Apostila Semiologia 3 - Dor
Apostila Semiologia 3 - Dor
Apostila Semiologia 3 - Dor
FACULDADE DE MEDICINA
SEMIOTCNICA
DOR:
Dor aguda: tende a estar associada a alguma leso e/ou inflamao. Tende estar
associada a uma reatividade comportamental e a uma resposta de estresse corporal:
elevao da presso arterial, da frequncia cardaca, aumento do dimetro da pupila
(midrase) e dos nveis plasmticos de cortisol. Muitas vezes pode haver contrao
de msculos no local da dor (ex.: flexo de membros, rigidez da parede abdominal).
Dor crnica: persiste alm do perodo de cicatrizao esperado, portanto
considerada patolgica.
Dor somtica: bem localizada, sua etiologia tende a ser de leso ou doena da
pele, estruturas musculoesquelticas e articulaes.
Dor visceral: costuma ser difusa, mal localizada e est frequentemente referida em
regies somticas, tem etiologia associada a disfunes dos rgos internos, por
exemplo, a inflamao, isquemia, ocluso do fluxo resultando distenso capsular ou
do rgo.
Dor neuroptica: resulta de doena ou leso do sistema nervoso somatossensorial
perifrico ou central.
Dor nociceptiva: tem etiologia, geralmente, relacionada a leso ou patologia que
afeta estruturas somticas como a pele, msculos, tendes e ligamentos, ossos e
articulaes.
DOR REFERIDA:
O que est na base desse fenmeno a convergncia de impulsos sensoriais para
um nico neurnio medular transmissor da dor. Os neurnios medulares que recebem
impulsos das vsceras e estruturas musculares tambm recebem impulsos da pele. O
padro da convergncia determinado pelo segmento medular do gnglio da raiz dorsal
que supre a inervao aferente de uma estrutura especfica. Essa convergncia e o fato de
os neurnios medulares serem frequentemente ativados por impulsos oriundos da pele
explicam o porqu de a atividade despertada nos neurnios medulares por impulsos
provenientes de estruturas profundas serem equivocadamente correspondente rea de
pele inervada pelo mesmo segmento medular. Dessa forma, uma inflamao localizada no
diafragma ou em suas imediaes habitualmente relatada como uma sensao de
desconforto prximo ao ombro.
SENSIBILIZAO:
Processo clinicamente importante que envolve mediadores de inflamao, fator de
crescimento neural, algumas prostaglandinas e leucotrienos. Ocorre tanto em nvel das
terminaes nervosas perifricas (sensibilizao perifrica) como no corno posterior da
medula espinal (sensibilizao central). Contribui para hipersensibilidade palpao,
sensibilidade dolorosa e hiperalgesia. Exemplo: pele queimada pelo Sol. Esse fenmeno
particularmente essencial para compreendermos a dor e a sensibilidade de tecidos
profundos; normalmente as vsceras so relativamente insensveis a estmulos mecnicos e
trmicos nocivos, apesar de as vsceras cavo-musculares causarem desconforto importante
quando distendidas. Porm, quando os tecidos profundos so afetados por processos
mrbidos com componentes inflamatrios, estes adquirem notvel sensibilidade
estimulao mecnica. As vsceras so inervadas por fibras aferentes nociceptoras
totalmente insensveis nesses tecidos quando livres de leso e inflamao, isto , no so
ativadas por estmulos mecnicos ou trmicos conhecidos nem se encontram
espontaneamente ativas; porm, na presena de mediadores inflamatrios esses aferentes
tornam-se sensveis a estmulos mecnicos. Por isso, em condies patolgicas, as
estruturas profundas relativamente insensveis podem tornar-se fonte de dor intensa e
debilitante.
MODULAO DA DOR:
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por leses alggenas das vsceras ou das texturas no cutneas dos tecidos de
sustentao no-viscerais (msculos, tendes, aponevroses, cpsulas articulares,
sinvias etc).
IRRADIAO: perguntar ao paciente se a dor corre ou anda para algum lugar
alm da sede, como na dor do infarto, que pode irradiar para regio cervical
posterior, membro superior esquerdo, mandbula, epigastro etc.
FATORES DE MELHORA OU PIORA: comportamentos ou aes que agem no
sentido de atenuar ou agravar o quadro de dor (postura, alimento, exerccio,
decbito, uso de compressa, medicamentos, fitoterpicos etc).
FENOMENOS QUE ACOMPANHAM: sinais e sintomas que podem vir acompanhar a
dor, como: fotofobia, sudorese, palidez, nusea, vomito, nsia, vertigem, tontura,
dispneia, incoordenao motora, parestesia etc.
HORRIO E DURAO: inquerir se h relao com horrio do dia com o
aparecimento do quadro, sua piora ou melhora ou ento alguma alterao no quadro
da dor. Inquerir tambm se incio da dor foi sbito ou progressivo.
PERODO DE DISSEMELHANA OU SEMELHANA: so os perodos em que as
caractersticas da dor permanecem inalteradas (semelhana) e os perodos em que
h alterao em alguns dos caracteres propeduticos (dissemelhana), que,
normalmente, indica fator de piora do quadro geral da doena.
REFERNCIAS:
SEMIOTECNICA DA OBSERVAO CLNICA JOS RAMOS JUNIOR.
CECIL MEDICINA LEE GOLDMAN E ANDREW I. SCHAFER.
MEDICINA INTERNA DE HARRISON LOGO ET AL.