RELATORIO DE OBSERVAu00C7u00C3O EM PSICANALISE
RELATORIO DE OBSERVAu00C7u00C3O EM PSICANALISE
RELATORIO DE OBSERVAu00C7u00C3O EM PSICANALISE
RELATORIO DE OBSERVAO
FEIRA DE SANTANA BA
Novembro, 2014
RELATORIO DE OBSERVAO
Relatrio
de
Observao
do
Estagio
Supervisionado de orientao Psicanaltica,
referente disciplina Tec. De Interv. Psicolgica na
Abordagem Psicanaltica, como instrumento de
avaliao parcial do 7 semestre do curso de
Psicologia, da Faculdade de Tecnologia e Cincias
- FTC de Feira de Santana.
Orientadora: Paula Rbia
FEIRA DE SANTANA BA
Novembro, 2014
1-INTRODUO
A psicologia clnica uma das reas de maior atuao dentro da psicologia, e para
cada viso de homem compreendida h suas respectivas linhas tericas. Em destaque neste
relatrio encontra-se a psicanlise, ao qual foi a abordagem terica observada no Estagio
Supervisionado, orientado pela professora psicanaltica Paula Rubia.
2- DESENVOLVIMENTO
A observao teve como objetivo, fazer uma ponte dos casos clnicos observados em estgio
supervisionado, com as aulas tericas ministradas em sala de aula da disciplina Tcnicas de
Interveno Psicolgica na Abordagem Psicanaltica, sendo esta uma proposta de prtica da
disciplina.
Em relao s referencias bibliogrfica utilizadas em sala de aula, contamos com os estudos e
comentrios textuais com a proposta das seguintes leituras: Volume XI e XII do livro de
Sigmund Freud, as 4 + 1 condies da analise de Antnio Quinet e outras referencias
complementares. Contudo, dos textos trabalhos em sala de aula para este relatrio, foram
utilizados os acima citados. Com nfase sobre: o inicio do tratamento; recomendaes aos
mdicos que exercem psicanlise; recordar, repetir e elaborar; observaes sobre o amor
transferencial; a dinmica da transferncia; e as funes das entrevistas preliminares.
A psicanlise no se prope a remisso de sintomas, nem busca proporcionar ao paciente a
felicidade suprema obtida pela supresso de todo sofrimento. Ela no visa restituio do
estado anterior. O que Freud quer que o sujeito se aceite. de aceitao que se trata para
Freud quando ele se pe a escutar o sofrimento do paciente. Os sintomas podem at
desaparecer, e de fato desaparecem, mas isso secundrio para a clnica freudiana. Quanto
felicidade suprema, esse um mito da infncia que deve ser desfeito pelo processo analtico.
O paciente levado a crescer, ou seja, a abandonar a trincheira da infncia aceitando,
finalmente, sua condio de ser incompleto habitado pela angstia inerente condio
humana de ser votado para a morte, ser desejo sempre insatisfeito.
CASO CLNICO
Caso I
Inicias: Paciente 1 (P. 1)
Idade: 37 anos
Sexo: F
A me procurou atendimento na Clinica de Psicologia para sua filha (P. 1), que apresenta
dificuldades de fazer fisioterapia, pois a filha no aceita ser tocada, e chegava a passar mal.
Essa paciente atendida pela clinica de Fisioterapia da mesma faculdade, em que lhe orientou
a procurar atendimento psicolgico na mesma instituio. Na expectativa de resolver de forma
rpida as morbidades de sua filha. A estagiria deixou claro que no faria milagres, e explicou
como um atendimento psicolgico e todas as questes burocrticas. Com a dificuldade de
encontrar horrio para atender esta paciente, a estagiaria poderia coloca-la na lista de espera,
porm resolveu insistir na analise com a P. 1, instaurando ai o que Freud chama de
transferncia. No retorno da paciente a mesma, pergunta se a estagiaria se chateou por ela no
ter ido semana passada, e afirma ter gostado do jeito dela, tornando-se evidente uma relao
transferencial em que o deslocamento da libido infantil se estabelece ali coma estagiaria.
Posteriormente a paciente questiona a estagiaria, se ela conseguira fazer a fisioterapia e o que
ela deve fazer. Nessas falas fica evidente que ela fornece um suposto saber a estagiaria, ao
qual Lacan afirma que esse lugar no deve ser ocupado, pois quem dar as reposta aos
problemas o prprio paciente. Neste momento importante recolher a pr-interpretao que
a paciente tem de seus sintomas, a paciente afirma no gostar da palavra susto, dessa forma
cabe a estagiaria colher a que atribui, e a sua interpretao dessa palavra, e fornecer questes
a essa paciente, para que a mesma traga sua demanda e ratifique sua subjetividade, se
responsabilizando de seus sintomas e desejos.
Caso II
Inicias: Paciente 2 (P. 2)
Idade: ------------Sexo: M
O paciente (P. 2) procurou atendimento na Clinica de Psicologia, com uma urgncia subjetiva,
se queixando de ser muito agressivo, principalmente com as mulheres e por estar com
problemas no trabalho, afirmando que no suporta receber ordens. O paciente relatou ter sido
abusado na infncia, e de ter agredido verbalmente e fisicamente, as mulheres ao qual ele se
relacionou, demonstrando ter se arrependido, dessa forma ele trs uma pr-interpretao de
seu sintoma, havendo a necessidade de fornecer questo, para que o mesmo traga a tona sua
demanda, por trs de todo esse discurso. O paciente teme e j espera ser abandonado pela
estagiaria, afirmando no sei se voc ainda vai querer me atender, havendo ai uma
transferncia, ao qual ele antecipa ideias libidinais infantis. Em poucas sesses P. 2, trs
informaes de sua relao disfuncional com sua famlia, havendo ai o retorno do recalcado,
ele enfatiza que seu pai gritava e lhe dava ordens, dessa forma, recordando e elaborando, que
a sua relao paterna lhe afeta subjetivamente no momento. Porm este paciente ainda no
fornece um real demanda, gerando assim um difcil diagnstico.
Caso III
Inicias: Paciente 3 (P. 3)
Idade: faixe de 40 anos
Sexo: F
A paciente P. 3 procurou atendimento psicolgico, com um discurso muito confuso, e
diferente a cada sesso. Ela se queixa de depresso, e principalmente o fato de cuidar de suas
sobrinhas, afirmando que trs a famlia nas costas. Nas sesses ela busca se livrar da angustia
por meio da catarse, porm ainda no apresenta a sua demanda. Uma de suas sobrinhas tem o
mesmo nome da estagiaria, garantindo assim a transferncia. A mesma j foi diagnosticada
como histrica, ao qual um dado importante para o novo diagnostico, e apresenta gozo ao
reclamar e se queixar de sua famlia, a mesma faz a pr-interpretao e analisabilidade dessas
queixas a um namoro em que vivenciou aos 15 anos de idade, requerendo uma maior
explicao dessa analogia. Ela precisa chegar a retificao subjetiva, que significa a mesma se
responsabilizar de suas escolhas e o do que deseja, saindo do lugar de vtima sacrificada,
apara agente da intriga e que sustenta o seu desejo na insatisfao.
Caso IV
Inicias: Paciente 4 (P. 4)
Idade: -------------Sexo: F
Caso V
Inicias: Paciente 5 (P. 5)
Idade: 46 anos
Sexo: F
Paciente procurou analise, se queixando de depresso e de elaborao de um aborto, que foi
efetuado pela mesma. J fez tratamento no CAPS e possui um histrico com psicofarmaco.
Ela trs queixas e algumas informaes muito soltas de sua relao com a me e com a irm
gemia, e que ainda urina na cama, e que muito desaforada como sua me, e que as pessoas a
rejeita. Dessa forma, com o pouco tempo de observao, prevalece um discurso resistente e
confuso, que segundo, (FREUD, 1915) O medico nada mais tem a fazer se no esperar e
deixar as coisas seguirem seu curso, que no pode ser evitado nem continuamente apressado.
Caso VI
Inicias: Paciente 6 (P. 6)
Idade: 56 anos
Sexo: F
3- CONSIDERAES FINAIS
Observar o trabalho psicanaltico com diversas pessoas uma experincia rica e nica.
Encarar a prtica no um trabalho simples e nem fcil, a cada dia, a cada sesso, existe uma
superao e uma construo de si mesmo, enquanto pessoa e enquanto aprendiz. um
trabalho que precisa ser lapidado, dedicado e acreditado por aquele que o exercita.
A psicoterapia precisa, urgentemente, se tornar tambm uma ferramenta na minimizao das
diferenas sociais. Deixar a populao de baixa renda ter somente a opo dos servios
pblicos de atendimento, tal qual se encontra, e das clnicas-escola deixar-lhe sem opo na
verdade. A menos que os rgos pblicos propiciem um efetivo atendimento da demanda por
atendimento e coordene um trabalho amplo e srio, com polticas de preveno da doena
mental. As clinicas-escola acabam por somente servirem como um curativo que no alcana
o cerne do real.
Acreditamos e admiramos a psicanlise e nela que nos apoiamos quando tentamos buscar
respostas, quando tentamos entender os mais complexos e simples artifcios que nossa mente
utiliza. Finalmente, reconhecemos a oportunidade mpar do aprendizado em grupo. As
reunies de superviso que pudemos participar, as discusses, as escutas compartilhadas, os
momentos em comum foram enriquecedores no somente pela trocas de conhecimentos, mas
tambm pela comunho de experincias e afetos presentes nesse Encontro.
4- REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Recordar, Repetir e elaborar (1914a) In: FREUD, S. O Caso de Schreber, Artigos sobre
Tcnica e outros trabalhos. ESB Vol. XII. Rio de Janeiro: Imago, 1996, pp. 163-171.
QUINET. Antnio. As 4 + 1 condies da anlise. 8. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000
p.7- 34.
Freud, Sigmund Vol. XX - Um Estudo Autobiogrfico, Inibies, Sintomas, Ansiedade,
Anlise Leiga e Outros Trabalhos (1925-1926), Edio Standart Brasileira.
FIGUEIREDO, Lus Cludio M; SANTI, Pedro Luiz de. Psicologia uma (nova) introduo. 2.
ed. So Paulo: EDUC, 2006.