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Ensaio de Tração PDF

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Ensaio de trao

Em um ensaio de trao, um corpo de prova ou provete submetido a um esforo que tende a along-lo ou
estic-lo at ruptura. Geralmente, o ensaio realizado
num corpo de prova de formas e dimenses padronizadas, para que os resultados obtidos possam ser comparados ou, se necessrio, reproduzidos. Este xado numa
mquina de ensaios que aplica esforos crescentes na sua
direo axial, sendo medidas as deformaes correspondentes. Os esforos ou cargas so mensurados na prpria
mquina, e, normalmente, o ensaio ocorre at a ruptura
do material (ensaio destrutivo).

minada pelo traado da curva tenso-deformao a qual


pode ser obtida diretamente pela mquina ou por pontos.
A uniformidade termina no momento em que atingida
a carga mxima suportada pelo material, quando comea
a aparecer o fenmeno da estrico ou da diminuio da
seco do provete, no caso de matrias com certa ductilidade. A ruptura sempre se d na regio mais estreita
do material, a menos que um defeito interno no material,
fora dessa regio, promova a ruptura do mesmo, o que
raramente acontece.
A preciso de um ensaio de trao depende, evidentemente, da preciso dos aparelhos de medida que se dispe. Com pequenas deformaes, pode-se conseguir
uma preciso maior na avaliao da tenso ao invs de detectar grandes variaes de deformao, causando maior
impreciso da avaliao da tenso. Mesmo no incio do
ensaio, se esse no for bem conduzido, grandes erros podem ser cometidos, como por exemplo, se o provete no
estiver bem alinhado, os esforos assimtricos que aparecero levaro a falsas leituras das deformaes para uma
mesma carga aplicada. Deve-se portanto centrar bem o
corpo-de-prova na mquina para que a carga seja efetivamente aplicada na direo do seu eixo longitudinal.

Ensaio

2 Resultados
Num ensaio de trao, obtm-se o grco tensodeformao, na qual possvel analisar o comportamento
do material ao longo do ensaio. Do incio do ensaio, at a
ruptura, os materiais geralmente passam pelas seguintes
etapas:
Dispositivo usado para conduzir ensaios tenso-deformao por
trao. O corpo de prova alongado pelo travesso mvel; uma
clula de carga e um extensmetro medem, respectivamente, a
magnitude da carga aplicada e o alongamento.

3 Deformao Elstica

Para a maioria dos metais que so solicitados em trao


Com esse tipo de ensaio, pode-se armar que pratica- e com nveis de tenso relativamente baixos, a tenso e
mente as deformaes promovidas no material so uni- a deformao so proporcionais de acordo com a relao
formemente distribudas em toda a sua extenso, pelo abaixo.
menos at ser atingida uma carga mxima prxima do = E
nal do ensaio e, como possvel fazer com que a carga
cresa numa velocidade razoavelmente lenta durante todo Esta a conhecida lei de Hooke uniaxial e a constante
o teste, o ensaio de trao permite medir satisfatoria- de proporcionalidade E o mdulo de elasticidade, ou
mente a resistncia do material. A uniformidade da de- mdulo de Young.
formao permite ainda obter medies para a variao As deformaes elsticas no so permanentes, ou seja,
dessa deformao em funo da tenso aplicada. Essa quando a carga removida, o corpo retorna ao seu forvariao, extremamente til para o engenheiro, deter- mato original. No entanto, a curva tenso-deformao
1

CLCULO DO MDULO DE YOUNG

riar muito, como por exemplo, entre 35 MPa para uma


liga de alumnio de baixa resistncia at 1400 MPa para
um ao de alta resistncia.
Durante a deformao plstica, a tenso necessria para
continuar a deformar um metal aumenta at um ponto
mximo, chamado de limite de resistncia trao, no
qual a tenso o mximo na curva tenso-deformao de
engenharia. Isto corresponde maior tenso que o material pode resistir; se esta tenso for aplicada e mantida,
o resultado ser a fractura. Toda a deformao at este
ponto uniforme na seo. No entanto, aps este ponto,
comea a se formar uma estrico, na qual toda a deformao subsequente est connada e, nesta regio que
ocorrer ruptura. A tenso que corresponde fractura
chamada de limite de ruptura.

Diagrama tenso-deformao obtido por meio de um ensaio de


trao
1. Tenso Mxima de Trao
2. Tenso de Escoamento 3. Tenso de Ruptura 4. Regio de
Encruamento 5. Regio de Estrico.

Assim, possvel obter o grco tenso-deformao, que


varia conforme o material analisado. Por exemplo, os materiais frgeis, como cermicas e concreto, no apresentam um limite de escoamento. J os materiais dcteis,
como o alumnio, apresentam o limite de escoamento
bem denido.

no sempre linear, como por exemplo, no ferro fundido


cinzento, concreto e polmeros.
At este ponto, assume-se que a deformao elstica independente do tempo, ou seja, quando uma carga aplicada, a deformao elstica permanece constante durante
o perodo em que a carga mantida constante. Tambm
assumido que aps a remoo da carga, a deformao
totalmente recuperada, ou seja, a deformao imediatamente retorna para o valor zero.

Deformao Plstica

Acima de uma certa tenso, os materiais comeam a se


deformar plasticamente, ou seja, ocorrem deformaes
permanentes. O ponto no qual estas deformaes permaDiagrama tenso-deformao para um material frgil
nentes comeam a se tornar signicativas chamado de
1. Tenso mxima de trao
limite de escoamento (ou tenso de cedncia).
2. Ruptura.
Para metais que possuem transio gradual do regime
elstico para o plstico, as deformaes plsticas se iniciam no ponto no qual a curva tenso-deformao deixa
de ser linear, sendo este ponto chamado de limite de
proporcionalidade (ou tenso limite-elasticidade). No
entanto, difcil determinar este ponto precisamente.
Como consequncia, criou-se uma conveno na qual
construda uma linha reta paralela poro elstica, passando pela deformao de 0,2% da deformao total. A
tenso correspondente interseco desta linha com a
curva tenso-deformao o limite de escoamento (ou
tenso de cedncia).

5 Clculo do mdulo de Young

Na regio onde a Lei de Hooke vlida (regime elstico linear) o mdulo de Young pode ser obtido pelo
coeciente angular do grco tenso-deformao. Para
materiais cuja poro inicial elstica da curva tensodeformao no linear (por exemplo, ferro fundido cinzento e concreto), no possvel determinar o mdulo
de Young pelo coeciente angular. Nestes casos, tanto
A magnitude do limite de escoamento a medida da re- o mdulo tangente quanto o mdulo secante so normalsistncia de um material deformao plstica e pode va- mente usados. Mdulo tangente tomado como sendo a

Curva tenso-deformao no-linear.

7 Referncias
Diagrama tenso-deformao para uma liga tpica de alumnio
1. Tenso mxima de trao
2. Limite de escoamento 3. Tenso limite de proporcionalidade
4. Ruptura 5. Deformao oset (tipicamente 0,002).

inclinao da curva tenso-deformao em um nvel de


tenso especco, enquanto que o mdulo secante representa a inclinao de uma secante traada a partir da origem at um dado ponto da curva.[1]

Curva tenso-deformao no regime elstico linear.

Ver tambm
Mdulo de Young
Mdulo de cisalhamento
Mdulo volumtrico
Coeciente de Poisson
Ensaio no destrutivo

[1] CALLISTER, Jr., W.D. Materials Science and Engineering. 7 ed. New York: John Wiley & Sons, Inc, 2007.

8 FONTES DOS TEXTOS E IMAGENS, CONTRIBUIDORES E LICENAS

Fontes dos textos e imagens, contribuidores e licenas

8.1

Texto

Ensaio de trao Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_de_tra%C3%A7%C3%A3o?oldid=44161902 Contribuidores: Juntas, Malafaya, NTBot, Sturm, Leandromartinez, OS2Warp, Eduardoferreira, Xandi, LijeBot, Joo Sousa, Rei-bot, EuTuga, Tumnus, Teles, GOE,
Lguinc, Kaktus Kid, Gotham~ptwiki, Celiohomachado, CorreiaPM, Vitor Mazuco, Clayton1307, Cristianodmechanic, Salebot, JotaCartas,
FMTbot, rico, LeilCoss, Holdfz, Jorde, Wikimasterbz, Jacker e Annimo: 42

8.2

Imagens

Ficheiro:Ensaio_de_trao.PNG Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fd/Ensaio_de_tra%C3%A7%C3%A3o.


PNG Licena: Attribution Contribuidores: Livro: CALLISTER, Jr., W.D. Materials Science and Engineering. 5 ed. New York: John
Wiley & Sons, Inc, 2000. Captulo 6, pgina 81. Artista original: H.W. Hayden, W.G. Moat e J. Wul, The Structure ande Properties
of Materials, Vol. III, Mechanics Behavior, p. 2. Copyright, 1965 por John Wiley & Sons, New York. Reimpresso sob permisso de John
Wiley & Sons, Inc.
Ficheiro:Stress_v_strain_A36_2.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/00/Stress_v_strain_A36_2.png Licena: CC-BY-SA-3.0 Contribuidores: ? Artista original: ?
Ficheiro:Stress_v_strain_Aluminum_2.png
Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0c/Stress_v_strain_
Aluminum_2.png Licena: CC-BY-SA-3.0 Contribuidores: ? Artista original: ?
Ficheiro:Stress_v_strain_brittle_2.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/14/Stress_v_strain_brittle_2.png
Licena: CC-BY-SA-3.0 Contribuidores: ? Artista original: ?
Ficheiro:Tenso-deformao.PNG Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/41/Tens%C3%A3o-deforma%C3%
A7%C3%A3o.PNG Licena: Attribution Contribuidores: PAIVA, A.E.M. Desenvolvimento de um Equipamento para Avaliar Propriedades Elsticas de Cermicas Refratrias a Altas Temperaturas pelo Mtodo de Ressonncia de Barras. 2002. 161f. Tese (Doutorado
em Cincia e Engenharia de Materiais) Centro de Cincias Exatas e de Tecnologia, Universidade Federal de So Carlos, So Carlos, SP,
2002. Artista original: PAIVA, A.E.M.
Ficheiro:Tenso-deformao_Mtodo_secante.PNG Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d8/Tens%C3%
A3o-deforma%C3%A7%C3%A3o_M%C3%A9todo_secante.PNG Licena: Attribution Contribuidores: PAIVA, A.E.M. Desenvolvimento de um Equipamento para Avaliar Propriedades Elsticas de Cermicas Refratrias a Altas Temperaturas pelo Mtodo de
Ressonncia de Barras. 2002. 161f. Tese (Doutorado em Cincia e Engenharia de Materiais) Centro de Cincias Exatas e de Tecnologia,
Universidade Federal de So Carlos, So Carlos, SP, 2002. Artista original: A.E.M. PAIVA

8.3

Licena

Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0

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