QUESTAO Figuras de Linguagem Pre
QUESTAO Figuras de Linguagem Pre
QUESTAO Figuras de Linguagem Pre
a) No texto, o entrevistado fez uso de duas metforas na ltima frase da sua fala. Identifique
essas metforas e explique o sentido que elas assumem no texto.
b) Transforme a fala do entrevistador em discurso indireto, fazendo adaptaes necessrias
para que o trecho no fique repetitivo.
4. (G1 - cps 2015) Leia este fragmento do poema A lua foi ao cinema, do escritor Paulo
Leminski.
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraado,
a histria de uma estrela
que no tinha namorado.
No tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ningum vai dizer, que pena! (...)
(http://tinyurl.com/n4oljo7 Acesso em: 24.07.2014. Adaptado)
A figura de linguagem predominante nesse poema
a) hiprbole, pois a palavra estrela foi empregada para suavizar um termo.
b) pleonasmo, pois a palavra histria apresenta o mesmo sentido de incidente.
c) sinestesia, pois a felicidade da estrela tratada com indiferena pelo poeta.
d) catacrese, pois a palavra pena foi empregada inadequadamente, num sentido imprprio.
e) personificao, pois a lua vivencia uma situao que prpria dos seres humanos.
5. (Unicamp 2015) No texto abaixo, h uma presena significativa de metforas que auxiliam
na construo de sentidos.
Entre silncios e dilogos
Havia uma desconfiana: o mundo no terminava onde os cus e a terra se
encontravam. A extenso do meu olhar no podia determinar a exata dimenso das coisas.
Havia o depois. Havia o lugar do sol se aninhar enquanto a noite se fazia. Havia um abrigo para
a lua enquanto era dia. E o meu corao de menino se afogava em desesperana. Eu que no
era marinheiro nem pssaro - sem barco e asa.
Um dia aprendi com Lili a decifrar as letras e suas somas. E a palavra se mostrou como
caminho poderoso para encurtar distncia, para alcanar onde s a fantasia suspeitava, para
permitir silncio e dilogo. Com as palavras eu ultrapassava a linha do horizonte. E o meu
corao de menino se afagava em esperana.
Ao virar uma pgina do livro, eu dobrava uma esquina, escalava uma montanha,
transpunha uma mar.
Ao passar uma folha, eu frequentava o fundo dos oceanos, transpirava em desertos
para, em seguida, me fazer hspede de outros coraes.
Pela leitura temperei a minha ptria, chorei sua misria, provei de minha famlia, bebi
de minha cidade, enquanto, pacientemente, degustei dos meus desejos e limites.
Assim, o livro passou a ser o meu porto, a minha porta, o meu cais, a minha rota. Pelo
livro soube da histria e criei os avessos, soube do homem e seus disfarces, soube das vrias
faces e dos tantos lugares de se olhar. (...) Ler aventurar-se pelo universo inteiro.
Bartolomeu Campos de Queirs, Sobre ler, escrever e outros dilogos. Belo Horizonte:
Autntica, 2012, p. 63.
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O ARRASTO
Estarrecedor, nefando, inominvel, infame. Gasto logo os adjetivos porque eles
fracassam em dizer o sentimento que os fatos impem. Uma trabalhadora brasileira,
descendente de escravos, como tantos, que cuida de quatro filhos e quatro sobrinhos, que
parte para o trabalho s quatro e meia das manhs de todas as semanas, que administra com
o marido um ganho de mil e seiscentos reais, que paga pontualmente seus carns, como
milhes de trabalhadores brasileiros, baleada em circunstncias no esclarecidas no Morro
da Congonha e, levada como carga no porta-malas de um carro policial a pretexto de ser
atendida, arrastada morte, a cu aberto, pelo asfalto do Rio.
No vou me deter nas verses apresentadas pelos advogados dos policiais. 1Todas as
vozes tero que ser ouvidas, e com muita ateno voz daqueles que nunca so ouvidos.
Mas, antes das verses, o fato que esse porta-malas, ao se abrir fora do script, escancarou
um real que est acostumado a existir na sombra.
O marido de Cludia Silva Ferreira disse que, se o porta-malas no se abrisse como
abriu (por obra do acaso, dos deuses, do diabo), esse seria apenas mais um caso. 2Ele est
dizendo: seria uma morte annima, 3aplainada pela surdez da 4praxe, pela invisibilidade, uma
morte no questionada, como tantas outras.
5
uma imagem verdadeiramente surreal, no porque esteja fora da realidade, mas
porque destampa, por um acaso objetivo (a expresso era usada pelos 6surrealistas), uma
cena 7recalcada da conscincia nacional, com tudo o que tem de violncia naturalizada e
corriqueira, tratamento degradante dado aos pobres, estupidez elevada ao cmulo, ignorncia
bruta transformada em trapalhada 8transcendental, alm de um ndice grotesco de mtodos de
camuflagem e desapario de pessoas. 9Pois assim como 10Amarildo aquele que
desapareceu das vistas, e no faz muito tempo, Cludia aquela que subitamente salta vista,
e ambos soam, queira-se ou no, como o verso e o reverso do mesmo.
O acaso da queda de Cludia d a ver algo do que no pudemos ver no caso do
desaparecimento de Amarildo. A sua passagem meterica pela tela um desfile do carnaval de
horror que escondemos. 11Aquele carro o carro alegrico de um Brasil, de um certo Brasil que
temos que lutar para que no se transforme no carro alegrico do Brasil.
Jos Miguel Wisnik
Adaptado de oglobo.globo.com, 22/03/2014.
3
aplainada nivelada
praxe prtica, hbito
6
surrealistas participantes de movimento artstico do sculo 20 que enfatiza o papel do
inconsciente
7
recalcada fortemente reprimida
8
transcendental que supera todos os limites
10
Amarildo pedreiro desaparecido na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, em 2013, depois
de ser detido por policiais
4
6. (Uerj 2015) Pois assim como Amarildo aquele que desapareceu das vistas, e no faz
muito tempo, Cludia aquela que subitamente salta vista, e ambos soam, queira-se
ou no, como o verso e o reverso do mesmo. (ref. 10)
Neste trecho, para aproximar dois casos recentemente noticiados na imprensa, o autor
emprega um recurso de linguagem denominado:
a) anttese
b) negao
c) metonmia
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SEPARAO
Voltou-se e mirou-a como se fosse pela ltima vez, como quem repete um gesto
imemorialmente irremedivel. 1No ntimo, preferia no t-lo feito; mas ao chegar porta 2sentiu
que 14nada poderia evitar a reincidncia daquela cena tantas vezes contada na histria do
amor, que a histria do mundo. 10Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma
incompreenso e um anelo1, 15como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que no fosse e que no
deixasse de ir, por isso que era tudo impossvel entre eles.
(...)
Seus olhares 4fulguraram por um instante um contra o outro, depois se 5acariciaram
ternamente e, finalmente, se disseram que no havia nada a fazer. 6Disse-lhe adeus com
doura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de secionar2
aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas 16o brusco movimento de fechar prendera-lhe
entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do
lugar, 11sentindo o pranto formar-se muito longe em seu ntimo e subir em busca de espao,
como um rio que nasce.
17
Fechou os olhos, tentando adiantar-se agonia do momento, mas o fato de sab-la
ali ao lado, e dele separada por imperativos categricos3 de suas vidas, 12no lhe dava foras
para desprender-se dela. 8Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde
sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrvel e dolorosa busca.
Sabia, tambm, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua mquina de viver
e ele teria, mesmo como um autmato, de sair, andar, fazer coisas, 9distanciar-se dela cada vez
mais, cada vez mais. 18E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que no
era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele 7abenoara
com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou 3imagin-la em
sua dolorosa mudez, j envolta em seu espao prprio, perdida em suas cogitaes prprias
um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas.
13
De sbito, sentindo que ia explodir em lgrimas, correu para a rua e ps-se a andar
sem saber para onde...
MORAIS, Vincius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986.
7. (Uerj 2015) A hiprbole uma figura empregada na crnica de Vincius de Morais para
caracterizar o estado de nimo do personagem.
Essa figura est exemplificada em:
a) Ela o olhava com um olhar intenso, (ref. 10)
b) sentindo o pranto formar-se muito longe em seu ntimo (ref. 11)
c) no lhe dava foras para desprender-se dela. (ref. 12)
d) De sbito, sentindo que ia explodir em lgrimas, (ref. 13)
8. (Uerj 2015) Uma metfora pode ser construda pela combinao entre elementos abstratos
e concretos.
No texto, um exemplo de metfora que se constri por esse tipo de combinao :
a) como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que no fosse e que no deixasse de ir, (ref. 15)
b) o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da
vida, (ref. 16)
c) Fechou os olhos, tentando adiantar-se agonia do momento, (ref. 17)
d) E no entanto ali estava, a poucos passos, (ref. 18)
9. (G1 - cps 2014) Analise a charge considerando que o personagem de terno seja o dono da
empresa area.
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A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da tecnologia para
fins de interao e de informao. Tal posicionamento expresso, de forma argumentativa, por
meio de uma atitude
a) crtica, expressa pelas ironias.
b) resignada, expressa pelas enumeraes.
c) indignada, expressa pelos discursos diretos.
d) agressiva, expressa pela contra-argumentao.
e) alienada, expressa pela negao da realidade.
11. (Enem PPL 2013)
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A cada vero, o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, traz preocupao para os
brasileiros. A charge retrata essa situao a que o pas est submetido. Considerando os
objetivos da charge, sua posio crtica se d na medida em que
a) compara o mosquito a um esportista.
b) enfatiza o poder de resistncia do inseto.
c) elege o mosquito como o vilo da sade.
d) atribui caractersticas humanas ao mosquito.
e) ignora a gravidade da questo por meio do humor.
12. (Uepb 2013) Da imagem, que foi capa da Revista Veja em 20 de agosto de 2008, pode-se
compreender:
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Num mundo capitalista como este em que vivemos, onde as empresas concorrem para
posicionar suas marcas e fixar logotipos e slogans na cabea dos consumidores, a sndrome
do "Gillette" pode ser decisiva para a perpetuao de um produto. isso que preocupa a
concorrncia do iPad, tablet da Apple.
Assim como a marca de lminas de barbear tornou-se sinnimo de toda a categoria de
barbeadores, eclipsando o nome das marcas que ofereciam produtos similares, o mesmo pode
estar acontecendo com o tablet lanado por Steve Jobs. O maior temor do mercado que as
pessoas passem a se referir aos tablets como "iPad" em geral, dizendo "iPad da Samsumg" ou
"iPad da Motorola", e assim por diante.
(http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-edgard/o-gilete-dos-tablets-260395-1.asp)
No campo da estilstica, a figura de linguagem abordada na matria acima recebe o nome de
a) metfora, por haver uma comparao subentendida entre a marca e o produto.
b) hiprbole, por haver exagero dos consumidores na associao do produto com a marca.
c) catacrese, por haver um emprstimo lingustico na referncia marca do produto famoso.
d) metonmia, por haver substituio do produto pela marca, numa relao de semelhana.
e) perfrase, por haver a designao de um objeto atravs de seus atributos ou de um fato que
o celebrizou.
14. (Enem 2012)
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Gabarito:
Resposta da questo 1:
[E]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]
O sentido do termo serto na msica da dupla sertaneja paulista Tonico e Tinoco como
meio rural ou interior do Estado. O termo serto foi muito utilizado na Msica e na
Literatura brasileiras para se referir aos ambientes rurais em diferentes estados, principalmente
em Minas Gerais, nos estados do Centro-Oeste e nos estados do Nordeste. Hoje,
rigorosamente, o termo empregado em Geografia para uma sub-regio do Nordeste, o Serto
(zona semirida).
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Portugus]
O termo serto deve ser compreendido, no contexto, como metfora do interior do Brasil, em
contraponto cidade-metrpole caracterizada pela aridez do concreto e das construes. Ao
mencionar o material de que feito o violo, o poeta no alude vegetao tpica do serto,
mas sim simplicidade do povo do interior que usa os recursos de que dispe para
desenvolver uma cultura popular representativa do meio a que pertence (meu violo / Feito de
pinheiro da mata selvagem / Que enfeita a paisagem l do meu serto).
Resposta da questo 2:
a) Para homem a palavra completo. Para poeta essncia.
b) A paranomsia ocorre porque a palavra duro um adjetivo que significa rijo, slido. J a
palavra dura, neste contexto, est na terceira pessoa do presente do indicativo do verbo durar.
Ou seja, a paranomsia ocorre entre duas palavras com grafias semelhantes, mas com classes
gramaticais diferentes: um adjetivo e um verbo.
Resposta da questo 3:
a) No perodo indicado: (...) amizade s vezes difcil sobre essa base, porque atravessa
perodos complicados. Mas quando a gente ama de verdade, no amor, na amizade, ama as
luzes e as sombras de cada pessoa ou de cada lugar. As duas metforas utilizadas so
luzes e sombras que referem-se s qualidades e defeitos inerentes a qualquer ser humano
ou lugar.
b) O entrevistador pediu para que Galeano falasse um pouquinho sobre uma coisa muito
importante para o entrevistado: a amizade.
Resposta da questo 4:
[E]
A poesia marcada pela personificao que a figura de linguagem predominante indicada
logo no primeiro verso: A lua foi ao cinema, e dessa cena inusitada de que vai tratar o poema.
Resposta da questo 5:
a) O aluno pode escolher entre uma das acepes:
- Porto indica duas alternativas: o livro sugere segurana, o qual tambm pode permitir
tanto chegadas quanto partidas a diversos locais;
- Porta ilustra a capacidade que a leitura confere ao leitor de ultrapassar limites e alcanar
lugares surpreendentes;
- Cais retoma parte da metfora de porto: o ato de ler permite chegadas e partidas a
diferentes locais;
- Rota caracteriza a leitura como o caminho a ser tomado pelo leitor.
vlido ressaltar que todas as metforas apresentadas esto relacionadas expanso dos
horizontes, tal qual a linha central da narrativa apresentada.
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Resposta da questo 6:
[A]
As expresses aquele que desapareceu e aquela que subitamente salta vista, assim como
verso e reverso, constituem antteses, figura de linguagem que ocorre quando h uma
aproximao de palavras ou expresses de sentidos opostos. Assim, correta a alternativa [A].
Resposta da questo 7:
[D]
A hiprbole, figura de linguagem que enfatiza ou exagera a significao lingustica, est
presente no termo verbal na frase da alternativa [D]: explodir em lgrimas.
Resposta da questo 8:
[B]
Na frase da alternativa [B], a expresso o espesso tecido da vida associa metaforicamente o
elemento concreto tecido ideia abstrata de vida.
Resposta da questo 9:
[C]
A figura de linguagem que representa adequadamente a inteno do autor est assinalada em
[C], pois a hiprbole que exagera a significao lingustica ao apresentar o dono da empresa
em atitude radical para demitir os funcionrios.
Resposta da questo 10:
[A]
correta a opo [A], pois a oposio entre o que afirmado no cabealho de cada quadro e
as posturas assumidas pelos personagens revela crtica e, tambm, ironia, figura de linguagem
em que se declara o contrrio do que se pensa.
Resposta da questo 11:
[B]
A crtica ocorre no sentido de mostrar a fora que tal inseto adquire a partir do momento em
que seu combate no efetivo, da o Aedes aegypti ser retratado pelo princpio da
personificao, uma vez que lhe so atribudas caractersticas humanas.
Resposta da questo 12:
[D]
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10/06/2015 s 12:05
Figuras de Linguagem Pr
Legenda:
Q/Prova = nmero da questo na prova
Q/DB = nmero da questo no banco de dados do SuperPro
Q/prova Q/DB
Grau/Dif.
Matria
Fonte
Tipo
1.............122066.....Mdia.............Geografia.......Fuvest/2013.........................Mltipla escolha
2.............139220.....Mdia.............Portugus......Uema/2015...........................Analtica
3.............136018.....Mdia.............Portugus......Pucrj/2015............................Analtica
4.............137552.....Baixa.............Portugus......G1 - cps/2015.......................Mltipla escolha
5.............136328.....Mdia.............Portugus......Unicamp/2015......................Analtica
6.............132730.....Mdia.............Portugus......Uerj/2015..............................Mltipla escolha
7.............134392.....Baixa.............Portugus......Uerj/2015..............................Mltipla escolha
8.............134394.....Mdia.............Portugus......Uerj/2015..............................Mltipla escolha
9.............130359.....Mdia.............Portugus......G1 - cps/2014.......................Mltipla escolha
10...........128086.....Baixa.............Portugus......Enem/2013...........................Mltipla escolha
11...........131606.....Baixa.............Portugus......Enem PPL/2013...................Mltipla escolha
12...........126856.....Baixa.............Portugus......Uepb/2013............................Mltipla escolha
13...........122166.....Baixa.............Portugus......Insper/2013..........................Mltipla escolha
14...........122092.....Baixa.............Portugus......Enem/2012...........................Mltipla escolha
15...........127114......Mdia.............Portugus......Enem PPL/2012...................Mltipla escolha
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