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Receitas Diabetico

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Clínica Instituto Brasileiro de

PEAR Educação Nutricional

MANUAL DE
ORIENTAÇÃO AO JOVEM
DIABÉTICO
O Diabetes mellitus

O que é
O diabetes mellitus ocorre
Diabetes
quando o corpo de uma pessoa
mellitus?
não produz insulina ou a
produz em pouca quantidade
ou não a utiliza corretamente!

Mas o que é a A insulina é fabricada por um órgão do nosso corpo


insulina?? chamado pâncreas. E ela ajuda as nossas células a
usarem o açúcar que a gente come para produzir
energia. Quando a quantidade de insulina é muito
pequena, a quantidade de açúcar no nosso sangue pode
tornar-se perigosamente elevada.

Algumas pessoas que são diabéticas podem precisar


tomar insulina por injeção ou via oral (pílulas) para ajudar o
corpo a secretar mais insulina ou ao utilizá-la de forma mais
eficiente. Alguns diabéticos, porém, não precisam tomar
medicamentos. Todos os diabéticos devem seguir uma dieta
controlada e realizar exercícios regularmente para prevenir que
os níveis de açúcar no sangue se tornem muito altos.
Existem duas formas de diabetes:

Tipo I - Este tipo, às Tipo II - Este tipo, às vezes


vezes chamado de chamado de Diabetes mellitus não
Diabetes mellitus insulino-dependente ou diabetes
insulino-dependente ou do adulto, geralmente afeta
diabetes juvenil, pessoas com mais de 40 anos de
geralmente aparece antes idade e que estão “gordinhas”.
dos 30 anos de idade (mas Esse tipo é geralmente tratado
pode ocorrer em qualquer com dieta e exercícios físicos e às
idade). O tratamento se vezes com remédios. De vez em
baseia em: injeções diárias quando, podem precisar de
de insulina, controle pela injeções de insulina. Quando não
alimentação e exercícios tratado, o diabetes pode levar ao
físicos. endurecimento das “veias”,
problemas nas “veias” do cérebro,
problemas nos rins e cegueira.

Sinais

Os sinais de perigo
para o diabetes são:

• História familiar de diabetes;


• Formigamento ou dor nas extremidades;
• Irritabilidade;
• Náuseas e vômitos.
Outros sinais:

Tem muita fome Urina muito (Poliúria)


(Polifagia) *urina doce*

Diabetes tipo I ou tipo Desânimo, fraqueza,


II descontrolado: cansaço físico.
perda de peso

No Diabetes tipo II: Tem muita sede


ganha peso (Polidipsia)
Lesões nas pernas ou
Infecções freqüentes
nos pés
(pele, urina e genitais).
de difícil cicatrização

Alterações visuais

Você não precisa ter todos os sinais para ser diabético.


Apenas 1 ou 2 podem estar presentes. Algumas pessoas não
apresentam nenhum sinal de alerta e descobrem ser diabéticas
através de um exame de sangue de rotina.
Se você notar alguns desses sinais, procure um médico.
Estar com sobrepeso aumenta suas chances de se tornar
diabético. Uma dieta com muito açúcar e poucas fibras pode
aumentar o seu risco de desenvolver diabetes.
Tratamentos e cuidados
O tratamento do diabetes vai depender do tipo e da
severidade da doença. Ambas as formas, porém, precisam de
um tratamento planejado que mantenha níveis normais e
estáveis de açúcar no sangue. Isso pode ser feito através de
duas formas:

1- Cuidados nutricionais 2- Cuidados com


e de alimentação atividades físicas

1- Cuidados nutricionais e de alimentação


A- Alimentação correta
A.1 -Tipos de alimentos
a) Reguladores:

São eles que ajudam o corpo a funcionar como um


relógio. Os alimentos reguladores são ricos em vitaminas e sais
minerais, que encontramos nas verduras, frutas e legumes.
São eles que mantêm o organismo funcionando
direitinho, pois ajudam os órgãos a fazer o seu trabalho. As
verduras e frutas, por exemplo, são ricas em fibras, que ajudam
o estômago e o intestino a funcionar melhor.
Na família das verduras, temos alface, rúcula, agrião,
espinafre, almeirão, acelga, brócolis, couve, e muitas outras. Na
família das frutas, tem opções que não acabam mais: maçã,
banana, laranja, mamão, pêra, melão, melancia... Os legumes
vêm logo atrás: tomate, pepino, cenoura, berinjela.
b) Construtores:

No grupo dos construtores estão os alimentos ricos em


proteínas, que a gente encontra na carne, no peixe, no frango,
na clara dos ovos, e também no leite e seus derivados, como
queijo e iogurte. As proteínas são substâncias fundamentais
para o bom funcionamento do organismo, pois são a matéria
básica na formação das células. Os glóbulos vermelhos do
nosso sangue, por exemplo, necessitam da proteína para a sua
formação. O mesmo acontece com os nossos pêlos, cabelos e
unhas (e os chifres dos animais!). As proteínas também são
responsáveis pelo crescimento, aumento da resistência do corpo
às doenças e agem até na cicatrização de ferimentos.
Existem também as proteínas de origem vegetal. Entram
nessa turma grãos como feijão, lentilha e grão-de-bico, a soja, e
as oleaginosas (que contêm óleo) como amendoim, nozes,
amêndoa e castanha-do-pará.
c) Energéticos:

Eles têm a força! Os alimentos energéticos são ricos em


açúcares e gorduras. Os açúcares e gorduras são verdadeiros
super-heróis para o corpo: fornecem energia para o nosso
organismo funcionar, para você poder correr e brincar à
vontade.
c.1) Açúcares
Alguns alimentos energéticos:
Cereais: arroz, centeio, cevada, aveia, trigo e derivados
(pão, macarrão, etc).
Raízes: batata, inhame, cará, mandioca, beterraba,
cenoura, mandioquinha, batata doce.
Doces: gelatina, sorvete, bolo, mousse, pudim,
chocolate.
Para obter energia, nosso organismo recorre primeiro
aos açúcares. Eles dão combustível para os músculos e para o
cérebro, e também para o funcionamento dos órgãos. Mas
quando a gente abusa deles, a balança logo avisa! Porque se
ingerimos açúcares em excesso, eles são transformados em
gordura e "guardados" em alguma parte do corpo.
O açúcar que a gente usa para adoçar comidas e bebidas
vem da cana-de-açúcar, aquela planta com folhas compridas
que forma os canaviais. Mas não é o único açúcar que existe. O
leite e as frutas têm seus próprios açúcares naturais. O açúcar
do leite é a lactose e o açúcar das frutas é a frutose.
Alguns vegetais acumulam energia em forma de amido,
que é um tipo de açúcar. São ricos em amido: a batata, a
mandioca, o milho, o trigo. Com a digestão?? do amido e dos
açúcares, obtemos a glicose. Ela é necessária para o movimento
dos músculos - ou seja, sem ela, não faríamos nada!
c.2) “Açúcares” simples e complexos
Existem vários tipos de açúcares. Eles são formados por
várias partes iguais, chamadas de “glicose”. A diferença entre
os tipos de açúcar é a quantidade de “glicoses”. Quando você
come algum tipo de açúcar, o organismo, pela digestão, divide-
o em pequenas partes, ou seja, divide-o em glicoses. As células
só conseguem usar a glicose como combustível, por isso os
açúcares devem ser divididos na digestão.
Os açúcares simples são aqueles formados por uma ou
no máximo duas glicoses. Por serem pequenos, são “divididos”
mais rapidamente e a glicose vai depressa para o sangue e para
as células. Se você come muito açúcar simples de uma vez, seu
sangue fica cheio de glicose, o que pode ser perigoso.
Eu sou uma
glicose!!!!
Os açúcares complexos são aqueles formados por
muitas glicoses. Por serem grandes, demoram mais para serem
“divididos”, assim a glicose demora mais para chegar no
sangue. O sangue não vai ficar cheio de glicose, porque
demorando mais, dá tempo das células usarem a glicose como
combustível.

A maioria dos açúcares simples têm seus nomes


terminados em “ose”. A glicose, a frutose (açúcar das frutas),
lactose (açúcar do leite) e outros como dextrose, maltose, etc.
Quando for comprar algum alimento, dê uma olhada nos
ingredientes e veja se não tem nenhum que entre neste grupo.

c.3) Gorduras
Salgados: batata frita, feijoada, coxinha, empadinha.
Doces: sorvete, chocolate, chantilly, creme de leite,
manteiga de cacau.
É aqui que estão todas aquelas coisas gostosas que não
dá para comer todo dia, a toda hora.
Esses alimentos são grandes fontes de gordura (não se
esqueçam de que os doces também têm açúcar), mas não são as
únicas. Você também encontra gordura no óleo das sementes,
como girassol e milho, em oleaginosas como nozes, castanhas,
amêndoas e avelãs, e ainda no azeite, na carne, no leite e na
gema dos ovos, na manteiga e na margarina.
Usamos a gordura para armazenar energia, e para
manter a temperatura do corpo. Se estivermos com falta de
açúcares, usamos nossas reservas de gordura.
A digestão da gordura é complicada. O fígado produz
um líquido chamado bile, que trabalha duro para quebrar as
moléculas de gordura. Por isso, é bom não encher a barriga de
alimentos muito "gordos". Sorvete e chocolate são uma delícia,
mas além de serem da pesada, são ricos em açúcar, o grande
vilão que provoca cáries.

B- Fibras

Fibras são substâncias vegetais que não são digeridas


(não são divididas em partes menores). Existem dois tipos de
fibras: as que se misturam com a água (solúveis), e as que não
se misturam com a água (insolúveis). As fibras solúveis em
água fazem com que a glicose vá para o sangue mais devagar
do que as insolúveis. Essas fibras solúveis, encontradas na
aveia, bagaço de laranja, casca de frutas como maçã, goiaba, e
em alimentos integrais, como arroz integral, pão integral,
macarrão integral, podem reduzir a quantidade de glicose no
sangue, pois quando estão presentes no alimento, fazem com
que os açúcares demorem mais para serem digeridos; com isso
a glicose vai mais lentamente para o sangue e sua quantidade
no sangue aumenta também mais lentamente. Assim, o
consumo de alimentos com muitas fibras junto com as refeições
funciona como ajuda no tratamento do diabetes.
C- Adoçantes

O que é Os adoçantes são produtos


adoçante? utilizados no lugar do açúcar,
pois dão sabor doce aos
alimentos também. A diferença
entre os adoçantes e o açúcar é
que os adoçantes não são
formados por glicoses. Assim,
eles deixam os alimentos doces,
mas não servem de combustível
para as células, e a insulina não
precisa trabalhar.

É importante saber que a maioria das marcas de


adoçantes encontrados nos supermercados são misturas de
vários tipos de edulcorantes.
Edulcorantes são substâncias que
Mas o que é tem capacidade de adoçar, mas não
edulcorante?
tem nenhum tipo de açúcar!!
Alguns edulcorantes deixam sabor residual (um
gostinho estranho na boca). As fábricas de adoçante costumam
misturar um com o outro para ficarem parecidos com o açúcar
(em pó), ou para ficarem líquidos (como aqueles de gotinhas),
ou para diminuir o gostinho estranho. Tente olhar nos rótulos
dos adoçantes que você costuma usar para ver quantos e quais
tipos de edulcorantes aparecem.
Os principais edulcorantes são:
Aspartame: é muito mais doce do que o açúcar, mas fica
amargo quando usado em receitas que precisam passar

por temperaturas muito quentes. Por isso, não


pode ser usado para fazer comidas que são preparadas
no forno ou no fogão (bolo, pudim, biscoito, etc).
Sacarina: É o adoçante mais antigo, sendo
conhecido há mais de 100 anos. É muito
mais doce que o açúcar (mais doce até que o
Aspartame). O problema deste adoçante é que ele deixa
um sabor estranho amargo na boca, por isso é misturado
com outros adoçantes (normalmente o ciclamato) para
evitar que deixe um gosto estranho na nossa boca.
Ciclamato: É mais doce que o açúcar, mas bem menos
doce que os outros adoçantes. Normalmente é misturado
com a sacarina porque não tem gosto amargo. Se usado
em muita quantidade, pode provocar diarréia (fezes
moles, com muita água) . O sabor do ciclamato não
muda quando passa por temperaturas muito quentes, por
isso pode ser usado em receitas que precisam de fogão
ou forno.
Acessulfame-K: É muito mais doce que o açúcar
(parecido com o aspartame), mas é muito caro e há
poucas opções do produto no mercado.

Stévia: Obtido de folhas de um arbusto . É muito


mais doce que o açúcar (mais doce até que a sacarina) e
apresenta gosto residual amargo.
Sucralose: Vem do açúcar normal, mas é produzido de
uma forma que o organismo não consegue digeri-lo. É
muito mais doce que o açúcar (é o adoçante mais doce)
e seu sabor não muda quando passa por temperaturas
muito quentes.
Questões importantes
em relação ao uso de
adoçantes:

• O uso de adoçantes e produtos com adoçantes deve


ser visto com muita atenção!! Isto porque como
você ainda é pequeno em comparação aos adultos,
a quantidade de adoçante que você usa deve ser
bem menor que a quantidade que um adulto usa.
• É muito importante que você não use só um tipo de
adoçante. Tente comprar um tipo diferente a cada
vez que for ao supermercado com sua mãe.
• Também é importante que você e seus pais leiam
os rótulos de todos os produtos dietéticos que
forem consumir, observando: seus ingredientes, o
tipo de adoçante, o tipo de gordura, o valor
calórico para a quantidade que será consumida e o
mais importante, se há indicação de que o alimento
pode ser consumido por diabéticos.
D- Dicas gerais relacionadas à alimentação:

o Emagrecer, se o médico ou o
nutricionista avisar que você está mais
pesado do que deveria;

o Seguir uma dieta correta, comendo


pouco e várias vezes por dia, como o
nutricionista orientar;

o Fazer refeições sempre nos mesmos


horários, com o tempo entre as refeições
como o nutricionista orientar;

o Consumir alimentos com fibras, e


açúcares complexos, como já foi
explicado;

*Para todas estas dicas, sempre procurar um médico


e um nutricionista antes.

2- Atividades físicas regulares


Os exercícios físicos para diabéticos trazem benefícios
porque:
1- Facilitam o trabalho da insulina;
2- Ajudam na diminuição da glicose no sangue;
3- Ajudam a “queimar” as gorduras;
4- Evitam o aparecimento de problemas nas veias do
coração, das pernas, etc.
Mas atenção!! Antes de fazer qualquer
exercício físico, ou trabalho mais difícil (que canse
mais), procure a ajuda de um médico. Como você já
aprendeu, o exercício ajuda o trabalho da insulina (de
levar a glicose para as células). Com isso, a quantidade
de insulina que você toma pode mudar. Se você tomar a
mesma quantidade de insulina de sempre e fazer
exercício, pode acontecer de você ter hipoglicemia .

Mas o que é
A hipoglicemia é um
hipoglicemia?
problema que aparece
com mais freqüência em
diabéticos que utilizam
insulina. Dizemos que
uma pessoa está com
hipoglicemia quando tem
pouco açúcar (glicose) no
sangue (exatamente
menos de 50mg/dl).
Causas Sinais

- Deixar de fazer umas das - Tremores


refeições ou não comer na - Suor frio
hora certa;
- Palidez (pele branca)
- Comer menor quantidade
de alimentos em relação ao - Palpitações (coração
que vinha comendo antes e batendo muito forte)
manter a mesma dose de - Muita fome
insulina ou de
hipoglicemiante; - Tontura
- Exercício e trabalhos - Dor de cabeça
físicos além do habitual; - Nervosismo
- Usar uma maior quantidade - Desmaio
de insulina ou de
hipoglicemiante oral em
relação ao que realmente o
diabético precisa;
Para prevenir a
hipoglicemia é
importante:

1- respeitar o horário das refeições;


2- praticar exercícios físicos preferencialmente
1 ou 2 horas após café da manhã, almoço ou
jantar. Caso não seja possível, fazer um lanche
10 ou 15 minutos antes de praticar exercícios
físicos;
3- prestar atenção nos sinais e sintomas da
hipoglicemia.
4- sempre ter bala, chiclete ou outro tipo de
alimento que tenha açúcares simples,
carregando na bolsa ou na mochila.
Para tratar a
hipoglicemia é
importante:

a- comer algum alimento ou beber


imediatamente algum líquido com açúcar ou
mel, ou ainda chupar uma bala ou bombom;
b- caso não possa engolir, não se deve forçar.
Coloque açúcar ou mel embaixo da língua e
leve o diabético para um hospital;
c- deve-se comer algum alimento de digestão
mais lenta (pão, biscoito) ou antecipar o lanche
ou a refeição programada, para evitar repetição
da hipoglicemia alguns minutos após a
recuperação.
Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública

Clínica PEAR
R. João Lourenço, 334
Vila Nova Conceição
CEP 04508-030 - São Paulo – SP
Telefone: (11) 3845-9573 / 3845-3275
E-mail: clinicapear@clinicapear.com.br

Elaborado por:
Bruno Zoca de Oliveira
Renata Yuriko Yida

Colaboração:
Dr ª. Andrea Rabay

Fontes:
Brasil. Ministério da Saúde Diabetes mellitus: o que todos
precisam saber. Brasília; Brasil. Ministério da Saúde; 1997.
http://www.lincx.com.br/lincx/ - Lincx Serviços de Saúde
http://www.canalkids.com.br/ - Canal Kids Show Entretenimentos.
Seyffarth AS, Lima LP, Leite MC. Abordagem nutricional em
diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.

Viggiano CE. Guia prático de alimentação para o diabético.


4ed, 2002.

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