Sassaki R K Inclusao o Paradigma Do Sec 21.
Sassaki R K Inclusao o Paradigma Do Sec 21.
Sassaki R K Inclusao o Paradigma Do Sec 21.
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Romeu Kazumi Sassaki
E-mail: romeukf@uol.com.br
INCLUSO:
o paradigma do sculo 21
Resumo
O texto procura esclarecer as grandes
diferenas que existem entre os paradigmas
da integrao e da incluso, numa
perspectiva histrica. So apontadas as
prticas de transio entre um paradigma
e outro. E elabora mais profundamente o
campo educacional, descrevendo as
principais caractersticas das escolas
abertas para todos os tipos de alunos,
construdas luz dos princpios da incluso.
Abstract
This article seeks to clarify, from an
historical perspective, major differences
between two paradigms: integration and
inclusion. Transitional practices
implemented from one paradigm to the
other are shown. And it elaborates more
deeply the educational field, describing the
main characteristics of schools that are open
to all types of students and that are built
under the principles of inclusion.
Assistente social pela Faculdade Paulista de Servio Social e conselheiro de reabilitao pela Southern Illinois University. Atua como consultor de incluso escolar e
social junto ao Banco Mundial e Secretaria Municipal de Educao de Guaruj/SP.
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Introduo
Embora as experincias pioneiras em incluso tenham sido feitas
na segunda metade dos anos 80, foi
no incio da dcada de
90 que o mundo da
educao tomou conhecimento de um
novo caminho para
uma escola de qualidade e verdadeiramente
aberta para todas as
pessoas.
Esse caminho,
conhecido como educao inclusiva, difere substancialmente das formas antigas de insero escolar de pessoas com deficincia e/ou com outros tipos de condies atpicas, no sentido de que a
incluso requer mudanas na perspectiva pela qual a educao deve
ser entendida.
Em que sentido? A incluso
difere, por exemplo, da integrao,
que se vale das prticas de mainstreaming, de normalizao, de classes especiais e de escolas especiais.
Todas as formas at ento vigentes de insero escolar partiam
do pressuposto de que devem existir dois sistemas de educao: o regular e o especial. Os alunos com
deficincia poderiam estudar em
escolas regulares se fossem capazes
de acompanhar seus colegas no-deficientes. Para isto, foi sendo desenvolvido um sistema de cascata para
acomodar os diversos nveis de capacidade. Mesmo a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional
(1996) usa a expresso preferencialmente na rede regular de ensino
e a condicionante no que for possvel, deixando implcita a existncia de um sistema paralelo destinado, exclusivamente, aos alunos que
no tivessem capacidade acadmica para freqentar as escolas comuns em razo de suas deficincias
fsicas, intelectuais, sensoriais ou
mltiplas. Isto foi reforado pelo
Decreto n. 3.298, de 1999, quando
determina a matrcula compulsria em cursos regulares de estabele-
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Surgimento do
paradigma da incluso
Podemos afirmar que a semente do paradigma da incluso
foi plantada pela Disabled Peoples
International, uma organizao
no-governamental criada por lderes com deficincia, quando em
seu livreto Declarao de Princpios, de 1981, definiu o conceito
de equiparao de oportunidades (apud
Driedger & Enns, 1987, p. 2-3):
o processo mediante o qual os
sistemas gerais da sociedade, tais
como o meio fsico, a habitao e
o transporte, os servios sociais
e de sade, as oportunidades de
educao e de trabalho, e a vida
cultural e social, includas as instalaes esportivas e de recreao, so feitos acessveis para todos. Isto inclui a remoo de barreiras que impedem a plena participao das pessoas deficientes
em todas estas reas, permitindo-lhes assim alcanar uma qualidade de vida igual de outras
pessoas.
exclusivo para pessoas deficientes num clube comum, etc. Esta forma de
integrao, mesmo com
todos os mritos, no deixa de ser segregativa.
Transio da integrao
para a incluso
O paradigma da integrao,
to defendida durante os ltimos
cinqenta anos, ocorria e ainda
ocorre de trs formas (Sassaki,
1997, p. 34-35):
acompanhar os procedimentos
tradicionais (de trabalho, escolarizao, convivncia social
etc);
Vista de outra maneira, a integrao constitui um esforo unilateral to somente da pessoa com
deficincia e seus aliados (a famlia, a instituio especializada e algumas pessoas da comunidade
que abracem a causa da insero
social), sendo que a pessoa com deficincia deve procurar tornar-se
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mais aceitvel pela comunidade. A integrao sempre procurou diminuir a diferena da pessoa com deficincia em relao maioria da populao, por
meio da reabilitao, da
educao especial e at de cirurgias, pois ela partia do pressuposto de
que as diferenas constituem um
obstculo, um transtorno que se interpe aceitao social.
O mrito da proposta da integrao est no seu forte apelo contra a excluso e a segregao de pessoas com deficincia. Todo um esforo envolvido no sentido de promover a aproximao entre a pessoa deficiente e a escola comum,
entre a pessoa deficiente e a empresa comum e, assim por diante. Mas
sempre com a tnica da responsabilidade colocada sobre as pessoas
com deficincia, no sentido de se
prepararem para serem integradas
sociedade (s escolas comuns, s
empresas etc.). Neste caso, a sociedade chamada a deixar de lado
seus preconceitos e aceitar as pessoas com deficincia que realmente estejam preparadas para conviver
nos sistemas sociais comuns.
Estamos na fase de transio
de um paradigma para outro. Assim,
inevitvel que as duas palavras (integrao e incluso) sejam faladas
e escritas com diversos sentidos por
diferentes pessoas:
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Educao inclusiva
na prtica
O mundo caminha para a construo de uma sociedade cada vez
mais inclusiva. Sinais desse processo de construo so visveis com
freqncia crescente, por exemplo,
nas escolas, na mdia, nas nossas
vizinhanas, nos recursos da comunidade e nos programas e servios.
Muitos pases j adotaram a
abordagem inclusiva em suas esco-
Acessibilidade arquitetnica,
sem barreiras ambientais fsicas em todos os recintos internos e externos da escola e nos
transportes coletivos.
Acessibilidade metodolgica,
sem barreiras nos mtodos e
tcnicas de estudo (adaptaes
curriculares, aulas baseadas nas
inteligncias mltiplas, uso de
todos os estilos de aprendizagem, participao do todo de
cada aluno, novo conceito de
avaliao de aprendizagem,
novo conceito de educao,
novo conceito de logstica didtica etc), de ao comunitria (metodologia social, cultural, artstica etc. baseada em
participao ativa) e de educao dos filhos (novos mtodos
e tcnicas nas relaes familiares etc).
Acessibilidade instrumental,
sem barreiras nos instrumentos
e utenslios de estudo (lpis,
caneta, transferidor, rgua, teclado de computador, materiais pedaggicos), de atividades
da vida diria (tecnologia assistiva para comunicar, fazer a higiene pessoal, vestir, comer, andar, tomar banho etc) e de lazer, esporte e recreao (dispositivos que atendam s limitaes sensoriais, fsicas e mentais, etc).
Acessibilidade programtica,
sem barreiras invisveis embutidas em polticas pblicas (leis,
Aplicao da teoria das inteligncias mltiplas na elaborao, apresentao e avaliao das aulas, fato que vem
ampliando as formas de
aprendizagem dos alunos e de
ensino por parte dos professores, assim como as formas
de relacionamento dos pais
com seus filhos, as relaes
de amizade e de estudo entre
os alunos etc.
Bibliografia
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