes encontradas no mercado podero ser fareladas, peletizadas ou extrusadas. Para o
sistema de reciclagem de gua recomendado o uso de raes extrusadas por apresentarem
menor converso alimentar, serem flutuantes e por no se dissolverem facilmente na gua, o
que iria gerar um excesso de material orgnico para o biofiltro. As raes fareladas podem
causar problemas de branchias nos peixes maiores.
As raes extrusadas podem ser produzidas com diferentes formatos, sendo que a forma gro
facilmente apreendida pelos peixes.
O tamanho dos gros deve ser proporcional a boca dos peixes, sendo que os alevinos podero
receber a rao extrusada farelada e, a medida em que os animais crescem, aumentamos o
dimetro da rao. Este procedimento diminui o desperdcio e a competio por alimento,
ms tambm podem aumentar o tempo para serem digeridas.
A rao dever ser testada quanto a sua palatabilidade e avaliada quanto ao seu desempenho.
Muitos fabricantes de rao adicionam aromatizantes e flavolizantes para tornar os pelets
mais palataveis .
As raes devero suprir todas as exigncias nutricionais dos peixes da criao. No caso de
um desbalanceamento na dieta, a conseqncia ser reduo no desenvolvimento, aumento da
competio, estresse, aparecimento de doenas geradas pela carncia de determinados
elementos nutricionais e at a perda total do lote.
Cada espcie apresentar uma determinada exigncia de nutrientes, sendo que no Brasil
podemos encontrar raes para peixes de clima tropical ou temperado, alm de raes para
carnvoros e trutas. Estas raes foram projetadas para viveiros com renovao de gua, e
geralmente possuem leo na composio. O leo no uma substancia desejada para sistemas
de recirculao de gua por impedir a formao da espuma. Infelizmente ainda no existe
uma rao apropriada para o sistema de recirculao de gua.
Para se determinar a quantidade de rao a ser fornecida diariamente nos viveiros,
capturamos um pequeno lote (cerca de 3 a 5 % da populao), pesamos os animais e
determinamos o numero de indivduos capturados. Dividindo o peso do lote pelo numero de
indivduos obtemos o peso mdio dos peixes do viveiro;
PM = PT
NI
PM peso mdio
PT peso total do lote capturado
NI numero de indivduos capturados
Ao multiplicarmos o valor do peso mdio dos peixes do viveiro pela populao obtemos a
biomassa do sistema;
BI = PM X PV
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BI biomassa do sistema
PM peso mdio
PV populao do viveiro
Geralmente os fabricantes de rao informam a porcentagem de rao a ser fornecida de
acordo com a biomassa e o peso mdio do lote, a seguir fornecemos uma tabela que poder
ser utilizada na determinao da quantidade de rao a ser ministrada:
PM peso
mdio
50 gramas
100 gramas
200 gramas
300 gramas
400 gramas
500 gramas
% de rao
5%
4%
3%
2%
1,5 %
1%
30
Sempre peneiramos a rao antes de fornecer aos peixes, com isso reduzimos a quantidade de
p de rao que entra no sistema e que poderia causar problemas para o biofiltro.
recomendado jogar um pouco de rao na gua para observarmos se os peixes esto ativos
e se desejam comer, se forem receptivos ao alimento completamos o arraoamento, caso
contrrio devemos descobrir o que pode estar acontecendo de errado com os animais ou com
a qualidade da gua.
6.6. Estocagem da Rao
A rao dever ser estocada em local seco, arejado, longe da parede, sobre estrado e
protegida de ratos e insetos. Ao empilharmos os sacos, devemos cuidar para que os pelets no
sofram muito atrito, com isso evitamos a formao de p de rao que no seria consumida
pelos peixes, principalmente os de maior desenvolvimento, gerando desperdcio e provocando
desequilbrio no filtro biolgico.
Devemos programar a compra da rao de forma que a estocagem no seja superior a 60 dias,
respeitando o prazo de validade das raes. Muitos dos componentes da rao podero se
deteriorar com o passar do tempo.
Muitos produtores estocam a rao dentro de recipientes plsticos ou de metal para reduzir o
cheiro, que acaba atraindo ratos e insetos.
Ao abrirmos os sacos de rao devemos verificar se est ranosa ou apresenta formao de
bolores. Raes com estas caractersticas devem ser descartadas pois podem prejudicar a
sade dos peixes se ingerida.
6.7. Cuidados com o Sistema de Produo
Todas as correes dos parmetros de qualidade de gua e fornecimento de raes devero
ser feitas gradualmente, com exceo dos nveis de oxignio dissolvido. No caso dos peixes
no estarem apresentando um comportamento normal e alguns dos parmetros de qualidade
de gua estiver inadequado, o melhor recurso ter um reservatrio de gua limpa para
promover a troca da gua do viveiro. A gua do reservatrio dever estar com a mesma
temperatura da gua do viveiro e o pH no deve ter variao maior que 0,5. Em caso de
emergncia podemos fazer a troca total da gua do viveiro.
Os funcionrios devero passar por uma formao profissional pois, uma mo de obra no
especializada pode no identificar problemas que possam estar ocorrendo no sistema e/ou,
devido a um mal manejo, provocar uma grande mortalidade entre os animais.
Todas as ocorrncias dirias devero ser anotadas e, quando ocorre mortalidade, devemos
identificar as causas. O criador dever ter uma relao de especialistas e outros produtores
para procurar esclarecimentos ou para compartilhar seus dados de produo.
32
Tabela 6.
Fatores de qualidade de gua, monitoramento geralmente usado, procedimentos, e
preferncias dos peixes cultivados. Poder ocorrer mudanas nos procedimentos dos testes de
acordo com o fornecedor do equipamento.
Fator de Qualidade de gua
Teste Procedimento
Temperatura
Oxignio 1 dissolvido
33
ser monitorada atravs de mtodos de analticos precisos (por exemplo, APHA 1989;
Boyd and Tucker 1992).
3. Medidores esto disponveis com uma gama muito grande de preos. O desempenho
depende de calibragem diria e manuteno regular. A calibragem determinada com
padres conhecidos chamado soluo tampo. Testes colorimtrico falta preciso , mas
rpido, econmico, e adequado para anlises de campo.
4. Condutividade mede a capacidade da gua para conduzir corrente eltrica; relacionado
diretamente concentrao de ons na gua. gua destilada tem uma condutividade de 1
umhos/cm; guas natural de 20 a 1,500 umhos/cm. Os medidores de condutividade esto
extensamente disponveis e relativamente baratos. Refratmetros medem opticamente a
salinidade de uma amostra de gua; eles so caros e mais precisos em gua salgada ou
salobra.
5. Estes parmetros devero ser avaliados quando escolhemos a fonte de gua.
8 CONTROLE DO PROCESSO DE PRODUO
Desde o incio da produo devemos estabelecer uma rotina de trabalho e fazer uma
escriturao dos acontecimentos para que possamos atingir um controle da produo e para
termos dados para possveis melhorias do sistema. Cabe ao tratador o preenchimento dirio
das fichas de controle. A cada semana ou quando se fizer necessrio, o proprietrio dever
fazer uma avaliao dos resultados, sempre comparando os dados anteriores com os dados
atuais, para apreciar a evoluo do sistema. Diante de qualquer anormalidade dever contactar
um especialista.
A seguir sero descritas as rotinas da criao:
1. Monitorar a qualidade da gua diariamente, pelo menos 2 vezes ao dia, uma antes da
alimentao e outra 30 minutos depois.
2. Manter registro de alimentao e crescimento dos peixes.
3. Manter registro de qualidade da gua para determinar possveis correes.
4. Fornecer uma pequena quantidade de rao para ver se os peixes esto ativos e se
alimentando.
5. No faa mudanas rpidas em qualquer parmetro de qualidade de gua, exceto oxignio
dissolvido.
6. Mantenha registros de mortalidade e dos peixes retirados do sistema.
7. Faa aumentos graduais da rao a ser fornecida diariamente.
8. No fornea rao ranosa e/ou mofada.
9. Mude o tamanho da rao conforme o tamanho dos peixes.
10. Permita a retirada do cloro se for utilizar gua da rede publica de abastecimento
11. No tenha pressa em povoar totalmente os viveiros enquanto o biofiltro no estiver
totalmente ativado.
12. Esteja alerta a mudanas de apetite e do comportamento geral dos peixes.
13. No se preocupe se um ou dois peixes morrerem, retire os animais e procure determinar a
causa antes de tomar qualquer providencia.
14. Mantenha um reservatrio de gua para possveis emergncias.
15. Use rede sobre os viveiros para impedir que os peixes saltem para fora.
16. Faa um quadro com as rotinas da criao, para que todos saibam como agir na sua
ausncia.
34
Durante a captura devemos ter disponveis caixas de isopor, baldes, pu, sacos de coletas
ou outro recipiente com gua limpa para receber os peixes capturados.
35
gua - deve ser sempre oxigenada, para isso podemos usar uma bomba de aerao nas
caixas de captura e de transporte.
Tempo de operao - os peixes devem ficar o menor tempo possvel fora da gua, para
isso devemos primeiramente planejar a ao e dispor os equipamentos de maneira que no
se perca tempo entre a captura e a colocao dos peixes em recipientes.
Mortalidade - um mau manejo pode provocar a perda de mais de 50% dos peixes, que em
condies boas seria de no mximo 0,01%.
Captura com uma rede concentramos os peixes em um dos cantos do tanque. A rede
deve ser aberta , rodeando a lateral do tanque, quando as duas extremidades se
encontrarem que comeamos a puxar a rede, tomando o cuidado para no levantar o
fundo da rede. A seguir, capturamos os peixes com o auxilio de um pu.
um numero menor de atravessadores j que o produto pode ser retirado aos poucos do sistema
de produo. O sistema tambm apresenta a vantagem de poder ser instalado prximos aos
centros de consumo.
10 CONCLUSO
O sistema de criao de peixes com recirculao de gua j vem sendo utilizado a algumas
dcadas na Amrica do Norte e Europa, apresentando sucessos e insucessos entre os
empresrios que adotaram o sistema. No Brasil o sistema no tem nem mesmo 05 anos de
implantao, sendo usado modelos de criao de Israel e dos EUA.
Apesar do Brasil possuir os maiores recursos hdricos do mundo, existe uma distncia muito
grande entre os mananciais de gua e os centros consumidores e de exportao. Alm disso, o
mau uso dos mananciais prximos aos grandes centros vem restringindo a sua possibilidade
de uso devido a poluio e ao direcionamento destas guas para o abastecimento publico.
Para restringir ainda mais o uso da gua, o governo est implantando uma taxa para o uso de
gua no meio rural.
Por tudo isso que o sistema de criao de peixes com recirculao de gua vem sendo uma
opo para o produtor rural, que atualmente est a procura de novas opes de produo, j
que a agricultura tradicional nas regies limtrofes das grandes cidades esto comprometidas
pelo desenvolvimento urbano, que altera as relaes de trabalho e as taxas de uso de solo.
Entr os aspectos positivos do sistema temos;
As desvantagens so;
custo de tratar e recircular a gua tem um custo que dever ser computado
as densidades altas de peixe (quilos de peixe por volume de gua) causar tenso mais alta
podendo aumentar ainda mais a incidncia de doena
apresenta o custo de aerao ou oxignio de sulpementar
apresenta o custo de alimentos especiais
apresenta o custo de exigncias de energia totais para o sistema
apresenta o custo de remover nitrognio e controlar gs carbnico
investimento de capital exigido muito alto
muitos tentaram e falharam.
37
11 BIBLIOGRAFIA
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Illinois Aquaculture Resource/Research Center. Southern Illinois University, Carbondale. 22pp.
WHEATON, F. W. 1977. Aquacultural engineering. New York, New York:John Wiley and Sons.
38
APENDICES
CONTROLE DA POPULAO DO VIVEIRO
n do tanque:
Volume:
Situao:
POVOAMENTO
Data
Espcie
Categoria ou
sexo
Peso total
Peso mdio
kg/ha
Peso total
Peso mdio
Produo kg/ano
PESCA
Data
Espcie
Categoria ou
Sexo
39
ARRAOAMENTO
N DO TANQUE:
REA:
ESPCIE (S):
CATEGORIA:
Data
Tipo
n de arraoamento
Total de kg/dia
Observao
ADUBAO
N DO TANQUE:
REA:
ESPCIE (S):
CATEGORIA:
Data
Tipo
Quantia de
Adubo/Tanque
40
AMOSTRAGEM
PESO/INDIVDUO
TANQUE N:
REA:
CATEGORIA:
ESPCIE:
N DE INDIVDUOS:
Peso mdio
Comprimento
Peso mdio
Comprimento
Dia
pH
Transp.
Mxima
Mnima
Mdia
41